31 de janeiro de 2013

De 28 projetos de hidrelétricas no país, 20 estão atrasados ou parados

Dos 28 projetos de usinas hidrelétricas em implantação acompanhados pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), 20 estão atrasados, 4 estão em dia e 4 estão adiantados.

Dentre os que registram atraso, mais do que a metade (13) nem teve as obras iniciadas ainda. E ao menos quatro deles — que, juntos, teriam capacidade para abastecer uma população de 3 milhões de habitantes — têm boas chances de nunca sair do papel. (Leia texto ao lado).

Os atrasos se devem principalmente a dificuldades para obter licença prévia e licenciamento ambiental, além de embargos na Justiça e mobilizações, como greve de trabalhadores ou revolta de populações nativas.

Belo Monte, no Pará, é o maior dos empreendimentos com atraso — apenas dois meses de retardo no desvio do rio, de acordo com a Aneel. “É recuperável”, diz Camilla de Andrade Gonçalvez Fernandes, assessora da superintendência de fiscalização dos serviços da Aneel. A previsão de entrega das primeiras unidades de geração é para 2015 e das últimas, para 2019. 

Santo Antonio, em Rondônia, enfrentou revolta dos trabalhadores, com destruição do canteiro de obras e queima de alojamentos. Pela projeção da Aneel, as primeiras unidades serão entregues no mês que vem.

Teles Pires, na divisa do Mato Grosso com o Pará, perdeu dois meses no último marco, mas, com prazos de entrega entre outubro de 2015 e abril de 2016, não deve ter a data de conclusão comprometida, diz Camilla.

Com atraso na obtenção da licença ambiental, um embargo judicial e problemas na montagem de equipamentos, a hidrelétrica de Mauá, no Paraná, está quase pronta, mas não deve cumprir o prazo de entrega, previsto para este mês pela Aneel.

Simplício, na divisa do Rio de Janeiro com Minas Gerais, deveria concluir as unidades geradoras entre fevereiro e setembro. Porém, sem a conclusão das obras do sistema de coleta e tratamento de esgoto das cidades ribeirinhas, não pode encher o reservatório. Foi a única a ser multada por atraso em 2012. Furnas, dona da usina, ficou com uma conta de R$ 1,55 milhão.

Outros projetos têm situação mais crítica. Santa Isabel, projeto que reuniu a Vale, a Camargo Correa, a Alcoa, a Votorantim Cimentos e a Billiton, não obteve licenciamento. “E, pelo que se sabe no mercado, não conseguirá nunca”, aposta Erik Eduardo Rego, diretor da consultoria Excelência Energética.

O mesmo obstáculo — dificuldades para obter licença ambiental — é enfrentado por projetos de menor capacidade, como Itumirim, em Goiás, e Cubatão, em Santa Catarina. Elas deveriam ter capacidade para 50 MW e 45 MW, respectivamente.

A situação é ainda mais crítica em Couto Magalhães: a Aneel pediu a extinção da concessão.

Monitoramento

A fiscalização pela Aneel começa logo que a usina é outorgada. Na ocasião, os prazos máximos para entrega das unidades já são estipulados. E, logo após obter a concessão, a empresa começa a informar mensalmente a agência acerca de seu cronograma, apontando marcos (etapas) e informações de licenciamento, situação fundiária, contratação de serviços e acesso a conexão (linhas de transmissão ou subestações).

As empresas precisam de licença de instalação para iniciar as obras, quando começam a receber visitas de funcionários da Aneel ou de agências estaduais conveniadas. Se há discrepância em relação aos planos, a usina é notificada, mas pode recorrer. Se o recurso não for acatado, pode receber advertência, multa ou até cassação da outorga. Entre 15% e 20% das visitas resultam em multa, diz Camilla, que é calculada com base na receita presumida da usina, a partir do preço da energia à venda atualmente.

30 de janeiro de 2013

Empresas nas Ilhas Caymann terão nomes divulgados após décadas de sigilo

As Ilhas Cayman preparam-se para romper décadas de sigilo ao abrir milhares de empresas e fundos de hedge sediados localmente a um maior escrutínio, segundo reportagem do Financial Times. O jornal afirmou que a ilha, que é território britânico, quer acabar com sua reputação de local para atividades financeiras clandestinas e está introduzindo reformas que tornarão públicos os nomes de milhares de empresas anteriormente escondidas e seus diretores.
Ilhas Cayman querem acabar com reputação de local para atividades financeiras clandestinas.

Em propostas enviadas a fundos de hedge que foram vistas pelo FT, a autoridade monetária local, CIMA, delineou planos para criar uma base de dados pública dos fundos domiciliados na ilha pela primeira vez. A base de dados também vai listar diretores de fundos, dependendo de um processo de consulta que deverá ser concluído em meados de março.

29 de janeiro de 2013

Após ano de prejuízos, companhias aéreas preveem recuperação em 2013

"No último bimestre de 2012, sentimos que 2013 será melhor", diz representante das empresas.

As companhias aéreas brasileiras esperam reequilibrar os balanços em 2013, após "um ano bastante duro para o setor", nas palavras de Eduardo Sanovicz, presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), que representa as cinco maiores empresas – TAM, Gol, Avianca, Azul e Trip, responsáveis por cerca de 99% do mercado no País.

Em 2012, as principais companhias tiveram prejuízos bilionários. As perdas da Gol, somente nos primeiros nove meses, passaram de R$ 1 bilhão . A TAM, segundo o último balanço divulgado, teve prejuízo líquido de R$ 928 milhões no segundo trimestre. Juntas, elas respondem por 78,5% do mercado nacional.

Para aliviar as contas em 2013, o setor aposta principalmente numa renegociação do preço do combustível. O querosene de aviação, que representa cerca de 40% das despesas das companhias, subiu 50% entre 2010 e 2012, segundo a Abear. 

Como o principal fornecedor é a Petrobras, essa negociação é feita entre as empresas e o Governo, principalmente no Ministério da Fazenda. "Combustível será nosso principal debate neste ano. Vamos discutir a fórmula de precificação, a tributação e a periodicidade dos aumentos", diz Sanovicz.

"A aviação brasileira triplicou o número de passageiros transportados nos últimos dez anos, e agora serve mais de 90 milhões de pessoas por ano. Se outros modais de transporte têm políticas públicas, nas quais o Governo entende que um aumento de combustível impacta milhões de pessoas, a aviação também precisa ter", afirma Sanovicz.


Além disso, as empresas calculam que os incentivos tributários concedidos nos últimos meses devam ajudar os balanços de 2013. O setor foi incluído no Plano Brasil Maior, que permite desoneração da folha de pagamento. O Governo também zerou taxas que seriam reajustadas em 80% nessa virada de ano – a EAT e a TAN, espécie de "pedágios" que os aviões pagam para voar. Somente com essa medida, a Abear estima que as empresas vão economizar R$ 320 milhões em 2013.

Para se recuperar, o setor também aposta que os aviões continuarão voando cada vez mais cheios no País. A ocupação média foi de 72,96% em 2012, um aumento aproximado de três pontos percentuais em relação ao ano anterior, quando a ocupação foi de 70,18%.


