30 de abril de 2012

Eike pode começar a vender sapato pela Internet


Eike Batista, bilionário mais rico do país e dono de negócios tão distintos quanto um hotel, uma marina e uma empresa de petróleo, pode agora estrear no ramo de vendas pela Internet. De acordo com o blog Radar, de Lauro Jardim, o empresário está negociando a compra de um portal de vendas de sapatos online, a Dafiti.

O potencial de crescimento da empresa online é o que pode ter chamado a atenção de Eike. A Dafiti não divulga seus dados, mas, segundo informações do mercado, fechou 2011 com quase 700 funcionários e um faturamento de 400 milhões de reais. Com mais de 3,6 milhões de visitantes únicos em novembro e 25 000 produtos à venda, a Dafiti já é a maior varejista online de moda e acessórios do país.

Além da Dafiti, outros vários investimentos têm sido analisados por Eike. Na semana passada, o empresário afirmou que planeja construir uma fábrica de baterias, painéis solares e postes eficientes, no complexo industrial na região do Porto de Açu (RJ). Ele entraria no projeto, avaliado em cerca de 1 bilhão de dólares, em parceria com a empresa Foxconn.

10 pecados mortais para os empreendedores


Conheça os principais deslizes cometidos na hora de abrir um negócio e como se proteger.

A empolgação de quem está prestes a abrir uma empresa é enorme. Muitas expectativas acabam afastando o empreendedor da realidade e dão espaço para erros que podem afetar o sucesso do negócio. “Empreendedorismo é a grande disciplina que dá a percepção de tudo que a empresa precisa para ser tocada”, diz o professor Edison Kalaf, da Business School São Paulo.

Mesmo sem formação acadêmica, é importante fazer um checklist de pontos cruciais na hora de começar uma empresa. Da escolha do ponto comercial à capacidade administrativa, o empreendedor precisa colocar os pés no chão para não cometer pecados mortais para as pequenas empresas.

1. Não ter capital
O primeiro problema apontado por especialistas é a falta de dinheiro. Reinaldo Messias, consultor do Sebrae/SP, explica que é comum o empreendedor investir tudo o que tem para fazer o negócio funcionar e esquecer que os clientes não chegam tão rápido quanto ele gostaria. “Geralmente, leva tempo para o dinheiro entrar. Ele gasta o dinheiro imobilizando e não deixa nenhuma reserva para os problemas do negócio”, explica Messias.

2. Misturar despesas pessoais e empresariais
Outro problema que envolve dinheiro é o descontrole administrativo e contábil, muito comum em negócios de pequeno porte. O principal motivo é confundir o caixa da empresa com a própria carteira. “Tem empresas até médias em que gastos pessoais entram nas despesas da empresa. Essas contas são pagas com o lucro”, diz Kalaf. Esse problema geralmente leva o empreendedor a recorrer a instituições financeiras para cobrir dívidas e os juros podem matar o negócio.

3. Não ter capacidade administrativa
Os dois primeiro pecados estão relacionados a um problema ainda maior, que é a falta de capacidade administrativa. “O empreendedor pode ser um bom técnico, mas nunca viu um fluxo de caixa na vida. Ele não entende que o negócio dele tem custos perenes e faturamentos pontuais”, explica Kalaf.

O professor alerta ainda para a atenção que deve ser dada aos custos fixos. “O custo fixo vai ser executado independente da quantidade de produtos que vender. Trabalhando ou não, o custo fixo ocorrerá. Se ele for baixo, o empreendedor tem grandes chances de ser bem sucedido”, complementa.

4. Escolher mal o sócio
A escolha de um sócio é algo que parece simples em pequenas empresas. Geralmente, um amigo ou familiar topa entrar na sociedade. Nem sempre, no entanto, as coisas funcionam como se espera. “Escolher o sócio de forma incorreta é comum. Ou escolhe só por capital e o negócio não responde ou escolhe a pessoa pela habilidade e ela não entrega o que era esperado”, explica Messias.

5. Errar no mix de produtos
Um erro fatal em pequenas empresas é o mix de produtos. “Geralmente, o empreendedor escolhe com o próprio olho e não com o olho do cliente. Não foca em pesquisa técnica ou de opinião. Acha que sabe o que cliente quer”, analisa Messias. Acertar detalhes do ponto de venda, como características da região, do perfil de público e de produtos, é outro fator que merece a dedicação do futuro empresário.

6. Escolher um ponto ruim
A escolha do ponto para a instalação do negócio é crucial. Em tempos de altos preços e grande demanda, este é um dos momentos mais importantes da abertura. “A localização do teu imóvel é muitas vezes a razão do seu sucesso”, define Messidas.

Para Kalaf, avaliar a região pensando no tipo de negócio e na circulação de clientes é a chave para não errar. “Existem negócios, principalmente serviços, que dependem muito do ponto escolhido. Clínica, restaurante ou escola podem ser muito bem sucedidos em um lugar ou muito mal a duas quadras dali”, alerta.

7. Desconhecer o mercado
O pecado de instalar a empresa em um ponto comercial ruim está muito ligado ao desconhecimento do mercado. “O fato de ser um bom técnico não o credencia naturalmente a conhecer o mercado”, afirma Kalaf.

Faça uma pesquisa, mesmo que informal, antes de começar a investir na empresa. Muitas vezes, o público não precisa ou não está disposto a pagar pelo seu produto.

8. Apostar em modismos
Muitos empreendedores não têm uma ideia de negócio e acabam pegando um modismo da época na esperança de faturar alto com a onda. “Ele acha que vai arrebentar, mas a moda passa e ele fica na mão”, explica Kalaf. Para não cair na tentação de seguir as tendências que podem não se confirmar, o melhor é que a empresa tenha um planejamento de longo prazo, que garante um futuro mais sólido para o negócio.

9. Operar na ilegalidade
“Um negócio ilegal não para em pé”, define o professor da Business School São Paulo. Empreender sem seguir os trâmites legais e burocráticos não funciona. "Para ter uma empresa sustentável, tem que garantir que o negócio é legal e que ainda vai deixar uma margem para o empreendedor”, ensina Kalaf. A carga tributária é alta, mas também obrigatória. Por isso, burlar a lei pode causar problemas na justiça e acabar com o sonho do negócio próprio.

10. Não ser empreendedor
Nem todo mundo que pensa em abrir uma empresa realmente serve para isto. Ter atitude empreendedora é requisito básico para não escorregar no começo do negócio. “Tocar um negócio é bem diferente de executar a função específica do negócio. Uma coisa é produzir e outra é conseguir clientes, administrar, ter funcionários”, diz Kalaf. Para ele, não estar preparado para empreender é um problema da sociedade. “Nós deveríamos preparar melhor os profissionais para o empreendedorismo”, opina.

Fonte: Exame.com

Brasil tenta "blindar" Petrobras de estatização na Argentina


Ministros dos países e Graça Foster discutem investimentos para assegurar blocos de petróleo da estatal brasileira no vizinho.

Os governos brasileiro e argentino debateram no dia 20 de abril um novo plano de investimentos da Petrobras no parceiro do Mercosul, após a decisão da presidenta Cristina Kirchner de expropriar 51% da Repsol-YPF, recusando-se a pagar US$ 9 bilhões em indenização à espanhola Repsol, dona de 56% da YPF. 

O ministro Edison Lobão (Minas e Energia) e a presidenta da Petrobras, Maria das Graças Foster, se reúnem agora em Brasília com o ministro argentino do Planejamento, Julio De Vido. O governo brasileiro deve apresentar um novo programa de aportes para assegurar os 17 poços de petróleo detidos no país vizinho. Com isso, o Brasil espera blindar a Petrobras de estatização na Argentina. 

