4 de janeiro de 2015

Veja as carreiras mais promissoras para 2015

Em 2014, o ano mais curto, recheado de eventos importantes e decisivos, como a Copa do Mundo e as eleições presidenciais, fez as empresas ficarem mais receosas com novas contratações. E em 2015, a redução de custos e riscos ainda estará em pauta.

Por isso, segundo Felipe Brunieri, gerente de Finanças da empresa de recrutamento Talenses, a área financeira deve ocupar uma posição de destaque no próximo ano, e os profissionais do setor esterão cada vez mais em evidência, devendo ser muito demandados.


"Em virtude do cenário macroeconômico mundial e especialmente das incertezas que rondam o mercado brasileiro, as companhias estão cada vez atentando-se mais ao que ocorre internamente em sua estrutura, focando na melhoria de processos, na minimização de riscos, na acuracidade do resultado financeiro e na identificação de possibilidade de redução de custos", diz Brunieri.

A pedido, os executivos da Talenses fizeram um levantamento sobre quais serão as profissões mais demandadas no próximo ano em seis grandes áreas (vendas, finanças, legal, engenharia, marketing e tecnologia da informação).

Veja abaixo as profissões mais promissoras para 2015:

1 - Vendas: gerentes de Contas (faixa salarial: de R$ 8 mil a R$ 13 mil + variável mensal).

2 - Vendas: gerentes regionais (faixa salarial: de R$ 16 mil a R$ 22 mil + bônus).

3 - Vendas: diretores comerciais (faixa salarial: acima de R$ 25 mil reais).

4 - Finanças: gerente de riscos (faixa salarial: de R$ 15 mil a R$ 20 mil).

5 - Finanças: gerente de planejamento financeiro e controle (de R$ 13 mil a R$ 23 mil).

6 - Finanças: gerente de controles internos (faixa salarial: de R$ 15 mil a R$ 20 mil).

7 - Legal: advogado tributarista (faixa salarial: de R$ 18 mil a R$ 23 mil).

8 - Legal: advogado especialista em recuperação judicial e de crédito (faixa salarial: de R$ 15 mil a R$ 20 mil).

9 - Legal: advogado especialista em compliance e ética (faixa salarial: de R$ 15 mil a R$ 20 mil).

10 - Marketing: profissional especializado em consumo e marketing (faixa salarial de R$ 15 mil a R$ 24 mil).

11 - Marketing: posições em marketing digita, principalmente cadeiras com viés para performance de negócios e ações no ambiente digital (faixa salarial: de R$ 14 mil a R$ 18 mil).

12 - Engenharia: executivo de projetos (faixa salarial: de R$ 15 mil a R$ 22 mil).

13 - Engenharia: executivo de produção (faixa salarial: de R$ 12 mil a R$ 17 mil).

14 - Engenharia: executivo de S&OP (supply) (faixa salarial: de R$ 12 mil a R$ 14 mil para gerentes e acima de R$ 18 mil para diretores).

15 - Tecnologia da informação: arquitetos de TI/soluções (faixa salarial: de R$ 14 mil a R$ 20 mil). 

16 - Tecnologia da informação: programadores ou desenvolvedores de aplicativos (faixa salarial: de R$ 7 mil a R$ 13 mil).

17 - Tecnologia da informação: IT Business Partners (faixa salarial de R$ 15 mil a R$ 25 mil).

18 - Tecnologia da informação: analistas de negócios (faixa salarial: de R$ 7 mil a R$ 11 mil).

3 de janeiro de 2015

Aposentados e pensionistas por invalidez ficam isentos de perícia médica

Agência da Previdência Social no Paraná.

Aposentados e pensionistas podem ficar isentos de exame médico-pericial periódico se forem considerados inválidos e tiverem completados 60 anos.

A determinação da isenção e as exceções estão descritas na alteração da Lei 8.213, de 24 de julho de 1991, sancionada pela presidenta Dilma Rousseff e publicada na edição do dia 31 de dezembro 2014 do Diário Oficial da União.