A maior ocupação no ano passado ocorreu porque a procura dos passageiros cresceu 7,14%, enquanto a expansão da oferta de assentos foi menor, de 3,12%. Em números absolutos, as companhias filiadas à Abear transportaram mais de 75 milhões de pessoas em 2012.

A associação espera que a demanda por voos cresca de forma ainda mais intensa em 2013. "Esse número está sempre vinculado ao crescimento da economia. Se o PIB crescer 3%, nós calculamos que a procura por voos cresceria cerca de 9%", diz Sanovicz.


Mas, enquanto a procura por assentos deve aumentar, a oferta de voos terá comportamento diferente entre as companhias. Gol e TAM, que estavam em processo de contração de malha, devem permanecer nessa tendência, afirma Sanovicz. Por outro lado, Trip e Azul e Avianca continuariam expandindo as rotas.

"Será um jogo de soma zero, ou seja, no final a malha brasileira deverá permanecer com o mesmo tamanho. Mas alguns destinos terão ampliação de ofertas e outros enfrentarão uma redução", afirma Sanovicz.

O representante não afirma que as empresas aéreas voltarão a ter balanços no azul em 2013, mas acredita numa "retomada das margens". "No último bimestre de 2012, começamos a sentir que os números de 2013 serão melhores. A perspectiva é de um primeiro semestre estável e um segundo semestre de crescimento", conclui o executivo.

28 de janeiro de 2013

Com Selic estável, poupança caminha para o pior rendimento da história


Caso se confirmem as projeções do mercado financeiro e a taxa básica de juros – a Selic – se mantiver em 7,25% até o fim do ano, a poupança encerrará 2013 com o pior rendimento da história. Isso porque, desde maio de 2012, a aplicação deixou de ter rendimento mínimo de 6% ao ano – piso determinado em 1861, por Dom Pedro II.




Por conta do movimento de queda dos juros, o governo estabeleceu, a partir de 4 de maio de 2012, que a poupança deixaria de render 6% ao ano mais Taxa Referencial (TR), para os novos depósitos. A preocupação era que, com a Selic inferior a 8,5% ao ano, a poupança renderia mais que os títulos públicos, gerando uma migração maciça de recursos para a poupança e dificultando o financiamento do governo.

Com a nova regra, a poupança encerrou 2012 com rendimento médio de 6,17%. Mas, para 2013, caso o cenário previsto se confirme, a poupança fechará o ano, pela primeira vez na história, com ganhos inferiores a 6%.
Ministro da Fazenda, Guido Mantega, anuncia mudanças no rendimento da poupança, em 3 de maio de 2012.

Pela regra estabelecida pelo governo, a aplicação renderá 70% da taxa Selic mais a TR. Nos patamares atuais – e nos projetados pelo mercado, segundo dados do Boletim Focus, do Banco Central -, a Selic fechará 2013 em 7,25%. Como a TR está zerada, a poupança terminará 2013 rendendo 5,075% no acumulado do ano.

“Estamos, atualmente, com uma situação em que a poupança está com uma taxa de juros real negativa”, diz o professor de finanças da Fundação Instituto de Administração (FIA),Bolivar Godinho.

Segundo as projeções do mercado, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – a chamada inflação oficial – deverá fechar 2013 em 5,53%, acima dos ganhos de 5,07% da poupança. “É uma situação muito difícil para o poupador, porque ele está perdendo o poder de compra da moeda”, completa Godinho.

A recomendação do especialista é para que o poupador, de maneira gradual, migre parte dos seus recursos da poupança para títulos de renda fixa – como o Tesouro Direto. Dependendo do perfil do investidor, continua o professor, aplicações em renda variável – como ações e fundo de ações – também podem ser boas opções. “Mas isso em um percentual pequeno das aplicações, porque renda variável exige um aprendizado.”

A “nova” poupança

A caderneta de poupança foi criada em 1861 – com a inauguração da Caixa Econômica da Corte, atual Caixa Econômica Federal -, por Dom Pedro II. O imperador queria estabelecer um retorno mínimo de 6% de juros às pequenas economias “das classes menos abastadas”.

Desde então, a poupança sempre garantiu ao investidor esse retorno mínimo. A partir de 1964, o governo estabeleceu uma correção monetária à aplicação, que seria adicionada ao rendimento anual de 6%.

Esse regime vigorou até 1994 – ano da criação do Plano Real –, em que o governo somou ao rendimento mínimo anual, que desde 1991 está em 0,5% ao mês (6,17% ao ano) a Taxa Referencial (TR).

No ano passado, como uma das bandeiras do governo Dilma Rousseff, a taxa básica de juros – a Selic – entrou em um movimento acentuado de queda, baixando de 11% em janeiro para 9% em abril – o menor patamar da história, até então. Com isso, as aplicações em títulos do Tesouro passaram a ter rendimentos muito próximos da poupança (que é isenta de imposto de renda). Dessa forma, o governo via o risco de uma migração acentuada de recursos dos títulos públicos para a caderneta.

A partir de maio, então, o governo estabeleceu uma nova regra para o rendimento da poupança. Com a Selic abaixo de 8,5%, a caderneta renderia 70% da taxa básica de juros, mais a TR.

A regra passou a valer já em junho, já que, no dia 30 de maio, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu novamente a Selic para 8,5% (atualmente, a taxa está em 7,25% ano ano).

Mesmo com a remuneração menor, a poupança encerrou o ano com captação líquida (diferença entre depósitos e saques) recorde de R$ 49,7 bilhões, o maior resultado desde 1995.

27 de janeiro de 2013

Sergio Valente troca DM9DDB pela CGCom

O publicitário Sergio Valente trocou a presidência da DM9DDB, posto que ocupada há sete anos, pela direção da Central Globo de Comunicação (CGCom). Ele assumirá o posto de Luis Erlanger, que assumiu a Central Globo de Análise e Controle de Qualidade. 

A DM9DDB passará a ser comandada por Paulo Queiroz e Alcir Gomes Leite. "Em modelo de co-presidência e em conjunto com atual time de executivos, nova gestão manterá o DNA da agência com foco na valorização da criatividade original e eficaz", informou a agência.

26 de janeiro de 2013

Fabricantes de PCs apostam em tablets para reconquistar consumidores

SAN FRANCISCO, no dia 17 de janeiro os fabricantes de computadores pessoais, tentando combater a mania dos tablets que está reduzindo suas vendas, estão agora envolvidos naquele que pode ser seu último esforço para reconquistar os consumidores, e para isso estão tentando imitar os aparelhos rivais.

Muitos dos laptops que serão lançados no mundo nos próximos meses serão híbridos ou "conversíveis" - máquinas que alternam com facilidade as funções de tablet portátil e laptop pleno com teclado, dizem os analistas.

A onda dos híbridos chega no momento em que a Intel e a Microsoft, por muito tempo as duas líderes do setor de computadores, se preparam para anunciar resultados, nesta semana e na seguinte. Wall Street está prevendo pouco ou zero crescimento na receita das duas empresas, o que expõe os problemas de um setor que enfrenta dificuldades para inovar.