No país desde 1993, a estatal brasileira detém 6% da exploração e 14% do refino de petróleo na Argentina. A Petrobras controla também 300 postos de gasolina no país vizinho. Em 2011, a estatal brasileira investiu US$ 344 milhões no vizinho sul-americano. 

A expectativa dos argentino é de a Petrobras amplie investimentos principalmente no refino do petróleo, um dos gargalos que o governo Kirchner quer resolver com a ajuda da estatal brasileira, cujo modelo Cristina aponto como ideal para agora estatal YPF. A entrada da Petrobras na YPF também é tema em pauta do encontro entre Brasil e Argentina. 

Petrobras tem encolhido 

Nos últimos três anos, a estatal brasileira tem diminuído a operação e os investimentos no país vizinho. Segundo reportagem do Valor Econômico desta sexta-feira, de 2009 para cá a Petrobras vendeu sua área de fertilizantes para a Bunge e se desfez também da refinaria San Lorenzo. A produção de óleo e gás caiu de 140 mil barris por dia para 98 mil, entre 2006 e 2011. 

Além disso, a empresa brasileira vendeu 363 postos de serviços para o grupo Oil M&S, do empresário Cristóbal López, informa o jornal. 

A falta de investimentos foi o principal argumento usado pela presidente Cristina Kirchner para justificar, no dia 16 de abril, a expropriação de 51% da YPF.

29 de abril de 2012

GE tem queda de 11,6% no lucro trimestral, para US$3,03 bilhões

Resultado foi afetado uma despesa contábil de US$200 milhões em negócios com hipotecas na Irlanda.

A General Electric (GE) registrou um declínio de 11,6% no lucro trimestral, prejudicado por uma despesa contábil devido à saída da companhia de seu negócio de hipotecas na Irlanda, apesar do crescimento do lucro na maior parte de seus negócios. 

O maior conglomerado dos EUA divulgou, nesta sexta-feira, um lucro líquido de US$3,03 bilhões, ou US$0,29 por ação, comparado com US$3,43 bilhões, ou US$0,31 por ação, um ano antes. 

Os resultados incluem uma despesa de US$200 milhões pela saída do negócio irlandês.

28 de abril de 2012

Mantega descarta mudanças na poupança com Selic a 9%

De acordo com ministro da Fazenda, enquanto taxa de juros estiver nesse patamar, governo não pensa em alterar a poupança.

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse há pouco que, com uma taxa básica de juros de 9% ao ano, ele não vê necessidade de rever agora a regra de remuneração da caderneta de poupança. "Com os juros básicos de 9%, não há a necessidade de mudar a regra da poupança", disse Mantega, que está em Washington para participar da reunião de primavera do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial. 

Para muitos economistas, a regra atual de remuneração da poupança, baseado na taxa referencial (TR) mais 0,5% ao mês, pode ser um obstáculo à queda adicional dos juros. Um dos receios é que haja uma migração em massa de recursos dos fundos de investimentos para a caderneta de poupança. 

No dia 18 de abril, o Banco Central reduziu a taxa básica de juros de 9,75% para 9% ao ano e indicou que poderá haver mais cortes daqui por diante. Mantega evitou indicar qual seria o nível mínimo de juros básicos que exigiria mudanças nas regras da remuneração da poupança. 

Ele lembrou que há outras variáveis de ajuste em jogo, como a taxa de administração cobrada pela indústria de fundos de investimentos. Mantega evitou comentar a decisão do BC, mas se disse satisfeito com o corte de juros anunciados pelos bancos. "Estamos no bom caminho", disse o ministro, que vem cobrando dos bancos privados a redução dos "spreads" cobrados nos empréstimos bancários.

27 de abril de 2012

Lobão diz que nacionalização da YFP não ameaça Petrobras

De acordo com ministro das Minas e Energia, não existe nenhum problema entre a Petrobrás e a Argentina e tudo segue normal.

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, descartou no dia 17 de abril que as operações da Petrobras na Argentina não serão afetadas pela decisão deste país de nacionalizar a companhia petrolífera YPF, controlada pela espanhola Repsol. "Não creio que haja qualquer problema fundamental com a Petrobras na Argentina. Nós temos uma rede de postos de distribuição de combustíveis de 79 unidades e exploração de petróleo e nós seguiremos na normalidade", afirmou Lobão em audiência pública no Senado. 

"Cada país tem a sua soberania e tem o direito de tomar as suas decisões, seguramente dentro da legislação nacional de cada país", acrescentou o ministro ao se referir à decisão do dia 16 de abril da presidente argentina, Cristina Kirchner, de enviar ao Congresso o projeto de lei que expropria 51% do patrimônio da YPF. 

A maior quantidade de ativos da Petrobras no exterior está na Argentina, onde a companhia opera por meio de sua subsidiária Petrobras Argentina. A maioria dos investimentos, que foram adquiridos em 2002 do grupo Pérez Companc, está concentrada em postos de combustível e em campos de exploração nas províncias de Neuquén, La Pampa e Chubut. 

"Não vejo nenhum motivo especial para temores, mas se essa é uma política especial da Argentina, também não temos nada a reclamar", assegurou Lobão, que é membro do conselho de administração da Petrobras. Apesar da tranquilidade do ministro, a Petrobras sofreu no mês passado o cancelamento de uma de suas licenças para exploração de petróleo na província de Neuquén porque, segundo o governo local, não teria investido na região, mesmo motivo alegado para a nacionalização da YPF. 

Lobão disse que esteve neste ano em Buenos Aires conversando com as autoridades argentinas e que sentiu "um ambiente de absoluta tranquilidade em relação a nossa empresa". O ministro acrescentou que no dia 20 de abril foi programada em Brasília uma reunião entre o ministro argentino de Planejamento, Julio de Vido, e a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, na qual serão discutidos os negócios da companhia na Argentina, entre eles o cancelamento da licença em Neuquén. 

Segundo Maria das Graças, a reunião do dia 20 de abril foi "muito importante para esclarecer as coisas". "Fomos surpreendidos com relação às áreas que temos em Neuquén. Tínhamos cumprido o plano de exploração mínimo integralmente e anunciamos que faríamos a perfuração de seis poços no segundo semestre deste ano", disse presidente.

26 de abril de 2012

Caixa troca executivos da Funcef e Caixa Participações

Maurício Marcellini será novo diretor de Investimentos da Funcef; Demósthenes Marques assume a área de novos negócios da CaixaPar.

A Caixa Econômica Federal promoveu uma troca de diretores entre a Funcef, seu fundo de pensão, e a Caixa Participações, que investe em empresas. 

Após cerca de oito anos como diretor de investimentos da fundação, Demósthenes Marques, vai se dedicar à diretoria de novos negócios da CaixaPar, no lugar de Maurício Marcellini, que assumiu, na semana passada, o seu cargo na Funcef. 

Durante a gestão de Marques, o fundo de pensão obteve uma rentabilidade de 238,64% contra meta atuarial de 125%, equivalente a um retorno de 17,5% nos últimos oito anos. 

Já o patrimônio do Funcef mais que triplicou no período de referência, passando de R$ 15,3 bilhões, no final de 2003, para R$ 47,9 bilhões. "Tivemos um bom resultado", resume Marques. 

Já o novo diretor de Investimentos da Funcef, Maurício Marcellini, assume o cargo em meio a um cenário de redução de juros que obriga os fundos de pensão a diversificarem cada vez mais seus investimentos para bater a meta atuarial. 

