31 de julho de 2012

Tullow Oil encontra petróleo onde ninguém mais procurou

Companhia britânica fundada por contador de empresa sem experiência no ramo transforma-se em gigante na exploração de áreas ignoradas por rivais em mais de 20 países.

Nenhuma fonte comercial de petróleo havia sido descoberta no Quênia até que a Tullow Oil começou a fazer escavações nas ardentes savanas no Vale Rift, a cerca de 400 quilômetros a nordeste de Nairóbi.

Em maio, a empresa afirmou que seu primeiro poço produziu resultados promissores, revelando terras com mais petróleo do que outros poços abertos na região geologicamente similar do Lago Albert, em Uganda, onde a Tullow descobriu um campo com 1,1 bilhão de barris em 2006.

Se a fonte no Quênia tiver as mesmas proporções da de Uganda, a Tullow terá sido responsável pela abertura de nada menos que quatro novos campos de petróleo nos últimos seis anos. Três deles estão na África subsaariana, incluindo o gigantesco campo de Jubilee, nas águas profundas na costa de Gana. O quarto, localizado na costa da Guiana Francesa, na América do Sul, foi a recompensa de uma aposta feita no mesmo tipo de areias petrolíferas encontradas nas águas do oeste africano, e que também existem na costa da América Latina. Isso tudo é fruto de pura sorte? Os concorrentes acreditam que não.

"Com base em seus registros, é preciso admitir que esses resultados são muito bons", afirmou Neil Piggott, um explorador veterano, que agora chefia as explorações da BP no Brasil.
Aidan Heavey, à direita, fundador e presidente da Tullow Oil, com o diretor de exploração, Angus McCoss na sede da empresa em Londres, na Inglaterra.

Com o nome de uma pequena cidade nos arredores de Dublin, a Tullow foi fundada em meados dos anos 1980 por Aidan Heavey, que era contador na empresa aérea irlandesa Aer Lingus. Ele ficou intrigado com a ideia de trabalhar nos pequenos campos de petróleo africanos, ignorados pelas grandes empresas. Ele sabia muito pouco sobre o setor, mas um amigo no Banco Mundial o ajudou a obter acesso a uma mina de gás natural no Senegal.

Sob o comando de Heavey, que continua a ser o CEO, a empresa com sede em Londres se transformou em uma gigante da exploração petrolífera, com operações em mais de 20 países, um valor de mercado de US$ 22 bilhões e uma equipe de exploração com cerca de 200 geólogos e geofísicos. A Tullow planeja gastar um US$ 1 bilhão este ano com explorações e avaliações, um valor quase tão grande quanto o lucro operacional da empresa em 2011.

A despeito da inexperiência inicial de Heavey, sua empresa obteve resultados superiores aos de boa parte de seus maiores concorrentes no que diz respeito às novas descobertas. "Isso não significa que eu seja um bom geólogo", afirmou Heavey, de 59 anos, em entrevista por telefone. "Eu simplesmente fiz o que sabia fazer de melhor e escolhi as melhores pessoas para trabalhar comigo."

A produção da empresa está crescendo rapidamente, mas ainda é pequena, com um total de 78.200 barris de petróleo e equivalentes de petróleo em 2011.

Os analistas colocam a Tullow na vanguarda de um grupo inovador de empresas petrolíferas que também inclui as americanas Anadarko Petroleum e Kosmos Energy.

"O que é incrível a respeito da Tullow em relação às outras empresas é seu histórico extremamente consistente nas bacias fronteiriças, onde ninguém encontrou nada, transformando-as em centenas de milhões de barris", afirmou Rob West, analista da Bernstein Research, em Londres. "Seu desempenho é absolutamente incrível."

A Tullow extrai petróleo de cerca de 70% das fontes que explora e avalia, uma média duas vezes maior que a do setor, segundo West.

O desafio para a Tullow é que, à medida que a empresa cresce e tenta produzir petróleo – além de apenas encontrá-lo – ela encara cada vez mais problemas e custos. Por exemplo, a empresa enfrentou atrasos e precisou pagar US$ 472 milhões em impostos para Uganda, valor do qual ela ainda está recorrendo.

"Eles querem ser como a Shell. Mas é difícil fazer isso com sucesso", afirmou Stuart Joyner, analista da Investec Securities, em Londres.

O chefe de exploração da empresa, Angus McCoss, que veio da Royal Dutch Shell para a Tullow em 2006, afirmou que a Tullow ignorou os dogmas do setor e fez as coisas "do seu próprio jeito".

A gigante petrolífera BP, por exemplo, decidiu não participar das primeiras escavações nas águas profundas de Gana, porque o tipo de geologia do local frequentemente leva a prejuízos, de acordo com Piggott, o explorador da BP. A Kosmos e a Tullow acabaram descobrindo Jubilee, um dos maiores campos da África, em 2007.

Assim que os geólogos da Tullow descobrem petróleo, eles tentam pensar em outras áreas que possam ser similares.

McCoss afirma que o campo de Jubilee faz parte de uma rica formação geológica que se estende por toda a costa oeste africana e que também pode ser encontrada do outro lado do Atlântico. De acordo com essa teoria, sob as águas da América Latina existe o mesmo tipo de depósito de petróleo do oeste africano, deixado lá quando o megacontinente de Pangea se separou.

No final do ano passado, McCoss testou sua ideia quando a Tullow cavou um poço na costa da Guiana Francesa. Na época, a Tullow já tinha credibilidade bastante para levar duas grandes empresas europeias – a Shell e a Total – a assumirem boa parte dos custos estimados em US$ 250 milhões. Em setembro, a Tullow anunciou que havia encontrado uma grande quantidade de petróleo. McCoss afirma que o campo pode ser ainda maior que o de Jubilee, com mais de um milhão de barris de petróleo.

Em julho, a Tullow anunciou uma descoberta na Costa do Marfim, confirmando a teoria de McCoss.

A descoberta no Quênia aplicou a teoria de McCoss à terra firme, procurando por locais parecidos com os de outras fontes de petróleo. Depois de conseguir dinheiro para sua busca em Uganda com a venda de dois terços dos achados para a Total e a China National Offshore Oil Corporation, ou CNOOC, por US$ 2,9 bilhões, a Tullow passou a procurar petróleo em outros vales no Quênia e na Etiópia. Aproveitando-se da falta de interesse nesses países, a Tullow foi capaz de adquirir cerca de 100.000 quilômetros quadrados de território de exploração – uma área do tamanho de Indiana – por cerca de apenas US$ 23 milhões.

É claro que também existem riscos. O faturamento e o valor de mercado da empresa provavelmente irão depender do preço do petróleo, que caiu fortemente nos últimos meses. A exploração de poços em águas profundas pode custar centenas de milhões de dólares e uma sequência de lances ruins pode acabar com os investimentos. Além disso, à medida que a empresa cresce, novas descobertas passarão a ter um impacto menor.

A empresa também poderia encontrar dificuldades políticas em países que nunca exploraram petróleo. Atualmente, Uganda já está pressionando a Tullow, a Total e a CNOOC a construírem uma refinaria no país.

Ainda assim a indústria provavelmente continuará investindo muito dinheiro na África Subsaariana, uma vez que ela é menos explorada do que outras partes do mundo e fica próxima da China e de outras economias asiáticas carentes de energia. Entre 2010 e 2011, os exploradores tiveram bons anos na região, descobrindo o equivalente a mais de 5 bilhões de barris. Este ano parece ser substancialmente melhor, com os volumes se aproximando dos 10 bilhões de barris.

"A África é um lugar importantíssimo para a exploração", afirmou Martin Kelly, analista chefe da África Subsaariana na empresa de consultoria Wood Mackenzie, com sede em Edimburgo.

À medida que a Tullow e outras empresas vão para áreas que desconhecem a perfuração de petróleo, uma preocupação é como isso pode atrapalhar o ambiente e a cultura locais.