Em 2013, há quem esteja esperando que isso mude.

Com o lançamento Windows 8, sistema operacional da Microsoft que foi repaginado e agora opera também com telas de toque, em outubro, e de chips de menor consumo de energia pela Intel, os fabricantes de computadores estão tentando promover o crescimento ao concentrar sua atenção em laptops finos com telas de toque que podem ser convertidos em tablets, ou vice-versa.

A Microsoft, se expandindo para além de seu negócio tradicional de venda de software, deve lançar este mês o tablet "Surface Pro", compatível com o software para computadores que ela desenvolveu ao longo de décadas.

Esse é um importante argumento de vendas para clientes empresariais como a produtora alemã de software de gestão SAP, que planeja comprar o Surface Pro para os funcionários que assim desejem, disse Oliver Bussmann, vice-presidente de informação da companhia.

"O modelo híbrido é muito atraente para diversos usuários", disse Bussmann à Reuters na semana passada. "O iPad não vai substituir o laptop. É difícil criar conteúdo com ele. Esse é o nicho que a Microsoft quer ocupar. O Surface tem a capacidade de preencher essa lacuna".

O iPad da Apple começou a roubar demanda dos laptops em 2010, um ataque acelerado pelo lançamento do Amazon Kindle Fire e outros aparelhos equipados com o sistema operacional Google Android, como o Note, da Samsung Electronics.

Com as vendas de computadores caindo no ano passado pela primeira vez desde 2001, este ano pode ver um renascimento do design e da inovação, por parte de fabricantes que antes se concentravam em reduzir custos, em lugar de em adicionar novos recursos que atraiam os consumidores.

"As pessoas costumavam chegar à festa e se dar bem só porque o mercado não parava de crescer", disse Lisa Su, vice-presidente sênior da Advanced Micro Devices, concorrente da Intel. "Agora é mais difícil. Não basta ir à festa. É preciso inovar e oferecer algo especial".

Na feira Consumer Electronics Show, uma semana atrás em Las Vegas, os aparelhos exibidos pela Intel e outras empresas eram prova dos planos do setor de computadores de apostar nos laptops conversíveis.

Gerry Smith, presidente da Lenovo na América do Norte, disse à Reuters na semana que na temporada de festas sua companhia esgotou os estoques do "Yoga", um laptop com tela que pode ser inteiramente dobrada para trás do teclado, e do "ThinkPad Twist", outro laptop leve com uma tela flexionável.

A Intel mesma mostrou o protótipo de um laptop híbrido chamado "North Cape", uma tela fina de tablet afixada magneticamente a um discreto teclado. E a Asus mostrou um avantajado computador com tela de 18 polegadas e Windows 8 que também pode funcionar como um tablet acionado pelo Android.

Lenovo e Asus, que receberam críticas positivas aos seus lançamentos nos últimos meses, registraram crescimento de 14 e 17 por cento em seus embarques de PC no ano passado, respectivamente, de acordo com a Gartner.

"O número de sistemas únicos que nossos parceiros desenvolveram para o Windows quase dobrou desde o lançamento. Isso oferece uma indicação da inovação que vem acontecendo no mercado de computadores pessoais", disse Tami Reller, vice-presidente de finanças da divisão Windows da Microsoft, à Reuters.

25 de janeiro de 2013

Gap mostra otimismo contido sobre entrada no Brasil


A alta carga tributária sobre importados e o intenso custo de operação representarão desafios para a entrada da Gap no Brasil, afirmou à Reuters no dia 17 de janeiro o diretor de gestão de alianças estratégicas da varejista norte-americana de vestuário, Stefan Laban.

A Gap firmou em dezembro contrato com a Tudo Bom Comércio para abrir suas primeiras lojas próprias no país no fim de 2013, em São Paulo. Atualmente, a Gap opera no Brasil com cinco lojas em canais duty free: três no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, e duas no aeroporto do Galeão, no Rio de Janeiro.
                                Lojas abrigarão as coleções Gap, GapKids e babyGap.

Segundo Laban, a alta carga de impostos sobre produtos importados obrigará a Gap, que não produz em território brasileiro nem conta com fornecedores do país, a estabelecer preços mais altos no mercado brasileiro do que cobra nos Estados Unidos.

"Cobraremos preços mais altos do que nos Estados Unidos, mas seremos localmente competitivos", disse o diretor em entrevista por telefone.

O executivo também identificou como obstáculos os altos custos de operação e a intensa competição com marcas locais e companhias estrangeiras que já têm forte presença no país, como TopShop e Zara.

"É um mercado bastante complexo", disse o diretor da Gap, que se recusou a divulgar projeções de receita ou participação no mercado. "O Brasil é altamente regulado, é um dos mercados mais regulados. É bastante protetor de suas varejistas locais de vestuário."

No entanto, ele afirmou que essas dificuldades devem ser compensadas pelo aumento da demanda ocasionado pela realização da Copa do Mundo em 2014 e das Olimpíadas do Rio em 2016.

Além disso, apesar dos preços cobrados pela varejista, Laban afirmou que a Gap pretende capitalizar sobre a crescente classe média brasileira. "Não queremos ser percebidos como uma marca de luxo", disse.

O executivo afirmou que a entrada da Gap no país faz parte da estratégia de penetração da companhia na América Latina, que começou com a abertura da primeira loja da marca em Santiago, no Chile, em 2011.

"Hoje, a Gap tem lojas próprias em cinco países da América Latina: Chile, Uruguai, Colômbia, México e Panamá", disse ele.

Segundo Laban, a empresa está analisando a possibilidade de abrir lojas em outras cidades do Brasil, além de São Paulo, com planos de ampliar sua base para o Rio de Janeiro em seguida. O executivo se recusou a precisar quantas lojas a Gap pretende ter no país.

"O Brasil é o maior mercado na América Latina e um dos maiores mercados emergentes", disse o executivo. "É um mercado bastante distinto para nós".

24 de janeiro de 2013

Novo índice "tempo real" da Fipe calcula desemprego de dezembro em 4,4%

 Desemprego "antecipado" da Fipe, um dado inédito no País: nova queda em dezembro.

A Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas calcula que o desemprego no País tenha caído a 4,4% em dezembro, ante 5,2% em novembro . O dado oficial ainda será divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mas a Fipe passará a produzir dados antecipados sobre o mercado de trabalho, de forma inédita no Brasil.

O método da Fipe, chamado em outros países de "nowcasting" (em oposição a "forecasting", ou previsão), usa o banco de dados da Catho, empresa que reúne mais de 300 mil anúncio de vagas e 300 mil currículos na intenet, como base para os cálculos. Além disso, utiliza informações de buscas na web sobre termos como seguro desemprego, FGTS e outros relacionados ao tema. 