Com pós-graduação em finanças pelo Ibmec e gestão pela FGV, e mestrando em Economia Previdenciária pela Universidade de Brasília (UnB), ele já teve passagem pela Funcef. 

Além de consultor da presidência, também ocupou o cargo de gerente de investimentos da fundação entre os anos de 2008 e 2011. Atuou ainda nos conselhos de administração da Brasil Ferrovias e Ferronorte e também da Telemar, esta em 2011. 

Conforme o estatuto da Funcef, os diretores têm mandato de quatro anos, sendo permitida uma reeleição.

25 de abril de 2012

Na Europa, aumenta taxa de "suicídio causado pela crise econômica"

Índices tiveram alta nos países mais afetados pela turbulência, como Grécia, Irlanda e Itália.
Homem olha reproduções do dracma, em banco grego: suicídios subiram 24% no auge da crise.

Na véspera do Ano Novo, Antonio Tamiozzo, 53, se enforcou no armazém da sua empresa de construção perto de Vicenza, depois que vários devedores não pagaram o que lhe deviam. 

Três semanas antes, Giovanni Schiavon, 59, um empreiteiro, deu um tiro na própria cabeça na sede da sua empresa de construção nos arredores de Pádua. Diante da perspectiva sombria de ordenar demissões na empresa mantida por sua família há duas gerações na época de Natal, ele escreveu uma última mensagem: "Desculpem-me, eu não aguento mais." 

A crise econômica que abalou a Europa nos últimos três anos tem também desestruturado as bases de vidas antes resistentes, levando a uma alta alarmante nas taxas de suicídio. Especialmente nos países mais vulneráveis, como Grécia, Irlanda e Itália, proprietários de pequenas empresas e empreendedores estão cada vez mais tirando suas próprias vidas em uma tendência que alguns jornais europeus já começaram a chamar de "suicídio causado pela crise econômica." 

Um retrato completo do fenômeno em toda a Europa seria ilusório, já que alguns países demoram em relatar estatísticas e médicos legistas relutam em classificar mortes como suicídio, para proteger os membros sobreviventes da família. Por isso, não se sabe se os países na linha de frente da crise econômica estão sofrendo com este tipo de morte e se os suicídios entre os homens aumentou mais do que entre as mulheres. 

Na Grécia, a taxa de suicídio entre homens aumentou 24% entre 2007 e 2009, segundo estatísticas do governo. 

Na Irlanda, durante o mesmo período, o suicídio entre os homens aumentou 16%. Na Itália, os suicídios motivados pela situação econômica aumentaram 52%, chegando a 187 em 2010 - o ano mais recente para os quais foram registradas as estatísticas. 

Os pesquisadores dizem que a tendência intensificou este ano à medida que os governos europeus implementaram medidas de austeridade, agravado as dificuldades para muitos. 

Embora o suicídio tenha causas complexas, os pesquisadores descobriram que momentos de graves problemas econômicos correspondem a taxas mais elevadas de suicídio. 

"A crise financeira coloca as vidas de muitas pessoas em risco, mas pior ainda é quando há cortes radicais na proteção social", disse David Stuckler, um sociólogo da Universidade de Cambridge, que liderou um estudo publicado no The Lancet que descobriu um aumento acentuado no número de suicídios em toda a Europa, particularmente nos países afetados gravemente, como a Grécia e a Irlanda, entre 2007 e 2009, anos que coincidem com os anos de recessão. 

"A austeridade pode transformar uma crise em uma epidemia", acrescentou Stuckler.

24 de abril de 2012

Lagarde pede US$ 400 bilhões adicionais para o FMI

Diretora gerente do Fundo Monetário Internacional espera alcançar este montante de recursos.

A diretora gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde, pediu no dia 17 de abril que os países membros aumentem em pelo menos US$400 bilhões os recursos da instituição de crédito internacional, em uma entrevista ao jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung.
                                    Cristine Lagarde, do FMI: busca por mais recursos.

"Em US$400 bilhões ou mais. E isto significa sem limite", respondeu Lagarde ao ser questionada sobre a necessidade de aumento dos recursos. 

"Minha esperança é que alcancemos esta massa crítica", completou.

23 de abril de 2012

Redução do IPI não chega ao bolso do consumidor

Duas semanas após o anúncio de isenção ou redução do imposto, preços de móveis e produtos de linha branca mais sobem do que baixam, segundo levantamento do iG.

Duas semanas após o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ter anunciado a isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de móveis, o cliente continua sem sentir no bolso os efeitos da medida. O iG fez um levantamento nos sites das redes Ponto Frio, Casas Bahia, Magazine Luiza, Lojas Colombo e Extra e constatou que dos sete produtos analisados em 27 de março – um dia após o anúncio do governo - e em 11 de abril, poucos ficaram mais baratos. 

Foram cotados os preços de dez modelos de camas, guarda-roupas, kits de cozinha e sofás. No total, o levantamento apurou 20 preços antes e depois do IPI, sendo um de cada varejista para cada produto. Quase metade (nove) dos valores aumentou após duas semanas. Apenas três caíram, e outros oito ficaram no mesmo patamar, ou o produto deixou de aparecer no site da empresa. 

Além de móveis, foram observados também os preços de três produtos de linha branca (máquina de lavar roupas, geladeira e fogão), que tiveram a prorrogação da redução do imposto por mais três meses. Neste caso, o preço ficou mais salgado para o consumidor em um terço das verificações. A geladeira foi exceção e não ficou mais cara em nenhum dos cinco estabelecimentos (veja na tabela abaixo).

Segundo a Receita Federal, não existe nenhuma resolução ou lei que obrigue as redes varejistas a repassar a queda do IPI para os consumidores finais. No entanto, as empresas geralmente optam por reduzir os preços ao cliente como estratégia de mercado, para bater a concorrência. Como sabem que os consumidores tendem a ficar mais animados a comprar, as lojas anunciam a redução do IPI e, em alguns casos, aproveitam para colocar em promoção produtos de linhas antigas, segundo Wilson Pires Justo, diretor de marketing da Sorocred. 

Procuradas pelo iG, as empresas explicam que o IPI foi repassado ao consumidor na maioria dos casos. A alta dos preços em abril, de acordo com as varejistas, não está relacionada com o imposto, mas sim com ações promocionais que estavam em vigor em março, mas deixaram de valer nas semanas seguintes. 

O Magazine Luiza, por exemplo, afirma que repassou os descontos referentes ao IPI ao consumidor em todos os sete produtos cotados. No entanto, três valores subiram. De acordo com a varejista, os preços de 27 de março eram “promocionais de fechamento de mês.” “Os valores indicados no dia 11 de abril estão com os respectivos descontos referentes à redução do IPI,” afirmou a empresa em nota.
  Consumidor deve pesquisar preços e não comprar só porque loja anunciou IPI menor.

O mesmo aconteceu com a rede Extra, que anunciou em 27 de março que reduziria os preços de seus móveis “imediatamente” após a redução do IPI. Os valores do guarda-roupas e da cama que fizeram parte do levantamento, de fato, foram diminuídos. No entanto, o preço do kit cozinha não foi reduzido e o sofá ficou mais caro. A empresa afirmou ao iG que seus produtos “continuam com a redução do IPI” e que “a alteração dos preços está vinculada ao constante calendário promocional realizado pelos sites”. 

A explicação também vale para os sites da Casas Bahia e do Ponto frio, que são da mesma companhia controladora do Extra, o grupo Pão de Açúcar. No Ponto Frio, quatro dos sete produtos ficaram mais caros e apenas a geladeira teve seu preço reduzido. Na Casas Bahia, três itens ficaram mais caros e, novamente, só a geladeira ficou mais barata. 