A isenção não valerá para todos os aposentados e pensionistas inválidos, não se aplicando aos seguintes casos: quando a finalidade do exame for verificar a necessidade de assistência permanente de outra pessoa para a concessão do acréscimo de 25% sobre o valor do benefício; e quando houver necessidade de verificar a recuperação da capacidade de trabalho, mediante solicitação do aposentado ou pensionista que se julgar apto e subsidiar autoridade judiciária nos casos de nomeação de curador para cuidar dos bens de pessoa incapaz.

Pelas regras atuais, os beneficiários do Regime Geral da Previdência Social nas condições estabelecidas precisam se submeter à perícia médica de dois em dois anos. A exigência só termina quando um médico declara a incapacidade permanente. Com isso, o pagamento da aposentadoria se torna definitivo.

A aposentadoria por invalidez é direito dos trabalhadores que, por doença ou acidente, forem considerados pela perícia médica da previdência social incapacitados para exercer atividades ou outro tipo de serviço que lhes garanta o sustento. Se o trabalhador necessitar de assistência permanente de outra pessoa, atestada pela perícia médica, o valor da aposentadoria tem acréscimo de 25%.

2 de janeiro de 2015

Uso intenso de termelétricas provocará aumento nas contas de luz em janeiro

Por causa do uso intenso de energia de termelétricas, a bandeira tarifária que será aplicada em janeiro será vermelha para os quatro subsistemas do Sistema Interligado Nacional. Isto significa um acréscimo de R$ 3 para cada 100 megawatts-hora consumidos, exceto para os estados do Amazonas, Amapá e Roraima. As bandeiras de janeiro foram divulgadas no dia 26 de dezembro 2014 pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

O sistema de bandeiras tarifárias começa a valer a partir de 1º de janeiro e representará uma cobrança extra na conta de luz pelo uso de energia de termelétricas pelas distribuidoras. No primeiro mês, a cobrança será feita proporcionalmente ao dia do fechamento da fatura de cada cliente. Para as contas de luz com fechamento previsto para 10 de janeiro, será cobrada a bandeira tarifária apenas sobre os dez dias de janeiro. Os demais 20 dias referentes à dezembro virão com o valor normal.


As bandeiras funcionarão como semáforos de trânsito, com as cores verde, amarela e vermelha para indicar as condições de geração de energia no país. Por exemplo, se for um mês com poucas chuvas, os reservatórios das hidrelétricas estarão mais baixos. Por isso, será necessário usar mais energia gerada por termelétricas, que têm preços mais altos.

Conta de luz com bandeira verde significa que os custos para gerar energia naquele mês foram baixos. Portanto, a tarifa de energia não terá nenhum acréscimo. Com a bandeira amarela, é sinal de atenção, pois os custos de geração estão aumentando. Neste caso, a tarifa de energia terá acréscimo de R$ 1,50 para cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos.

A bandeira vermelha indica que o custo de geração naquele mês está mais alto, com maior acionamento de termelétricas, havendo necessidade de adicional de R$ 3 a cada 100 kWh.

Conforme a Aneel, por meio do sistema o consumidor poderá identificar a bandeira do mês e reagir à sinalização com o uso inteligente da energia elétrica, sem desperdício.

1 de janeiro de 2015

Feliz 2015

A Equipe do Portal Administração em Foco deseja um Feliz 2015.

"Que as festas do Ano Novo nos tragam esperança, prosperidade e a segurança de vivermo em Paz!"

31 de dezembro de 2014

O petrolão é uma bola de neve - e você está no caminho

Perspectiva nebulosa: risco de calote pode provocar uma reação em cadeia na economia.