A Tullow, por exemplo, está trabalhando na Bacia de Turkana, no nordeste do Quênia, o local de alguns dos sítios arqueológicos mais ricos para a busca dos primeiros hominídeos do planeta. O paleoantropólogo Richard Leakey, que trabalha na área desde 1968, afirmou ter ficado preocupado quando a Tullow conseguiu as licenças.

Em uma entrevista por telefone, Leakey afirmou que ainda existem cicatrizes deixadas na paisagem pelas atividades de exploração da Shell, anos atrás. Mas a atitude da Tullow é diferente, afirmou, dando crédito a Heavey. "Ele parece ser uma pessoa muito correta e com uma ótima atitude em relação às responsabilidades de uma petrolífera em uma área como essa", afirmou.

Leakey afirmou que a população da região é composta por pastores nômades e que temia que o governo central utilizasse o petróleo para seus próprios objetivos, dando à população local apenas "agrados e pequenas demonstrações de boa vontade".

De sua parte, Heavey afirmou que sua empresa estava aberta a formas criativas de compartilhar sua riqueza. Por exemplo, a Tullow listou suas ações na bolsa de valores de Gana.

"Nós temos de garantir que seremos transparentes naquilo que fazemos, e garantir que faremos as coisas do jeito certo", afirmou Heavey.

30 de julho de 2012

Bank of America reverte prejuízo e lucra US$ 2,5 bilhões no segundo trimestre

Um ano antes o banco havia sofrido prejuízo de US$ 8,8 bilhões, quando reservou US$ 20,7 bilhões para despesas relacionadas a hipotecas e outros encargos.

O Bank of America Merrill Lynch reverteu no segundo trimestre o prejuízo de um ano antes, após redução de custos e de reservas para perdas com empréstimos, anunciou nesta quarta-feira o segundo maior banco dos Estados Unidos.

A instituição teve lucro líquido de US$ 2,5 bilhões no segundo trimestre, ou US$ 0,19 por ação. Um ano antes o banco havia sofrido prejuízo de US$ 8,8 bilhões, quando reservou US$ 20,7 bilhões para despesas relacionadas a hipotecas e outros encargos.

Analistas consultados pela Thomson Reuters I/B/E/S esperavam, em média, ganho de US$ 0,14 por ação no período.

A provisão para perdas com crédito no segundo trimestre somou US$ 1,77 bilhão ante US$ 2,42 bilhões no primeiro trimestre.

29 de julho de 2012

BlackRock tem queda de 11% no lucro do segundo trimestre

Ganho líquido da companhia com sede em Nova York foi de US$ 554 milhões, ante US$ 619 milhões, ou US$ 3,21 por ação, um ano antes.

A BlackRock, maior gestora de capital do mundo, teve queda de 11% no lucro do segundo trimestre, quando as turbulentas condições do mercado diminuíram a receita com comissões.

O lucro líquido da companhia com sede em Nova York foi de US$ 554 milhões, ou US$ 3,08 por ação, ante US$ 619 milhões, ou US$ 3,21 por ação, um ano antes.

Os ativos sob gestão da BlackRock somavam US$ 3,56 trilhões até 30 de junho, queda de 3% ante um ano antes.

28 de julho de 2012

Rombo no Cruzeiro do Sul já é de R$ 2,5 bilhões

Inicialmente, o Banco Central estimou o rombo em R$ 1,25 bilhão, resultado da descoberta de fraudes contábeis concentradas em empréstimos consignados falsos.

O Cruzeiro do Sul tem um rombo de pelo menos R$ 2,5 bilhões - o dobro do que o Banco Central (BC) imaginava quando decretou intervenção na instituição, no dia 4 de junho. A conta pode aumentar porque a apuração do buraco ainda não terminou. O trabalho está sendo feito pelo próprio BC, pelo Fundo Garantidor de Créditos (FGC) e pela empresa de auditoria PricewaterhouseCoopers.


Essa situação pode inviabilizar uma solução de mercado para o Cruzeiro do Sul. A intenção do BC e do FGC é recuperar o banco e achar um comprador para evitar a liquidação. A expectativa era de que, encerrado o pente-fino nas contas do banco, o buraco chegasse a R$ 1,8 bilhão. Inicialmente, o BC estimou o rombo em R$ 1,25 bilhão, resultado da descoberta de fraudes contábeis concentradas em empréstimos consignados falsos.

O BC tinha detectado 300 mil operações como essas. O número cresceu e a conta já alcança cerca de R$ 1,6 bilhão. Os R$ 900 milhões restantes (para totalizar os R$ 2,5 bilhões) são consequência de ativos super avaliados, passivos tributários e provisões contra perdas de crédito inferiores às regras do BC, entre outros problemas.


Procurados, Banco Central, Fundo Garantidor de Créditos e PricewaterhouseCoopers não comentaram o assunto. Os controladores do Cruzeiro do Sul não foram localizados por sua assessoria de imprensa.

Rumores

Nas últimas semanas, as ações do Cruzeiro do Sul tiveram altas expressivas, em meio a especulações de que a instituição poderia ser vendida após o encerramento do trabalho do BC, do FGC e da PricewaterhouseCoopers. No acumulado de julho, os papéis preferenciais (PN) do banco saltaram 66,2%.


No dia 13 de julho, caíram 1,67%. Títulos do Cruzeiro do Sul negociados no mercado internacional também dispararam nas últimas semanas. Em alguns vencimentos, o papel subiu tanto que chegou a ser vendido a 65% do valor de face. No fim do mês passado, eram transacionados a 28% do valor de face.

27 de julho de 2012

Preço da gasolina pode subir ainda este ano, diz governo

Ministro Edison Lobão admitiu que, desta vez, o reajuste será sentido pelo consumidor, mas não informou de quanto será o aumento.

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, admitiu no dia 13 de julho que o preço da gasolina pode subir ainda este ano. Desta vez, o reajuste será sentido pelo consumidor. "Nós podemos, creio eu, imaginar que ainda este ano possa haver uma revisão desses preços de combustíveis já na bomba", disse o ministro em entrevista à Globo News.

No mês passado, a Petrobras conseguiu reajustar o preço da gasolina em 7,8%, mas o aumento não teve impacto no preço cobrado nas bombas, porque o governo resolveu zerar a alíquota da Cide, um imposto que incide sobre os combustíveis. Sem a possibilidade de amenizar reajustes dos preços dos combustíveis nas refinarias, qualquer aumento concedido pelo governo será, agora, sentido pelo consumidor. Lobão não disse de quanto será o reajuste.


No dia 13 de julho, as ações da Petrobras fecharam em alta de mais de 5,0%, puxando o Ibovespa para uma valorização de 1,7%, numa reação ao reajuste de 6,0% no preço do diesel anunciado na noite de quinta-feira. Surpresos, investidores festejaram não apenas o segundo aumento em três semanas no combustível mais vendido pela empresa, mas também o fato de a presidente da companhia, Graça Foster, ter conseguido barganhar a alta, apesar do impacto para o consumidor.

"Sem dúvida, garante uma maior credibilidade para Graça Foster que, depois de sofrer bastante pressão nas últimas conversas com investidores, conseguiu negociar o aumento com o governo", diz o relatório dos analistas Emerson Leite e Andre Sobreira, do Credit Suisse.

Inflação

Já os economistas fizeram as contas sobre o impacto na inflação e chegaram à conclusão de que o diesel tem peso pequeno no cálculo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) e a implicação indireta que o aumento acarretará para a cadeia dos preços dos produtos nos próximos meses tende a ser pouco perceptível.


O impacto do reajuste no preço do diesel nas refinarias será praticamente nulo na inflação ao consumidor, mas atingirá o atacado, avaliou Luis Otávio de Souza Leal, do banco ABC Brasil. Pelos cálculos do banco, o efeito nos índices gerais de preços será de 0,10 ponto porcentual.