"Como o banco de dados da Catho não é balanceado, ou seja, não é uma amostragem perfeita dos diferentes setores econômicos e regiões do País, nós aplicamos uma série de ponderações na hora de fazer o cálculo", explica Eduardo Zylberstajn, pesquisador da Fipe responsável pelo projeto. "Testamos em meses anteriores e a correspondência com os dados oficiais é considerada muito alta", afirma.

Outros dados

Além do desemprego, a Fipe passa a calcular outros dados em "tempo real" sobre o mercado de trabalho. "No Brasil, a gente acha que mercado de trabalho se resume ao índice de desemprego. Temos poucas fontes de estatística sobre o assunto (as principais são o IBGE e o DIEESE) e as séries históricas são pequenas", diz Zylberstajn.

Outro novo indicador será o Índice de Vagas por Candidato (IVC), que mede variação de oferta e procura por posições de emprego. O IVC de dezembro, divulgado no dia 16 de janeiro, foi de 1,08, ou seja, para cada novo candidato procurando emprego foram registradas 1,08 novas vagas disponíveis.

"Para o trabalhador, quanto mais alto esse índice, melhor", explica o pesquisador. O índice de dezembro passado é 20% maior que o registrado no mesmo mês de 2011, quando ficou em 0,90.

O terceiro índice novo apresentado pela Fipe é o de "salário ofertado x salário real da contratação". Os portais de emprego, como a Catho, registram uma diferença entre esses dois dados. Essa diferença indica se existe espaço para negociação salarial, ou se as empresas estão pagando menos que o anunciado.

Em dezembro, esse dado foi positivo em 4%, o que significa que os trabalhadores conseguiram ser contratados por salários 4% maiores do que os anunciados. "É um número bom para o trabalhador ter em mente na hora de fazer uma contra-oferta, porque pode servir de referência", diz Zylberstajn.

De agora em diante, a Fipe vai anunciar esses três indicadores no último dia de cada mês-base, ou seja, no dia 31 de janeiro já serão divulgados os dados relativos a janeiro.

23 de janeiro de 2013

Governo quer estimular produção de etanol

O reajuste do preço da gasolina pode ajudar o mercado de etanol. No entender do governo federal, além de melhorar a situação de caixa da Petrobras, uma gasolina mais cara torna o biocombustível mais atraente para o consumidor. Um aumento na demanda pode estimular novos investimentos no setor.

Desde 2005, o preço da gasolina tem se mantido praticamente constante no Brasil, enquanto o etanol, que tem cotação livre, ficou mais caro. Essa situação, segundo o próprio governo, acabou gerando migração do consumo de combustível para a gasolina, em detrimento do etanol.


O reajuste preparado pelo governo - de 7% para a gasolina e até 5% para o óleo diesel -, além de devolver parte da competitividade ao etanol, também serviria para reduzir as importações de gasolina, que têm afetado a balança comercial. Diante do aumento do consumo, a Petrobras tem elevado fortemente a compra do combustível no exterior.

Além de tentar puxar a demanda por etanol, o governo também acredita que a elevação do teto da mistura de álcool na gasolina pode fazer com que os usineiros voltem a investir e dediquem parte da produção para o mercado de álcool combustível. Com a redução da demanda nos últimos anos, muitas usinas passaram a produzir mais açúcar, incentivados pela alta dos preços da commodity.

A ideia do governo é elevar de 20% para 25% o teto da mistura. A medida só entraria em prática, entretanto, em junho, quando a colheita da safra de cana-de-açúcar está em seu auge. Técnicos acreditam que a sinalização da medida agora pode ajudar os usineiros a planejarem uma maior produção de etanol para o ano.

22 de janeiro de 2013

Brasil Kirin quer expandir pontos de venda em mais de 50% em dois anos

A Brasil Kirin, proprietária de marcas de bebidas como a cerveja Nova Schin, pretende expandir em mais de 50 por cento seus pontos de venda nos próximos dois anos, de 650 mil para 1 milhão.

O fortalecimento do grupo deve acontecer nos principais centros consumidores do país, as regiões Sul e Sudeste. A Brasil Kirin diz que a Nova Schin é líder de mercado no seu segmento em parte da região Nordeste.

"Temos todo o suporte necessário do ponto de vista financeiro e de estrutura para um plano agressivo de crescimento nos próximos anos", afirmou no dia 14 de janeiro a diretora de marketing da Kirin Brasil, Maria Inês Murad, durante apresentação da atriz Aline Moraes como nova garota propaganda da cerveja Devassa.

A japonesa Kirin comprou o controle da Schincariol em agosto de 2011. A unidade brasileira não revela o montante de investimentos para os próximos anos, mas garante ter total apoio de sua controladora.

A aquisição de novos ativos pela Brasil Kirin não está descartada, mas a estratégia do grupo para avançar no mercado de bebidas alcoólicas e não alcoólicas é apostar em ações operacionais, como aumento de pontos de venda e distribuição, e no fortalecimento do atual portfólio de produtos, segundo Maria Inês.

"Não estão descartadas novas aquisições se for necessário para ganhar espaço. Isso está no radar", disse ela a jornalistas, sem dar mais detalhes.

21 de janeiro de 2013

Eventualmente haverá uma fusão de Fiat e Chrysler, diz executivo-chefe

A Fiat e a Chrysler eventualmente serão fundidas, mesmo se a Chrysler realizar uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), disse o presidente-executivo das duas montadoras, Sergio Marchionne.

"Nós eventualmente teremos uma companhia automotiva combinada", disse Marchionne a jornalistas no salão do automóvel de Detroit.

Um acionista minoritário da Chrysler pressionou na semana passada a montadora a tomar o primeiro passo para se tornar uma companhia de capital aberto novamente ao exigir que a Chrysler registre ações junto a reguladores dos Estados Unidos.

Uma associação voluntária beneficiária de funcionários (VEBA, na sigla em inglês), que detém 41,5 por cento da Chrysler, tem o direito de fazer a exigência em razão de um acordo de 2009 que afastou a Chrysler da falência e transformou a Fiat em controladora majoritária.

A Fiat, que controla 58,5 por cento da Chrysler, não tem interesse em reduzir sua fatia na Chrysler ou abrir mão de seus direitos de opção de compra de ações da Chrysler da VEBA, disse Marchionne.

20 de janeiro de 2013

Ano de 2013 deve ter pelo menos 30 grandes projetos de infraestrutura

Depois de um ano de anúncios, fica para 2013 a expectativa de um ano de realizações, com desdobramentos de projetos distribuídos em todo o país. “A expectativa é que os projetos comecem a ser contratados ou tenham obras iniciadas. Se vier tudo o que é esperado, teremos uma avalanche de obras”, diz Maurício Endo, sócio da área de infraestrutura da consultoria KPMG, que estima em 30 o número de empreendimentos a serem contratados este ano.

O trem-bala, que ligará Campinas, São Paulo e Rio, já com um novo edital, segmenta o projeto e tem mais chances de atrair investidores do que a versão original, que concentrava muito risco e o aporte de R$ 33 bilhões para um só consórcio. “Esta licitação será um balão de ensaio para outras obras”, afirma Fernando Marcondes, sócio do L.O.Baptista-SVMFA Advogados. “O novo edital despertou interesse. Não há dúvidas de que está mais atraente do que o primeiro.”