Além da variação dos calendários de promoções de cada estabelecimento, também pode acontecer de o desconto começar a valer somente após a varejista renovar os estoques do produto, de acordo com a Fundação Procon-SP. Isso significa que o repasse nem sempre é imediato. 

Essa foi a justificativa dada pelas Lojas Colombo, que manteve os preços cobrados pela máquina de lavar, a geladeira, o fogão e o kit cozinha. “O IPI reduziu para os próximos pedidos feitos para o fabricante. Portanto, nos produtos que temos em casa ainda não repassamos o desconto relativo ao IPI,” afirmou a rede. Mas se o consumidor pretende comprar guarda roupa ou sofá, vai pagar mais agora do que antes da redução do IPI. Neste caso, segundo a empresa, o motivo também é uma promoção. "Esses produtos estiveram com preços reduzidos anteriormente, porque faziam parte de ação promocional da Colombo. Depois voltaram aos preços normais.” No caso da cama, que ficou mais barata, uma oferta foi lançada nas últimas semanas, segundo a varejista. 

IPI não deve incentivar consumo 

Mesmo se as companhias não tivessem terminado suas promoções, a redução do IPI poderia não provocar um efeito significativo no bolso do consumidor. Segundo Wilson Pires Justo, o imposto tem um impacto pequeno nos preços, pois os percentuais são baixos. No caso dos móveis, por exemplo, o imposto era de 5% e foi zerado. Também ficaram isentos de impostos os laminados, que antes tinham a incidência de 15%, as luminárias e os lustres, que tiveram o imposto reduzido de 15% a 5%, e os papéis de parede, cuja alíquota passou de 20% a 10%. "Tomando como exemplo um guarda roupa padrão de quatro portas, que estava na casa de R$ 450, o resultado é apenas R$ 22,50 de desconto,” afirma o especialistas da Sorocred. 

Assim, a sugestão dele é que o consumidor não se motive a consumir apenas por conta do anúncio da redução do IPI ou de propagandas que destaquem o imposto. Para quem já estava planejando a aquisição, o melhor a fazer é pesquisar os preços nas diferentes lojas em busca de melhores oportunidades. “Se alguma rede estiver anunciando desconto por causa do IPI, ele também pode pedir para que o estabelecimento prove que há o desconto”, acrescenta. “Ninguém deve acreditar só na propaganda. Tem que ir à loja e dizer que quer pagar menos.”

22 de abril de 2012

BNDES vai investir R$ 1 bilhão em private equity e venture capital

Banco de fomento irá aportar montante até 2014; fundos de capital de risco serão criados.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai investir R$ 1 bilhão na indústria de venture capital e private equity, anunciou Luciano Coutinho, presidente da instituição, no congresso da ABVCAP, associação que representa o setor. O valor será aportado até 2014. 

Os fundos de private equity são destinados a comprar participações em empresas não listadas em bolsa, assim como os de venture capital – esses últimos, porém, são voltados a negócios de maior risco. O banco de fomento já possui fundos de investimento de risco, como o CRIATEC. 

O montante será destinado a fundos multisetoriais e DI, além de dois novos fundos de private equity que serão criados pelo banco. 

"Vamos plantar as sementes para que a indústria de private equity venha a colher novos frutos", diz Coutinho. "Meu sonho é que este R$ 1 bilhão seja consumido de forma mais rápida que a gente imagina", completou.

21 de abril de 2012

Ambev fecha parceria para criar cervejaria no Caribe

                                                 Ambev: parceria no Caribe (Foto: AE).

A Ambev fechou uma parceria com a dominicana E. León Jimenes (ELJ) para a criação de uma empresa de bebidas no Caribe. 

Em comunicado enviado ao mercado, a Ambev diz que a parceria inclui operações de cerveja, malte e refrigerantes na República Dominicana, Antígua, São Vicente e Dominica. 

As empresas também pretendem exportar para outros 16 países no Caribe, nos Estados Unidos e na Europa.

20 de abril de 2012

Cúpula das Américas termina com pedido de aliança entre EUA e América Latina

Presidente colombiano propôs parceria no G20 e em outros fóruns para criar ambiente de "confiança com impacto muito positivo".
                      Presidenta Dilma ao lado do premiê canadense, Stephen Harper.

A 1ª Cúpula Empresarial das Américas terminou no dia 14 de abril em Cartagena, na Colômbia, após dois dias de debates nos quais ficou claro a força da América Latina para atrair investimentos e o desejo dos Estados Unidos de não perderem terreno na região. Cerca de 700 empresários do continente participaram do fórum. 

A reunião foi encerrada oficialmente com uma conversa entre a presidenta Dilma Rousseff e os líderes dos EUA, Barack Obama, e da Colômbia, Juan Manuel Santos, pouco antes do início da 6ª Cúpula das Américas. Diversos líderes discursaram no fórum, como o presidente do México, Felipe Calderón; do Chile, Sebastián Piñera; da Guatemala, Otto Pérez Molina; da Costa Rica, Laura Chinchila; de El Salvador, Mauricio Funes; e do Peru, Ollanta Humala. 

O primeiro-ministro do Canadá, Stephen Harper, também participou da cúpula empresarial, assim como diretores de algumas das empresas mais poderosas do mundo. O colombiano Santos propôs a Obama e Dilma uma aliança entre os países latino-americanos e os Estados Unidos no G20 e outros fóruns, o que criaria um ambiente de "confiança com um impacto muito positivo". 

Para o líder colombiano, políticas econômicas pouco responsáveis e os sistemas políticos latino-americanos foram obstáculos para alianças com os Estados Unidos, mas hoje em dia a região já "avançou nestas duas frentes". Além disso, Santos conclamou os países latino-americanos a "deixarem para trás o estereótipo de que os yankees são os imperialistas" e os americanos a deixarem de pensar que os países da América Latina "estão cheios de problemas". 

"Somos parceiros trabalhando por objetivos comuns e essa atitude é uma tremenda diferença pois abre caminhos para se conseguir os objetivos", afirmou. Dilma falou da necessidade de alianças entre América Latina e os EUA, mas ressaltou que elas devem ser feitas "entre iguais". Ela reconheceu, no entanto, "a importância da economia dos Estados Unidos", que, de acordo com a presidenta, segue desempenhando um papel muito importante na América Latina e da qual destacou sua "imensa flexibilidade". 

"Temos que trabalhar na integração de nossos países e nossas economias", opinou. Obama também defendeu um reforço da associação dos EUA com a América Latina para aproveitar "a boa posição" do continente para enfrentar os desafios da globalização. O líder também comentou sobre os "benefícios do livre-comércio" para os países da região. 

Segundo a Casa Branca, o aumento dos laços com a América Latina dará um impulso para o crescimento dos EUA e criará empregos, num momento em que a recuperação econômica do país é um dos assuntos que mais preocupa o eleitorado nas vésperas das eleições presidenciais. As exportações americanas para a América Latina cresceram quase 50% nos dois últimos anos. Pouco mais de 40% das exportações americanas vão para a região, onde EUA são o maior investidor estrangeiro. 

Antes dos discursos de Obama, Dilma e Santos o presidente de El Salvador, Mauricio Funes, propôs aos empresários do continente um novo modelo de "gestão" econômica e social no qual o estado assumiria o "papel central" e o setor privado se concentraria na "criação de empregos de qualidade". "Existe uma íntima relação entre o comportamento empresarial e a pobreza e a desigualdade", garantiu Funes. Já o presidente peruano Ollanta Humala convidou os empresários do hemisfério a investir em seu país, prometeu "regras claras" e afirmou que os interesses de sua nação não se opõem aos interesses do capital. 