Caixa

O impacto anualizado dos dois reajustes de diesel e gasolina concedidos na gestão Graça poderiam somar R$ 8 bilhões para o caixa da empresa. Os cálculos variam, pois a Petrobras não divulga a distribuição da receita por produto. Para o Credit, apenas o reajuste de quinta-feira à noite pode ter impacto de R$ 3,9 bilhões. Para o Deutsche Bank, o impacto na geração de caixa até o fim deste ano seria de cerca de US$ 485 milhões, ou pouco menos de R$ 1 bilhão.


A Concórdia prevê que o efeito anualizado será de R$ 3 bilhões. O mercado considera que novos esforços para avaliar o caixa da empresa são fundamentais, diante do crescimento do consumo e da necessidade cada vez maior da Petrobras de importar combustíveis a preços mais caros no mercado internacional para abastecer o mercado.

26 de julho de 2012

Inadimplência do consumidor deve recuar no segundo semestre, prevê Serasa

Elevado endividamento do consumidor, causado pelo crescimento do crédito em 2010 e 2011, além do enfraquecimento da economia, têm feito com que a reversão da alta da inadimplência ocorra mais lentamente.

A inadimplência do consumidor deve seguir trajetória de queda ao longo do segundo semestre, de acordo com previsão da Serasa Experian divulgada no dia 13 de julho.

O índice de perspectiva calculado pela empresa, que antevê o nível de inadimplência com seis meses de antecedência, caiu 1,5% em maio, ante abril, para 95,9 pontos.

"A sequência de quedas mensais do indicador sinaliza que a inadimplência do consumidor, após ter subido ininterruptamente desde o início de 2011, deve se estabilizar e, posteriormente, entrar em trajetória de recuo ao longo do segundo semestre deste ano", avalia a Serasa em nota.

O elevado endividamento do consumidor, causado pelo crescimento excessivo do crédito durante o ano de 2010 e boa parte de 2011, além do enfraquecimento da economia, têm feito com que a reversão da alta da inadimplência ocorra mais lentamente desta vez do que em outros períodos em que as pessoas físicas tiveram dificuldades para honrar suas dívidas, como nos biênios de 2001/2002, 2004/2005 e 2008/2009, diz a Serasa.

Por outro lado, a empresa avalia que a expectativa de aceleração da atividade econômica, assim como a redução das taxas de juros, o baixo desemprego e o maior rigor das instituições financeiras na concessão de crédito contribuirão para a melhora gradativa do cenário durante o segundo semestre de 2012.

Empresas Se a inadimplência das pessoas físicas tende a cair, a das jurídicas deve manter-se em patamar elevado nos próximos meses, segundo a Serasa.

O Indicador de Perspectiva da Inadimplência das Empresas avançou 0,5% em maio, na comparação com abril, para 104,8 pontos. De acordo com a companhia, foi a menor variação mensal do indicador em 18 meses, mas ainda assim sinaliza que a inadimplência das empresas deverá manter-se em patamar relativamente elevado.

Por outro lado, é pequena a probabilidade de deterioração adicional durante o segundo semestre de 2012. "O lento processo de reativação do crescimento econômico, o nível ainda elevado da inadimplência dos consumidores e o agravamento da crise financeira internacional estão postergando a concretização de uma trajetória de queda mais consistente da inadimplência das empresas", observou a Serasa Experian.

25 de julho de 2012

Vamos garantir 'emprego de qualidade', declara Dilma

Presidenta participa de batismo da plataforma P-59 da Petrobras, na Bahia, e critica estratégia de europeus contra a crise e a onda de demissões: "Brasil reparte o bolo".
Presidenta Dilma durante batismo da plataforma P-59 no canteiro de obras do S. Roque do Paraguaçu.

A presidenta Dilma Rousseff disse no dia 13 de julho, na cerimônia de batismo da Plataforma P-59, na Bahia, que o Brasil vai continuar gerando emprego e renda para a população brasileira e que, por "teimosia" do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mostrou que é capaz de construir uma plataforma como a que foi inaugurada hoje. "Vamos enfrentar desafios para garantir à população emprego de qualidade", declarou a presidente em seu discurso.


Vestida com um blusão laranja da Petrobras, Dilma disse que é da época, não tão distante, em que diziam que o País deveria importar tudo e transferir o dinheiro para as viúvas e trabalhadores de outros países. "Mas nós teimamos, primeiro porque somos capazes sim de construir plataformas, de ter achado o pré-sal e depois de 20 anos estamos construindo a primeira sonda no País. Porque não seríamos capazes de construir uma plataforma?". E disse que isso é em razão do bom nível de nossas indústrias e trabalhadores.

"O mais interessante é que nós fomos a segunda maior indústria naval do mundo, até os anos 80", disse a presidenta, reiterando que a decisão de construir essa plataforma foi por "teimosia de um brasileiro chamado Lula". "Este brasileiro teimou, teimou que somos capazes sim de construir plataformas e nós, hoje, estamos aqui, depois de uma enormidade de anos, construindo a primeira sonda novamente no Brasil." E emendou: "Isso é um imenso orgulho, mas sobretudo uma promessa de futuro, o que tem aqui não é só aço, sistema computadorizado, aqui está um caminho de futuro, o fato é que vamos continuar gerando emprego e renda para a população brasileira".

Brasil e a crise econômica

"O Brasil está em outro caminho, o nosso caminho não é igual ao deles (países desenvolvidos)", afirmou a presidente. No discurso, a presidente lembrou que o Brasil atualmente "reparte o bolo", enquanto as nações europeias vivem uma realidade de desemprego, corte de salários e de benefícios dos trabalhadores.

"Meu governo está atento para garantir que nosso país, diante dessa situação internacional, tenha um desempenho o melhor possível, e saia dessa crise aproveitando oportunidades que sempre uma crise traz", disse Dilma.

O último sinal de fraqueza da economia brasileira veio na quinta-feira, quando o Banco Central divulgou seu índice considerado uma prévia do Produto Interno Bruto (PIB), que apontou uma leve contração em maio. O Índice de Atividade Econômica do BC (IBC-Br) registrou queda de 0,02% na comparação com abril.

Para Dilma, o Brasil irá se "transformar em uma das maiores nações do mundo", pois tem pessoas alegres. "Eu tenho imensa confiança na capacidade do meu povo de enfrentar desafios e encontrar soluções", argumentou, sob aplausos.
            Presidenta Dilma Rousseff durante Cerimônia de batismo da plataforma P-59.

Plataforma

A presença de Dilma sinaliza incentivo do governo à indústria naval e uma tentativa de acelerar a exploração do petróleo da camada pré-sal mesmo após a Petrobras reduzir metas de produção até 2016. “Muitos não acreditavam na nossa capacidade de construir esta plataforma”, afirmou. “Mas nós teimamos”, emendou.

A presidente exaltou a capacidade dos brasileiros em questionar antigas crenças e defendeu a iniciativa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “A retomada da construção da plataforma deve-se à teimosia de um brasileiro chamado Lula”, afirmou.

Dilma elogiou também Sergio Gabrielli, substituído por Maria das Graças Foster na presidência da Petrobras, por sua participação no projeto, chamando-o de “grande gestor”. Ambos estavam presentes no evento.

De acordo com a Petrobras, a P-59 é capaz de perfurar poços em situações de alta pressão e temperatura e alcança até 9.100 metros de profundidade. A companhia investiu cerca de US$ 360 milhões na construção da plataforma.