A dúvida é se o governo usará o sistema antigo (Lei das Licitações) ou o Regime Diferenciado de Contratação (RDC), diz.

Ainda em São Paulo, espera-se uma linha ligando o interior ao litoral. “Já foi aprovada a proposta preliminar para a construção da infraestrutura, implantação de equipamentos e sistemas e compra de material rodante para a operação de uma rede integrada de linhas de trens abrangendo Santos, Mauá, São Caetano, Santo André, Jundiaí, Campinas, Americana, São José dos Campos, Taubaté e Sorocaba, com conexão com uma estação no centro de São Paulo”, elenca Marcondes. “É uma concessão patrocinada, de 35 anos e investimento de R$ 18,5 bilhões.”

Para as ferrovias federais, a expectativa é que saiam 12 concessões, totalizando 10 mil km. “O governo deve pagar por disponibilidade, livrando os consórcios do risco de demanda. Por isso, os investidores estão achando o setor mais interessante do que o de rodovias”, afirma Endo. 
Um lote de concessões de rodovias federais é esperado já para o primeiro semestre.

Saneamento básico é a bola da vez nas obras

O futuro das grandes obras de infraestrutura está em saneamento, setor pouco atendido, mas promissor, graças à estabilidade da receita e à enorme base a ser atendida: 70 milhões de brasileiros ainda não têm acesso à rede de esgoto, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Dando uma ideia do potencial de negócios no segmento, o consultor Maurício Endo, sócio-líder de infraestrutura da KPMG, estima em R$ 400 bilhões, ao longo de vinte anos, o montante que o país precisa investir para levar saneamento básico a todo o território nacional.

A conta é mais ambiciosa do que a prevista no Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab), que prevê R$ 270 bilhões até 2030 para universalizar os serviços de água e esgoto.

A universalização dos sistemas deve vir por meio de parcerias público-privadas (PPP), modelo no qual as cidades estão apostando. A cidade do Rio de Janeiro, por exemplo, iniciou a implementação da rede numa área da região norte, em meados deste ano, ao custo de R$ 1,5 bilhão, apoiada numa parceria do gênero. Pernambuco também apelou para o sistema a fim de prover sistema de esgoto à região metropolitana de Recife, num projeto de R$ 4 bilhões.

São investimentos consideráveis, mas a tarifa a ser recebida — composta por contraprestação e taxas pagas pelo usuário — pelo concessionário cobrirá o custo de construção.

“A iniciativa privada possui capacidade de investimento, conhecimento técnico e competência comprovada no saneamento, além de proporcionar a segurança de que os investimentos serão realizados de acordo com documentos e prazos definidos em contrato”, diz Roberto Muniz, presidente da Associação Brasileira das Concessionárias Privadas de Serviços Públicos de Água e Esgoto (ABCON).

Levantamento da entidade indica que os investimentos no setor em 2012 atingiram R$ 760 milhões, incremento de 48% sobre 2011. Foram firmados dez contratos com 19 municípios. A participação do setor privado ainda é pequena. “Mas coloca a iniciativa privada como uma real alternativa para levar adiante os projetos que se tornam cada vez mais urgentes e desafiadores, diz Muniz.”

19 de janeiro de 2013

"Não estamos no Brasil para resultados de curto prazo"


A área de infraestrutura e cidades foi criada pela Siemens em setembro de 2011. Trata-se do mais recente ramo de atuação da companhia alemã e um de seus focos de crescimento no Brasil, onde ela também tem negócios relacionados a energia, automação industrial e saúde.

“Nossa unidade brasileira planeja dobrar o faturamento até 2017, atendendo, principalmente, as necessidades do país nas regiões onde acontecerão grandes eventos esportivos como Copa do Mundo e Jogos Olímpicos”, diz Peter Loescher, presidente mundial da Siemens.

A divisão de infraestrutura e cidades oferece tecnologia para grandes municípios e possui cinco áreas: sistemas ferroviários; edifícios; mobilidade e logística; baixa e média tensão, além de redes inteligentes. Foi sobre a nova divisão que Loescher falou ao BRASIL ECONÔMICO.
                          Loescher quer dobrar a receita da unidade brasileira até 2017.

Como a Siemens enxerga o mercado brasileiro neste momento? 
O país tem crescido de forma consistente na última década e este crescimento deve continuar. Estamos investindo no Brasil porque queremos aumentar ainda mais nossa capacidade de fornecer soluções para o país. Nós vemos a necessidade do Brasil no que diz respeito a uma infraestrutura melhor e mais avançada. E com os novos pedidos decorrentes do Pré-Sal, Copa do Mundo e Jogos Olímpicos, achamos importante reforçar o posicionamento da Siemens no país.

Trata-se de um compromisso de longo prazo? 
Não estamos no Brasil para resultados de curto prazo. A Siemens tem uma longa história no país e também uma forte presença local, com 14 fábricas e sete centros de pesquisa e desenvolvimento. Além disso, a urbanização é uma megatendência, tanto globalmente como no Brasil. Hoje 87% dos brasileiros vivem nas cidades, 40 anos atrás eram menos de 50%. Atualmente 20 áreas metropolitanas têm mais de 1 milhão de habitantes.

Quais são as expectativas da empresa em relação ao Brasil? 
O Brasil tem importantes desafios os quais representam diversas oportunidades de mercado. Por exemplo: são necessários 600 quilômetros de metrô para que as cidades brasileiras alcancem a Cidade do México. Por causa das oportunidades de crescimento que identificamos decidimos investir US$ 1 bilhão no país até 2017. A Siemens Brasil também planeja dobrar seu faturamento até 2017, atendendo, principalmente, as necessidades do país nas áreas onde acontecerão grandes eventos como Copa do Mundo de Futebol e os Jogos Olímpicos.

Qual o potencial que a Siemens vê nas cidades que abrigarão estes eventos? 
Doze cidades do Brasil vão sediar a Copa do Mundo de Futebol de 2014 e o Rio de Janeiro será o anfitrião principal para os Jogos Olímpicos de 2016. O crescimento das cidades tem colocado uma enorme pressão sobre habitação e serviços públicos, como abastecimento de água, esgoto, saúde e educação. Com o nosso portfólio somos um parceiro perfeito para o desenvolvimento urbano sustentável.

Quais são as principais soluções fornecidas pela Siemens às cidades brasileiras? 
Recentemente recebemos pedidos para a revisão dos sistemas de metrô e trem das cidades de São Paulo, Brasília e Recife. E estamos ajudando a melhorar o sistema elétrico do metrô do Rio de Janeiro. Em São Paulo fornecemos energia e um sistema driverless (sem motorista) para a linha amarela do metrô. Este é o primeiro sistema driverless da América Latina. No Rio de Janeiro e em São Paulo estamos fornecendo tecnologia inteligente para o monitoramento de transformadores.Também estamos ajudando a reduzir o quanto a Sabesp gasta em energia no tratamento de esgoto. Isto é possível graças a uma tecnologia que permite converter metano em energia.

