28 de fevereiro de 2013

Trabalhador que adiou aposentadoria pode pedir revisão do benefício

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu no dia 21 de fevereiro, por 6 votos a 4, que os aposentados podem pedir revisão de benefícios já concedidos para obter renda melhor. A revisão pode ser solicitada desde que o marco temporal esteja entre a data do direito adquirido à aposentadoria e o efetivo momento que ela foi requerida, ainda que nenhuma nova lei tenha sido editada no período.

Os ministros analisaram o caso de um beneficiário que poderia ter se aposentado em 1976, mas que continuou trabalhando até 1980. Segundo cálculos feitos posteriormente, ele descobriu que seria melhor ter se aposentado em 1979 e, por isso, entrou na Justiça pedindo a revisão do benefício (entre 1979 e 1980 não houve qualquer alteração na lei). O aposentado também pedia que o cálculo do melhor benefício fosse pago retroativamente em relação às últimas décadas.


De acordo com informações do Supremo, a aposentadoria inicial obtida pelo aposentado em 1980 foi de 47.161,00 cruzeiros. Pela revisão requerida, ela subiria para 53.916,00 cruzeiros, em valores daquela época.

No recurso, o aposentado sustentou que a Constituição Federal estabelece que um direito adquirido não pode ser modificado nem por lei. Ele também alegou que o direito previdenciário faculta ao segurado que já atingiu os requisitos mínimos para requerer a aposentadoria o direito de optar pelo momento mais benéfico.

O julgamento do dia 21 de fevereiro de 2013 começou em 2011 e tem repercussão geral, ou seja, a orientação deverá ser seguida para solucionar processos semelhantes que tramitam na Justiça. Não há dados consolidados sobre o número de ações parecidas, mas são pelo menos 400 que aguardavam uma definição do STF.

"Tenho que, uma vez incorporado o direito à aposentação ao patrimônio do segurado, sua permanência na ativa não pode prejudicá-lo", afirmou a relatora do recurso, ministra Ellen Gracie, na primeira parte do julgamento, ocorrida em 2011.

Autor do pedido de vista que interrompeu o julgamento há dois anos, o ministro Antonio Dias Toffoli nesta quinta-feira votou contra a concessão do pedido do aposentado. Para o ministro, não há qualquer ilegalidade que precise ser sanada e o segurado teve a liberdade de optar pelo melhor momento de se aposentar.

Toffoli foi seguido pelos ministros Cármen Lúcia, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes. “Essa decisão joga luz de insegurança sobre o sistema em termos atuariais. Em 2012 estamos discutindo um fenômeno de 1980”, criticou Mendes.

A posição da maioria se firmou na tese de que, uma vez adquirido o direito à aposentadoria, ele pode ser desfrutado no período que seja mais benéfico para o cidadão, regra que já existe na legislação desde 1991. “Não se trata da questão de desaposentação, da pessoa que se aposenta e, em função de fatos supervenientes, novas contribuições, pretende recálculo para incorporar novas contribuições. Aqui a situação é diferente. O que se pretende é exercer um direito que se adquiriu antes de ser exercido”, explicou Teori Zavascki.

"Ele não está sendo punido por ter continuado a trabalhar?", perguntou o presidente do STF, Joaquim Barbosa, que votou a favor do aposentado.

27 de fevereiro de 2013

Banco do Brasil bate recorde e tem lucro de R$ 12 bilhões em 2012


O Banco do Brasil fechou 2012 com lucro líquido de R$ 12,2 bilhões, o que corresponde a retorno anualizado sobre o patrimônio líquido médio (RSPL) de 19,8%. O lucro líquido sem a Previ (fundo de pensão dos funcionários do banco) foi de R$ 11,4 bilhões no ano passado, aumento de 10,2% em relação a 2011, recorde para a marca.

O Banco do Brasil fechou o quarto trimestre de 2012 com lucro líquido recorrente acima do esperado pelo mercado, impulsionado por um crescimento de dois dígitos em sua carteira de crédito e queda na inadimplência.

A maior instituição financeira da América Latina por ativos teve lucro recorrente de R$ 3,18 bilhões nos três últimos meses do ano passado, crescimento de 5,1% sobre o mesmo período de 2011 e de 19,7% sobre o terceiro trimestre. Analistas consultados pela Reuters estimavam resultado recorrente possitivo em R$ 2,464 bilhões.
                                       Banco do Brasil lucrou R$ 12 bilhões em 2012.

A carteira de crédito ampliada do Banco do Brasil, incluindo operações no exterior, cresceu 24,9% em 2012, para R$ 580,799 bilhões. No Brasil, a carteira do banco terminou o ano passado em R$ 534,367 bilhões, avanço de 24,2%, acima da expectativa da instituição, de crescimento de 17% a 21%.

O governo pressionou os bancos estatais a aumentarem a oferta de crédito e a baixar os juros para incentivar o consumo no ano passado, em meio à desaceleração da economia e à queda da Selic.

Na terça-feira, a Caixa Econômica Federal anuciou que sua carteira cresceu 41,8% no ano passado, avanço quase cinco vezes maior do que a taxa média de seus principais concorrentes privados --Itaú Unibanco, Bradesco e Santander Brasil .