Quanto mais fundo se mergulha na Operação Lava Jato, mais cresce o risco de que ondas de choque se propaguem para além das empresas diretamente envolvidas no escândalo e atinjam outros setores da economia brasileira. Com a paralisação dos pagamentos da Petrobras a fornecedores e a possibilidade de as empreiteiras investigadas serem apontadas como inidôneas, os bancos podem se ver bafejados pelo furacão — não porque haja indícios de que tenham participado de maracutaias, mas porque essas empresas gigantes têm com eles muitos compromissos financeiros. Com isso, talvez não leve muito tempo até que a investigação se reflita bolso de cada brasileiro por meio da redução da oferta de crédito.

Na Avenida Faria Lima, que reúne a nata do setor bancário em São Paulo, o clima é tenso — alguns chegam a dizer ‘desesperador’. Escritórios de advocacia disparam relatórios a seus clientes tentando antever os efeitos das possíveis sanções às empreiteiras. Banqueiros de instituições nacionais e estrangeiras se movimentam para tentar calcular o tamanho do estrago, caso a Petrobras deixe de honrar alguns de seus compromissos financeiros. No caso das construtoras, o temor é que a paralisação dos empreendimentos afete as receitas de tal forma que torne inviável o pagamento de títulos de dívida emitidos para financiar obras, que têm bancos e fundos como principais credores.

O medo se justifica pelo fato de as instituições financeiras estarem expostas ao risco comercial das empresas, já que não há garantias exigidas para títulos emitidos no mercado de capitais. Mas, mesmo as dívidas contraídas com garantias são alvo de inquietação. Isso ocorre porque as linhas de crédito são calculadas com base em ganhos futuros provenientes de projetos de infraestrutura — o que, no jargão econômico, é chamado de alavancagem. Caso as obras sejam paralisadas ou troquem de mãos, os bancos que levarem calote terão de executar as garantias dadas pelas empresas, o que implicaria na judicialização dos contratos. Ocorre que, pela burocracia do processo de execução, essa é a alternativa que menos agrada os credores. Por via das dúvidas, os principais bancos cortaram nas últimas semanas as linhas de crédito de curto prazo para as empreiteiras envolvidas na Lava Jato — e encareceram os recursos para as demais empresas do setor. Até mesmo para aquelas que nada têm a ver com a Petrobras.

Em bancos de investimento, os calotes são esperados de todos os lados — e não apenas das empreiteiras em apuros com a Justiça. E a maior parte deles tem origem na própria Petrobras. Desde o ano passado a empresa coloca obstáculos aos pagamentos de contratos, deixando fornecedores em situação delicada — alguns, como a GDK e a Tenace, chegaram a pedir recuperação judicial. A partir de 2014, o que era ocasional se tornou regra. Desde que a Operação Lava Jato foi anunciada pela Polícia Federal (PF), no início do ano, os pagamentos foram suspensos. A diretoria vetou qualquer desembolso a prestadores de serviços temendo que, ao assinar o gasto, poderia chancelar, sem saber, novos desvios de dinheiro. Resultado: mais uma série de empresas entrou com pedido de recuperação judicial. Já os fornecedores que conseguiram renegociar suas dívidas agora têm de pagar taxas de juros muito mais elevadas — devido ao risco de calote imposto pela Petrobras. “Toda a cadeia composta por empresas que fazem desde o suporte às plataformas de petróleo, até a alimentação, o transporte, os helicópteros e a engenharia, que estavam alavancadas, agora vão encontrar dificuldades para conseguir se refinanciar”, afirma Alexandre Bertoldi, sócio do escritório de advocacia Pinheiro Neto. (clique para continuar lendo)