Em quantos países a divisão de infraestrutura e cidades da Siemens está estabelecida? 
A companhia está fazendo negócios em mais de 190 países. Existem cidades que são clientes da Siemens há décadas. Dentro do nosso top 20 estão cidades como Londres, Nova York e Berlim. Temos conseguido muitas vitórias em projetos importantes. Um exemplo é o bem sucedido Sapsan, a rede de trens de alta velocidade da Rússia.

Qual o tamanho deste mercado de infraestrutura para cidades? 
Os investimentos necessários por parte das cidades são gigantescos. É um mercado de ¤ 300 bilhões. Mas é importante ressaltar algumas questões importantes a serem consideradas pelos municípios: soluções de infraestrutura devem ser economicamente rentáveis, além de serem eco-friendly e melhorarem a qualidade de vida das pessoas. Mesmo com orçamento apertado, as cidades têm que investir em infraestrutura se quiserem atrair investidores. As cidades são, provavelmente, o mercado de maior crescimento no mundo.

Existe alguma tecnologia da Siemens bastante demandada por cidades ao redor do 
mundo mas que ainda não foi introduzida no Brasil? 
Todas as técnicas de eficiência energética podem ser implementadas em todas as cidades. Tecnologias sustentáveis podem aumentar a qualidade de vida das pessoas. A Siemens está cooperando com muitas cidades como Londres, Munique, Berlim e Cidade do México para encontrar as melhores soluções para cada uma delas. E agora também estamos patrocinando um estudo, chamado de “Retratos do Futuro Rio”, sobre como o Rio de Janeiro deve evoluir até 2040. Globalmente, estamos realizando abrangentes programas de pesquisa para explorar as tecnologias que acreditamos que irão moldar a vida no futuro.

18 de janeiro de 2013

Pior aplicação do ano, poupança bate recorde de captação em 2012

Apesar de ter sido a aplicação financeira com pior rentabilidade em 2012, a poupança teve captação recorde no ano passado. Os depósitos na caderneta superaram as retiradas em R$ 49,7 bilhões, maior volume anual desde o início da série medida pelo Banco Central (BC), em 1995.


O País encerra o ano com R$ 496,3 bilhões em depósitos de poupadores, marca também próxima do recorde histórico, de R$ 500 bilhões. Apenas em dezembro, dado divulgado no dia 07 de janeiro pelo BC, a captação foi positiva em R$ 9,2 bilhões.

A rentabilidade da caderneta foi alterada em maio pelo Governo, quando a modalidade passou a render 70% da taxa Selic, mais a Taxa Referencial (a TR, atualmente nula). As mudanças tinham objetivo de permitir que a taxa básica de juros continuasse em queda .


As mudanças fizeram o rendimento da poupança cair. A caderneta terminou 2012 com rentabilidade de 6,05%, pouco maior que a inflação do período, que deve ficar próxima de 5,7% (o dado será divulgado na quinta-feira). Com a Selic atual em 7,25%, a poupança renderia apenas 5,075% em um ano.

Mas a queda na Selic também diminuiu a rentabilidade dos fundos DI e de renda fixa, o que pode ter motivado pequenos poupadores a migrar para a caderneta. "Apesar das mudanças do Governo, a poupança ficou mais competitiva em 2012, porque ela é isenta de Imposto de Renda", diz o administrador de fundos Fábio Colombo. "Para quem não consegue negociar uma taxa de administração menor que 1,5% num fundo, ela continua sendo mais atrativa", afirma.

17 de janeiro de 2013

Petrobras inicia produção comercial em campo gigante


A Petrobras informou no dia 07 de janeiro que teve início a produção comercial do campo gigante de Sapinhoá, no pré-sal da bacia de Santos, no dia 5 de janeiro, uma semana antes da data original, prevista para 13 de janeiro.

Segundo a estatal, Sapinhoá é um dos maiores campos de petróleo do Brasil, com volume recuperável total estimado em 2,1 bilhões de barris de óleo equivalente (boe).

O primeiro poço interligado à plataforma Cidade de São Paulo, o 1-SPS-55, tem potencial de produção superior a 25 mil barris de óleo por dia, mas sua extração ficará restrita a cerca de 15 mil barris/dia a até que sejam concluídas as ações de comissionamento dos sistemas para processamento e reinjeção do gás natural, com duração prevista de 90 dias.
Com a entrada em operação do navio-plataforma Cidade de São Paulo, na manhã do último dia 5, a Petrobras deu início à produção comercial do campo de Sapinhoá.

O óleo produzido tem média densidade, de 30 graus API, e deverá ser escoado por meio de navios aliviadores.

O escoamento da parcela do gás não utilizado para reinjeção no campo será feito pelo gasoduto Sapinhoá-Lula-Mexilhão até a Unidade de Tratamento de Gás Monteiro Lobato (UTGCA), localizada em Caraguatatuba, no litoral paulista.

A previsão é que o pico de produção, de 120 mil barris de óleo diários, seja atingido no primeiro semestre de 2014, informou a estatal no comunicado.

Outros 10 poços (cinco produtores e cinco injetores) serão interligados à plataforma ao longo dos próximos meses.

O Plano de Desenvolvimento do campo de Sapinhoá prevê, ainda, uma segunda plataforma, o FPSO Cidade de Ilhabela, cujo casco está em fase de conversão, com capacidade para 150 mil barris por dia de óleo e 6 milhões de m3/dia de gás.

A previsão é que entre em operação no segundo semestre de 2014.

A Petrobras é a operadora do bloco onde está localizado o campo de Sapinhoá, com 45 por cento de participação, em parceria com a BG, que detém 30 por cento, e a Repsol Sinopec, dona dos 25 por cento restantes.

16 de janeiro de 2013

França vai realocar 2 bilhões de euros para criação de empregos

A França vai realocar 2 bilhões de euros (2,61 bilhões de dólares) de seu orçamento de 2013 para ajudar a financiar a criação de empregos subsidiados pelo Estado, disse no dia 06 de janeiro o ministro do Orçamento, Jerome Cahuzac.

Com a maior taxa de desemprego em 15 anos, o presidente François Hollande prometeu reverter o quadro neste ano e espera que os planos para criar milhares de empregos subsidiados e os "contratos de geração" incentivarão as empresas a contratar jovens trabalhadores rapidamente.

Falando à rádio Europe 1, Cahuzac disse que o governo precisa aumentar sua reserva de 6,5 bilhões de euros no orçamento - geralmente usada para eventos imprevistos, como desastres naturais ou operações militares - como medida de precaução.

"A meu pedido, o presidente e o primeiro-ministro decidiram aumentar esta reserva em 2 bilhões de euros porque achamos que para a nossa política de trabalho nós vamos precisar de mais dinheiro para financiar os empregos subsidiados e contratos de geração", disse Cahuzac.

O ministro disse que os fundos não viriam do aumento do déficit ou impostos, mas a partir dos orçamentos existentes.