24 de julho de 2012

*** SORTEIO DO DIA DO ADMINISTRADOR ***

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Imagem que você irá encontrar na fan page do Portal Administração em Foco

S&P eleva nota de risco de curto prazo de 8 bancos brasileiros

Bradesco, Citibank, Banco do Brasil, Banco do Nordeste do Brasil, Banco Santander, HSBC Bank Brasil, Itaú Unibanco Holding e Banco Itaú BBA foram do nível A-3 para o A-2.

A agência de classificação de risco Standard & Poor's (S&P) elevou no dia 11 de julho os ratings de curto prazo de oito bancos brasileiros, que passaram de A-3 para A-2. Os bancos que tiveram seus ratings elevados pela agência são Bradesco, Citibank, Banco do Brasil, Banco do Nordeste do Brasil, Banco Santander, HSBC Bank Brasil, Itaú Unibanco Holding e Banco Itaú BBA. Todos os demais ratings dessas instituições e suas perspectivas permaneceram inalterados.


A S&P informou que sua decisão reflete a mesma ação de rating adotada pela agência para o rating de curto prazo em moeda estrangeira do Brasil. "A mudança não reflete uma melhora na nossa visão da solvência desses bancos no curto prazo", diz comunicado divulgado pela agência.

A elevação no rating dos oito bancos brasileiros, diz a S&P, resulta da revisão no critério da agência sobre a ligação entre os ratings soberanos de longo e curto prazos. De acordo com o critério, um rating de curto prazo de um soberano é derivado unicamente do rating de longo prazo ao aplicar uma ligação que é consistente com aquela aplicada às empresas.

Os ratings de curto prazo dos seis bancos privados universais são atualmente os mesmos e limitados ao rating soberano do Brasil devido à sua grande exposição ao País. "Em grande parte, essa exposição ocorre tanto nos seus investimentos quanto nos seus portfólios de empréstimos. Não antecipamos que essa exposição ao soberano vá mudar", explica a nota da S&P.

23 de julho de 2012

Indústria brasileira somente reagirá a estímulos em 2013, avalia CNI

Para o economista Flávio Castelo Branco, os fundamentos da atividade industrial no país vão bem. O que vai mal, segundo ele, é a competitividade.
"Os efeitos de uma mudança no câmbio, nas exportações, por exemplo, só são sentidos com defasagem de um ano", diz Flávio Castelo Branco.

Mesmo com a melhora no cenário macroeconômico do país, com a desvalorização do real em relação ao dólar e os juros em queda, o gerente-executivo de política econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, avalia que a indústria brasileira somente vai reagir no ano que vem. A atividade deverá melhorar nos próximos meses, mas não a ponto de produzir números robustos em 2012. "O segundo semestre será melhor que o primeiro, por conta dessa melhor combinação de câmbio e juros, e das medidas tomadas pelo governo recentemente, como a desoneração da folha de pagamento", disse Castelo Branco nesta quarta-feira.

A CNI revisou para baixo a previsão de avanço do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, de 3% para 2,1%, por conta da redução do Produto Interno Bruto (PIB) industrial de 2% para 1,6%, e dos investimentos, que, segundo a CNI, crescerão apenas 2,5% entre 2011 e 2012 – a previsão anterior era de 5,6%.

"Os fundamentos vão bem, o que vai mal [na indústria] é a competitividade", disse Castelo Branco, para quem o impacto da taxa de um real mais desvalorizado somente terá efeito pleno em 2013. "Os efeitos de uma mudança no câmbio, nas exportações, por exemplo, só são sentidos com defasagem de um ano", explicou o economista.

Para o gerente executivo da CNI, as condições para a indústria somente vão efetivamente melhorar quando houver um "choque de competitividade", que poderia vir em função do aumento dos investimentos em infraestrutura. Castelo Branco ressaltou ainda que diante do pessimismo instaurado entre os produtores industriais, por conta do agravamento da crise econômica mundial, "a manutenção do emprego no país é surpreendente".

22 de julho de 2012

Itaú Unibanco fecha associação com BMG para crédito consignado

Operação será estruturada como um novo negócio do Itaú Unibanco e do BMG, por meio de instituição financeira denominada Banco Itaú BMG Consignado; capital inicial da empresa será de R$ 1 bilhão.

O Itaú Unibanco fechou uma associação com o banco BMG para oferta, distribuição e comercialização de créditos consignados.

O negócio, anunciado no dia 10 de julho, marca uma reviravolta nas negociações em torno do banco mineiro. Na semana passada, BTG Pactual e Bradesco lideravam as tratativas.

A operação será estruturada como um novo negócio do Itaú Unibanco e do BMG, por meio de instituição financeira denominada Banco Itaú BMG Consignado.

O Itaú Unibanco terá 70% da nova sociedade, ficando o BMG com o restante. O capital inicial da empresa será de R$ 1 bilhão.

"O Itaú espera atingir a liderança entre os bancos privados nesse segmento, considerando além de suas operações, a carteira da joint-venture, que nos próximos dois anos deve atingir o volume de aproximadamente de R$ 12 bilhões", diz o comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

21 de julho de 2012

Alibaba vai financiar US$ 1 bilhão para recompra de participação da Yahoo

Empréstimo com um pool de sete bancos e prazo de pagamento de quatro anos será utilizado para recompra de uma participação de 20% do Yahoo no gigante chinês de comércio eletrônico.

O grupo Alibaba vai fechar um empréstimo de US$ 1 bilhão com um pool de sete bancos, com prazo de pagamento de quatro anos.

O dinheiro será usado para financiar a recompra de uma participação de 20% do Yahoo no gigante chinês de comércio eletrônico, informou no dia 10 de julho a agência Bloomberg, citando uma fonte não identificada.

Não foi informado se Alibaba, Yahoo ou os bancos que subscrevem o financiamento foram procurados para comentar o assunto.

20 de julho de 2012

Embraer espera entregar 6,8 mil novos jatos até 2031

Pelas estimativas da companhia brasileira, serão entregues quase um jato por dia nos próximos 20 anos.

Prevendo um aumento anual de 5% na demanda por aeronaves no mundo todo durante os próximos 20 anos, a Embraer espera entregar 6,8 mil novos jatos comerciais de 30 a 120 assentos no período, com um valor estimado em US$ 315 bilhões. Desse total, a maioria deve vir da procura por aviões que possuem entre 91 e 120 cadeiras, ou 3,8 mil.


Outros 2,6 mil viriam do segmento entre 61 e 90 assentos, com os 405 restantes sendo de 30 a 60 lugares. O período no qual a fabricante brasileira espera entregar mais unidades é entre 2022 e 2031 Em nota, a empresa ainda comenta que 53% desses pedidos devem representar a substituição de aeronaves antigas, enquanto o resto vai significar o crescimento do mercado.

"A frota mundial de jatos em operação com capacidade de 30 a 120 assentos aumentará de 4,15 mil aviões em 2011 para 7,4 mil em 2031", calcula a Embraer. De acordo com essas contas, a maior parte das unidades seria entregue à América do Norte. São previstos 2,2 mil jatos para a região, ou 32% do total de 6,8 mil esperados.

Em seguida, está a Europa e os países da antiga União Soviética, com 1,9 mil aeronaves, ou 28%. A expectativa, ainda, é que a China receba mil novas unidades, 15% do total. A previsão da Embraer é que a maior parte dos pedidos comece a se concentrar no leste, principalmente na Ásia. "Em 2031, os maiores mercados do mundo serão Ásia do Pacífico e China, respondendo por 34% do RPK [receita de passageiro por quilômetro transportado] mundial", estima.

Europa e América do Norte responderiam por 21% cada. Para a companhia, este impulso no mercado de aeronaves vai se dar por conta, principalmente, do crescimento econômico nos países emergentes e da ascenção da classe média urbana nesses locais. Fatores negativos, porém, incluem o preço dos combustíveis e o aumento das preocupações ambientais, que deve acirrar a concorrência.

