31 de março de 2012

Governo prorroga IPI menor para linha branca e inclui mais setores

Imposto sobre móveis e laminados foi zerado; para luminárias e lustres caiu de 15% para 5%; para a linha branca, terá mais 3 meses.

O governo decidiu prorrogar por mais 3 meses a redução de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre a linha branca com objetivo de estimular a economia, informou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, nesta segunda-feira. A medida encerraria no dia 31 deste mês. 

"Estamos começando o aquecimento da economia neste primeiro semestre", afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, em entrevista coletiva nesta segunda-feira. "A economia vai crescer a taxas próximas de 5% no segundo semestre para ter crescimento (em 2012) maior que 2011", emendou. 

Ele anunciou ainda a redução do IPI sobre móveis de 5% o para zero. O tributo que incide sobre luminárias e lustres também caiu, de 15% para 5%. Já para laminados houve redução de 15% para zero na alíquota do imposto. A renúncia fiscal, segundo Mantega, é de R$ 489 milhões para o governo federal. 

"A contrapartida é a manutenção do emprego. Não pode haver demissões nesses setores. Em fevereiro, a indústria admitiu 50 mil (trabalhadores) e queremos que isso continue", afirmou o ministro da Fazenda em entrevista coletiva. 

A decisão do ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi tomada na manhã desta segunda-feira, após ter conhecimento dos dados do ritmo da economia refletidos pelo Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), que apontou queda de 0,13% entre dezembro de 2011 e janeiro deste ano. O IBC-Br é visto no governo como o melhor indicador antecedente de atividade.

30 de março de 2012

Classes D e E pouparam mais que classe C no final de 2011

Pesquisa mostra que brasileiros de renda mais baixa aplicaram R$ 703 em um mês na poupança ou em outros investimentos, acima dos R$ 486 da classe média.
Classe média poupou R$ 486 em novembro do ano passado, contra R$ 703 das classes D e E.

A classe média brasileira poupou menos em 2011 do que em 2010. Em média, a classe C brasileira poupou R$ 486 no mês, R$ 98 a menos do que os R$ 584 de 2010. Além disso, o valor que a classe C afirmou ter destinado para a poupança ou outros investimentos foi inferior declarado pelas classes D e E. 

É o que mostra a pesquisa "O Observador Brasil 2012", elaborada pela Cetelem BGN, empresa do grupo BNP Paribas, que teve por base o mês de novembro do ano passado. 

Enquanto a classe C poupou R$ 486 no mês, a população das classes D e E elevou sua poupança a R$ 703 ao mês, R$ 447 acima do valor do ano anterior, segundo a pesquisa. 

A redução da poupança da classe C tem entre suas razões o aumento do gasto, já que os indivíduos de classe média declararam gastos maiores em 2011, com relação ao ano anterior, segundo a Cetelem BGN. 

Considerando todas as classes sociais, houve um aumento no valor poupado mensalmente pelos brasileiros no ano passado, para R$ 636, contra uma média de R$ 528 em 2010. 

Assim como os indivíduos das classes D e E, os pertencentes às classes A e B também passaram a poupar ou investir mais no ano passado. No total, o valor aplicado subiu R$ 207, para R$ 735 ao mês, de acordo com a pesquisa, que foi feita em dezembro do ano passado. 

Apesar do valor médio poupado no país ter aumentado no ano passado, o número de pessoas que declararam terem destinado uma parcela de seu dinheiro à poupança ou a outros investimentos caiu de 8% para 6%, segundo a pesquisa. 

A queda foi observada em todas as classes sociais, sendo que a classe C teve a maior perda em pontos percentuais. Em 2010, 7% dos entrevistados da classe média declararam terem poupado. No ano passado, o número baixou para 4%. 

Sobrou dinheiro? 

Em média, sobrou R$ 246,83 no bolso dos brasileiros ao final do mês, segundo a pesquisa. O valor é superior ao declarado pelos entrevistados no ano anterior, R$ 200,64. 

As classes A e B foram as que terminaram o mês com maior sobra de dinheiro, R$ 470, enquanto os indivíduos de classe C que ficaram no azul declararam ter sobrado R$ 217. Nas classes D e E, o valor foi R$ 133. 

Dívidas 

Os brasileiros que tiveram que atrasar o pagamento de contas de água, luz ou outros itens básicos em novembro do ano passado - mês de referência no levantamento da Cetelem BGN - foram 5% do total. Apesar de o percentual ser superior ao de 2010 (3%), é menos da metade do apurado em 2005 (11%). 

A pesquisa mostra ainda que 6% dos brasileiros declararam terem pagado uma prestação que estava em atraso em novembro do ano passado, contra 5% no ano anterior. Também foi 6% o percentual de indivíduos que afirmaram terem adquirido uma nova prestação no mês.

29 de março de 2012

Empreendedor cria equipamento para organizar filas de pronto-socorro

ToLife já fechou contrato com a rede pública de Minas Gerais e agora mira em hospitais particulares do Rio, São Paulo e Curitiba.
                                                        Equipamento Trius, da ToLife.

Reduzir filas em salas de emergência de hospitais parece o sonho de muita gente. E é o sonho que o empreendedor mineiro Leonardo Lima de Carvalho quer realizar. Fundador da empresa ToLife, o cientista da computação saiu de um emprego para investir em uma solução que organizasse melhor a triagem dos prontos-socorros e reduzisse mortes e custos.

A empresa criou um equipamento, batizado de Trius, que auxilia profissionais de saúde a fazerem a triagem dos pacientes que dão entrada na emergência de acordo com o Protocolo de Manchester, um método de classificação da condição de saúde e da urgência no atendimento de quem chega a um serviço de emergência. “Cerca de 60% das pessoas que chegam a um pronto-socorro não deveriam estar lá, deveriam ser atendidos por outros serviços”, afirma Carvalho.
 
                                       Leonardo Lima de Carvalho, fundador da ToLife.

Seu equipamento tem por objetivo ordenar os pacientes para garantir que os casos mais urgentes sejam atendidos primeiro. A empresa fornece o equipamento, o software, serviços e insumos, como fitas de exames. A inovação, segundo Carvalho, é unir ferramentas de diagnóstico a um software que os interpreta e armazena. 

O empreendedor explica que um profissional treinado, médico ou enfermeiro, usa o equipamento durante a triagem dos pacientes e classifica o grau da urgência a partir da queixa, dos sinais vitais e outras informações de saúde do paciente. O equipamento armazena as informações do paciente até a alta e organiza o fluxo dos pacientes. 

Dependendo do caso, o software pode dar uma resposta que permita orientar o paciente a ir para casa e procurar um atendimento mais adequado, como uma clínica, de acordo com o empreendedor. “No longo prazo, uma vantagem é a educação da população para procurar o serviço de emergência somente quando ele for realmente indicado”, afirma. 

Como os atendimentos em prontos-socorros são mais caros do que em clínicas, as proposta é que o equipamento ajude os hospitais, públicos e privados, a reduzirem custos. “Ainda não coloquei no papel quanto dá para economizar, mas com certeza dá resultados para os hospitais”, garante Carvalho. 

A ferramenta já está implantada em 3.500 unidades de saúde de Minas Gerais, resultado de uma negociação com o governo estadual. Agora, a ToLife busca vender a sua solução para hospitais particulares de São Paulo, Curitiba e do Rio de Janeiro, além de internacionalizar as operações. 

“Já estamos em três unidades de saúde do México e vamos iniciar o trabalho na Colômbia”, afirma. Com a expansão, a empresa espera ampliar seus números. No início da operação, entre outubro de 2010 e o final de 2011, a ToLife faturou R$ 29 milhões. Para este ano, a expectativa é faturar R$ 35 milhões.

28 de março de 2012

Espanha deve aumentar preço de energia e cortar subsídios

Jornais espanhóis preveem que pacote de medidas será anunciado na próxima sexta-feira (30).