O chefe de estado peruano disse que durante seu governo está se desenvolvendo uma nova relação com o capital, com os recursos naturais e com a população e isso deve ser levado em conta pelos investidores. Outro dos oradores foi o primeiro-ministro do Canadá, Stephen Harper, que defendeu as companhias mineradoras de seu país das críticas sobre os efeitos que suas atividades na America Latina causam ao meio ambiente. 

Harper também adiantou que o Canadá investirá mais na região. "O desenvolvimento responsável da indústria mineradora e a proteção do meio ambiente é um princípio básico do Canadá, isto nos permitiu criar uma das regulações ambientais mais desenvolvidas do mundo e programas transparentes de monitoração. Isto será respeitado em todas as partes do mundo onde existam empresas canadenses operando", assegurou. 

Além disso, o primeiro-ministro disse que seu país apoiará com empréstimos os países latino-americanos que decidirem implementar projetos de desenvolvimento sustentável no setor.

19 de abril de 2012

Consumidor dá carro de graça para se livrar de dívida

Com dificuldade para pagar parcelas dos veículos, consumidor repassa automóvel com preço muito menor que o de compra.
Consumidora observa automóvel modelo Punto a venda na concessionária Fiat Amazonas, na capital paulista. 

A inadimplência recorde e o aperto dos bancos no crédito têm causado algo além de concessionárias vazias. Muitos consumidores que, com o incentivo do governo, compraram carro financiado nos últimos anos, chegam a um verdadeiro limbo quando têm dificuldade em pagar as parcelas. Tentam vender o veículo, mas, como o carro deprecia rápido e há grande oferta, o valor conseguido na venda não é suficiente para quitar a dívida. 

Para resolver o problema, muitos consumidores têm tentado uma solução caseira: repassar o automóvel e a dívida a outra pessoa. Às vezes, no desespero, até de graça. 

Em janeiro, o paulistano Felipe Di Luccio percebeu que as contas não fechavam. A faculdade, a parcela do apartamento recém-comprado e o financiamento do carro consumiam boa parte do salário. 

Para sair do vermelho, decidiu vender o Celta comprado sete meses antes em 60 parcelas. "Mas não dava. Receberia R$ 20 mil, insuficiente para quitar a dívida de R$ 23,5 mil no banco. Então, decidi repassar a dívida." 

O plano do estudante de arquitetura era simples. Como a venda do carro não bastava para liquidar a dívida, queria se livrar do financiamento com a entrega do carro para outra pessoa. "Vai o carro, vai a dívida", resume. Não há números oficiais, mas financeiras e lojas de automóveis reconhecem que a iniciativa de Luccio tem se repetido cada vez mais no País. 

Após a exuberância do crédito fácil e abundante dos últimos anos, clientes com dificuldade financeira se desesperam ao perceber que não basta vender o carro para quitar o empréstimo. Os que mais sofrem são aqueles que optaram pelo financiamento de 100% do veículo, exatamente como Luccio. 

Erro 

"Um carro pode depreciar até 40% em um ano. Em um crédito de 60 meses, os pagamentos do primeiro ano amortizam 10% da dívida. Esse foi o erro que cometemos em 2010 e 2011. Reduzimos muito o juro, facilitamos demais as condições e, por isso, a inadimplência subiu", reconhece o presidente da Associação Brasileira de Bancos (ABBC), Renato Oliva.

18 de abril de 2012

EUA elogiam flexibilização do yuan, mas querem mais

Vice-conselheiro de segurança nacional diz que país vai continuar pressionando para que yuan se valorize para "valor de mercado".

Os EUA elogiaram, mas com cautela, a decisão do banco central da China de ampliar a banda de negociação do yuan ante o dólar. A Casa Branca afirmou no dia 14 de abril que a ação é uma medida positiva e que está analisando atentamente suas implicações. 

"Nós temos pressionado os chineses a adotarem ações adicionais para permitir a apreciação da sua moeda. Eles fizeram alguns progressos. Mas nós gostaríamos de ver mais medidas", comentou o vice-conselheiro de segurança nacional dos EUA, Ben Rhodes, durante a Sexta Cúpula das Américas, que acontece em Cartagena das Índias (Colômbia). Segundo ele, os EUA vão continuar pressionando para que o yuan se valorize para "um valor de mercado". 

O Banco do Povo da China (PBOC, na sigla em inglês) informou mais cedo que vai permitir que o yuan seja negociado em uma banda mais ampla em relação ao dólar, a partir do dia 16 de abril. A última vez que o banco central chinês adotou uma medida como essa foi em maio de 2007. Segundo a instituição, a faixa de negociação do yuan ante o dólar vai passar de 0,5% para 1%, acima ou abaixo da taxa de referência diária.

Do começo do ano até agora, o yuan acumula desvalorização de 0,14% em relação ao dólar, mas tem alta de 8,3% desde junho de 2010, quando a China retirou o atrelamento da sua moeda à divisa norte-americana. No fim da tarde de sexta-feira, o dólar estava cotado a 6,3030 yuans. 

Em um comunicado divulgado no seu website, o PBOC disse que vai garantir uma flutuação normal da taxa de câmbio do yuan e manter a estabilidade básica da moeda em um nível razoável e balanceado. O banco central acrescentou que o spread para clientes bancários converterem dólares ou yuans em uma conta corrente na parte continental do país será elevado para 2% acima ou abaixo da paridade central, do nível atual de 1%. As informações são da Dow Jones.

17 de abril de 2012

Vendas da Volkswagen superam 2 milhões de veículos no trimestre pela primeira vez

Montadora registrou recorde, beneficiada pela melhora nos EUA, China e Rússia.

Pela primeira vez, o grupo Volkswagen registrou vendas trimestrais superiores a 2 milhões de veículos. De janeiro a março, a montadora alemã entregou 2,16 milhões de unidades, uma alta de 9,6% na comparação anual, beneficiada sobretudo pela melhora dos negócios nos Estados Unidos, China e Rússia, que compensaram a fraqueza das vendas no mercado europeu.
        Unidade da Volkswagen: desempenho de vendas histórico no primeiro trimestre.

Em comunicado, a Volkswagen informa que também as entregas de veículos em março foram históricas: 862,7 mil unidades, com expansão de 12,5% na comparação anual. 

"Obtivemos uma nova forte performance na América do Norte, China e Rússia. Entretanto, a incerteza permanece, particularmente nos mercados da Europa Ocidental", afirma na nota o membro do conselho de vendas da montadora, Christian Klingler. 

Considerando-se a totalidade do mercado europeu e todas as marcas do grupo, a Volkswagen vendeu 937 mil veículos no primeiro trimestre, número 3,2% superior ao registrado um ano antes. 

Contudo, na porção Ocidental, excluindo a Alemanha, as entregas recuaram 4,7%, para 507,1 mil unidades. No mercado alemão, as vendas trimestrais da montadora saltaram 5,7%, para 267,3 mil unidades. 

A Volkswagen informa ainda que, na China, foram comercializados 633,9 mil veículos de suas marcas no primeiro trimestre, com expansão de 15,6%. 

Já na América do Norte, o volume comercializado entre janeiro e março avançou 24,5%, para 179,1 mil veículos. Na América do Sul, as vendas trimestrais da Volkswagen subiram 3,9%, para 229,4 mil veículos.