O preço dos combustíveis, aliás, já vem impactando o segmento de 30 a 60 assentos. A Embraer é líder de mercado com os E-Jets, que têm de 61 a 120 cadeiras, mas os aviões menores estão sendo menos procurados por conta dos gastos para abastecê-los e também das menores tarifas praticadas pelas companhias aéreas. "No entanto, essa categoria continuará exercendo um papel importante ao conectar mercados de baixa e média densidade com grandes centros", finaliza a nota.

19 de julho de 2012

Brasileiros são os mais otimistas em pesquisa global sobre rumos da economia

Enquete revela que 69% da população do Brasil acredita que o País esteja indo na direção certa.

Os brasileiros se mostraram os mais otimistas em uma pesquisa global conduzida em 13 países.

A enquete, encomendada pela Confederação Internacional do Comércio, revelou que 69% da população do Brasil acredita que o país esteja indo na direção certa, enquanto 31% está pessimista quanto aos rumos do país. Nesse quesito, os brasileiros foram seguidos pelos canadenses e pelos sul-africanos.

Os brasileiros também se mostraram os mais positivos ao responder uma pergunta avaliando o desempenho econômico do país: 71% dos brasileiros consideram que a situação econômica do país é boa ou muito boa.

Realizada sob o viés do estado da economia local e mundial, a pesquisa demonstrou grandes variações na percepção do futuro em países com situações bem diferentes.

Os gregos, que atravessam um momento de grandes sacrifícios por causa da imposição de um conjunto de medidas de austeridade, se mostraram os mais pessimistas da enquete: 91% dos entrevistados acham que o país está indo na direção errada.

As entrevistas foram conduzidas em Grécia, Japão, França, Reino Unido, Estados Unidos, Bélgica, Bulgária, México, Indonésia, África do Sul, Canadá, Alemanha e Brasil.

A Alemanha foi o único país europeu em que a maioria dos entrevistados achou que o país estava indo na direção certa.

A pesquisa, feita pela empresas TNS e Anker Solutions, ouviu cerca de 13 mil pessoas nos 13 países, que representam 20% da população mundial.

O tom geral foi de pessimismo. A pesquisa concluiu que 58% dos participantes disseram que seu país está indo na direção errada; 68% classificam a situação econômica do país em que vivem como ruim e 66% acreditam que num futuro pior para as próximas gerações.

A coleta de dados foi feita entre os dias 10 de abril e 6 de maio deste ano.

18 de julho de 2012

Economia da China está estável, mas enfrenta pressão, diz Jiabao

Para primeiro-ministro chinês, o crescimento econômico do país continua no intervalo das metas estabelecidas no início do ano e o consumo doméstico continua a ser o motor da economia.

O primeiro-ministro chinês, Wen Jiabao, disse que a economia chinesa se encontra num ritmo estável em geral, mas que ainda enfrenta "uma pressão para baixo", informou no dia 08 de julho a agência estatal de notícias Xinhua.


O crescimento econômico nacional continua no intervalo das metas estabelecidas no início do ano e o consumo doméstico continua a ser o motor do crescimento, disse Wen.

Ele também afirmou que o governo deveria cumprir políticas fiscais pró-ativas e políticas monetárias prudentes, de acordo com a matéria.

17 de julho de 2012

Kim Dotcom se torna um "justiceiro" da internet ao desafiar os Estados Unidos

Fundador do portal Megaupload, que está em liberdade condicional na Nova Zelândia, se apresenta nas redes sociais como um defensor da justiça e ganha o afeto do público, comenta especialista.

O fundador do portal Megaupload, Kim Dotcom, que está em liberdade condicional na Nova Zelândia e à espera de seu processo de extradição para os Estados Unidos, se transformou em uma espécie de justiceiro do ciberespaço ao desafiar o poder americano.

"O alemão, de 129 quilos e quase dois metros de altura, é cultuado como um herói, apesar de ter sido acusado de crime organizado pelas autoridades dos Estados Unidos", disse Gavin Ellis, analista político da Universidade de Auckland, à emissora "3 News".



Dotcom, que se parece mais com o Homer Simpson do que com o fictício pirata Jack Sparrow, se apresenta nas redes sociais com uma imagem de "defensor da justiça" e, por isso, ganha "o afeto do público", comenta o professor neozelandês.
  Kim DotCom, do Megaupload: programador gostava de exibir suas aquisições na web.

Milhares de internautas admiram e seguem este multimilionário alemão no Twitter, a rede social que Dotcom utiliza para divulgar seus comentários jocosos sobre a Justiça e as leis americanas promulgadas com intenção de combater a pirataria informática. "SOPA está morta. PIPA está morta. ACTA está morta. MEGA (upload) voltará. Maior, melhor e mais rápida", publicou Dotcom em alusão à rejeição da Eurocâmara ao "Acordo Comercial Anti-Falsificação", conhecido como ACTA. "Toma essa Hollywood", comentou o criador do Megaupload, que no Twitter é mais popular que o primeiro-ministro da Nova Zelândia, John Key, e que promete superar o presidente americano, Barack Obama, dono de 17 milhões de seguidores na rede social.

Os projetos de lei Stop Online Piracy Act (SOPA) e PROTECT IP Act (PIPA) encontram em seu caminho uma forte oposição tanto dentro como fora dos EUA, especialmente por parte daqueles que mantêm a versão de que os projetos poderão supor uma ameaça à liberdade de expressão na internet.

Kim Dotcom, ou Schmitz como se chama na realidade, chegou ao estrelato no último dia 20 de janeiro, na véspera de seu aniversário, quando foi detido em uma grande operação policial na luxuosa mansão em que vivia nos arredores de Auckland, a maior cidade da Nova Zelândia.



A detenção do criador do Megaupload e de outros três diretores, todos em liberdade condicional e à espera que um tribunal resolva suas extradições, foi realizada a pedido do FBI (polícia federal americana), que fechou o portal de downloads por causa de sua suposta pirataria informática.

Desde então, Dotcom mantém que o fechamento do Megaupload foi ordenado pela Casa Branca depois que influentes executivos de Hollywood se reuniram no último ano com o vice-presidente americano, Joe Biden.

Após a invasão de sua residência e a privação de sua liberdade, o caso passou para as mãos da Justiça neozelandesa, onde Dotcom, um personagem excêntrico e com um apurado senso de humor, ganhou em várias frentes legais com a ajuda de seus advogados.

Após a concessão de sua liberdade condicional, a maior vitória de Dotcom nos julgamentos, recentemente, foi quando um tribunal local declarou ilegais as ordens utilizadas na invasão de sua mansão por serem amplas demais e por não descreverem adequadamente os delitos pelos quais o réu estava sendo acusado.

Estas vitórias legais dão a impressão de se tratar de uma disputa entre "Davi e Golias", opina o analista político Gavin Ellis, que ressalta que muitos internautas questionam que tipo de crime Dotcom teria cometido, tendo em vista que a internet é livre.

Antes do início do processo de extradição, programado para agosto, ainda ficará pendente a decisão do Alto Tribunal da Nova Zelândia sobre o destino das provas apreendidas e o acesso à defesa destas, calculado em 150 terabytes de memória.

Desde janeiro, Dotcom, que é defendido por renomados especialistas nos EUA e na Nova Zelândia, foi pai de gêmeos e gravou canções, uma delas chamada "O Senhor Presidente", dedicada a Obama.

O fundador da Apple junto a Steve Jobs, Steve Wozniak, censurou esta semana no Chile a postura de Washington de querer perseguir uma empresa como a Megaupload, que, segundo sua opinião, não violou os direitos autorais de propriedade intelectual. A Megaupload é acusada de ter causado mais de US$ 500 milhões de prejuízo à indústria do cinema e da música ao transgredir os direitos autorais de propriedade intelectual, obtendo um lucro de US$ 175 milhões.