O governo espanhol de centro-direita pode decretar na próxima sexta-feira um aumento das taxas de energia elétrica de até 7 por cento para os consumidores e reduzir os subsídios aos distribuidores de energia em 10 por cento, afirmaram vários jornais neste sábado.
                          Medidas de austeridade têm causado protestos na Espanha.

No entanto, fontes do governo disseram à Reuters que não houve decisão ainda sobre o conteúdo exato ou o momento das reformas do setor de energia pendentes. O corte nos subsídios aos distribuidores poderia reduzir o crescente déficit da Espanha em cerca de 500 milhões de euros por ano, segundo relatos da mídia local. 

O governo tenta levar adiante um plano de austeridade para se afastar da crise de dívida da zona do euro. Os subsídios mais baixos afetariam Iberdrola, Gás Natural Fenosa e Endesa e outras empresas menores, segundo as reportagens. 

Os jornais financeiros Expansion e El Economista informaram que os distribuidores de energia consideravam uma ação legal contra o governo se os subsídios foram cortados, com exceção da REE, que tem 20 por cento de propriedade estatal, e a Enagas, na qual o governo tem 5 por cento. 

O ministro da Indústria, Jose Manuel Soria deve levar o decreto proposto para a reunião de gabinete na sexta-feira. No mesmo dia, o gabinete deve aprovar o orçamento austero 2012, os jornais noticiaram. 

Uma segunda fase da reforma energética poderia vir em abril ou maio. Uma possibilidade que o governo está considerando é um imposto sobre os lucros extraordinários de energia hidráulica e geração nuclear. 

O regulador do setor de energia da Espanha recomendou este mês que as taxas sobre consumo devem subir para fixar uma estrutura de mercado de energia que acumula uma dívida, com suporte do governo de 24 bilhões de euros. 

O chamado "déficit tarifário" tem crescido por mais de 10 anos, devido aos serviços públicos sendo forçados a vender energia a preços regulamentados de geração nominal abaixo dos custos de distribuição. 

Mas o ministério da indústria criticou o relatório e o Partido do Povo, recém-eleito, tem dito repetidamente que os consumidores não devem pagar todo o peso do déficit do setor da energia. Tarifas de energia dos consumidores foram subiram 8,1 por cento no primeiro trimestre do ano passado e 9,8 por cento no terceiro trimestre.

27 de março de 2012

Nova farmacêutica nacional fará remédios tidos como futuro da indústria

BioNovis, criada por união de quatro produtoras brasileiras de medicamentos, terá fábrica e centro de pesquisa para fazer biotecnológicos.
Odnir, a frente de José Mendes (Ache), Carlos Sanches (EMS), Nelson Mello (Hypermarcas) e Fernando Marques (União Química): parceria inédita no mercado nacional.

Um dia após a presidenta Dilma se reunir com empresários para pedir que façam mais investimentos, quatro farmacêuticas nacionais assinaram um acordo que cria uma empresa de alta tecnologia no País. A BioNovis, fundada pelas concorrentes EMS, Ache, Hypermarcas e União Química, vai produzir os chamados remédios biotecnológicos, usados no tratamento de doenças complexas. Será a primeira grande empresa brasileira a entrar nesse mercado, cujas importações custaram ao governo R$ 6 bilhões no ano passado – que são 46% de todo o gasto governamental com medicamentos importados. 

A empresa vai demandar R$ 500 milhões de investimento nos primeiros cinco anos de vida, dos quais R$ 200 milhões sairão dos caixas das sócias (cada uma tem 25% da BioNovis) e darão conta de colocar o negócio para funcionar. O resto será captado conforme o projeto se desenvolva. Não está descartado um financiamento do BNDES – ou mesmo uma sociedade com o banco de desenvolvimento. "Talvez seja o investimento mais importante da história da indústria farmacêutica brasileira", diz Odnir Finotti, presidente da BioNovis. 

A empresa terá uma fábrica desses remédios, mas o local e o custo do investimento só devem ser anunciados em 90 dias. Além disso, irão construir um laboratório de pesquisas, que deve começar a funcionar ainda este ano – cerce de 60% do investimento feito na BioNovis será para pesquisa e desenvolvimento. O escritório já começa a funcionar, na Av. Faria Lima, em São Paulo. 

Os remédios biotecnológicos, feitos a partir de células vivas, são considerados o futuro da indústria farmacêutica. São caros – mesmo sendo 46% dos gastos públicos com importação, representam só 2% do volume de remédios comprados fora – e consumidos apenas dentro de hospitais, não vendidos em farmácias. É um mercado de US$ 160 bilhões no mundo, e de R$ 10 bilhões no Brasil. Entre os dez remédios mais vendidos mundialmente, cinco são do tipo. "Em vinte anos, o mercado de biotecnológicos será maior que o de remédios químicos", avalia Finotti. 

Esses remédios são usados para combater doenças como câncer, artrite reumatóide, lúpus e Alzheimer. São produzidos principalmente nos EUA, Alemanha, Suíça e Reino Unido, mas emergentes como Índia, China e Coreia do Sul já fabricam biotecnológicos – o Brasil importa inclusive da Argentina. A BioNovis deve colocar os primeiros biotecnológicos nacionais no mercado em dois ou três anos. "Como serão feitos aqui, eles deverão ser mais competitivos que os importados", diz o executivo. 

O fato de quatro empresas concorrentes terem se unido para criar um negócio é algo inédito no setor. Entre as primeiras conversas e a conclusão do acordo, passaram-se apenas seis meses. No acordo de acionaistas, está previsto que nenhuma delas poderá entrar na fabricação de biotecnológicos, ou seja, virar concorrente da BioNovis. O acordo prevê ainda que a BioNovis não poderá ser vendida para empresas estrangeiras. 

Também ficou definido que cada sócio terá dois assentos no conselho, e que a diretoria não poderá ter executivos que também sejam diretores nas acionistas. Finotti, o presidente, estava comandando a Pró Genérico, associação que representa empresas do setor. 

"Os sócios sabem que a BioNovis não poderá ser um negócio pequeno, por isso ela já nasce com a intenção de ser uma empresa global e exportar medicamentos", explica o executivo – ainda assim, o principal comprador deverá ser o governo, com 60% dos pedidos. "A empresa tem potencial para se tornar, dentro de vinte anos, a maior farmacêutica brasileira", diz.

26 de março de 2012

País tem 50 mil milionários, com R$ 434 bilhões aplicados, diz Anbima

Levantamento da Anbima mostra que quase 80% dos recursos estão em fundos de investimento e em ativos de renda fixa.

O Brasil encerrou 2011 com mais de 50 mil clientes no segmento de private banking - cujas aplicações superam R$ 1 milhão -, e com um volume total de R$ 434,4 bilhões em ativos sob gestão, de acordo com levantamento da Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiros e de Capitais (Anbima) divulgado nesta sexta-feira. 

O crescimento da indústria foi de 21,6% no ano passado, contra 22,9% em 2010. Já o número de clientes registrou avanço de 5,7% em 2011, bem mais lento que no ano anterior, quando o crescimento foi de 12,2%. Com isso, o volume médio de recursos por cliente subiu de R$ 7,5 milhões para R$ 8,6 milhões.

Segundo a Anbima, os fundos de investimentos foram o principal destino das aplicações dos milionários, com 43% dos recursos totais. Em seguida, vêm os ativos de renda fixa, categoria que registrou maior crescimento, passando de 32,5% para 37,5%, essencialmente concentrado em títulos privados. Já os ativos de renda variável perderam a preferência dos investidores, caindo de 19,1% para 14,5%. Apesar disso, o maior volume de recursos dos investidores está alocado na categoria multimercados, que cresceu 26,8% em 2011.