Para 2013, a expectativa do BB é de crescimento de 16% a 20% na carteira de crédito ampliada no país.

Em termos consolidados, o lucro líquido do banco somou R$ 3,967 bilhões, crescimento de 33,5% sobre o mesmo período de 2011.

A instituição apurou índice de inadimplência de operações vencidas há mais de 90 dias de 2,05%, queda ante o nível de 2,16% registrado no quarto trimestre de 2011 e na comparação com os 2,19% apurados entre julho e setembro.

Já as provisões para perdas com crédito, de R$ 3,636 bilhões, cresceram 25,7% sobre o quarto trimestre de 2011, "variação compatível com o crescimento da carteira de crédito", segundo o balanço do BB. Na comparação com o terceiro trimestre houve queda de 3,4%.

O nível da provisão sobre a carteira de crédito foi de 4,03% ante 4,50% no final de 2011. Para 2013, a expectativa do banco é que a relação fique entre 3% e 3,4%.

O Banco do Brasil encerrou o trimestre passado com uma retorno sobre patrimônio líquido médio (ROE) de 27% ante 22,5% nos três últimos meses de 2011 e 18,6% no terceiro trimestre. No ano, em termos ajustados o ROE foi de 18,7% e a expectativa do BB para 2013 é que o indicador de rentabilidade fique entre 14% e 17%.

26 de fevereiro de 2013

Gravidez ocorrida no aviso prévio garante estabilidade, determina TST

Tribunal entende que a data de saída a ser anotada na carteira de trabalho deve corresponder à do término do prazo do aviso prévio.

A gravidez ocorrida durante o curso do aviso prévio, ainda que indenizado, garante à trabalhadora a estabilidade provisória no emprego, segundo decisão do Tribunal Superior do Trabalho (TST). Assim, se a rescisão do contrato de trabalho ocorrer por desconhecimento do gravidez por parte do empregador ou até mesmo da própria trabalhadora, o direito ao pagamento da indenização não usufruída está garantido.


Em processo analisado no Tribunal Superior do Trabalho, no último dia 6, uma trabalhadora que ficou grávida durante o período do aviso prévio conseguiu o direito de receber o pagamento dos salários e demais direitos correspondentes ao período da garantia provisória de emprego assegurada à gestante. A Terceira Turma deu provimento ao seu recurso e reformou as decisões das instâncias anteriores.

A empregada recorreu à Justiça do Trabalho pedindo reintegração ao emprego. Entretanto, o juízo de origem decidiu pelo não reconhecimento da estabilidade por gravidez, uma vez que a concepção ocorreu em data posterior à rescisão contratual, conforme argumentou a empresa em sua defesa.

Diante da decisão, a trabalhadora recorreu ao Tribunal Regional do Trabalho da 2ª Região (SP) argumentando que, conforme comprovado em exames médicos, a concepção ocorreu durante o aviso prévio, período que integra o tempo de serviço. Mas o Regional negou o provimento ao recurso e confirmou a sentença, entendendo que, no momento da rescisão do contrato, a trabalhadora não estava grávida, e não faria jus à proteção invocada.

Ao apelar ao TST, a trabalhadora sustentou que o pré-aviso não significa o fim da relação empregatícia, "mas apenas a manifestação formal de uma vontade que se pretende concretizar adiante, razão por que o contrato de trabalho continua a emanar seus efeitos legais".

O relator do processo na Terceira Turma, ministro Maurício Godinho Delgado, destacou que o próprio Tribunal Regional admitiu que a gravidez ocorreu no período de aviso prévio indenizado. Ao adotar a orientação jurisprudencial que determina que a data de saída a ser anotada na CTPS deve corresponder à do término do prazo do aviso prévio, ainda que indenizado, entendeu que a estabilidade estava configurada. "Incontroverso, portanto, que a concepção ocorreu durante o aviso-prévio indenizado, ou seja, antes da despedida, configurada está a estabilidade provisória," destacou o ministro em seu voto.

Assim, com base na Súmula 396 do TST, decidiu que a trabalhadora tem direito ao pagamento dos salários do período compreendido entre a data da despedida e o final do período de estabilidade, não lhe sendo assegurada a reintegração. O voto foi acompanhado por unanimidade.

25 de fevereiro de 2013

Turista poderá declarar bagagem em celular ou tablet antes do desembarque


A Receita Federal espera liberar, ainda neste ano, um aplicativo que permitirá ao turista que chega do exterior fazer a declaração de bagagem em smartphones e tablets antes mesmo de desembarcar no Brasil. Pelo projeto, ao chegar ao país o, usuário terá a facilidade de transmitir por meio de uma rede sem fio, por exemplo, as informações, que, no mesmo instante, entrarão na base de dados armazenada nos computadores da Receita Federal, informou o subsecretário de Arrecadação e Atendimento, Carlos Roberto Occaso.


A medida irá facilitar a vida de turistas e funcionários da Receita, porque tornará mais rápidas as operações da fiscalização. No dia 18 de fevereiro, a Receita Federal divulgou mais uma novidade dentro do plano de modernizar e simplificar o controle aduaneiro sobre bens de viajantes.
Passageiros esperam por atendimento no Aeroporto Juscelino Kubitschek, em Brasília (DF).