16 de abril de 2012

Estado do Rio deve inaugurar três parques tecnológicos até 2014

Pólos de tecnologia em Petrópolis, Xerém e Seropédica serão dedicados a áreas como biotecnologia e eficiência energética.

O Rio de Janeiro deve ganhar, nos próximos dois anos, pelo menos três novos pólos de tecnologia. De agronegócios a laboratórios para a indústria automotiva, passando ainda por terapia gênica, os próximos parques tecnológicos a entrarem em operação no Estado até 2014 já têm, inclusive, localização definida: Xerém e Seropédica (na Baixada Fluminense) e Petrópolis (na região serrana). Só o de Seropédica deve movimentar R$ 100 milhões em investimentos apenas na infraestrutura necessária para a instalação.
                Vista área do campus da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.

“Com o êxito do Parque Tecnológico do Fundão, na Ilha do Governador, o movimento de estímulo à inovação e empreendedorismo no estado ganhou força e outras universidades do estado estão se preparando para montar seus parques tecnológicos, como a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)”, afirma o superintendente de Competitividade da Secretaria de Desenvolvimento Econômico do Estado do Rio, Sergio Teixeira. 

Com uma área disponível de 700 mil metros quadrados às margens da Via Dutra em Seropédica, o projeto do parque da Rural – como é conhecida a universidade no Rio – inicialmente foi concebido para atuar em áreas de conhecimento ligadas ao setor de agronegócios. 

Mas, diante do interesse de empresas de alimentos e até mesmo da indústria automotiva, o escopo do parque foi ampliado. “Nestlé, Sadia, Coca-Cola e AB InBev estão entre as companhias interessadas em montar centros de pesquisas em nosso parque tecnológico, cujas operações devem ter início em 2014”, revela Stella Reis da Costa, coordenadora da incubadora de empresas da UFRRJ. 

De acordo com Stella, o objetivo é criar um pólo de desenvolvimento na Baixada Fluminense. “Esta é uma região carente e podemos contribuir muito para trazer conhecimento e recursos”. Somente em infraestrutura, estão previstos aportes da ordem de R$ 150 milhões. 

Também na Baixada Fluminense, o projeto sob o comando do Inmetro é o mais adiantado entre os três novos parques tecnológicos em desenvolvimento. O instituto, que já conta com mais e 50 laboratórios em áreas como mecânica, telecomunicações e informática, pretende agora consolidar todas as pesquisas em Xerém. 

Pista de teste para veículos 

Segundo o diretor de Inovação e Tecnologia do Inmetro, Hans Peter, o projeto do parque tecnológico pode ser dividido em quatro iniciativas. A primeira delas é a construção, em parceria com a PUC-RIO, de um laboratório para o estudo das emissões de poluentes provenientes de motores à combustão. De acordo com Teixeira, é neste espaço que deverá ser construída uma pista com tecnologia avançada para testes de veículos. 

No Parque de Xerém haverá ainda uma linha de estudos para o desenvolvimento de um biocombustível de fácil e acessível produção a ser aplicado na agroindústria brasileira e a parceria com uma grande empresa automobilística para a otimização de motores a combustão no uso de biodiesel, que Peter prefere não revelar. Por fim, existe ainda o plano de criação de um polo do Instituto Técnico Federal do Rio de Janeiro, que deverá trabalhar em conjunto com a já existente escola técnica em metrologia. 

“Grandes companhias brasileiras e estrangeiras já demonstraram interesse em parcerias”, afirma Peter. A expectativa, diz, é que o parque já comece a liberar a instalação das empresas no segundo semestre deste ano. 

Terapia gênica 

Na região serrana do Rio, o Parque Petrópolis Tecnópolis parte de um movimento que já atua há quase dez anos na atração de empresas nas áreas de telecomunicações, TI e biotecnologia. Com o objetivo de iniciar suas operações até o final de 2014, o centro deverá receber até R$ 40 milhões apenas na infraestrutura. 

Segundo Jonny Klemperer, que faz parte do conselho gestor do movimento Petrópolis Tecnópolis, as áreas de atuação deverão incluir a modelagem computacional integrada à química para pesquisas no setor de petróleo e gás, a terapia gênica e o desenvolvimento de biofármacos e a área de engenharia de softwares.

15 de abril de 2012

Empresas ganham R$ 45 bi em capital de giro em apenas sete dias

Pacote com juros menores do BB, BNDES e Caixa pode obrigar banco privado cortar spread para ajudar governo a corrigir alta no IOF.

Em meio ao embate entre o governo federal e os bancos privados sobre a redução do spread(a diferença entre os juros pagos aos clientes e o cobrado pelas instituições financeiras para emprestar o dinheiro de seus poupadores), o Planalto tomou um atalho para ampliar o crédito rápido que as empresas precisam para cobrir despesas de caixa de curto prazo, o chamado capital de giro. 

O resultado foi uma turbinada de R$ 44,8 bilhões nas linhas de giro operadas pelo Banco do Brasil (BB), Caixa Econômica Federal (CEF) e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). 

O montante foi anunciado separadamente no intervalo de uma semana, em ação coordenada pelo ministro Guido Mantega (Fazenda) para mostrar às empresas que o governo está atento à enxugada no crédito das instituições privadas. "O custo de capital de giro é talvez o mais alto para as empresas", reconheceu o ministro nesta terça-feira. "Esperamos que os bancos privados também ampliem financiamento para capital de giro", indicou Mantega. 

GIRO MAIOR 

Em semana de pressão do Planalto para bancos privados baixarem juros, estatais turbinam linhas de capital de giro destinado ao caixa das empresas. 

A ação dos bancos representa um aumento de 14% sobre os R$ 315 bilhões concendidos pelo sistema financeiro do país em capital de giro em 2011, conforme o Banco Central. A oferta maior deve elevar também o peso estatal na projeção de crédito para 2012. Em fevereiro, 43,8% de todo o dinheiro emprestrado no Brasil saiu de bancos públicos. 

Do ponto de vista negativo, na avaliação do economista Douglas Uemura, da LCA Consultoria, a levação do capital de giro pode ser acompanhada pelo crescimento da inadimplência por parte das empresas. 

Segundo ele, em 2008 apenas 1% do dinheiro tomado pelas companhias para facilitar o fluxo de caixa não era pago. Em 2012, a taxa de inadimplência atingiu 4%. "É um nível historiamente alto. A inadimplência subiu durante a crise de 2008 e, desde junho de 2009, está acima de 3%. Houve uma piora na qualidade do crédito [repassado às empresas], com uma concessão de pouca qualidade para um número maior de maus pagadores", diz. 

A maior disposição de recursos foi anunciada por BB, BNDES e CEF com uma redução expressiva nas taxas de juros. A Caixa Econômica, por exemplo, reduziu em 68% a sua taxa para empréstimos de giro, que passaram a ter alíquota mensal de 0,94%. 

Cortes como esse são vistos como uma tentantiva do governo de pressionar os bancos privados a também reduzirem suas taxas. "Pode ser um passo em falso dos bancos públicos", avalia Uemura. "Os bancos privados podem acompanhar de longe essa redução para não perder mercado, mas não vão competir com os públicos por causa da inadimplência alta", afirma o economista sênior da LCA.

Compensar IOF 

O corte nas taxas de empréstimo para empresas é aponta também como uma forma de o Planalto compensar as empresas por ter dificultado a captação de recursos no exterior após promover aumentos sucessivos no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) - ação realizada para diminuir os efeitos da entrada de moeda estrangeira sobre o câmbio. 