O levantamento mostra ainda que o volume de ativos sob gestão cresceu de forma mais acelerada no primeiro semestre, "em função da maior aversão ao risco observada na segunda metade do ano." A maior parte deles se encontra em São Paulo (57,5%), enquanto Rio de Janeiro agrupa 17,1% e a região Sul vem em terceiro, com 11,9%.

Revisão

No estudo, a Anbima informou que revisou sua base de dados desde 2009. Entre as principais mudanças está a diminuição do volume de ativos sob gestão em 2009, que caiu de R$ 301 bilhões para R$ 290 bilhões, e 2010, que registrou queda de R$ 371 bilhões para R$ 357 bilhões. O número de clientes também foi revisado para baixo nesses dois anos, com destaque para a redução de 63 mil para 47 mil em 2010.

25 de março de 2012

Mais uma geração perdida surge. Desta vez, nos Estados Unidos

Desde os anos 40 não era tão difícil para os jovens americanos concluir etapas básicas, como pagar faculdade, encontrar emprego, comprar casa e economizar.

Os jovens normalmente são os mais atingidos em épocas de crise econômica. Nos Estados Unidos não é diferente. Enquanto o desemprego no país estacionou em 8%, entre os jovens de 18 a 24 anos o índice chega a 20%. Um quinto dos jovens que gostariam de entrar no mercado de trabalho, possivelmente com o seu primeiro emprego, está em casa. Pior, mesmo aqueles que encontram trabalho, raramente iniciam uma carreira propriamente dita com o primeiro ou segundo emprego. 

“Esses jovens ficarão marcados para sempre e serão chamadas de ‘geração perdida’, afinal suas carreiras e suas vidas seriam radicalmente diferentes, não fosse a crise econômica”, disse Richard Freeman, economista da Universidade de Harvard.
Ryan Villarina e Christy Hermandes: faculdades mais baratas e distribuindo folhetos por US$ 10 por hora.

Uma pesquisa recente do Centro de Pesquisa Pew afirma que, Desde os anos 40, nunca foi tão difícil para um jovem americano concluir etapas básicas, como pagar a sua faculdade, encontrar um emprego, comprar uma casa e guardar economias para o futuro. “Apenas 54% dos jovens entre 18 e 24 anos estão empregados atualmente nos EUA, o menor número desde 1948. Além disso, a diferença entre o índice de desemprego entre jovens e adultos nunca foi maior em toda a história do país”, aponta a pesquisa. 

Outro ponto negativo para o futuro da economia é o fato da diferença de anos de estudo entre ricos e pobres americanos estar crescendo. Pesquisa da Universidade de Michigan demonstra que a cada 100 estudantes ricos que se formam na faculdade, apenas 50 estudantes de classe média ou pobres conseguem terminá-la. 

O economista e prêmio Nobel Joseph Stiglitz, da Columbia University, diz que a maioria dos jovens formados em universidades nos EUA já está falida, antes mesmo de começar a trabalhar. “Pessoas com formação mais completa acabam tendo mais oportunidades na vida. Mas se você precisa pegar empréstimos para pagar a sua educação, o seu futuro não será fácil. As estatísticas demonstram que as chances de você conseguir um emprego que permita que você pague este empréstimo são muito baixas. Segundo as leis americanas, mesmo que você sofra uma falência, você ainda tem a obrigação de pagar pelas dívidas ligadas à sua educação. A maior parte dos jovens americanos, então, já começam a vida profissional com dívidas altíssimas e sem grandes oportunidades”, disse Stiglitz. 

É exatamente esse cenário que Ryan Villarina está tentando evitar. Aos 23 anos, ele largou a faculdade de psicologia, na Califórnia, para estudar moda em Nova York. Ele foi aceito em uma das escolas de design mais respeitadas do mundo, a Parsons, porém, depois de adiar por dois semestres, simplesmente desistiu de se matricular. “O curso dura 4 anos e custa U$ 40 mil por ano. Eu consegui uma bolsa de estudos que pagaria U$ 13 mil por ano. Mas mesmo assim, eu ainda teria que pegar mais de U$ 100 mil emprestados, além dos gastos para viver. É impossível. Desisti antes mesmo de tentar. Até porque ter curso superior não é garantia nenhuma de achar emprego”, contou Ryan. 

Christy Hermandes, de 21 anos, conseguiu se formar em consultoria de moda. Ela optou por uma escola menos conhecida e menos cara, mas mesmo assim precisou pegar U$ 36 mil emprestados para paga-la. Ryan e Christy concederam essa entrevista enquanto trabalhavam distribuindo panfletos de um salão de beleza nas ruas de Nova York, um emprego temporário que paga cerca de U$ 10 por hora. “A minha universidade tem escritório de colocação, para ajudar a nos colocar no mercado de trabalho na nossa área. Eu tentei por seis meses, preenchi centenas de fichas e cadastros, mas nada apareceu. Então tive que pegar esse emprego, que pelo menos tem um pouco a ver com moda e beleza”, se consola Christy, que ainda tem U$ 18 mil em dívidas estudantis.
Bumi Oienuga trabalha de acompanhante porque a mãe é enfermeira: na turma de 76 alunos de contabilidade, nenhum arrumou emprego, nem mesmo estágio não remunerado.

Bumi Oienuga, de 23 anos, está no último ano do curso de contabilidade. Ele trabalhou por um tempo como acompanhante particular de idosos e deficientes, emprego que só conseguiu porque sua mãe é enfermeira e o colocou em contato com essas pessoas. Porém na área de contabilidade, Bumi não vê grandes possibilidades. “Na minha turma de 76 alunos, ninguém conseguiu estágio ou emprego na área, nem mesmo estágio não remunerado”, diz. Ele explica que se não encontrar emprego até se formar, em agosto, pensa em voltar a trabalhar com idosos e talvez até mesmo voltar à universidade para estudar enfermaria. “Eu quero ser contador, mas se não posso, tenho que me adaptar”, afirma. 

Geração perdida foi uma expressão criada pela escritora Gertrude Stein, nos anos 1920, em referencia aos jovens franceses que viviam a crise econômica pós-Primeira Guerra Mundial. Também foram chamados assim os jovens japoneses nos anos 1990, durante a estagnação econômica do país. Mas países ricos em recessão e com altos índices de desemprego entre os jovens, como Espanha, Grécia, Portugal, Itália e até mesmo os Estados Unidos, estão trazendo à tona a expressão de Stein, que tende a ficar cada vez mais contemporânea.

24 de março de 2012

Lucro da Embraer cai 72,7% em 2011

No último trimestre do ano passado, fabricante de aviões teve prejuízo líquido de R$ 171,6 milhões.

A fabricante de aviões Embraer registrou prejuízo líquido atribuído aos acionistas de R$ 171,6 milhões no quarto trimestre de 2011, revertendo o lucro de R$ 208 milhões registrado no mesmo período do ano anterior. 

No ano, a empresa apresentou lucro de R$ 156,3 milhões, resultado que representa uma queda de 72,7% em relação ao ano de 2010. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortizações) atingiu R$ 101,3 milhões no período, recuo de 69,7% sobre os R$ 334,6 milhões apurados no mesmo espaço de tempo de 2011. 

A margem Ebitda caiu de 10% no quarto trimestre de 2010 para 2,8% no fim de 2011. No ano, o Ebitda somou R$ 923 milhões ante 1,069 bilhão de 2010. A receita líquida da companhia foi de R$ 3,667 bilhões no quarto trimestre do ano passado ante R$ 3,341 bilhões no mesmo período de 2010. Em todo o ano de 2011 a receita líquida atingiu R$ 9,858 bilhões.

23 de março de 2012

Alta dos preços do petróleo pode ameaçar economia global, diz FMI

Para diretora do Fundo, preços da commodity podem ficar de 20% a 30% mais caros caso a crise com o Irã continue.

Um choque repentino nos preços de petróleo ameaçaria a recuperação da fragilizada economia global, afirmou Christine Lagarde, diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI), salientando a vulnerabilidade de um mundo que está tentando equilibrar os efeitos da crise de dívida soberana da zona do euro. 