A administração Hollande está lutando para impedir perdas de empregos na indústria, enquanto tenta reduzir os gastos públicos e aumento de impostos para ajudar a reduzir a dívida em uma economia estagnada.

Uma pesquisa feita pelo IFOP para jornal semanal Le Journal du Dimanche, publicada no dia 06 de janeiro, mostrou que três quartos dos entrevistados não acreditam que Hollande será capaz de manter suas promessas sobre o emprego.

O presidente, que decidiu realizar ao menos uma visita por semana pela França para explicar suas políticas, está tentando reconquistar os eleitores que estão cada vez mais infelizes com o gerenciamento da economia e desiludidos por uma série de gafes de comunicação.

A decisão do Tribunal Constitucional da França, em dezembro, de derrubar promessa de campanha de Hollande para impor uma taxa de imposto de 75 por cento sobre os rendimentos de mais de 1 milhão de euros, foi um golpe político para o líder socialista.

15 de janeiro de 2013

Air France em negociações avançadas para controlar Alitalia

A companhia franco-holandesa Air France-KLM está em negociações "avançadas" para assumir o controle da principal companhia aérea italiana, a Alitalia, no verão, informou o jornal de Roma "Il Messaggero", sem citar suas fontes.

A Alitalia pertence ao CAI, um consórcio de investidores que comprou a companhia aérea falida em 2008. O CAI já é parcialmente controlado pela Air France-KLM. Acionistas da Alitalia podem optar por negociar suas ações quando um período de restrição terminou em 12 de janeiro.

Em maio, a Air France disse que provavelmente esperaria ao menos até 2014 antes de usar a opção de assumir o controle da Alitalia, da qual controla 25 por cento desde janeiro de 2009. .

A Air France-KLM tem oferecido aos acionistas um prêmio de 20 por cento sobre o que eles pagaram pelas ações em 2008, segundo o jornal, provavelmente em ações da Air France-KLM. O consórcio CAI pagou um pouco mais de 1 bilhão de euros para comprar a Alitalia há cinco anos.

Um porta-voz da Air France-KLM em Paris não quis comentar a reportagem. Funcionários da Alitalia não atenderam a várias chamadas.

O ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, que se contrapôs à última tentativa Air France-KLM para comprar Alitalia, disse que ainda é contra a venda da companhia aérea. Berlusconi está muito atrás nas pesquisas de intenção de voto para as eleições de 24 e 25 de fevereiro no país.

"Nosso país não ficará sem a sua própria companhia aérea", disse Berlusconi em sua página no Facebook. "Se a Alitalia tivesse caído nas mãos dos franceses ... muitos turistas acabariam indo visitar os castelos do Vale do Loire, em vez de nossas cidades de arte".

Berlusconi venceu as eleições parlamentares de 2008 com as promessas de manter a Alitalia fora das mãos de estrangeiros e de limpar o lixo das ruas de Nápoles. Ele está perdendo com uma diferença de mais de 10 pontos percentuais, segundo as pesquisas.

14 de janeiro de 2013

A mulher responsável pelo sucesso do Windows 8


Como chefe de desenvolvimento de produtos Windows na Microsoft, Julie Larson-Green é responsável por um software usado por 1,3 bilhão de pessoas no mundo todo. Ela é também a pessoa que comanda a campanha para apresentar o máximo possível dessas pessoas ao Windows 8, a dramática reformulação do sistema operacional que precisa ter sucesso se a Microsoft pretende acompanhar o ritmo de uma indústria da computação hoje mais voltada a telefones e tablets do que a desktops.


O Windows 8 abandona traços de design familiares aos usuários do Windows desde 1995, introduzindo interfaces mais simples e ousadas, criadas para funcionar com uma tela sensível ao toque. O lançamento do Surface, dispositivo entre um tablet e um laptop, também vê a Microsoft quebrar sua tradição de deixar a construção do hardware a outras empresas.
Julie Larson-Green assumiu recentemente o cargo de desenvolvimento do Windows e tem como tarefa encorajar os usuários a migrarem para o Windows 8.

Larson-Green assumiu o cargo há algumas semanas, depois que o veterano Steven Sinofsky saiu em meio a rumores de disputas pessoais com outros executivos da Microsoft. No entanto, Larson-Green é há tempos uma figura importante na divisão do Windows – e até mesmo liderou a elaboração do primeiro projeto do Windows 8. Especialista em design técnico, ela também comandou a introdução da interface em "faixas" do Microsoft Office, amplamente reconhecida como uma grande melhoria em usabilidade.

Larson-Green encontrou-se na semana passada com Tom Simonite, no campus da Microsoft em Redmond, Washington.

P.: Por que foi necessário realizar mudanças tão amplas no Windows 8?

R.: Quando o Windows foi criado, há 25 anos, as suposições sobre o mundo e o que a computação poderia fazer, e como as pessoas iriam usá-la, eram completamente diferentes. Antes do Windows 8, a meta era abrir uma janela, então você colocaria essa janela para o lado e teria outra. Mas com o Windows 8, todas as coisas diferentes que você pode querer estão ali, na cara, com os Live Tiles. Em vez de precisar encontrar muitas pedrinhas para olhar embaixo, você vê um painel de tudo que está acontecendo e tudo o que importa de uma só vez. Isso o deixa mais próximo do que está tentando realizar.

P.: O Windows 8 é claramente projetado com o pensamento no toque, e muitos novos PCs com Windows 8 vêm com telas sensíveis ao toque. Por que o toque é tão importante?

R.: É uma forma muito natural de interagir. Se você tem um laptop com tela sensível ao toque, seu cérebro faz um clique e você começa a tocar no que torna tudo mais rápido para você. Você usa o mouse e o teclado, mas mesmo num desktop convencional você se verá tocando para ser mais rápido do que com o mouse. Não é como usar um mouse, que funciona mais como uma marionete do que como uma manipulação direta.

P.: No futuro, todos os PCs terão telas sensíveis ao toque?

R.: Por questões de custo, poderão sempre existir computadores sem o toque, mas acredito que a grande maioria terá. Estamos vendo que os computadores com toque são os que vendem mais rapidamente hoje. Não consigo mais imaginar um computador sem toque. Uma vez que você experimenta, é muito difícil voltar.

P.: Vocês tomaram esse caminho com o Windows 8 como uma resposta à popularidade de dispositivos móveis com iOS e Android?

R.: Começamos a planejar o Windows 8 em junho de 2009, antes de lançarmos o Windows 7, e o iPad era apenas um rumor àquela altura. Só vi o iPad depois que já tínhamos esse design pronto. Ficamos animados. Muitas coisas que eles estavam fazendo com a mobilidade e o toque eram similares ao que vínhamos pensando. Mas também havia diferenças. Queríamos não só ícones estáticos na área de trabalho, mas que os blocos fossem um painel da sua vida; queríamos que você pudesse fazer coisas num contexto e compartilhar entre aplicativos; acreditamos que a multitarefa é importante, e que as pessoas podem fazer duas coisas ao mesmo tempo.

P.: O toque pode coexistir com uma interface de teclado e mouse?