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Ainda que a Petrobras responda por cerca de 11% dos investimentos feitos no país, os bancos não temem, contudo, que a onda de calotes possa estremecer o sistema financeiro nacional. "Os bancos brasileiros, mesmo os expostos a grandes construtoras, são altamente capitalizados. Além disso o sistema de supervisão bancária do Banco Central (BC) é referência mundial", afirmou um advogado especialista no setor bancário, que pediu anonimato. "Alguma turbulência haverá, mas não a ponto a de colapsar as instituições financeiras. O que elas devem fazer é aumentar o rigor na concessão de crédito, tanto de curto, como de longo prazo, mas ninguém vai quebrar." Exemplo disso é a inclusão de cláusulas contratuais que garantam o cumprimento de obrigações não só da empresa diretamente envolvida, mas também de toda sua cadeia de fornecedores. “As implicações dos processos políticos, cobranças judiciais, corte interno de custos e do aumento do endividamento da Petrobras pode implicar em ajustes no custo do capital. Da parte dos bancos, eles devem exigir um prêmio muito maior, para valer a pena correr o risco de conceder crédito à Petrobras e às empresas envolvidas", afirmou Eduardo Velho, economista-chefe da INVX Global. 

Neste cenário, a maior preocupação dos bancos é como prever as perdas a serem contabilizadas em seus balanços, dada a situação instável das companhias envolvidas. Caso as empreiteiras sejam declaradas inidôneas a partir de 2015, não poderão prestar serviços ao governo federal. Além disso, ainda há o fantasma da punição criminal pairando sobre as sedes das companhias. Diante disso, também as cláusulas anticorrupção se tornaram mais rígidas. “Uma das tendências, a partir da Lava Jato, é que os bancos exijam responsabilidade solidária das empresas em relação a suas controladas ou coligadas, em caso de punição criminal e inidoneidade. “Eles querem se resguardar. Mas como esse tipo de medida ainda é muito recente no Brasil, será preciso haver um consenso sobre a matéria, que não seja também muito radical”, afirma Pablo Sorj, sócio de infraestrutura e projetos de financiamento do escritório Mattos Filho.

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Crédito – Os efeitos práticos dos calotes para a vida do brasileiro comum recaem essencialmente sobre o mercado de crédito. Quando um banco provisiona perdas bilionárias em seu balanço, esses mesmos bilhões, que poderiam ser direcionados a diferentes linhas de crédito, precisam ficar em caixa para que as instituições cumpram os requisitos de liquidez exigidos pelos acordos internacionais. Com isso, a disponibilidade para emprestar é reduzida. A esse fato se soma o aumento dos juros que vem sendo conduzido pelo BC. Em sua última reunião, o Copom elevou a taxa básica a 11,75% ao ano. Como o impacto da elevação leva entre seis e nove meses para se refletir no mercado, os consumidores deverão se deparar com crédito menor e mais caro a partir do ano que vem. Situação similar, ainda que em menor proporção, ocorreu durante a quebradeira do império X, de Eike Batista, quando os bancos credores tiveram de provisionar perdas e calibrar seus indicadores de liquidez por meio do aperto do crédito.

Outra implicação que pode recair, mesmo que indiretamente, sobre os ombros dos contribuintes é o aumento do risco relacionado às obras públicas. Diante da instabilidade do setor, as linhas de crédito tendem ficar mais caras para projetos de infraestrutura. Assim, é esperado que as construtoras repassem o aumento para o custo das obras — que são pagas com dinheiro arrecadado dos impostos. No caso das prestadoras de serviços da Petrobras, há o risco adicional decorrente dos recentes calotes da estatal. Um diretor de uma grande empreiteira afirmou ao site de VEJA que a companhia já está recalculando o delta de risco que oferecerá nos próximos contratos com a estatal — quando (e se) a empresa retomar seus projetos paralisados. “A Petrobras vem sistematicamente desrespeitando um relacionamento de décadas. E não há como esse comportamento não ter consequências no cálculo do risco daqui pra frente”, afirma.