Os contratos futuros do petróleo Brent para entrega em maio estão em torno de US$ 124,00 por barril, mas já atingiram US$ 128 por barril no começo deste mês. Os preços do petróleo chegaram a atingir o recorde de US$ 147 por barril um pouco antes de a crise financeira global de 2008 ter piorado. 

A crise na Líbia ano passado já apertou a oferta global de petróleo, e o aumento das tensões entre o Ocidente e o Irã pode a representar novo choque de oferta o que elevaria ainda mais os preços. Os preços do petróleo já aumentaram 17% este ano. 

Lagarde advertiu que os preços podem ficar de 20% a 30% mais altos se as exportações do petróleo do Irã caírem rapidamente e levaria muito tempo para que o petróleo de outros exportadores conseguissem ajustar a oferta global para estabilizar os preços. Qualquer interrupção na produção de petróleo terá "sérias consequências" para a economia mundial, afirmou Lagarde em conferência na Índia. 

Entretanto, a economia global já mostra sinais de estar saindo do sufoco, ajudada pelas injeções de liquidez do Banco Central Europeu (BCE), aperto fiscal e esforços do FMI. A situação da economia global "não está tão ruim quanto estava há três meses, realmente estamos longo do abismo", afirmou Lagarde. 

A diretora do FMI repudiou as preocupações que os riscos inflacionários estejam aumentando devido aos quase € 1 trilhão que o BCE forneceu aos bancos da zona do euro como parte de suas operações de refinanciamento de longo prazo. Separadamente, Lagarde, que está na em visita à Índia, disse que os países do Sul da Ásia devem dar prioridade ao estímulo ao investimento estrangeiro direto. A Índia não fez esforço por grandes reformas nas últimos anos para garantir os investimentos estrangeiros. No ano passado, o governo voltou atrás na decisão de abrir o varejo para grandes investidores estrangeiros. As informações são da Dow Jones.

22 de março de 2012

Chevron precisa ser um exemplo para o setor

Para a ANP, o acidente deve ser exemplo na conduta de empresas, especialmente as estrangeiras que estão se instalando no país.

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) quer que o caso Chevron sirva de exemplo para o setor, especialmente para as empresas estrangeiras que estão se instalando no País. A ideia é usar o acidente para ajustar a conduta das empresas em termos de prevenção, ações de contenção e transparência na divulgação de dados. "Eu própria já avisei à Chevron que eles precisam ser um exemplo", disse a diretora-geral da ANP, Magda Chambriard.

O presidente da Chevron no Brasil, George Buck, foi convocado na última sexta-feira na agência para dar esclarecimentos sobre o caso. A ANP não comenta a pauta do encontro.

Segundo uma fonte, Buck foi cobrado sobre o atraso de quase dez dias na comunicação à ANP do vazamento deste mês, sobre o atraso na comunicação de que havia um afundamento no terreno onde foi aberta uma fresta de 800 metros por onde vaza o óleo, e de ter parado a produção antes de um aval do órgão regulador, entre outros assuntos. Também foi abordado o fato de dados sobre o acidente terem saído na imprensa internacional antes da comunicação formal à agência.

A Chevron homologou um
pedido de suspensão de produção na agência na semana passada, em uma decisão tomada com o respaldo da Petrobras, que é sócia do empreendimento com 30% de participação. No entanto, a suspensão aconteceu antes que a ANP analisasse os dados técnicos, o que fere as normas regulatórias.

21 de março de 2012

Produzir no Brasil custa mais que nos Estados Unidos

Custo da mão de obra subiu 46% no país nos últimos cinco anos, enquanto apenas 3,6% nos EUA, onde um gerente chega a ganha até 20% menos que aqui.

Está mais barato produzir bens industriais nos Estados Unidos do que no Brasil. A afirmação parece um contrassenso, mas se tornou realidade. A crise provocou uma reviravolta na estrutura de custos das empresas, encarecendo uma nação emergente como o Brasil e tornando os EUA um país de baixo custo. 

"As empresas relatam que hoje existem condições mais favoráveis para a produção industrial nos Estados Unidos do que no Brasil", conta Gabriel Rico, CEO da Câmara Americana de Comércio (Amcham-Brasil), que reúne as multinacionais americanas instaladas no País. 

O câmbio é o principal vilão por causa do enfraquecimento do dólar, especialmente diante do real, mas não é o único. Levantamento da MB Associados, feito a pedido da reportagem, aponta que despesas importantes, como energia e mão de obra, subiram muito mais no Brasil do que nos Estados Unidos. 

Nos últimos cinco anos, o custo do trabalho em dólar na indústria aumentou 46% no Brasil e apenas 3,6% nos Estados Unidos. Segundo Aluizio Byrro, presidente do conselho da Nokia Siemens na América Latina, a mão de obra no Brasil está entre as mais caras do mundo. "Um gerente de nível médio chega a ganhar 20% menos nos EUA do que aqui." 

No Brasil, os encargos trabalhistas são pesados e a variação cambial encareceu os salários em reais. Além disso, o crescimento da economia e a baixa escolaridade da população provocou uma forte escassez de mão de obra qualificada. Nos Estados Unidos, trabalhadores não têm direitos como décimo terceiro salário ou licença-maternidade. Com a crise, as empresas ganharam poder de barganha e conseguiram até redução de salários. 

"No setor automotivo americano, por exemplo, tudo foi repensado para salvar empresas que estavam à beira da falência", diz Marcelo Cioffi, sócio da consultoria PwC. "Já o Brasil é um dos países mais onerosos do mundo para produzir carros. Não só pelo câmbio, mas também pela falta de escala, excesso de impostos, mão de obra e matéria-prima mais caras."

20 de março de 2012

Lagarde vê sinais de estabilização da economia mundial

Para a diretora gerente do FMI, economia mundial situação deixou de ser sombria, mas ainda há fragilidades que precisam ser enfrentadas.

A diretora gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, afirmou neste domingo em Pequim que a economia mundial mostra "sinais de estabilização", apesar das dificuldades para enfrentar algumas "fragilidades"."Os últimos anos foram extremamente difíceis em muitos lugares do mundo. E nos últimos meses, a situação era inclusive sombria", afirmou no Fórum de Desenvolvimento da China, que reuniu no fim de semana em Pequim empresários e investidores de várias partes do mundo, além de autoridades chinesas. 

"Vemos hoje novos sinais de estabilização, sinais de que as políticas aplicadas dão frutos. As condições dos mercados se distenderam e os indicadores econômicos recentes começam a melhorar, inclusive nos Estados Unidos", completou Lagarde.Lagarde também destacou os "avanços importantes com o renovado apoio à Grécia do FMI e seus sócios europeus"."Depois deste esforço coletivo, a economia mundial não está mais à beira do precipício e temos razões para ser otimistas", insistiu Lagarde. 

A diretora do FMI ressaltou, no entanto, que ainda existem "fragilidades econômicas e financeiras maiores a enfrentar", como a fragilidade persistente dos sistemas financeiros, um endividamento público e privado que continua sendo muito importante em muitas economias desenvolvidas ou preços do petróleo muito elevados. 

Além disso, Lagarde afirmou que a China deve "continuar reorientando os motores do crescimento econômico, os investimentos e as exportações para o consumo interno", com o objetivo de compartilhar os frutos do crescimento.O vice-premier chinês Li Keqiang, que para muitos analisas substituirá no próximo ano o atual primeiro-ministro Wen Jiabao, insistiu na necessidade de reequilibrar o crescimento do gigante asiático para uma demanda interna maior."Temos que utilizar projetos de ajuda social como vetores de crescimento", declarou Li. 

Uma proposta que foi respaldada pelo secretário-geral da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômicos (OCDE), Angel Gurría, para quem mais gastos sociais na China seriam bons para o crescimento porque a população teria a "tendência de consumir mais".