Começou a funcionar no aeroporto de Brasília o pagamento de impostos incidentes sobre o excesso na bagagem do passageiro que vem do exterior com cartão de débito. Até o final da semana, o aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, e o do Galeão, no Rio, contarão com esse tipo de serviço. A Receita informou que, antes, o turista era obrigado a ir a um banco para pagar o imposto devido.

Atualmente, estão dispensados da declaração de bagagem acompanhada os turistas brasileiros que fizerem compras no exterior dentro da cota estabelecida de US$ 500 e voltarem ao país de avião ou navio. As medidas também valem para quem usa transporte fluvial, lacustre ou terrestre, porém, no caso, o limite é US$ 300. As regras estão na Instrução Normativa 1.059.

Para facilitar a vida do turista, a Receita criou um manual que pode encontrado na internet no site do órgão. A publicação tem várias informações relevantes para o turista, como os itens que ele pode trazer sem pagar impostos e o limite de quantidade. O texto está disponível para impressão e pode ser dobrado e facilmente transportado durante a viagem.

Existe também um aplicativo para smartphones e tablets com essas informações que pode ser baixado na versão para o sistema operacional Android ou para a versão para o sistema operacional iOS. O órgão disponibiliza também um vídeo com narração em português e legenda em inglês com as orientações para os turistas.

24 de fevereiro de 2013

Warren Buffett e donos da Ambev compram Heinz por US$ 28 bilhões

O brasileiro Jorge Paulo Lemann, controlador da Ambev: "É meu tipo de parceiro", diz Buffett.

A Berkshire Hathaway, conglomerado do bilionário Warren Buffett , e a 3G Capital, dos brasileiros Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, anunciaram no dia 14 de fevereiro a compra da H.J. Heinz, em uma operação que prevê pagamento de US$ 23,2 bilhões de dólares em dinheiro


Incluindo dívida, o negócio, que combina as ambições dos fundadores da 3G na indústria de alimentos com a busca de Buffett por crescimento, foi avaliado pela Heinz como sendo o maior na história no setor, valendo US$ 28 bilhões de dólares.

Berkshire e 3G pagarão US$ 72,5 dólares por ação, um prêmio de 19% sobre o maior patamar histórico do papel da companhia mais famosa por sua marca de ketchup.


Para Buffett, o negócio representa uma incomum parceria com um grupo de private equity para uma grande aquisição, considerando que historicamente suas compras foram feitas por conta própria. Ele disse à CNBC que Lemann o procurou em dezembro com a ideia de compra da Heinz e acrescentou que este é "o meu tipo de negócio".

O bilionário já estava na busca por uma grande compra no valor de US$ 20 bilhões ou mais e afirmou no dia 14 de fevereiro que sua parte na operação será de US$ 12 bilhões a 13 bilhões, entre ações ordinárias e preferenciais.

A última vez que Buffett fez um negócio similar foi em 2008, quando a Berkshire ajudou a financiar a compra da Wrigley pela Mars por US$ 23 bilhões.

Para a 3G Capital, a aquisição da Heinz é um complemento natural para seu investimento na rede de lanchonetes Burger King, comprada no fim de 2010 e na qual ainda detém uma fatia majoritária. Telles e Sicupira são membros do conselho de administração da rede de fast food e junto com Lemann fazem parte do conselho da maior cervejaria do mundo, a Anheuser-Busch InBev.

No Brasil, a Heinz é dona da marca Quero Alimentos. A companhia norte-americana comprou 80% da fabricante brasileira por cerca de R$ 1 bilhão há cerca de 2 anos .

As ações da Heinz chegaram a disparar 20%, para US$ 72,59, acima do preço oferecido após o anúncio da operação.

A Heinz informou que o acordo será financiado com recursos da Berkshire e da 3G, além de rolagem de dívida e financiamento dos bancos JP Morgan e do Wells Fargo.


Crescimento

A Heinz conhecida por suas icônicas garrafas de ketchup assim como outras marcas, como as batatas congeladas Ore-Ida, também fabrica alimentos para bebês e elevou suas vendas líquidas nos últimos oito anos fiscais seguidos.

A companhia informou que o acordo será financiado com recursos da Berkshire e da 3G, além de rolagem de dívida e financiamento dos bancos JP Morgan e do Wells Fargo.

Após o anúncio da operação, a 3G Capital afirmou que ainda é cedo para dizer se haverá cortes de custos na Heinz e o presidente da companhia, Bill Johnson, disse que não teve discussões com os compradores sobre cortes de empregos.

Buffett disse à CNBC que a Berkshire e a 3G serão parceiras com fatias iguais. A operação da Heinz será tocada pelo grupo dos investidores brasileiros.

23 de fevereiro de 2013

Brasil ocupa o 4º lugar em ranking de países que mais protegem sua moeda

O Brasil deixou de ser um dos países mais ativos na proteção de sua moeda. A constatação é de um estudo divulgado no dia 13 de fevereiro: o Ranking da Guerra Cambial. Produzido pela equipe de pesquisa global do banco britânico HSBC, o levantamento compara 36 moedas e a ação desses países no mercado. De zero a dez, o Brasil ficou com sete pontos na contagem dos mais intervencionistas no câmbio - o que lhe rendeu o quarto lugar da lista. Com dez pontos, Japão e Suíça dividem o título de mais ativos na defesa de suas moedas.