R.: Algumas pessoas disseram ser estranho ter tanto os elementos mais novos, voltados ao toque, quanto a área de trabalho antiga no Windows 8. Ter os dois ambientes foi uma escolha muito bem definida.

O dedo nunca irá substituir a precisão de um mouse. Sempre será mais fácil digitar num teclado do que no vidro. Não queríamos que vocês precisassem fazer uma escolha. Algumas pessoas disseram que isso é chocante, mas com o tempo nós não ouvimos isso. Basta se acostumar com algo diferente. Desde o início, nada era homogêneo; quando você estava no navegador, era diferente de estar no Excel.

P.: Imagino se vocês estão experimentando um pouco de déjà vu, após lançar uma mudança radical à interface do Office que foi inicialmente recebida com reclamações.

R.: Sim! Muito disso é familiar. Algumas pessoas que experimentam o sistema por um período curto podem não sentir como ele é rico. Estamos apostando na impressão ao longo do tempo, e não nos primeiros 20 minutos de uso. Descobrimos que quanto mais envolvido você estiver na maneira antiga, mais difícil é a transição – o que é lamentável, pois ficamos sabendo de tudo na imprensa de tecnologia. Essas são as pessoas que já sabíamos que teriam o maior desafio.

P.: Quanto tempo leva para uma pessoa se adaptar?

R.: De dois dias a duas semanas é o que costumamos dizer para o Office, e é algo parecido com o Windows 8. Temos um programa "vivendo com o Windows", onde observamos pessoas ao longo de vários meses em suas residências. Muitas pessoas não enfrentam problemas.

P.: Que tipo de dados vocês têm sobre como as pessoas que compram o Windows 8 estão reagindo?

R.: Quando você entra em seu PC com Windows, uma das coisas que perguntamos é se você fará parte de um programa de aprimoramento da experiência do usuário, e se você aceita, passamos a receber alguns dados. Todos recebem essa pergunta. Recebemos terabytes e terabytes de dados diariamente, e não temos como usar tudo. Por enquanto estamos vendo coisas muito animadoras. Mais de 90 por cento de nossos clientes, com base em nossos dados, usam o Charms e encontram a tela inicial na primeira sessão. Mesmo sendo um usuário de desktop, há um ponto limite de cerca de seis semanas – quanto você começa a usar os novos recursos mais do que as coisas que lhe eram familiares.

P.: A Microsoft escolheu fabricar seu próprio hardware para o Windows 8 com os tablets Surface. Por que não deixar isso aos fabricantes de equipamentos, como vocês faziam no passado?

R.: Foi uma maneira de testar nossa hipótese de uma nova forma de trabalhar. Leva tempo para que as pessoas se adaptem, mas também leva tempo para que a indústria se adapte a novas coisas – todas as coisas complicadas sobre a cadeia de abastecimento e questões como o tamanho dos vidros a serem cortados. O Surface é nossa visão de como deve parecer um palco para o Windows 8, para ajudar a mostrar aos consumidores e à indústria nosso ponto de vista sobre como deve ser um hardware quase perfeito. Acreditamos no Surface como um produto de longo prazo, mas sabemos que os parceiros terão outras inovações e ideias. Uma das coisas que sempre foi boa no Windows é a escolha – você não fica preso a um tamanho, um formato, uma cor, uma versão.

P.: Seu predecessor, Steven Sinofsky, foi amplamente creditado por levar a Microsoft à criação do Windows 8 pela pura força de vontade. Isso é verdade?

R.: Steven é um líder incrível, um cérebro fantástico e uma grande pessoa, mas uma pessoa não pode fazer tudo. O principal é a equipe que criamos e a cultura que desenvolvemos para a inovação.

P.: O que muda agora que você está no comando?

R.: Não muita coisa. Eu trabalhei diretamente com Steven por sete anos, mas o conheço desde que entrei na Microsoft, há 20 anos. Pensamos basicamente o mesmo sobre qual é o papel do Windows na sociedade, como deve ser a computação, e como trazer pessoas com o mesmo ponto de vista.

P.: Agora que o Windows 8 foi lançado, o que você e sua equipe estão fazendo?

R.: Nós não desaceleramos. Estamos sempre pensando em novas tecnologias que possam ser úteis às pessoas.

13 de janeiro de 2013

Toyota revela detalhes de carro que dirige sozinho

   Modelo Lexus com "sistema de transporte inteligente" seria capaz de evitar acidentes.

A fabricante de carros Toyota revelou os primeiros detalhes da tecnologia chamada auto-drive, que está sendo apresentada na Consumer Electronics Show (CES), em Las Vegas, nesta semana.

A montadora revelou um vídeo de um carro modelo Lexus equipado com o equipamento de segurança, capaz de minimizar acidentes, segundo especialistas.

A tecnologia inclui um radar de bordo e câmeras de vídeo para monitorar a estrada, os arredores e o motorista.

O carro também pode se comunicar com outros veículos, de acordo com um porta-voz da Toyota.

"Nós estamos olhando para um carro que iria eliminar acidentes", disse o porta-voz. "Zero-colisões é o nosso objetivo final".

O vídeo mostra um protótipo Lexus LS, equipado com o que a Toyota descreve como "sistema de transporte inteligente" (ITS, na sigla em inglês).

O protótipo é capaz de monitorar se o motorista está acordado, para manter o carro na estrada, e parar em sinais de trânsito.

A tecnologia foi desenvolvida para ser utilizada em conjunto com um condutor, mas o carro pode se controlar sozinho, disse o porta-voz.

Uma série de balizadores óticos instalados na beira da estrada ajudaria o carro detectar as posições dos pedestres e obstáculos, e transmitir informações ao protótipo sobre se um semáforo está vermelho ou verde.

No entanto, o carro também pode monitorar as posições independentemente dos balizadores.

Nova era

"Não estamos como os Jetsons ainda, mas nosso carro está liderando a indústria em uma nova era", afirmou a Toyota em Tweet, no dia 03 de janeiro, fazendo referência ao desenho animado no qual os protagonistas usam veículos totalmente automatizados.

Toyota também desenvolveu tecnologia que permite ao carro comunicar-se com o smartphone do motorista para oferecer recursos de realidade aumentada.

A Toyota é um dos vários fabricantes de automóveis e empresas de tecnologia pesquisando veículos autônomos.

Audi deverá demonstrar um carro que estaciona sozinho na CES, informou o Wall Street Journal nesta sexta-feira.

Já o Google recebeu uma patente carro autônomo em 2011, e garantiu uma autorização para uso de seu carro de auto-drive em maio de 2012. No mesmo mês, a Volvo testou um comboio de carros auto-drive em uma estrada espanhola.

Auto-condução de carros poderiam melhorar drasticamente a segurança rodoviária, de acordo com o professor Paul Newman, que lidera um projeto da Universidade de Oxford sobre este tipo de veículos.

"Os computadores vão estar sempre vigilantes", disse Newman.

Os sistemas do carro podem ser projetados de modo que uma falha não resulte em um acidente, acrescentou o pesquisador.