19 de março de 2012

Eike comemora ‘nova era’ de relacionamento com a Petrobras

Bilionário também considera tirar dinheiro do próprio bolso para aumentar capital da OSX: "não tenho problema em ficar meio bilhão de dólares mais pobre".

O empresário Eike Batista, presidente do conselho de administração do grupo EBX, comemorou nesta sexta-feira a mudança “drástica” de relacionamento de suas empresas com a Petrobras. Em teleconferência, Eike disse que a OSX, braço de engenharia naval do conglomerado que dirige, e a Petrobras vão “se ajudar mutuamente”.

As declarações foram feitas após as negociações de OSX e a Sete Brasil, empresa na qual a Petrobras tem participação. As companhias devem anunciar, nas próximas semanas, um acordo de US$ 1,6 bilhão que prevê a construção, pela empresa do grupo EBX, de duas sondas à parceira da estatal. É uma evolução e tanto para duas companhias que viviam em disputa. 

Eike destacou a possibilidade de, no futuro, a OSX produzir equipamentos para a Petrobras. “As duas empresas são brasileiras, então por que a Petrobras só poderia fazer acordos com a Shell ou com a BP? Estou satisfeito e orgulhoso do relacionamento entre as empresas que mudou drasticamente”, afirma o homem mais rico do Brasil e o sétimo mais rico do mundo, com fortuna de US$ 30 bilhões, segundo a Forbes. 

A teleconferência tinha como objetivo explicar o plano de capitalização da OSX, lançado nesta semana, e o empresário fez questões de dissipar as dúvidas sobre a posição de caixa da empresa. A companhia recebeu propostas de financiamento de R$ 1,8 bilhão dos bancos Bradesco e Itaú BBA. 

Também essa semana a OSX firmou um acordo de US$ 732 milhões com a Kingfish para a construção de 11 navios-tanque para a empresa. “Vamos fazer face aos novos pedidos que a empresa recebeu, e vamos cumprir todos os compromissos assumidos”, disse Eike. Ele afirmou ainda que colocará do próprio bolso US$ 1 bilhão para aumentar o capital da OSX, em operação que começará no segundo semestre e terminará em 2013. “Não tenho problema em ficar meio bilhão de dólares mais pobre”, disse. 

Parceria com a Hyundai 

Na teleconferência, Eike destacou o bom relacionamento com a Hyundai Heavy Industries, que comprou, no ano passado, 10% da participação na empresa de offshore do grupo. “Cerca de 40 gerentes coreanos serão transferidos para o Brasil para passar conhecimento e tecnologia, e brasileiros também irão para a Coreia (do Sul) para entender os procedimentos e aprender a administrar o estaleiro”, afirmou. 

“A joint-venture com a Hyundai permitirá fornecer know-how mais sofisticado para a construção de navio”, disse Eike, que lembrou ainda a visita que a presidenta Dilma Rousseff fará, em abril, ao Superporto do Açu, que está sendo construído no norte do Rio de Janeiro.

18 de março de 2012

Brasileiro é primeiro da fila para comprar iPad em Nova York

Eric Ladd esperou 30 horas na fila.

O novo iPad foi colocado à venda nesta sexta-feira, com os fãs da Apple formando filas de Sydney a São Francisco para comprar a última versão do tablet. Em Nova York, um brasileiro foi o primeiro a adquirir o produto.

Aproximadamente 1.000 pessoas fizeram fila do lado de fora da loja da Apple em Manhattan para comprar o novo iPad, mas na Europa a procura não foi tão entusiasmada. Na Ásia, o tablet também causou menos furor que os lançamentos anteriores, já que a nova versão não traz muitas inovações tecnológicas. 

                                          Ladd esperou 30 horas para comprar iPad 

A primeira pessoa a entrar na Apple Store de Manhattan para comprar o novo iPad foi o brasileiro Eric Ladd. "Estou ansioso para vê-lo", disse Ladd. "Vim direto do Brasil", acrescentou. 

Ladd, 38 anos, disse ter esperado 30 horas na fila. Mas "os brasileiros vão ter que esperar três ou quatro meses, então serei um dos primeiros". 

Entre os compradores que acamparam do lado de fora da loja em Los Angeles estava o cofundador da Apple, Steve Wozniak, que tradicionalmente se une às multidões para comprar os últimos produtos da empresa. 

Enquanto alguns fãs esperavam pacientemente do lado de fora das lojas americanas, um casal da Flórida foi preso por supostamente tentar roupar tablets da loja Best Buy. 

De acordo com o detetive Geoffrey Fahringer, em declarações ao Orlando Sentinel, Jasmin Roman, 24 anos, que trabalha na Best Buy, e o namorado dela, Juan Carlos Ortiz Valez, 26, que tinha sido demitido da loja, planejavam assaltá-la. 

"Eles assistiram a muitos filmes", disse Fahringer depois que os policiais confiscaram duas pistolas, oito algemas, correntes, cadeados, máscaras, luvas, binóculos e uma faca. 

'Applemaníacos' de Sydney, Tóquio, Hong Kong, Cingapura, Frankfurt e Londres elogiaram o display melhorado, e não pareciam preocupados com o fato de a tão apregoada conexão 4G LTE estar indisponível fora da América do Norte. 

A loja on-line da Apple nos Estados Unidos vendeu rapidamente iPads para entrega nesta sexta-feira e começou a informar os compradores que eles precisarão esperar várias semanas para colocar suas mãos em um. 

Na Ásia, chegada foi morna

Apesar da expectativa, o entusiasmo em comparação com lançamentos anteriores era praticamente inexistente, com o empurra-empurra visto em Hong Kong para o iPhone 4S reduzido a uma fração e a tradicional longa fila de Tóquio finalizada no meio da manhã. 

Em Londres, centenas de pessoas faziam fila quando a maior loja da Apple na Europa abriu para as vendas, mas o número de pessoas também era menor em relação aos lançamentos anteriores. 

Dipak Varsani, um estudante de 21 anos de Londres que era o primeiro da fila, disse que acampou com dois amigos na frente da loja por mais de 24 horas, desde as 01H00 GMT de quinta-feira (22H00 de Brasília de quarta-feira). 

"Tenho um iMac e um iPhone, mas esse é meu primeiro iPad. Eu sou um 'cara da Apple' - eu gosto dos aplicativos da Apple, de sua simplicidade. Não me importo de pagar por isso", disse Varsani. 

Luciana Rolesu, uma italiana de 42 anos que mora em Londres, disse que ficou na fila por cerca de cinco horas para comprar iPads para o namorado e para seu chefe. 

Fãs que faziam filas em Sydney, Tóquio, Hong Kong, Cingapura, Frankfurt e Londres elogiaram o display melhorado.

"Eu estava aqui no ano passado para o novo iPhone. A fila era muito maior, realmente louco", disse. 

Havia apenas quatro pessoas esperando fora da loja da Apple no centro financeiro alemão de Frankfurt, acompanhadas por duas equipes de televisão.

O novo tablet está sendo lançado na Austrália, Estados Unidos, França, Canadá, Alemanha, Japão, Cingapura, Suíça, Grã-Bretanha e Hong Kong nesta sexta-feira.

A última versão tem um processador mais poderoso e uma grande melhoria na resolução da tela, chamada de "Retina", que a Apple afirma que projeta a imagem mais nítida já existente em um dispositivo móvel.

Em Sydney, onde as primeiras vendas do planeta começaram, apenas uma pessoa estava na fila no meio da tarde de quinta-feira - e estava sendo paga para estar lá.

Cerca de 50 pessoas fizeram fila em Tóquio. Ryo Takahashi, de 25 anos e que chegou à loja de Tóquio usando uma faixa de cabeça que dizia "Eu sou um samurai iPad!", disse que a nova tela Retina era uma razão boa o suficiente para que ele ficasse na fila.