Para Alberto Borges Matias, professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto (FEARP/USP), a desvalorização cambial e a cobrança de IOF encareceu a captação fora do país e, com isso, o acesso às linhas públicas de capital de giro se torna essencial. "Com as taxas de bancos privados mais altas, acaba sendo melhor recorrer aos públicos”, compara. 

O economista, que também é presidente do Instituto de Ensino e Pesquisa em Administração (Inepad), considera que as empresas brasileiras, principalmente as menores, com mais dificuldade em captar no exterior, devem ficar animadas com o reforço de crédito das instituições públicas. 

As pequenas e médias são o foco de Banco do Brasil e Caixa, que juntos colocam R$ 34,8 bilhões em linhas para esse nicho empresarial. “Queremos melhorar o relacionamento com as micro, pequenas e médias empresas”, afirma o presidente da Caxia, Jorge Hereda, após reforçar em R$ 8 bilhões o giro e indicar a meta de atingir 680 mil companhias com repasse de até R$ 1 milhão para cada uma. 

O maior beneficiado poderá ser o setor de comércio, cujo fluxo de caixa é vital para abastecer estoques e oferecer pagamento com prazo maior aos consumidores. "O capital de giro é importante principalmente para o pequeno comerciante, que com dinheiro mais barato pode comprar com 30 dias e vender com 120, por exemplo", observa o presidente da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro. 

Para as grandes empresas, o BNDES elevou o estoque de crédito da linha Progeren. O programa de capital de giro da instituição passou de R$ 5 bilhões para R$ 15 bilhões. "O crédito ficou mais apertado por causa do aumento no IOF, mas deve aliviar um pouco com a redução dos juros pelos bancos públicos e os cortes na Selic", observa Uemura, da LCA Consultoria. 

Redução tributária e no compulsório ajudaria mais 

Apesar da redução nos juros via bancos controlados pelo governo federal, o peso da carga tributária pode fazer os resultados da investida coordenada pelo Ministério da Fazenda não render os resultados desejados. A interpretação é do economista-chefe da Austin Rating, Alex Agostini. 

Segundo ele, com uma fatia de 25% de participação na composição do spread, impostos e tributos dificultam uma maior facilitação de crédito no país a preços mais baratos. "É uma parcela que o governo poderia diminuir. Não adianta acionar os bancos públicos se o governo não reduzir o peso dele no custo do crédito", critica Agostini. "A cada real que o governo coloca no crédito, ele ganha uma parte em retorno tributário", diz. 

O economista da Austin indica a redução do depósito compulsório (reserva que o bancos têm de fazer no BC para garantir suas operações financeiras) como a ferramenta mais eficaz para puxar o spread bancário do setor privado para baixo. Hoje, a margem do compulsório à vista (dinheiro em caixa nos bancos) é de 43% e 20% no a prazo (captações por meio de títulos, como CBD). "Não existe no mundo uma tarifa de compulsório igual a do Brasil", comenta Agostini.

14 de abril de 2012

Revista Você S/A - Edição 165 - Março/2012.

Clique na imagem e acesse o sumário da edição

O Portal Administração em Foco indica da Edição de Março/2012 
da Revista Você S/A.

NOME

Skanska anuncia contrato de R$ 1,34 bilhão com Petrobras

Projeto prevê a aumento de 25% da capacidade de tratamento e compressão de gás natural do Terminal de Cabiúnas, em Macaé.

A sueca Skanska, maior empreiteira de origem estrangeira no mercado brasileiro, anunciou a assinatura de contrato de R$ 1,34 bilhão com a Petrobras, em consórcio com outras duas empresas -- os nomes não foram divulgados. Elas serão responsáveis pelas obras de ampliação em 25% da capacidade de tratamento e compressão de gás natural do Terminal de Cabiúnas (TECAB), em Macaé, no Rio de Janeiro. Em termos financeiros, caberá a cada empresa um terço do valor total, ou R$ 448 milhões. 

Líder do consórcio, a Skanska será responsável pela engenharia de detalhamento e construção das instalações, obras civis e instalações eletromecânicas. As outras empresas fornecerão equipamentos e materiais, assistência técnica para as fases de comissionamento e colocação em funcionamento de cinco novas unidades no Tecab, além de integrá-las as que já existem. 

A previsão de entrega é para o último trimestre de 2014. 

No Brasil há cerca de dez anos, a Skanska entrou para a lista das 20 maiores empresas de engenharia do Brasil em 2009 – segundo ranking da revista O Empreiteiro -, e foi a única estrangeira a integrar o grupo naquele ano. Dona de uma carteira de pedidos de cerca de R$ 1,5 bilhão, trabalha praticamente só em projetos relacionados a petróleo e gás. Mas vêm fazendo esforços de diversificação no país.

13 de abril de 2012

Facebook anuncia compra do Instagram por R$ 1,8 bilhão

Mark Zuckerberg diz que pretende gerenciar o aplicativo de forma independente; brasileiro Mike Krieger deve levar R$ 180 milhões.
        Símbolo do Instagram: valor de venda ao Facebook é estimada em R$ 1,8 bilhão.

O fundador e atual CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, anunciou no dia 10 de abril a compra da empresa que criou o aplicativo de fotos Instagram, pelo valor de US$ 1 bilhão (R$ 1,8 bilhão). Segundo o jovem executivo, a ideia é gerenciar o Instagram de forma independente, para permitir que os usuários continuem postando fotos em outras redes sociais. 

Criado pelo brasileiro Mike Krieger, de 25 anos, juntamente com o americano Kevin Systrom, o Instagram foi lançado em outubro de 2010 e é um aplicativo que permite aplicar efeitos especiais a fotos e compartilhá-las com amigos. Atualmente, a ferramenta tem quase 30 milhões de usuários e a empresa, 13 empregados. 

Com a venda da empresa, o brasileiro levou US$ 100 milhões (R$ 180 milhões), correspondentes à participação de 10% que tinha na companhia, segundo a revista norte-americana Wired. Systrom, que é o CEO do Instagram, teria levado US$ 400 milhões (R$ 728 milhões) por seus 40% da empresa. 

Ainda de acordo com a Wired, os 13 funcionários devem receber US$ 100 milhões referentes a um bônus, enquanto empresas que financiaram o Instagram, juntas, devem levar outros US$ 380 milhões. 

Systrom afirmou no blog oficial da empresa que ele e a equipe estão "muito felizes" com a aquisição. Ele ainda disse que o aplicativo não desaparecerá, como aconteceu com alguns outros menores comprados pelo Facebook nos últimos anos. 

"Nós continuaremos a adicionar novas características ao produto e acharemos novas maneiras de criar uma melhor experiência 'mobile' com as fotos. O Instagram continuará sendo o mesmo que vocês tanto adoram", escreveu Systrom. 

"Estou animado por compartilhar a notícia de que nós chegamos a um acordo para comprar o Instagram e que seu time talentoso vai se unir ao Facebook", afirmou Zuckerberg em seu perfil na rede social. 

"Milhões de pessoas em todo o mundo adoram o Instagram e a marca associada a ele, e o nosso objetivo é ajudar a divulgar este aplicativo e sua marca a ainda mais pessoas," disse ainda Zuckerberg. 

Segundo o CEO do Facebook, os usuários terão a opção de postar ou não no Facebook as fotos tiradas no Instagram, e também poderão ter seguidores no aplicativo e seguir pessoas separadamente dos amigos da rede social. 

Pouco menos de meia hora após o anúncio, a notícia já tinha sido curtida por mais de 51 mil usuários do Facebook.
Página do Instagram no Facebook: publicação de fotos continuará a ser permitida em outras redes sociais.