16 de julho de 2012

Inaugurada a TV dos Administradores

Na edição de nº. 96 da Revista do CRA/RJ em reportagem de capa aborda

País importará etanol para ampliar mistura na gasolina

Com mais etanol na mistura, a Petrobras teria um alívio de caixa, pois reduziria a necessidade de importação de gasolina.

A proposta da Petrobras, em análise pelo Ministério de Minas e Energia, de aumentar de 20% para 25% o teor de álcool anidro na gasolina esbarra na incapacidade do mercado produtor brasileiro de atender à expansão de imediato. No curto prazo, seria preciso importar etanol.

Com mais etanol na mistura, a Petrobras teria um alívio de caixa, pois reduziria a necessidade de importação de gasolina.

Para o presidente executivo interino da União da Indústria da Cana-de-açúcar (Unica), Antonio de Pádua Rodrigues, "é muito difícil chegar aos 25% com produção nacional".

Um desafio para os produtores é que a safra atual de cana-de-açúcar já está com andamento de 25% a 30%. Ou seja, a indústria já planejou as produções em curso para a atual mistura de 20%. Uma decisão do governo sobre o tema seria mais conveniente no início da safra, em abril, segundo Pádua Rodrigues. "É importante sair com a regra já definida no início da safra", afirmou.

A Unica deverá terminar até o fim do mês os estudos sobre a oferta nacional para avaliar a possibilidade de aumento da mistura. Os dados servirão como base para definir para quanto os 20% atuais poderiam ser elevados.

Em junho, a Petrobras Biocombustíveis preparou estudo em defesa do aumento da mistura para 25%. A proposta foi encaminhada pela Petrobrás ao ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, que ainda não respondeu.

15 de julho de 2012

Yahoo e Facebook lançam aliança e resolvem disputa de patentes

Além de colaborar em integrações sociais no site do Yahoo, os acordos incluem uma concessão mútua de portfólio de patentes.

O Yahoo alcançou acordos definitivos para lançar uma campanha publicitária com o Facebook e para resolver as disputas de patentes entre as duas empresas, anunciou a companhia no dia 06 de julho.

Segundo o Yahoo, ambas as empresas trabalharão em conjunto para oferecer a cobertura da mídia de evento do Yahoo a usuários do Facebook, além de colaborar em integrações sociais no site do Yahoo.

Os acordos incluem uma concessão mútua de portfólio de patentes, informou a empresa.

14 de julho de 2012

Inflação oficial do País em junho é a menor em quase dois anos, aponta IBGE

IPCA teve variação de 0,08% no mês passado; no acumulado em 12 meses até junho, índice registra alta de 4,92%.

A inflação oficial do País, calculada pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), encerrou o mês de junho com alta de 0,08%. Essa é a menor variação para o indicador para o período de quase dois anos.Em agosto de 2010, 22 meses atrás, o indicador havia registrado variação de 0,04%.

Com o resultado de junho, o primeiro semestre do ano fechou em 2,32%, bem abaixo dos 3,87% relativos ao primeiro semestre de 2011.

Considerando os últimos doze meses, o índice ficou em 4,92%, o mais baixo desde setembro de 2010 (4,70%) e inferior aos doze meses imediatamente anteriores (4,99%), dando continuidade à trajetória decrescente iniciada de setembro para outubro de 2011, quando passou de 7,31% para 6,97%. Em junho de 2011, a taxa havia ficado em 0,15%.

O desempenho da inflação em junho também ficou abaixo do resultado verificado em maio, quando houve variação de 0,36%.

Os dados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 04 de julho.

A meta de inflação definida pelo Banco Central para este ano tem centro em 4,5% e tolerância de dois pontos percentuais para mais (6,5%) ou para menos (2,5%).

Transportes

Segundo o IBGE, o grupo transporte foi o principal responsável pelo resultado do IPCA de junho, com -1,18% de variação e impacto de -0,24 ponto percentual.

O item automóveis novos exerceu a mais forte pressão para baixo. Isso ocorreu em razão do IPI reduzido desde 21 de maio, que levou a uma queda de 5,48% nos preços e impacto de -0,19 ponto.

Influenciado pelos novos, no mercado dos automóveis usados, os preços recuaram em 4,12%, provocando impacto de -0,07 ponto. Juntos, somaram –0,26 ponto percentual de impacto no índice.

Quanto aos alimentos, houve desaceleração em relação a maio, passando de 0,73% para 0,68%. Os preços do feijão, que haviam aumentado 9,10% em maio, apresentaram queda de 1,63% em junho.

Mesmo assim, acumulam alta de 46,82% no ano, tendo em vista a menor oferta do produto, cuja safra foi prejudicada em função de problemas climáticos, além da diminuição da área plantada. O arroz também aumentou menos, passando de 2,11% para 1,01%.

Entre os índices regionais, os maiores foram os do Rio de Janeiro e Belém, ambos com 0,23%. No Rio de Janeiro, os alimentos (1,28%) apresentaram a maior taxa entre as regiões pesquisadas.

O índice de Belém foi influenciado pelo resultado do táxi (8,23%), em decorrência do reajuste de 15,10% a partir de 16 de maio. O menor índice foi o de Fortaleza, que apresentou queda de 0,26%, sob influência das contas de energia elétrica (-5,42%), que refletiram a queda do PIS/COFINS/PASEP.

O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com renda de 1 a 40 salários mínimos e abrange nove regiões metropolitanas do País, além do município de Goiânia e de Brasília.

Para cálculo do índice do mês foram comparados os preços coletados no período de 29 de maio a 28 de junho de 2012 com os preços vigentes no período de 28 de abril a 28 de maio de 2012.

13 de julho de 2012

Airbus recebe 104 pedidos de aviões em junho

Encomendas foram impulsionadas pela aérea norueguesa Norwegian Air Shuttle, que solicitou cem aeronaves A320 para modernizar a frota da empresa.

A fabricante europeia de aviões Airbus acrescentou 104 aviões a sua lista de pedidos em junho. As encomendas foram impulsionadas pela aérea norueguesa Norwegian Air Shuttle, que solicitou cem aeronaves A320 para modernizar a frota da empresa.

A companhia aérea Transaero Airlines foi responsável por adquirir quatro aviões modelo A380, completando as encomendas do período.

Com as duas transações, os pedidos líquidos da Airbus - excluindo cancelamentos - somam 230 em 2012. As entregas em junho foram lideradas pela família A320, com 41 jatos destinados a clientes internacionais.

Air France e Lufthansa receberam um avião A380 cada uma, enquanto à empresa de leasing BOC foram entregues dois cargueiros para uso da Hong Kong Airlines e Yangtze River Express Airlines.

Em junho, as entregas foram completadas por quatro modelos A330-200 e dois A330-300 para clientes nos Estados Unidos, Austrália, China e Europa.

12 de julho de 2012

Economistas veem poucas vantagens na adesão da Venezuela ao Mercosul

Avaliação não é unânime. Paradefensores da ideia, é preciso enxergar o potencial de ganhos no médio e nolongo prazos.

A entrada da Venezuela no Mercosul, esperada para o final deste mês, terá mais efeitos políticos nocivos do que benefícios econômicos efetivos. É a avaliação de economistas da Faculdade de Economia e Administração da USP e da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM/SP). Mas há quem enxergue ganhos substanciais para o bloco, em especial no médio e no longo prazo, como Paulo Vicente, professor de estratégia da Fundação Dom Cabral (FDC). “O país não pode pensar em termos de governo, tem que pensar em termos de estado”, afirma o acadêmico.


O principal motivo de preocupação é justamente a potencial instabilidade política gerada pela entrada de um país comandado por um líder político volátil e orientado por ideologia contrária à livre iniciativa privada, como Hugo Chávez. Com poder de veto no Mercosul, o presidente Venezuelano poderia, por exemplo, ir contra a entrada de países rivais no futuro, como a Colômbia – ainda que hoje os países tenham boas relações comerciais. A estatização de empresas multinacionais é outra questão à prova.