"Quando você começa a usar a tela Retina, você simplesmente não pode voltar para a antiga", sentenciou Takahashi.

A expectativa antes do lançamento fez a ação da Apple atingir os 600 dólares pela primeira vez em Wall Street na quinta-feira, antes de fechar em 585,56 dólares. As ações ganharam mais de 50% nos últimos três meses.

17 de março de 2012

Ambev supera Vale em valor de mercado em dois pregões

Cervejaria ficou à frente da mineradora nos dias 9 e 12. Petrobras lidera.

A Ambev está disputando com a mineradora Vale a posição de segunda maior empresa brasileira de capital aberto por valor de mercado, segundo levantamento divulgado no dia 14 de março pela Economatica. 

Segundo cálculos da consultoria, a Ambev foi, por dois pregões consecutivos, maior que a Vale. Nos dias 9 e 12 de março (sexta e segunda-feira) o valor de mercado da companhia de bebidas ultrapassou o da mineradora. No dia 12 de março, por exemplo, o valor de mercado da Ambev foi de R$ 211,4 bilhões contra R$ 204,8 bilhões da Vale. 

Essa situação não era vivenciada, de acordo com a Economatica, desde o dia 27 de novembro de 2011. No dia 13 de março a Vale recuperou a posição com valor de mercado de R$ 215,5 bilhões em relação a R$ 214,1 bilhões da Ambev. 

A maior empresa por valor de mercado no Brasil é a Petrobras com R$ 314,93 bilhões, conforme o último pregão no dia 13 de março. 

A Economatica informa que para o cálculo do valor de mercado das empresas não considera as ações em tesouraria.

16 de março de 2012

Mais impacientes, internautas querem sites num piscar de olhos

Demora de 0,4 segundo já é suficiente para irritar usuários. Google e Microsoft investem em pesquisa para tornar a web mais rápida.

Espere um segundo.

Não, isso é tempo demais.

Você se lembra de quando estava disposto a esperar alguns segundos para que o computador respondesse a um clique num site ou a um toque no teclado? Hoje em dia, até mesmo 400 milissegundos - literalmente um piscar de olhos - é demorado demais, segundo uma descoberta de engenheiros do Google. Esse atraso quase imperceptível faz com que as pessoas pesquisem menos.

"Subconscientemente, você não gosta de esperar", disse Arvind Jain, engenheiro do Google e principal maestro de velocidade na empresa. "Cada milissegundo importa".

O Google e outras empresas de tecnologia estão numa nova busca por velocidade, desafiando pessoas como Jain a acelerar o que já é rápido. O motivo é que smartphones e tablets sedentos por dados vêm criando frustrantes congestionamentos digitais - à medida que usuários baixam mapas, vídeos de esportes, novas atualizações ou recomendações para restaurantes próximos. A competição para ser o mais rápido é feroz.

Arvind Jain, do Google, mostra uma tabela com o tempo de carregamento de páginas web

As pessoas acessam um site de vendas ou notícias com menor frequência se ele for 250 milissegundos mais lento do que um concorrente próximo (um milissegundo corresponde a um milésimo de um segundo). "Essa diferença de 250 milissegundos, seja para mais ou para menos, está perto do atual número mágico da vantagem competitiva na internet", afirmou Harry Shum, cientista da computação e especialista em velocidade da Microsoft.

O desempenho dos sites varia, assim como as expectativas dos usuários. Uma pessoa é mais paciente esperando um vídeo carregar do que pelo resultado de uma busca. E os sites enfrentam constantes conciliações entre riqueza visual e agilidade de resposta. Como sites de entretenimento e notícias oferecem mais vídeos e imagens interativas, isso pode deixar as coisas mais lentas.

Segundo pesquisas, porém, a velocidade importa em qualquer contexto. Quatro de cada cinco usuários online deixam o site se um vídeo demora para carregar.

Lentidão é mais grave em celulares

Em celulares, uma página web leva vagarosos nove segundos para carregar, segundo o Google, que rastreia uma enorme gama de sites - de páginas principais de grandes empresas às legiões de blogs individuais. O tempo médio de download em computadores pessoais é de seis segundos mundialmente, e cerca de 3,5 segundos nos Estados Unidos. Os grandes mecanismos de busca, como Google e Bing, são os demônios da velocidade na web, dizem analistas, geralmente entregando resultados em menos de um segundo.

            Página do Google em smartphone: lentidão prejudica navegação em celulares

A sede por velocidade nos smartphones é uma oportunidade de negócio para empresas como a Akamai Technologies, especializada em ajudar sites a entregar serviços mais rapidamente.

A Akamai pretende lançar, ainda em março, um software acelerador de celulares para reduzir o tempo de carregamento de sites ou aplicativos.

O governo também reconhece a importância da velocidade na computação móvel. Em fevereiro, o congresso dos EUA abriu as portas a um aumento de capacidade de rede para dispositivos móveis, propondo uma legislação que permite o leilão de ondas públicas - hoje usadas em transmissões televisivas - para provedores de internet sem fio.

Fibra óptica e novos algoritmos melhoraram velocidade da rede

Superar as barreiras de velocidade se tornou parte da história da internet. Na década de 1990, quando a World Wide Web ganhou popularidade, ela era chamada de "World Wide Wait" (ampla espera mundial, em tradução literal). Invenções e investimentos atenderam ao chamado.

Instalar cabos de fibra ótica para transmissões de alta velocidade foi a primeira solução. Mas, além da largura de banda, a internet ficou mais rápida devido a inovações em algoritmos de software para roteamento de tráfego - e à distribuição de servidores ao redor do mundo, mais próximos dos usuários.

A Akamai, que surgiu no Laboratório de Ciência da Computação do MIT, criou seu negócio fazendo apenas isso. A maioria dos grandes sites de hoje usa tecnologia da Akamai. A empresa vê a internet móvel como o próximo grande desafio.

"As expectativas dos usuários estão cada vez mais curtas, e a infraestrutura de celulares não foi construída para esse tipo de velocidade", explicou Tom Leighton, cofundador e principal cientista da Akamai, que é também professor do MIT. "E isso é uma oportunidade para nós."

A própria necessidade por velocidade parece estar acelerando. No início da década de 1960, os dois professores do Dartmouth College que inventaram a linguagem de programação BASIC, John Kemeny e Thomas Kurtz, configuraram uma rede onde muitos estudantes podiam acessar um único grande computador por terminais com teclados.

"Descobrimos", observaram eles, "que qualquer tempo de resposta com mais de 10 segundos destrói a ilusão de ter seu próprio computador".

Regra dos dois segundos em questão

Em 2009, um estudo da Forrester Research mostrou que compradores online esperavam que as páginas carregassem em dois segundos ou menos - e com três segundos, uma grande parcela deixava o site. Apenas três anos antes, um estudo similar da Forrester descobriu que a expectativa média de carregamento de página era de quatro segundos ou menos.

A regra dos dois segundos ainda é bastante citada como padrão para sites de comércio eletrônico. Mesmo assim, especialistas em interação homem-computador dizem que a regra está ultrapassada. "A velha diretriz de dois segundos já foi há tempos ultrapassada na corrida das expectativas online", afirmou Eric Horvitz, cientista dos laboratórios de pesquisa da Microsoft.

O Google, que recolhe mais receita com publicidade online do que qualquer outra empresa, pode se beneficiar mais que a maioria caso a internet fique mais rápida. Jain, que trabalhou na Microsoft e na Akamai antes de se juntar ao Google, em 2003, é defensor da velocidade tanto dentro quanto fora da empresa. Ele conduz um programa "Torne a internet mais rápida", iniciado em 2009. Ele também assume posições importantes em grupos de padrões da indústria.

A velocidade, segundo Jain, é um elemento crucial dos produtos do Google. Existe até mesmo um orçamento para velocidade em toda a empresa; novas ofertas e ajustes de produtos não devem desacelerar os serviços do Google. Mas já houve lapsos.