No caso específico da Petrobras, um cenário ainda mais oneroso se desenha à frente. Desde o agravamento da Lava Jato, após as eleições, a regra tácita dentro da estatal para que fornecedores consigam receber os atrasados é apelar para a Justiça. Com o aval do juiz para cada desembolso, a diretoria se livra de futuras responsabilidades por possíveis irregularidades nos contratos. É o que fez, por exemplo, a Odebrecht, que há duas semanas protocolou sua primeira ação judicial contra a petroleira, alegando o não pagamento de suas obrigações referentes à prestação de serviços para a Petrobras Chile. Ao mesmo tempo em que o aval da Justiça livra os diretores de possíveis penalidades, onera a estatal, já que ela terá de arcar com as multas e encargos decorrentes dos processos. “Como tudo está previsto em contrato, é muito difícil que a Petrobras ganhe essas ações judiciais. Estimular a judicialização nada mais é que uma saída para escapar da culpa”, diz o advogado de uma das prestadoras de serviço da estatal. Nada impede, portanto, que essa enxurrada de processos exija aportes de dinheiro público no caixa da estatal. 

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Tal cenário, por si só, já é desolador para diversos segmentos da economia brasileira. Mas, quando se somam a isso todos os problemas de ordem macroeconômica que afligem o país, as perspectivas se tornam sombrias. O aperto na disponibilidade de financiamento para a infraestrutura seria um convite, por exemplo, para que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) entrasse em ação com suas taxas subsidiadas. Faria sentido que a instituição atuasse para manter em dia as obras essenciais do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC). O problema é que a devassa fiscal levada a cabo pelo governo Dilma deixou o Tesouro desguarnecido, o que deve acarretar em desaceleração dos repasses ao banco, como o próprio governo já admitiu. Há ainda outro agravante. As obras financiadas pela instituição e executadas pelas empreiteiras da Lava Jato também tiveram seus repasses paralisados. O BNDES afirmou que não se posicionará sobre o assunto. Mas, dentro das empreiteiras, a mensagem que tem sido passada não deixa margem para dúvidas: enquanto não houver um acordo entre as empresas para ressarcimento dos cofres públicos, que o Palácio do Planalto apelidou de ‘acordão’, as torneiras permanecerão fechadas. Logo o BNDES, que desde o governo Lula parece ter se esquecido de como era a dinâmica de paralisação de repasses.

O final da história está guardado para 2015, já que as repercussões do petrolão ainda não podem ser contabilizadas com precisão nas esferas política e econômica. Mas os fatos mais recentes já sinalizam que o perverso assalto feito ao caixa da Petrobras afetará o Brasil mais profundamente do que pode parecer à primeira vista. E, dependendo do círculo vicioso que se desencadear, o caminho de volta poderá ser árduo.

30 de dezembro de 2014

Analistas reduzem expectativa de crescimento do PIB

Investidores e analistas do mercado financeiro reduziram mais uma vez a expectativa de crescimento da economia em 2014. A nova projeção indica alta de 0,16% do Produto Interno Bruto (PIB). Na avaliação anterior, a estimativa era 0,18%. Para 2015, os economistas esperam aumento de 0,69%. A projeção era, até então, 0,73%. O PIB é a soma de todas os bens e serviços de um país.

Para o câmbio, a projeção subiu de R$ 2,55 para R$ 2,60, com taxa básica de juros em 11,5% ao ano, no fim de 2014. Não houve alteração na expectativa para a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que foi mantida em 6,38%. O mercado financeiro enxerga, porém, alta nos preços administrados, com uma mudança de 5,3% para 5,4%. Esses preços são aqueles que tem o controle do governo, como as tarifas de energia elétrica. Houve, ainda, redução estimativa da Dívida Líquida do Setor Público, que passou de 36% do PIB para 35,9%.

No setor externo, aumentou o pessimismo para o déficit em contra corrente, que subiu de US$ 84,23 bilhões, para US$ 85 bilhões, com o saldo da balança comercial negativo em US$ 1,6 bilhão e mantendo-se a expectativa dos investimentos estrangeiros diretos de US$ 60 bilhões.

29 de dezembro de 2014

Com Portal Único, redução de custos de exportação pode atingir R$ 22,8 bilhões

Os operadores poderão enviar documentos em lote e não mais individualmente.