No estudo, economistas do HSBC compararam o comportamento de 35 países e também da União Europeia nos últimos 12 meses. Levaram em conta desde aspectos subjetivos, como os discursos e a retórica dos líderes econômicos, até itens comparáveis, como taxa de juro, volume de intervenções diretas, medidas regulamentares e programas de relaxamento quantitativo.

Feita a comparação, o Brasil recebeu sete pontos em uma escala que varia de zero - o menos intervencionista - até dez - o mais ativo possível. Além de medidas tradicionais de política monetária como corte de juros, o estudo diz que "a regulamentação tornou-se a tática adicional favorita dos emergentes". O HSBC dá como exemplos a mudança de alíquotas de impostos ou novas regras para o mercado. "O Brasil é um exemplo notável disso, onde novas alíquotas passaram a ser cobradas em operações financeiras que estavam pressionando o real."

Com sete pontos, o Brasil divide o 4.º lugar no ranking com o Peru e Taiwan. À frente estão Colômbia, Venezuela e Turquia, com oito pontos, e Argentina, com nove pontos, além dos líderes Japão e Suíça, que têm a pontuação máxima.

Queda

No ano passado, o Brasil era mais intervencionista e estava em segundo lugar, atrás apenas da Suíça. "Um ano atrás, a intervenção era maior e visava enfraquecer o real. Agora, há uma ação de duas vias para manter a relação entre o dólar e o real em um intervalo", diz o estudo, que sinaliza que o menor esforço brasileiro tem a ver com a cotação do dólar no Brasil que, nos últimos meses, tem oscilado entre R$ 1,95 e R$ 2,05.

Outro fator que explica o Brasil menos ativo é o custo dessa intervenção. "Uma moeda mais fraca pode aumentar a inflação. O Brasil usou sua moeda para estimular o crescimento, mas recentemente reconheceu que o impacto negativo disso é ter mais inflação", diz o relatório. Diante desse custo para a economia, o HSBC prevê que o governo brasileiro passará a agir de maneira "mais suave".

Atrás do Brasil no ranking estão todos os outros grandes emergentes e também as economias maduras: os Estados Unidos têm seis pontos, China e Reino Unido têm quatro pontos, Rússia e Chile fizeram três pontos e a Índia tem apenas um ponto. Na lanterna, Canadá, México e África do Sul têm zero ponto e recebem o título de menos intervencionistas no mercado cambial.

As perspectivas de curto prazo para a guerra cambial não são muito otimistas. Para o banco, atualmente são maiores as chances de um recrudescimento da disputa de moedas nos próximos meses, especialmente com uma possível reação do Banco Central Europeu e de países produtores de commodities. O estudo, porém, não cita quais os países produtores de produtos básicos poderiam reagir.

22 de fevereiro de 2013

Zona do euro se aprofunda em recessão

Portal de Brandenburgo, em Berlim: motor da economia europeia, Alemanha arrastou para baixo PIBs do bloco.

A zona do euro aprofundou-se em recessão nos últimos três meses de 2012. As duas maiores economias do bloco, Alemanha e França, encolheram mais que o esperado no período. O resultado marca o primeiro ano desde 1995 para o bloco monetário em que nenhum trimestre apresenta crescimento.

O Produto Interno Bruto (PIB) nos 17 países da zona do euro recuou 0,6% no quarto trimestre, informou a agência de estatísticas da UE, Eurostat, após uma queda de 0,1% no terceiro trimestre.

A queda foi a mais acentuada desde o primeiro trimestre de 2009 e pior do que a previsão média de uma queda de 0,4% em uma pesquisa da Reuters com 61 economistas.

Para o ano como um todo, o PIB caiu 0,5% na região.

Dentro da zona do euro, apenas a Estônia e a Eslováquia cresceram no último trimestre do ano, apesar de não existirem dados disponíveis ainda para a Irlanda, Luxemburgo, Malta e Eslovénia.

As grandes economias definiram o tom. A Alemanha teve contração de 0,6% no trimestre , mostraram dados oficiais, marcando o pior desempenho desde o auge da crise financeira global em 2009. Já a França registrou retração de 0,3% , também pior do que as expectativas.

Enquanto isso, a economia da Itália encolheu 0,9% no quarto trimestre – sexto recuo trimestral consecutivo –, numa queda maior do que a de 0,6% esperado pelo mercado, segundo pesquisa da Reuters com analistas.

O desempenho das exportações da Alemanha – o motor de sua economia – foi a principal causa do encolhimento do Produto Interno Bruto do país.

"No último trimestre de 2012, as exportações de bens diminuíram significativamente mais do que as importações de bens", informou a agência de estatísticas alemã em comunicado.

As revisões dos dados franceses mostraram que a produção do país caiu 0,1% no primeiro e no segundo trimestres de 2012, ou seja, o país já experimentou um surto de recessão nos últimos doze meses.