Em 2007, por exemplo, depois que a empresa lançou novas ofertas populares como o Gmail, as coisas se desaceleraram ao ponto de os líderes do Google emitirem um "Alerta Amarelo" e distribuírem cronômetros de plástico aos seus engenheiros, para enfatizar a importância da velocidade.

Ainda assim, nem todos estão alinhados com a atual corrida pela velocidade. Kurtz, o cientista da computação de Dartmouth que coinventou o BASIC, tem hoje 84 anos - e admira como as coisas mudaram.

Os computadores e redes de hoje, concluiu Kurtz, "são rápidos o bastante para mim".

15 de março de 2012

Eurogrupo aprova segundo pacote de resgate à Grécia

Segundo chefe do grupo de ministros das Finanças da zona do Euro, novo programa financeiro para o país foi acertado politicamente.

O chefe dos ministros de Finanças da zona do euro, Jean-Claude Juncker, disse que o novo programa financeiro para a Grécia foi politicamente adotado na noite de segunda-feira e, sob os termos do segundo pacote de resgate, a dívida soberana da Grécia deve cair a 117% de seu Produto Interno Bruto (PIB) até 2020.

O novo pacote de socorro deve ser formalizado na manhã de quarta-feira, disse Juncker. Juncker afirmou que espera uma contribuição do Fundo Monetário Internacional ao pacote, e que a
proposta de 28 bilhões de euros feita pela diretora-gerente do órgão, Christine Lagarde, é bem-vinda.

"Trata-se de um montante sem precedentes de financiamento oficial", assinalou o presidente do Eurogrupo, quem reiterou que "aconteça o que acontecer, a Grécia será um membro da eurozona". "Seu futuro está sem dúvida na eurozona", ressaltou.

"Isto é uma segunda oportunidade para a Grécia, uma oportunidade que não pode desperdiçar", insistiu Juncker. Por sua parte, o vice-presidente da Comissão Europeia e comissário de Assuntos Econômicos e Monetários, Olli Rehn, afirmou que o sucesso do segundo resgate "dependerá essencialmente da implementação inquebrantável (dos ajustes e as reformas) e da unidade política nesta crise.

Déficit Grego

A proporção da dívida da Grécia cairá para 117% do Produto Interno Bruto do país em 2020, melhor do que a meta proposta pela zona do euro, de 120,5%, afirmou Jean Claude Juncker.

"A dívida pública atingirá 117%" do PIB em 2020, após a ampla participação dos credores privados na
operação de troca de bônus gregos, anunciou Juncker.

14 de março de 2012

Casino nega consolidação e ações do Pão de Açúcar recuam 2,65%

Papéis da varejista, que haviam subido quase 8% na semana passada, fecharam em baixa. Casino diz não ter plano de converter ações.

As ações do Grupo Pão de Açúcar (PCAR4) fecharam nesta segunda-feira em baixa de 2,65% na Bovespa, a R$ 84,21, revertendo a tendência de alta verificada no final da semana passada, quando os papeís subiram quase 8%. 

Procurada pelo iG, a assessoria de imprensa do Casino, sócio do Grupo Pão de Açúcar no Brasil, negou hoje as informações publicadas no domingo pelo jornal “Folha de S. Paulo”. De acordo com porta-vozes, o Casino não tem planos imediatos ou concretos de converter as ações preferenciais do Grupo Pão de Açúcar em ordinárias e de consolidar seus negócios na América Latina em uma única operação. 

Em junho deste ano, Jean-Charles Naouri, dono do Casino, terá o direito de comprar uma ação a mais de Abilio Diniz, passando a deter o controle do grupo Pão de Açúcar. Desde que os dois sócios entraram em litígio, no ano passado, o futuro do Pão de Açúcar virou alvo de rumores, gerando incertezas para os investidores. 

Naouri já investiu desde 2011 mais de US$ 1 bilhão na aquisição de ações preferenciais do Grupo Pão de Açúcar, elevando assim sua participação no capital total da varejista brasileira, o que tem alimentado especulações sobre o que se passa na cabeça do empresário francês. A conversão dessas ações preferenciais em ordinárias (com direito a voto) seria um caminho plausível. O acordo de acionistas vigente no Pão de Açúcar poderá ser extinto caso a participação de Diniz seja menor do que 10% do capital votante. 

Depois de apresentar resultados financeiros considerados bastante positivos pelos analistas no quarto trimestre de 2011, as ações do Pão de Açúcar vinham se recuperando ao longo das últimas quatro semanas. Nos últimos dias em especial, os papéis apresentaram uma forte elevação, de quase 8%, saltando de R$ 80,15 para R$ 86,50 entre os dias 06 e 09 de março. 



Apesar da queda nesta segunda-feira, os papéis do Pão de Açúcar estão ainda em patamares bem mais altos que no início do ano. No dia 16 de fevereiro, as ações da companhia eram negociadas por R$ 74,84, acumulando desde então uma valorização de 12,5%. 

Naouri e Abilio, como é chamado no setor, travam uma disputa na Justiça em torno do controle do Grupo Pão de Açúcar. Diniz arquitetou sem sucesso uma fusão do Pão de Açúcar com o Carrefour, arquirrival do Casino, o que foi considerado por Naouri uma traição. 

Por contrato, Abilio pode se manter como presidente do conselho de administração do Grupo Pão de Açúcar mesmo após transferir o controle para o Casino, o que deve ocorrer no dia 22 de junho.

13 de março de 2012

Mulheres ainda são raridade no alto escalão de bancos

Nos três maiores bancos brasileiros só há quatro mulheres em cargos de diretoria e no conselho de administração, contra 140 homens.

As mulheres estão conquistando cada vez mais seu espaço no outrora clube fechado de homens chamado mercado financeiro. Porém, pelo menos no que diz respeito aos três maiores bancos brasileiros, elas continuam longe do centro de tomada de decisão. Ao todo, Itaú Unibanco, Bradesco e Banco do Brasil têm quatro mulheres no primeiro escalão, contra 140 homens – considerando os cargos de presidência, vice-presidência, diretoria e conselho de administração. Ou seja, uma mulher para cada 35 homens.

Essa é uma realidade que Maria Izabel Gribel de Castro, gerente executiva da diretoria de cartões do BB, conhece muito bem. “Quando virei executiva, participei de um processo de seleção realizado por uma universidade. Foram aprovados 62 homens e eu, porque os pré-requisitos exigiam experiência em gerência, o que restringia a participação feminina”, conta a mineira, de 45 anos e há 26 na instituição financeira.

Já no processo seguinte, as condições foram ajustadas para ampliar a participação feminina. “Com isso, a aprovação foi quase meio a meio”, afirmou Maria Izabel, que já passou pelas áreas de internacional e de investimento em varejo antes de entrar para a diretoria de cartões. Mesmo reconhecendo essa evolução, a executiva admite que, nas posições de tomada de decisão, a participação feminina continua sendo tímida.

“Ainda tem um espaço grande para as mulheres exercerem essas funções. O suporte para que elas cheguem a essa condição tem crescido num passado muito recente”, diz. Segundo Maria Izabel, o país não está 100% preparado para assumir uma divisão de tarefa que viabilize o crescimento profissional mais forte da mulher. “A gente ainda encontra uma dificuldade muito grande em conciliar a vida profissional e pessoal”, ressalta Maria Izabel.

Mas isso vem mudando. Desde 2008 o Banco do Brasil investe em programas corporativos de gênero. Segundo o BB, desde que as iniciativas foram implementadas houve um aumento de 42,4% no número de mulheres aprovadas e qualificadas para ocuparem as funções gerenciais nas agências do banco. Além disso, dos 118 mil funcionários do banco, 48 mil são mulheres. Dessas, 12 mil desempenham funções gerenciais, o que representa 35% do total de cargos do tipo dentro da instituição.