Com o funcionamento do Portal Único de Comércio Exterior, a redução de custos estimada chega a US$ 22,8 bilhões ao ano, de acordo com cálculos da Confederação Nacional da Indústria (CNI). Uma nova etapa do programa foi lançada no dia 15 de dezembro pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, e Secretaria da Receita Federal.

Desenvolvida pelo Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), a plataforma permite a anexação de documentos digitalizados com assinatura digital. A mudança permitirá agilizar trâmites portuários online, reduzir custos para exportadores e importadores, com a eliminação do envio de documentos em papel, e melhorar a operacionalização de empresas instaladas em localidades remotas do país. Além disso, os operadores poderão enviar documentos em lote e não mais individualmente, sem a necessidade de deslocamento aos órgãos públicos.


Outra novidade é a opção do Drawback Isenção Web. O regime de drawback isenta de tributos a reposição de estoques de matérias-primas usadas na produção de bens exportados. “Para cada US$ 1 de insumos importados geramos US$ 7. Vamos mudar essa realidade. Sairemos de formulários de papel para controles digitais, além da integração do Siscomex [Sistema de Comércio Exterior], para evitar redundância e manter a integridade da informação”, destacou Daniel Godinho, secretário de Comércio Exterior do MDIC.

Ele destacou que o projeto do governo brasileiro oferece solução progressiva e incremental, que sempre trará novidades para operadores do comércio exterior à medida que o programa for se desenvolvendo.

A implementação do programa deverá diminuir de 13 para oito dias o prazo de exportação e de 17 dias para dez dias o de importação. Isso ocorrerá com a agilização das declarações. Com as medidas, estima-se que a economia anual das empresas que trabalham no comércio exterior poderá superar R$ 50 bilhões. O objetivo é ampliar a transparência, ao permitir que as empresas acompanhem pela internet o detalhamento de suas operações.

“O Portal Único tem um cronograma a cumprir até 2017. É uma excelente iniciativa e trará, a cada etapa, transparência e redução de custos. O canal de diálogo com o governo é importante”, destacou Carlos Eduardo Abijaodi, diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI.

Para o secretário da Receita Federal, Carlos Alberto, as novidades anunciadas mostram o empenho do governo em manter o cronograma de aprimoramento do portal, lançado em abril deste ano. Houve melhorias no Sistema de Declaração de Exportação online que, de acordo com a Receita, facilita navegação no portal.

Com a redução nos atrasos portuários, os custos adicionais das exportações deverá cair. Estudos da Fundação Getúlio Vargas indicam que as despesas nas operações de exportação são oneradas em 14,04%. Nos Estados Unidos, a perda dos exportadores com as mercadorias que aguardam embaque chega a 5,05%.

28 de dezembro de 2014

Eletrobras aprova operação para sanar dívida de R$ 8,5 bilhões com a Petrobras

Presidente da Petrobras, Graça Foster. Dívida vem da compra de combustíveis para operar usinas térmicas no Norte.

A Eletrobras informou no dia 12 de dezembro que seu Conselho de Administração aprovou a repactuação de dívidas de suas distribuidoras com a Petrobras no valor de cerca de 8,5 bilhões de reais, dos quais 3,2 bilhões de reais correspondem ao fornecimento de gás e 5,3 bilhões ao fornecimento de óleo. A companhia disse em comunicado que as dívidas já estão reconhecidas em balanços de distribuidoras de energia e serão pagas em 120 parcelas mensais e sucessivas a partir de fevereiro de 2015. O saldo devedor será corrigido pela taxa de juros Selic.

A Eletrobras tem garantia da União para pagamento de 4,2 bilhões de reais, valor que corresponde a uma dívida entre da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) com a Eletrobras, ou seja, valor que não foi repassado para a estatal para a compra de combustível ao contrário do que deveria ter acontecido. A CDE assumiu desde 2012 obrigações da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), o que subsidiou a compra de óleo para as termelétricas dos sistemas isolados da região Norte. Mas a CDE deixou de repassar para a Eletrobras parte dos montades destinados à compra do óleo.