O primeiro-ministro francês, Jean-Marc Assault, reconheceu pela primeira vez na quarta-feira que o crescimento fraco estava colocando a meta de seu governo para o déficit de 2013 fora de alcance.

Economistas dizem que a zona do euro também pode encolher no primeiro trimestre de 2013, embora a Alemanha esteja mais resistente e deva se recuperar.

"As chances de que a economia (alemã) vai voltar a crescer no início deste ano são muito boas. Os primeiros indicadores estão todos apontando para cima", disse a economista-chefe do UniCredit, Andrea Reese.

"A questão é o quão forte o primeiro trimestre será. Esperamos um crescimento de 0,3%, mas pode ser mais."

21 de fevereiro de 2013

Acordo comercial EUA-Europa indica desafio para Brasil


A eventual aprovação de um acordo de livre comércio entre os Estados Unidos e a União Europeia pode representar o surgimento de novos desafios internacionais para o Brasil e outros países emergentes, de acordo com analistas ouvidos pela BBC Brasil.

O mundo assistiu a uma proliferação de pactos comerciais bilaterais e regionais nos últimos anos. Mas os analistas concordam que poucos têm um peso geopolítico e econômico tão grande quanto o esperado do acordo comercial EUA-Europa, que recebeu um pontapé inicial.
                  Possível acordo foi analisado como resposta à crise financeira global.

O objetivo declarado de americanos e europeus é chegar o mais perto possível de uma área "transatlântica" de livre comércio e usar essa integração para impulsionar a geração de empregos e crescimento econômico.

O projeto precisará superar uma série de barreiras, mas se deslanchar o resultado pode ser a maior zona de livre comércio do planeta - um gigante reunindo metade do PIB e um terço de todas as trocas comerciais globais.

"Trata-se de uma espécie de resposta dos centros ‘tradicionais’ de poder econômico e político globais à crise econômica e ao fortalecimento dos BRICS - que pressionam por um mundo mais multipolar", diz a professora de relações internacionais Miriam Gomes Saraiva, que atualmente pesquisa as relações Brasil-Europa na Universidade de Oxford.

"Para o Brasil e outros emergentes que vinham se esforçando para ter mais peso em fóruns multilaterais e debates econômicos globais, em um primeiro momento um projeto que aponta para um maior alinhamento entre Europa e EUA não parece uma boa notícia", opina.

Para Erik van der Marel, especialista em negociações comerciais da London School of Economics, ainda é cedo para entender até que ponto o acordo poderia fazer produtores de outros países perderem mercados americanos e europeus para concorrentes locais. No entanto, ele acredita que é normal esperar que haja algumas "vítimas" do acordo em outros países.

No caso do Brasil, Saraiva diz que há muita convergência nas pautas de exportação brasileiras para os EUA e para a Europa - o que limitaria o impacto do acordo. Ela não descarta, porém, a possibilidade de que setores específicos possam sofrer com a concorrência de rivais do Norte nesses mercados, dependendo dos termos e perfil do acordo.

Divergências

Já para Stephen Barber, professor associado de políticas públicas na London South Bank University, o efeito do pacto transatlântico pode ser positivo até para países do Sul do globo.

"Se esse acordo ajudar os EUA e a Europa a retomarem ritmo de crescimento, todos vão ganhar. Até porque ambos estão entre os principais mercados de muitos países emergentes, como o Brasil", diz.

O início das negociações sobre a "Parceria Transatlântica de Comércio e Investimento" foi anunciado pelo presidente americano, Barack Obama, nesta quarta-feira. Americanos e europeus agora vão se dedicar a gestões internas e, segundo o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Barroso, devem se sentar à mesa para debater a integração em junho.

No total, o comércio bilateral movimenta US$ 646 bilhões por ano. 

Além das tarifas, EUA e Europa também pretendem reduzir as barreiras "não tarifárias" ao comércio - regulamentações que encarecem os negócios - e facilitar investimentos bilaterais.

"Um comércio livre e justo através do Atlântico estimulará (a criação) de milhares de empregos bem remunerados para os americanos", prometeu Obama.

Desafios

As negociações não serão fáceis. Uma das questões politicamente intrincadas diz respeito aos subsídios a produtores locais oferecidos por governos dos dois lados - em especial, a Política Agrícola Comum europeia.

Ainda não está claro se o resultado do acordo pode ser uma redução efetiva desses subsídios, como sugere Barber, ou se americanos e europeus podem unir forças para resistir a pressões externas para cortar seus programas - ameaça levantada por Saraiva.

Algumas regulamentações específicas também podem ser um problema para a integração. A Europa, por exemplo, tem ressalvas sobre o comércio de alimentos geneticamente modificados, o que já causou disputas comerciais com os Estados Unidos no passado.

Autoridades americanas e europeias tem dado a entender que poderia haver um tratamento especial para o que elas chamam de "produtos sensíveis" - aqueles protegidos por grupos de interesses locais. "Em vez de um acordo de livre comércio radical também é possível que tenhamos uma versão 'light'", diz Marel.

Segundo Barber, para garantir que as negociações avancem de forma constante, o ideal seria que as partes envolvidas montassem uma estrutura institucional com tal missão - por exemplo, com um secretariado.