Ascensão

Aos 34 anos, Luciana Nicola, superintendente de relações governamentais e instituições do Itaú Unibanco, diz que muitos colegas se surpreendem quando ela se apresenta em reuniões com outros gestores. “Eles acham que sou muito nova”, brinca a paulistana, que tinha 19 anos quando foi aprovada no programa de trainee do banco. Para ela, a possibilidade de investir em sua formação tem ajudado as mulheres a crescer nos cargos estratégicos em bancos.

“Antes, era privilégio dos homens terem pós-graduação, MBA ou estudar fora. Hoje, a mulher conseguiu correr atrás de ter formação melhor”, afirma. “Não é mais um clube de homens, hoje trabalho com várias mulheres aqui. Dirijo uma equipe de 14 pessoas, das quais só quatro são homens”, conta Luciana. Para ela, o que ainda atrapalha é a cobrança maior que a mulher tem sobre seu desempenho. “Mas o que vale no mercado é o quanto você entrega, é competente e cresce pelos próprios méritos”, afirma.

Para a professora doutora Fátima Motta, do Núcleo de Estudos e Negócios em Desenvolvimento de Pessoas da ESPM, a tendência é a participação da mulher continuar crescendo nos cargos de segundo escalão e, aos poucos, ir migrando para os do primeiro. “É um processo demorado, porque durante anos a mulher teve que ser dona de casa, mãe, e deixava a liderança formal para o homem”, afirma a sócia-diretora da FM Consultores.

Os números atestam esse aumento. Marcelo Arone, presidente da empresa de recrutamento Michael Page, afirma que em dois anos houve uma grande evolução na contratação delas para cargos de gestão intermediados pela companhia. Enquanto em 2010 elas ocuparam 20% dos postos, no ano passado o percentual subiu para 35%. “Muitos bancos passaram a oferecer benefícios para as mulheres, como auxílio-creche, então elas não precisam mais optar em um momento de sua carreira entre a vida profissional ou pessoal”, diz.

Em instituições financeiras menores, encontrar mulheres no primeiro escalão não é tão raro, segundo Arone. “E mesmo nos maiores a proporção deve aumentar nos próximos dez anos. Se hoje são três, esse número deve subir para dez na próxima década”, afirma Arone.

12 de março de 2012

Não é preciso mexer na poupança, diz Mantega

Para o ministro, rentabilidade da Selic ainda é maior, mesmo com os juros atualmente abaixo dos 10%.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que o governo não vê necessidade em alterar a rentabilidade da caderneta de poupança por causa da redução da taxa básica de juros, a Selic. 

A discussão sobre a rentabilidade da poupança surge toda vez que a Selic fica inferior a dois dígitos. Isso porque a poupança pode tornar-se um investimento mais atraente, o que poderia desequilibrar a indústria de fundos. Nesta semana, o Comitê de Política Monetária reduziu a Selic em 0,75 ponto porcentual, para 9,75% ao ano, e a discussão voltou novamente à tona. 

Mas, de acordo com o ministro "não vemos necessidade de mexer na rentabilidade da poupança, porque a rentabilidade da Selic ainda é maior". Mantega fez essas declarações após reunião-almoço, em São Paulo, com empresários do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi). 

Câmbio 

O ministro também assegurou que o câmbio não vai continuar se valorizando a ponto de prejudicar o setor produtivo do Brasil. Segundo ele, a maior reivindicação dos empresários refere-se ao câmbio. "Na conversa com os empresários do Iedi, setor produtivo, a principal demanda da indústria de transformação é em relação ao câmbio, que traz desvantagem para os produtos brasileiros em relação aos importados." 

Sobre essa questão, o ministro disse ter afirmado aos empresários que o governo já tem agido bastante, tanto que o câmbio já teve uma melhora desde o segundo semestre do ano passado. 

"Vivemos uma crise mundial, que vem desde 2008 e atinge o mundo todo, não só o Brasil", disse Mantega, acrescentando que isso leva a uma intensificação da concorrência, que muitas vezes chega a ser desleal. "Todo mundo está desesperado para poder exportar e o Brasil, como vai indo bem e tem um mercado interno mais forte, é mais visado pelos exportadores", disse o ministro, reafirmando que por isso governo deverá adotar novas medidas para que a indústria brasileira possa se beneficiar do mercado interno. O ministro da Fazenda não quis antecipar quais seriam as medidas. 

Mantega disse que está conversando com empresários, convidando novos setores a entrar e discutindo qual alíquota substituirá o pagamento do INSS. "Vamos zerar o pagamento do INSS, 20% sobre a folha, e estamos discutindo qual a alíquota que vai incidir sobre o faturamento." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

11 de março de 2012

Governo vai diminuir taxas no salário da indústria

Guido Mantega afirmou que ajuste de tarifas tem objetivo de diminuir o "custo do trabalho para empresário brasileiro".

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que o governo vai ampliar a desoneração da folha de pagamento do setor industrial. Ele fez a declaração após ter se reunido com empresários do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi) hoje em São Paulo. "Vamos ajustar as tarifas de modo a reduzir o custo do trabalho para o empresário brasileiro", disse. Ele afirmou ainda que todos os setores industriais que quiserem poderão participar dessa nova rodada de desoneração. 

Mantega informou ainda que está conversando com empresários, convidando novos setores a entrar e está discutindo qual alíquota substituirá o pagamento do INSS. "Vamos zerar o pagamento do INSS, 20% sobre a folha, e estamos discutindo qual a alíquota que vai incidir sobre o faturamento", afirmou. Ele lembrou que "começamos com 1,5%, foi experimental com quatro setores e agora estamos discutindo a alíquota e ampliando o número de setores que serão abrangidos". "Mas certamente será uma alíquota que vai beneficiar o setor produtivo. Quer dizer, reduzir o custo e dar vantagens em relação aos produtos importados, que vão pagar o equivalente a essa alíquota", disse. 

Mantega não quis se comprometer com o prazo de duração da desoneração. Limitou-se apenas a dizer que será longo. "Começamos com um ano, mas estamos discutindo com os setores a questão do prazo."

10 de março de 2012

Brasil bate recorde e tem 36 bilionários na lista da Forbes

País tem seis nomes a mais que no ano passado; Eike Batista sobe uma posição e é o sétimo mais rico do mundo, com US$ 30 bilhões.

A nova lista de bilionários da Forbes, divulgada nesta quarta-feira, tem 36 brasileiros, seis a mais que na edição anterior. No total, foram listados 1.226 bilionários. É o número recorde de brasileiros desde que a lista foi criada, há 25 anos. A fortuna deles, somada, resulta em US$ 151 bilhões, cerca de R$ 264 bilhões – somente os seis novos nomes da lista possuem, juntos, US$ 12,8 bilhões, cerca de R$ 22 bilhões.

O brasileiro mais bem colocado é o empresário Eike Batista, controlador do grupo EBX, que aparece na sétima posição do ranking com uma fortuna de US$ 30 bilhões. Ele é seguido pelo banqueiro Joseph Safra (US$ 13,8 bilhões) e pelos empresários Antonio Ermírio de Moraes (US$ 12,2 bilhões) e Jorge Paulo Lemann (US$ 12 bilhões). 

Entre os novos nomes, o primeiro a aparecer é o do empresário Francisco Ivens Dias Branco, do ramo alimentício, com fortuna estimada em US$ 3,8 bilhões. Nevaldo Rocha, da Riachuelo, surge com US$ 2,5 bilhões. O investidor Lirio Parisotto, fundador da Videolar e hoje controlador do fundo Geração Futuro, aparece com US$ 2,1 bilhões. Rubens Menin Teixeira de Souza, da MRV Engenharia, debuta na lista com US$ 1,8 bilhão. José Isaac Peres, da Multiplan, se junta ao clube com US$ 1,5 bilhão. Antonio José Carneiro, da Energisa, é o outro novo bilionário brasileiro, com US$ 1,1 bilhão.


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