A Eletrobras informou que as operações dependem da aprovação de órgãos competentes, e instrumentos contratuais precisam ser assinados entre as partes envolvidas. Não está claro como a companhia receberá os créditos da CDE. Mas para respeitar os termos do pagamento da dívida com a Petrobras, terá que receber pelo menos parte dos valores do Tesouro Nacional até fevereiro de 2015.

O conselho da Eletrobras aprovou também a celebração de termo de repactuação de dívida da CDE de 4,2 bilhões de reais, em que o fundo reconhecerá ser devedor das distribuidoras da companhia Amazonas Energia (AM), Boa Vista (RR) e Ceron (RO). Além disso, a estatal busca o reconhecimento de outros créditos referentes ao reembolso de custos de combustíveis no valor de 4,3 bilhões de reais com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

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Véspera - O Conselho de Administração da Eletrobras se reuniu na quinta-feira para discutir um possível acordo com o governo para reforçar o caixa da Petrobras em meio ao escândalo revelado pela Operação Lava Jato. Por meio de uma engenharia financeira, a Petrobras venderia no mercado títulos lastreados em uma dívida de 8,5 bilhões de reais da Eletrobras. O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, reforçou que os títulos seriam emitidos pela Petrobras com base em documento assinado pela Eletrobras, com garantia do Tesouro. De acordo com ele, a emissão deveria sair ainda neste ano. 

A dívida da Eletrobras vem da compra de combustíveis da Petrobras para operar usinas térmicas na região Norte, ainda não interligadas ao sistema elétrico nacional. Cerca de 70% do débito (6 bilhões de reais) deveria ser financiado com recursos da Conta de CDE. Mas, a partir de negociações feitas pelo governo, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) tomará medidas para viabilizar a quitação dessa parcela da dívida.

27 de dezembro de 2014

Gerente da Petrobras alertou Graça sobre desvios — e foi afastada

A presidente da Petrobras, Graça Foster, foi alertada por gerente sobre desvios.

Os diretores da Petrobras tanto da gestão de José Sérgio Gabrielli quanto de Graça Foster foram alertados por uma gerente sobre as irregularidades em contratos firmados pela estatal com prestadoras de serviço, segundo reportagem do jornal Valor Econômico publicada nesta sexta-feira. Venina Velosa da Fonseca era gerente da diretoria de Abastecimento comandada por Paulo Roberto Costa e começou a suspeitar de superfaturamento nos idos de 2008. Desde que começou a fazer alertas e a juntar documentos, foi expatriada para a Ásia e, mais recentemente, afastada do cargo juntamente com os funcionários suspeitos de envolvimento na Operação Lava Jato. Em email a Graça, a gerente relata que chegou a ser ameaçada com uma arma e que suas filhas também corriam perigo.
Venina Velosa da Fonseca com Jorge Gerdau.

Venina, que é geóloga na estatal desde a década de 1990, começou a suspeitar que havia problemas quando percebeu que os gastos com pequenos contratos de prestação de serviços avançaram de 39 milhões para 133 milhões de reais em 2008, sem razão aparente. Em sua apuração interna, a gerente detectou que a estatal estava pagando por serviços de comunicação que sequer estavam sendo prestados. Sua primeira atitude foi informar Paulo Roberto Costa, seu superior direto, e pedir mais rigor na fiscalização dos contratos. Costa, relata Venina, apontou para o retrato de Lula em sua sala e perguntou" você quer derrubar todo mundo?". A gerente então encaminhou as denúncias ao presidente Gabrielli que, após auditoria interna, acabou demitindo o diretor de comunicação, Geovanne de Morais. 

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A gerente prosseguiu com suas investigações e apurou o que viria a ser um braço do esquema de desvio de dinheiro e cartel de empreiteiras mostrados hoje pela Lava Jato. Em email a Graça, que ainda era diretora de Gás e Energia, a funcionária aponta irregularidades em contratos bilionários referentes a Abreu e Lima, além de questionar o fato de acordos de tão alto valor serem firmados com dispensa de licitação. Em retorno, obteve o silêncio de Graça.