"Por muito tempo assuntos de segurança dominaram a agenda entre os EUA e a Europa, apesar da enorme importância das relações econômicas", diz Barber.

"As negociações para esse novo acordo são em parte um reconhecimento de que, apesar de todo o entusiasmo com o mercado chinês, a maior parte dos clientes dos dois lados ainda está aqui no Norte."

20 de fevereiro de 2013

Jamaica vai lançar programa de swap de dívida para deter "grave crise econômica"

Cachoeira no rio Dunn: 55% dos gastos do governo são para pagar a dívida e 25% para salários.

O primeiro-ministro da Jamaica, Portia Simpson Miller, anunciou no dia 11 de fevereiro que a ilha caribenha vai lançar um programa de swap de dívida para tentar deter uma "grave crise econômica" e satisfazer as condições para fazer um novo pacto com o Fundo Monetário Internacional (FMI).


Miller disse que uma troca de dívida nacional - a segunda feita pelo governo nos últimos três anos - foi lançada no dia 12 de fevereiro. "Não há dúvida de que estamos no meio de uma séria crise econômica. E ela vai demandar muito trabalho, disciplina e sacrifício para ser superada"', afirmou Miller.

A dívida da Jamaica é superior a 140% do PIB, uma das maiores relações entre dívida e PIB do mundo. Cerca de 55% dos gastos do governo são para pagar a dívida e 25% para pagar salários. Isso deixa apenas 20% para educação, segurança, saúde, entre outros setores.

19 de fevereiro de 2013

Especialistas apostam que internet em carros será popular nos próximos anos

O Google Car, que "dirige sozinho": já existem aplicativos que acham postos e comparam preços.

Especialistas em tecnologia apontam que o carro é a nova fronteira para tecnologias de acesso móvel à internet, que prometem revolucionar a forma como as pessoas dirigem seus veículos.


O primeiro sinal dessa revolução deve ser a proliferação de aplicativos no painel dos carros. Com apenas um toque, será possível encontra um lugar para estacionar, ou um restaurante para jantar.

Segundo a consultoria Machina Research, em 2020 apenas as tecnologias para fazer a vida dos motoristas mais fácil será equivalente a 20% do valor de um veículo. Isso significa um mercado de US$ 600 bilhões (cerca de R$ 1,2 trilhão).

"Até o fim de 2014, todos os veículos de algumas das grandes marcas irão oferecer algum tipo de conectividade", acredita Jack Bergquist da consultoria IHS.

"A Ford já declarou que está vendendo mais carros assim", disse Bergquist. "Mais de 50% dos consumidores estariam inclinados a ter um carro com internet."

Negócio lucrativo 

Segundo a fabricante de processadores Intel, as tecnologias para os “carros conectados” estão logo atrás das tecnologias para tablets e smartphones entre as que mais se desenvolvem atualmente.

Aplicativos que mostram os postos de gasolina mais próximos e comparam os preços já estão no mercado.

Mas tudo isso ainda custa caro. Um aplicativo para encontrar estacionamento, por exemplo, precisa de sensores eletrônicos e imagens aéreas.

A Intel já anunciou investimentos de US$ 100 milhões (aproximadamente R$ 200 milhões) nos próximos cinco anos em empresas parceiras que possam oferecer soluções criativas para os carros conectados.

"Se você olhar para o custo de desenvolvimento de um novo modelo, algumas companhias já estão dedicando um terço de seu orçamento para o painel do veículo e para o sistema de tecnologia", disse.

Acidentes 

Com tanta coisa para buscar, tocar e se distrair, os motoristas não estariam correndo mais riscos de acidente? Até que tenhamos nas ruas carros que dirigem sozinho, os especialistas acham que sim.

"Você pode se empolgar com a experiência e esquecer que está dirigindo. Melhor, mais rápido e mais barato é o que os consumidores querem, mas com segurança", diz John Ellis, especialista em tecnologia da Ford.

Segundo o National Safety Council dos Estados Unidos, um quarto dos acidentes do país ocorrem quando os motoristas usam celular enquanto estão dirigindo.

Mas os novos carros também devem estar mais preparados para situações de perigo. Em alguns veículos, sensores poderão acionar uma chamada de emergência em caso de acidente.

Hackers 

Além de gerar o temor de mais acidentes, a evolução das tecnologias de conectividade à internet em veículos sugere a possibilidade de ataques virtuais contra os motoristas.

Dessa forma, o carro estaria vulnerável a hackers como os computadores. Um veículo poderia, por exemplo, ter a porta destravada e ser ligado, sem que ninguém o tocasse.

"Teoricamente, o ataque virtual é possível, mas as montadoras já estão cientes do risco e se preparando para isso", disse John Leech, da consultoria KPMG.

Os modelos da Ford, por exemplo, separam fisicamente os aplicativos de partes cruciais para o funcionamento do veículo.

Apple e Facebook 

Não são apenas as montadoras quem estão de olho no mercado dos carros inteligentes.

"Eu suspeito que serão empresas como a Apple ou o Facebook que irão desafiar com sucesso as montadoras", diz Leech.

"A Apple já tem uma equipe muito significativa pensando como os produtos da Apple podem ser usados em um carro. Se eu estivesse apostando, seria lá que colocaria meu dinheiro", disse.