12 de abril de 2012

Geólogo baiano descobre reserva de terras raras de US$ 8,4 bi

Nova empresa de João Cavalcanti, ex-sócio de Eike Batista, encontra depósito gigante com 28 milhões de toneladas de neodímio.

Nos últimos tempos, ele só veste preto, que considera a cor do poder. Conserva barba e cabelos brancos, está sempre de óculos escuros, se diz místico e já foi chamado pelo The New York Timescomo ‘o geólogo que fala com o cosmo’. É frequentemente citado como um dos 20 brasileiros mais ricos, mas garante que a imprensa exagera quando o chama de bilionário. “Isso é balela, sou um batalhador”, afirma o empreendedor baiano João Carlos Cavalcanti, o JC, conhecido no mundo da geologia como o ‘farejador de minérios’ depois de ter descoberto minas gigantes de fosfato, ferro e níquel ao lado de sócios como Daniel Dantas, Eike Batista e os Ermírio de Moraes, donos do grupo Votorantim. 

Após a parceria com Dantas, que diz ter sido positiva na estruturação da empresa de pesquisa mineral do banqueiro do Opportunity, a GME4, Cavalcanti criou a World Mineral Resources Participações S.A. (WMR). Agora, um ano após a estrutura a companhia, afirma ter encontrado na Bahia uma reserva estimada em 28 milhões de toneladas de neodímio – um dos 17 elementos que compõe o grupo de minerais chamado terras raras, usados em equipamentos de alta tecnologia, como carros elétricos, smarthphones e tablets. "É a primeira descoberta de neodímio no Brasil similar ao maior depósito do mundo, que é Baotu, na China. Encontramos teores de concentração semelhantes ao neodímio chinês, com 12,75%. O da China está com 12%, 14% de concentração”, diz o geólogo.
JC, o ex-sócio de Eike, quando ainda usava branco, a bordo do jatinho, sobre ser bilionário: “Isso é balela, sou um batalhador”.

As terras raras têm se valorizado no mercado internacional após a China estabelecer cotas para exportação do insumo estratégico para a indústria de alta tecnologia, em represália ao embargo de navios de carga pelo Japão em 2009. “O preço do neodímio hoje está US$ 300 mil a tonelada”, observa. Caso as 28 milhões de toneladas sejam extraídas e vendidas no valor citado por Cavalcanti, a reserva poderia render US$ 8,4 bilhões. 

O anúncio formal da descoberta será realizado no final deste mês ao Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). O próximo passo será fazer o levantamento detalhado do tamanho da reserva diluída em rochas compostas por fluoretos de cálcio na cidade de Serra do Ramalho, oeste da Bahia. “Fizemos estudos geológicos preliminares, já identificamos a mãe do minério e estamos trabalhando para idenficar o valor final [tamanho do depósito]”, indica. 

Auto-definido como “místico”, Cavalcanti diz ter descoberto a região onde está o neodímio nos anos 1970, quando começou a estudar os minerais. Mas foi depois de uma visita à mina chinesa de Baotu que decidiu averiguar geologicamente o terreno – a WMR requereu 36 áreas ao DNPM, totalizando 50 mil hectares.
Auto-definido como “místico”, João Cavalcanti diz ter descoberto terras raras na década de 1970, mas só ter pesquisado região na Bahia após voltar da China há oito meses.

"Eu tinha visto essa jazida em 1974, quando eu tinha 24 anos e trabalhava para uma empresa do estado [Bahia]. Aí, estive na China e fui visitar Baotu, que é igualzinho [em incidência de fluorita roxa, a rocha onde o neodímio está diluído]. Desci no aeroporto de Guarulhos, peguei meu jato e fui para Bom Jesus da Lapa, meti o martelo para dentro, mandei avaliar e deu os mesmos teores do neodímio da China", conta. 

O próximo passo depois de confirmar a existência do mineral será buscar investidores dispostos a aplicar recursos para extrair terras raras. Mas ao contrário de projetos anteriores, Cavalcanti pretende manter 51% de controle da WMR. Avesso a ser chamado de empresário e preferindo a alcunha de empreendedor, o geólogo tenta um novo modelo para atuar no mercado. 

O geólogo é conhecido no mercado como o “farejador de minérios”, após ficar famoso por descobrir reservas e vender inicialmente 70% do negócio para sócios. Foi assim com depósitos minerais negociados com Eike Batista, no início dos anos 2000, e o com o grupo Votorantim, junto ao qual mantém 23,75% da Sul Americana Metais – empresa da Votorantim Novos Negócios, que desenvolve mina de ferro no norte de minas descoberta por Cavalcanti. “Antes eu descobria, vendia 70% e ficava com 30%. Agora, eu também quero ser tubarão. Estou tranquilo dessa vez e capitalizado", indica. 

A meta de Cavalcanti é fazer da WMR um condomínio mineral com cotas de projeto vendidas em processo de concorrência internacional. "A WMR deverá desenvolver 28 projetos em todo o Brasil”, afirma. "Estamos colocando cotas no mercado paulatinamente, 14 grandes investidores já compraram. Temos expectativa de que novos investidores adquiram mais cotas”, confia. 

Ele acaba de voltar de uma rodada de apresentação de projeto nos Estados Unidos e Canadá, onde se reuniu com investidores interessados em três grandes projetos: bauxita, ferro e terras raras. “Começa a ter interesse de bancos de investimentos americanos, canadenses e suíços”, antecipa. “O investidor chega e diz qual empresa quer entrar. São empresários que têm faturamento mínimo de US$ 100 milhões cada [comprar das 14 cotas vendidas]”, planeja. 

Caso a investida seja bem sucedida, a WMR se tornará uma holding ramificada por empresas administradoras de bens minerais diferentes. Em seguida, a mineradora irá à BM&Fbovespa. “Pretendo ir ao mercado daqui a 2,5 ou três anos para fazer um IPO [listagem inicial de ações, na sigla em inglês]”, diz o geólogo. 

Fortuna cobiçada, mas não confirmada 

O “voo solo”, como chama a nova fase Cavalcanti aos 64 anos o filho de um ex-oprarário ferroviário nascido em Catulé (BA), só foi possível após negociar a quebra de contratos de não competição firmados com o Opportunity e a Eurasian Natural Resources Corp. (ENRC), mineradora que arrematou mina de ferro Caetité. “As multas [dos contratos] passavam de US$ 100 milhões”, revela. 

O valor, contudo, pode não ser muito para o empreendedor, cuja riqueza pessoal estimada pelo mercado em R$ 2 bilhões. “O pessoal confunde a empresa com o meu patrimônio”, garante o empreendedor que agora investe no ramo hoteleiro em Itacaré (BA). Mas Cavalcanti revela ter sido sondado pela revista americana Forbes para aparecer na lista dos mais endinheirados do globo ao lado do desafeto Eike Batista. “A Forbes me ligou, mas quem gosta de aparecer é peru”, comenta. 

Figura conhecida nas rodas sociais da Bahia, Cavalcanti flertou com o poder na tentativa de ser vice-governador ao lado do ex-ministro Gedel Vieira, em 2010. Ele resgata o passado humilde como filho de operário para justificar o bom relacionamento. “Eu não sou mendigo, comecei do zero, virei classe média, classe média alta e milionário. O Brasil só tem 153 mil milionários, o que é pouco perto dos Estados Unidos, que têm mais de 250 mil. Estou nessa categoria, agora dizer que sou bilionário é mentira. Vou chegar lá, esse é meu projeto”, confia.