O desgaste interno fez com que Venina fosse transferida para o escritório da Petrobras em Cingapura, em 2009, onde ela foi afastada da área operacional e direcionada a um curso de especialização. Em 2011, já de volta ao Brasil, voltou a escrever para Graça, a quem confidenciou que sentia vergonha de trabalhar na empresa. "Diretores passam a se intitular e a agir como deuses e a tratar pessoas como animais", escreveu. Em 2012, depois de ficar cinco meses no Rio de Janeiro sem qualquer atribuição, voltou a Cingapura ao escritório da estatal. Foi então que levantou novas suspeitas de superfaturamento de compra de combustível que a Petrobras fazia no país asiático. Venina informou a sede sobre suas descobertas, mas novamente foi ignorada.

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De volta ao Brasil em 2014, a gerente fez uma apresentação sobre as irregularidades apuradas na Ásia e sugeriu a criação de uma área de controle interno para conter perdas nos escritórios internacionais, mas nada foi feito. Em 19 de novembro, Venina foi afastada da empresa juntamente com outros funcionários suspeitos de envolvimento na Lava Jato. Ficou sabendo sobre seu afastamento por meio da imprensa. No dia seguinte, escreveu um email à presidente da estatal. "Desde 2008, minha vida se tornou um inferno. (...) Ao lutar contra isso, fui ameaçada e assediada. Até arma na minha cabeça e ameaça às minhas filhas. Levei o assunto às autoridades competentes da empresa, inclusive Jurídico e Auditoria, o que foi em vão. (...) Voltei a me opor ao esquema que parecia existir no projeto Rnest. Novamente fui exposta a todo tipo de assédio. Ao deixar a função, fui expatriada e o diretor hoje preso levantou um brinde, apesar de dizer ser pena não poder me exilar por toda a vida".

Em nota, a Petrobras informou que aprimorou processos de compra e venda de combustível em seus escritórios internacionais e que, em auditoria, não encontrou "nenhuma não conformidade" nas operações entre 2012 e 2014. Sobre Abreu e Lima (Rnest), a empresa afirma que realizou apurações e enviou relatório aos órgãos de controle e autoridades competentes. A empresa não se posicionou sobre a razão do afastamento da funcionária.

26 de dezembro de 2014

Inflação deve convergir para meta apenas em 2016, diz BC

"Em momentos como o atual, a política monetária deve se manter especialmente vigilante", reforçou, em ata, o BC.

A inflação no Brasil tende a se manter elevada em 2015, mas ainda no próximo ano entrará em "longo período de declínio". A previsão foi feita pelo Banco Central (BC) para justificar a aceleração de velocidade de alta dos juros na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). A taxa Selic subiu de 11,25% para 11,75%. A informação consta na ata do Copom divulgada no dia 11 de dezembro. 

No documento, o BC não descarta um cenário de alta da inflação no curto prazo. O BC prevê a convergência da inflação para a trajetória de metas somente em 2016. "Para os três primeiros trimestres de 2016, apesar de indicarem que a inflação entra em trajetória de convergência para a meta de 4,5% fixada pelo CMN, as projeções também apontam inflação acima da mesma, tanto no cenário de referência quanto no de mercado", reforça a ata. O teto da meta é de 6,5%. 

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Nesse cenário, o BC avalia que o esforço adicional de política monetária tende a ser implementado com parcimônia, considerando os efeitos cumulativos e defasados da política monetária. Mas avisa que é preciso se manter "especialmente vigilante".

"Em momentos como o atual, a política monetária deve se manter especialmente vigilante, de modo a minimizar riscos de que níveis elevados de inflação, como o observado nos últimos doze meses, persistam no horizonte relevante para a política monetária", diz a entidade.