Parece ser apenas uma questão de tempo até que os carros inteligentes compitam lado a lado com celulares e tablets na indústria da tecnologia.

18 de fevereiro de 2013

Inflação em alta no Brasil vai na contramão da América Latina

Ao mesmo tempo em que o Banco Central informa que não se sente confortável com os índices de preços e a inflação oficial surpreende para cima, no Brasil, outros países da América Latina lidam com um cenário inverso, com inflação em queda e possibilidade de novos cortes de juros. A resistência da inflação nacional divide economistas ouvidos pelo Estado. Há quem atribua o comportamento dos preços brasileiros a erros do governo Dilma Rousseff, ao baixo desemprego e à crise financeira global.

Segundo o IBGE, o índice oficial de inflação foi de 0,86% em janeiro, o maior desde 2003. O número elevou a inflação em 12 meses dos 5,84%, em dezembro, para 6,15%, no mês passado. Ou seja: a inflação continua acelerando. Esse quadro não se repete na Colômbia, no Chile, no Peru ou no México, os novos quatro grandes da América Latina, na visão de especialistas.

Nenhum dos economistas ouvidos pelo Estado aposta em elevação dos juros como a melhor resposta para a alta recente da inflação. Nisso concordam com o Comitê de Política Monetária (Copom). Na ata da reunião de janeiro, o BC diagnosticou um "choque de oferta". Significa que faltam produtos para vender, por isso os preços sobem.

Crise

Na avaliação de Darwin Dib, economista-chefe da CM Capital Markets, os problemas de oferta se devem ao pessimismo. "A demanda na economia é influenciada por toda a população brasileira, mas a oferta é definida por algumas famílias. Esse grupo está assustado: olhe só o que está acontecendo lá fora."

Para André Perfeito, economista-chefe da Gradual Investimentos, alguns fatores explicam a diferença da inflação nos países. Um deles é a taxa de desemprego, que no Brasil baixou ao nível recorde de 4,6% em dezembro, menor que no Chile (6,1%), Colômbia (10,2%), Peru (5,6%) e no México (5%). Apesar de o BC brasileiro não ver um choque de demanda, o economista acredita que, com mais gente trabalhando, há maior procura por produtos e serviços. Isso acaba pressionando os preços mais no Brasil que em outros países da América Latina com taxas de desemprego mais elevadas.

Outro aspecto seria a reação ao excesso de medidas governamentais nos últimos meses, como cortes de impostos e dos juros e novos marcos regulatórios. "O governo pisa no acelerador e na embreagem ao mesmo tempo, o motor roda, mas a energia não chega no eixo e o carro não anda", diz Perfeito.

No Brasil, uma combinação de fatores explica a alta da inflação na visão de Carlos Pio, professor de Economia Política Internacional da Universidade de Brasília: "Demanda aquecida, baixa concorrência doméstica, protecionismo comercial e políticas sociais ou de rendas, incluindo política salarial, que descolem a variação dos rendimentos dos trabalhadores do ciclo econômico. Tudo isso está em vigor atualmente no Brasil".

17 de fevereiro de 2013

EUA discutem fim da moeda de 1 centavo

A moeda de um centavo nos Estados Unidos, conhecida como "penny", não compra absolutamente nada. Serve apenas para lotar os bolsos e ser deixada em doações no caixa da farmácia. Até os pedintes nos metrôs de Manhattan reclamam. Mesmo nos porquinhos das crianças elas vêm perdendo o posto para suas irmãs mais valiosas, como o quarter, de 25 centavos. Nas bases militares americanas no exterior, deixou de ser usada há mais de três décadas.
                                                                  Centavo de dólar.

Para complicar, o custo de fabricar um penny é de exatos 2,4 centavos por causa do aumento do preço do zinco, matéria-prima da moeda.

Diante desse cenário e com cada vez mais as pessoas nos EUA optando por usar cartões de débito ou mesmo aplicativos de celular para pagar as contas, um movimento em defesa do fim do penny começa a ganhar força no país, embora há anos já existam defensores da medida. A inspiração vem do vizinho Canadá, que decidiu acabar com sua moeda de um centavo e também com a de cinco.

Há um mês, os canadenses deixaram de distribuir os seus pennies. A medida ocorreu um ano depois da aprovação pelo governo e nove meses após as últimas moedas de um centavo canadenses serem produzidas. Nos EUA, também seria necessário que a medida passasse pela Câmara dos Deputados e pelo Senado.

Os preços, de acordo com as propostas, seguiriam com os centavos quebrados para as compras efetuadas com cartão de crédito, de débito, cheques e aplicativos de celular. No caso do pagamento em dinheiro, haveria um arredondamento para o múltiplo de cinco mais próximo. Isto é, preços terminados em 1, 2, 8 e 9 iriam para 0; os encerrados em 3, 4, 6 e 7, iriam para 5.

Segundo o US Mint, que seria o equivalente à Casa do Moeda nos EUA, são gastos anualmente US$ 120 milhões para fabricar 50 milhões de moedas de um centavo. Em um momento em que o país luta para reduzir seu déficit, o argumento para deixar de fabricar o penny ganhou força, mesmo que a economia seja quase irrelevante para o gigantesco PIB americano.