“Ganhos com a entrada da Venezuela, não temos”, diz Celso Grisi, da FEA. “Nós precisamos disso? Claramente, não. Eles não tem praticamente nada a nos exportar”. Mario Gaspar Sacchi, professor do curso de Relações Internacionais da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), concorda: “em termos econômicos, não vai mudar muito”.


Hoje, o comércio bilateral é marcado pela importação de derivados de petróleo, pelo Brasil, e de animais vivos, carnes, commodities agrícolas e alguns produtos industrializados, como pneus para ônibus e caminhões e autopeças, pela Venezuela. No ano passado, o Brasil comprou do vizinho do Norte US$ 1,27 bilhão e vendeu US$ 4,6 bilhões, garantindo saldo positivo de US$ 3,2 bilhões – o terceiro maior nos últimos 20 anos.

Ao contrário de Grisi e Sacchi, a concentração de corrente de comércio em bens de baixo valor agregado é justamente um dos pontos que Paulo Vicente, da FDC, vê como mais positivos na adesão da Venezuela ao Mercosul. “Existe uma sinergia econômica muito forte entre os dois países, por causa do petróleo e do mercado de consumo da Venezuela”, diz. O Brasil poderia produzir e importar o petróleo mais fino de lá e vender aos venezuelanos mais alimentos e produtos manufaturados.


O principal entrave para que isso aconteça no curto prazo, avalia, é a falta de integração logística entre os dois países. Hoje são praticamente duas as opções, cabotagem ou frete aéreo. Mas a diversificação de modais seria uma questão de planejamento, para ser resolvida no longo prazo. “Poderíamos criar uma ferrovia ligando cidades como Belém a Caracas, passando pelas Guianas e pelo Suriname, por exemplo”, afirma.

No curto prazo, Vicente vê ainda como potenciais vantagens da adesão da Venezuela ao Mercosul a possibilidade de empresas brasileiras usarem o país como plataforma logística para exportar para o Caribe e os Estados Unidos. A instalação de centros de distribuição ao Norte facilitaria o processo de venda de mercadorias na região. A entrada da Venezuela no bloco econômico também poderia abrir novas portas para a Petrobras e para empresários do setor agrícola interessados em produzir localmente. E para empresas de áreas como construção pesada e TI, avalia.

Alguns analistas relacionam a pressão brasileira pela entrada da Venezuela no Mercosul como uma forma de garantir mais força ao bloco em negociações comerciais com a China. Algo com o que, do ponto de vista estratégico, e de forma geral, o professor da FDC concorda.

Grisi, da FEA, porém, em contraponto, pondera: “estamos falando de uma abstração chamada Mercosul, que ainda nem se efetivou. Estamos com um discurso profundamente futurista em uma realidade retrógrada – a de misturar assuntos políticos e econômicos em um bloco econômico”, diz.

11 de julho de 2012

Moody's rebaixa qualificação do Barclays para "negativa"

Classificação acontece após a renúncia do executivo-chefe Bob Diamond devido a manipulação das taxas de juros.

A agência Moody's rebaixou no dia 05 de julho a qualificação do banco britânico Barclays de "estável" para "negativa", após a renúncia do executivo-chefe Bob Diamond pela manipulação das taxas de juros interbancários Libor.

O escândalo explodiu na semana passada, quando os organismos reguladores do Reino Unido e dos Estados Unidos multaram a entidade em 290 milhões de libras por manipular o Libor e seu equivalente europeu, o Euribor, entre 2005 e 2009. Segundo a agência, a renúncia de Diamond e as do presidente do Barclays, Marcus Agius, e do diretor de operações, Jerry del Missier, assim como a incerteza que o escândalo provocou, representam uma situação negativa para os detentores de bônus.

Ao mesmo tempo, a Moody's assinala que a qualificação dos depósitos bancários tem uma perspectiva negativa porque a agência estima que o Governo do Reino Unido reduzirá a curto prazo seu apoio aos grandes bancos do país. A agência também manifestou que as pressões políticas e dos acionistas sobre o Barclays podem forçar a entidade a mudar seu modelo de gestão de investimentos.

O rebaixamento da qualificação foi anunciado horas antes de os deputados decidirem se a investigação sobre o escândalo do Libor deve ser parlamentar ou correr a cargo de um juiz. Diamon compareceu ontem ao Comitê do Tesouro da Câmara dos Comuns, onde assegurou que até "este mês" não sabia que o Barclays manipulara o Libor, apesar de ter reconhecido que havia dúvidas dentro do setor bancário sobre a confiabilidade dessa taxa.

10 de julho de 2012

Cielo compra Merchant e-Solutions por US$ 670 milhões

Negócio está sujeito a determinadas condições precedentes e a aquisição será feita por meio de subsidiária no exterior.

A companhia de meios de pagamento Cielo anunciou no dia 02 de julho ter acertado compromisso para aquisição da norte-americana Merchant e-Solutions (MeS) por US$ 670 milhões, a serem pagos na data do fechamento da operação.

A empresa informou que o negócio está sujeito a "determinadas condições precedentes" e que a aquisição será feita por meio de subsidiária no exterior. A Cielo não deu detalhes sobre os termos ou cronograma para a compra da fornecedora global de soluções para pagamento.

Segundo a Cielo, a aquisição da MeS se dará pelo múltiplo de 11 vezes o valor de mercado da empresa sobre o Ebitda previsto para 2012.

A MeS, segundo fato relevante da Cielo, possui plataforma tecnológica desenvolvida especificamente para o negócio de adquirência. Com isso, a Cielo afirma que atingirá "um novo patamar tecnológico, reforçando a estratégia de oferecer soluções e serviços aos seus clientes e parceiros no Brasil".

A MeS, segundo a Cielo, processa atualmente mais de US$ 14 bilhões por ano em transações para mais de 70 mil varejistas afiliados, em parceria com mais de 250 instituições financeiras.

A companhia norte-americana fornece soluções para adquirência tradicional quanto para comércio eletrônico e pagamentos móveis.

Nos últimos doze meses, a partir de 31 de maio, a receita líquida da MeS somou US$ 124 milhões, crescimento de 24% em relação ao mesmo período do ano anterior, com margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 45%.

A MeS é uma empresa de capital fechado e é majoritariamente controlada por funcionários e pela equipe de gestão da companhia, com presença de investimentos da Trident Capital e outros investidores.

A empresa foi fundada em 2000 por ex-executivos do Bank of America Merchant Services (BAMS). A MeS é presidida atualmente por Sharif Bayyari, ex-presidente-executivo da BAMS.

9 de julho de 2012

O Real atinge a maioridade e muda a vida das pessoas em apenas uma geração

Rubens e Renata têm apenas 18 anos de diferença entre si. Mas Rubens, de 18 anos, e Renata, de 36, têm pouco em comum. Ela sempre teve medo do futuro, ele acredita que tudo dará certo em sua vida, graças à estabilidade da moeda.
  Notas de cruzeiro são incineradas logo após a entrada em circulação do real, em 1994.

Rubens de Souza e Renata Santos têm apenas 18 anos de diferença entre si. Técnicamente, são da mesma geração. Mas Rubens, de 18 anos, e Renata, de 36, têm pouca coisa em comum. Ela sempre teve medo do futuro, ele acredita que tudo dará certo em sua vida. Renata, quando tinha a idade que Rubens tem hoje, nem ao menos conseguia fazer planos para dois, três anos adiante. Já Rubens prevê como estará vivendo quando tiver a idade de Renata hoje. Renata ainda tenta guardar todo dinheiro que sobra, com medo de que as coisas um dia voltarão a ser difíceis. Rubens diz que não gosta de dinheiro. 

Rubens e Renata vivem em São Paulo, são o que hoje se chama de Nova Classe C e seus pais têm passados semelhantes. O que os faz tão diferentes tem relação com as profundas mudanças econômicas e sociais que o país passou nas últimas duas décadas. Entre Rubens e Renata, há o Plano Real, que completa exatamente neste domingo 18 anos.
               Renata,. mostrando um álbum de fotos de 1994, quando ela tinha 18 anos.

Quando Renata tinha 18 anos, o futuro era incerto. Ela tinha acabado de entrar no curso de psicologia da Universidade de Santo Amaro, trabalhava em um dos laboratórios da faculdade e tinha muitos medos. Um deles era a crença de que o país iria piorar política e economicamente. “Eu achava que tudo ia ser pior, que eu precisava estudar e me preparar bastante porque ia ser mais difícil”, diz. “Naquela época, eu não tinha noção do que eu seria, a gente falava pouco sobre o futuro, eu não conseguia projetar a longo prazo”. O futuro além de incerto era completamente imprevisível. 

Em 1994, as pessoas pensavam na inflação do dia ou da semana, essa era a principal preocupação. Dezoito anos depois, os brasileiros enxergam mais longe, o cenário econômico mais estável que o Plano Real permitiu que jovens como Rubens passassem a pensar mais a longo prazo e a planejar mais suas vidas. “Eu queria ser arqueólogo, depois pensei em Ciências Sociais, mas também queria viver de arte, grafitar. Aí cheguei em geologia, mas se não der certo a geologia, daqui a cinco anos tento outro curso e se não der certo, tento outro”, diz, com a constumeira certeza de quem tem 18 anos. 

Fernando Henrique Cardoso: “O Plano Real se chamava Plano FHC”

Marcelo Neri, do Centro de Políticas Sociais (CPS/FGV), explica que “era difícil se desprender do curto prazo”. “Hoje, conseguimos pensar em colocar as crianças na escola, melhorar a educação, fazer programas sociais, temos uma perspectiva de economia mais real”, diz. O ex-presidente do Banco Central, Gustavo Franco, conta que escreveu sobre o futuro do país em 1995, mas teve dificuldades para traçar um panorama. “Era incerto, ainda estávamos muito perto do precipício de onde caiu a Argentina”, diz. “Vivíamos um dia de cada vez”.

No Brasil que Renata viveu, os jovens não tinham tantas oportunidades para escolher um ensino superior, se as tinham. “Eu comecei a trabalhar com 13 anos, e só consegui entrar com 18 anos na faculdade porque ganhei bolsa”, conta. Desde o período, o ensino superior no país apresentou um salto, na última década, o número de universitários mais do que dobrou. Em 2001, cerca de 3 milhões estudantes se matricularam em cursos de graduação, em 2010 esse número alcançou 6,4 milhões, segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa (Inep).

Se o futuro assustava, o presente não era tão diferente assim. As inseguranças de Renata eram muitas, ela tinha “medo de que a inflação tomasse conta e não desse para comprar o básico”. Renata não lidava com o próprio salário, todo o dinheiro que recebia entregava para a mãe que precisava se preocupar com a construção da casa, o nascimento da primeira neta e a alimentação de quatro pessoas. “Minha mãe tinha muito medo, ela falava que as coisas estavam difíceis, as pessoas estavam passando fome”. Foi por isso, que no terreno baldio do lado de sua casa, a mãe de Renata plantou mandioca, chuchu, cana de açúcar e milho. “Tinha semanas que a gente só comia isso”.

Para Gustavo Franco, “esses medos estiveram presentes durante todo o caminho, tivemos diversos momentos críticos, de vários tipos”. Renata se lembra muito bem desses momentos e diz que um dos motivos para seus temores era “a inflação que consumia todo o salário”. Em 1994, a diferença entre o valor real do salário mínimo e o valor nominal era muito grande, os R$346,46 na verdade valiam R$64,19. Segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), entre 1983 e 1994, houve uma corrosão do valor do salário mínimo devido à aceleração inflacionária e aos planos econômicos fracassados, mas a partir de 1995, a valorização foi retomada.

Passados 18 anos, não há mais diferença entre os valores e o mínimo vale R$622. Apesar disso, “a inflação ainda é algo que está na memória do sistema”, diz Neri. Segundo Gustavo Loyola, também ex-presidente do Banco Central, há uma tendência de se diminuir a influência da memória inflacionária no funcionamento da economia, mas “ainda não esquecemos totalmente da inflação”. Prova de que essa memória ainda existe é que até mesmo quem nasceu quando o Plano foi criado ainda sente influências do período.


Rubens, o jovem que mora no Taboão da Serra, trabalha na USP e faz cursinho pré-vestibular não viveu as incertezas do período e tudo o que sabe sobre a ocasião são as lembranças de sua mãe. “Ela diz que na época da inflação, guardou muita grana, depois converteu de cruzeiro para real e se sentiu muito pobre”, conta.
Rubens, que nasceu em 1994, acha que quando chegar aos 36 terá um bom emprego, um bom carro e viverá com a família em uma boa casa.

O fato de não ter vivido o período, e, além disso, viver tempos de claro otimismo econômico tornou Rubens um jovem muito mais seguro e cheio de opiniões. Ele ouve rap, lê o Le Diplomatique, não gosta de dinheiro e questiona: “economia fervorosa e aumento do poder aquisitivo da população, firmeza...mas de que população a gente tá falando?”. O menino que apanhava quando era pequeno e teve que conviver com traficantes, não fala muito sobre o passado, porém não teme ao fazer projeções do futuro. O Brasil daqui a 20 anos? “Vai ter mais movimentação econômica e mais cara para o mundo, mais competitividade em relação aos outros países”. E como ele próprio vai estar daqui a 20 anos? “Um geólogo trabalhando na área, com uma casa legal, um carro, um casamento, emprego bom e salário fixo”. Rubens faz planos e os conta com a segurança de quem sabe que se não se tornarem realidade, pelo menos, eles são possíveis.

A esperança de Rubens faz parte do otimismo de grande parte dos brasileiros em relação à realidade socioeconômica do país. Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em maio desse ano, 66,8% da população acreditava que o Brasil passaria por melhores momentos nos próximos 12 meses. O valor é superior ao apurado em maio de 2011, 62,9%. Gustavo Franco, que teve dificuldades em 1995 para falar sobre o futuro, hoje não tem problemas ao dizer que acredita que em 20 anos o Brasil será “um país ainda mais jovem, mais internacionalizado, e com uma democracia de mercado mais madura”.

O Plano Real foi um passo fundamental para o crescimento econômico e apesar de não ter sido um programa de combate à pobreza, contribuiu para a melhora na distribuição de renda no país. A desigualdade social brasileira alcançou seu pico em 1990, quando o índice Gini (que varia de zero a um, sendo um o maior grau de desigualdade possível) chegou a 0,6091. Em 2010, o índice ficou em 0,5304, o menor nível desde 1960. Para Gustavo Loyola, “estamos no caminho, mas ainda temos carências graves”. Marcelo Neri explica que o programa econômico adotado em 94 foi uma condição necessária para várias mudanças, mas não foi uma condição suficiente.

Por isso, Neri é um otimista mais recatado. “A única certeza é que não há certezas. É como se diz, o Brasil não é para amadores. Sou positivo, mas é difícil de prever”, diz. O ex-ministro da Fazenda, Maílson da Nóbrega, também acredita no crescimento do país, porém afirma que “teremos avanços na educação inferiores às necessidades, o país terá na baixa qualidade da educação um dos gargalos a seu rápido crescimento”. Mas de uma coisa Nóbrega não duvida, o país não passará por outro momento como a década de 90. “Se a hiperinflação morreu? Ah, morreu”, diz. Renata e Rubens podem ficar tranquilos.