16 de fevereiro de 2013

Fundo do FGTS considera investir R$ 9 bi em infraestrutura em 2013

Objetivo do Fundo é financiar vencedores de leilão do Programa de Investimentos em Logística.

O Fundo de Investimento do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FI-FGTS) terá orçamento de R$ 9 bilhões para aplicar em infraestrutura neste ano, informou o fundo gerido pela Caixa Econômica Federal no dia 08 de fevereiro.

O FI-FGTS já está analisando "mais de 20 operações" em diversos setores, que representam R$ 5 bilhões em novos investimentos.

"O FI-FGTS se posicionará como importante agente financeiro para apoiar os vencedores dos leilões no âmbito do Programa de Investimentos em Logística (PIL)", acrescentou o presidente do Comitê de Investimento do FI-FGTS, Jacy Afonso, em nota.

O fundo também avalia os leilões das novas concessões de rodovias e ferrovias que acontecerão em 2013 e estará aberto às negociações com os vencedores dessas licitações para participar dos projetos com financiamento e participação acionária.

Em 2012, o fundo realizou oito novos investimentos que representaram um total de R$ 4,4 bilhões distribuídos entre os setores de energia, portos, rodovias, ferrovias e hidrovias. Desde a sua criação, em 2007, o FI-FGTS já investiu R$ 22,4 bilhões em infraestrutura.

"O panorama para o setor de infraestrutura em 2013 está em linha com o cenário do setor em 2012, onde a taxa de juros real atingiu mínima histórica impulsionando a emissão de títulos de dívida privada pelas companhias de infraestrutura", disse Jacy.

15 de fevereiro de 2013

Retração da economia na Itália pode acabar no final do ano

O presidente do Banco da Itália, Ignazio Visco, afirmou no dia 09 de fevereiro que a retração da economia italiana pode terminar na segunda metade de 2013, mas o nível de incerteza ainda é grande. De acordo com ele, decisões políticas na Europa, sobretudo do Banco Central Europeu (BCE), ajudaram a reduzir os custos de financiamento para o governo e as empresas. No entanto, "é crucial que isso continue e seja reforçado", acrescentou.
          Afetada por uma grave crise econômica, Itália deve se recuperar ainda em 2013.

Ele disse que as contas públicas do país continuam frágeis parcialmente devido aos temores por parte de investidores internacionais, mas o spread, ou a taxa de juro paga pela Itália, em comparação com a Alemanha não é justificável do ponto de vista dos fundamentos econômicos.

Segundo Visco, o empréstimo de 3,9 bilhões de euros (US$ 5,22 bilhões) concedido ao Banca Monte dei Paschi di Siena "não é um resgate de um banco em crise". O Banco da Itália deu sinal verde para emissão de títulos de dívida ao banco toscano, a fim de oferecer "um reforço de capital temporário e excepcional", explicou em uma conferência anual do setor. "É um empréstimo, que pode ser usado como capital regulatório, e tem um custo particularmente elevado que subirá ao longo do tempo", disse o presidente do BC.

No dia 07 de fevereiro, o Monte dei Paschi comunicou ter mais de 700 milhões de euros em perdas atreladas às complicadas transações de derivativos que desencadearam uma série de investigações criminais.

Mas a ajuda do governo italiano deve-se, na verdade, aos riscos relacionados à "grande carteira de títulos do governo" do banco, esclareceu Visco. De acordo com ele, a base de capital do Monte dei Paschi é adequada.

O sistema bancário do país continua" fundamentalmente saudável e tem limitada exposição a produtos financeiros", acrescentou. Visco avalia que a utilização desses produtos não deve ser reduzida, já que permitem serviços como hipotecas de taxa variável ou hedge cambial para empresa interessadas em expandir suas operações para mercados estrangeiros.

Destacando a importância de processos de governança e gestão de risco, ele afirmou que os parlamentares devem ampliar os poderes do banco central da Itália - responsável pela supervisão - para remover executivos considerados inapropriados, mesmo que o banco não esteja em crise.

Olhando para o sistema bancário como um todo, Visco disse que duas recessões profundas afetaram a rentabilidade do setor devido ao aumento de empréstimos inadimplentes. Mas o país tem um método particularmente rígido de classificar operações problemáticas, o que analistas e o Fundo Monetário Internacional (FMI) devem levar em conta, destacou o presidente do BC.

Os bancos italianos levantaram mais de 17 bilhões de euros em ações, e as cinco maiores instituições do país elevaram o índice de solvência de capital "Core Tier 1" para 10,8%, lembrou. Ele acrescentou, entretanto, que alguns bancos de médio porte ainda precisam elevar a base de capital.

14 de fevereiro de 2013

Conheça o Google X, o laboratório secreto do Google

Em um laboratório super secreto em uma região não revelada onde os robôs andam livremente, o futuro está sendo imaginado. É um lugar onde sua geladeira pode estar conectada a internet, assim ela pode encomendar comida quando elas estão acabando. Seu prato pode publicar nas redes sociais o que você está comendo. Seu robô pode ir para o escritório enquanto você fica em casa de pijamas. E você pode, talvez, pegar um elevador para o espaço.
           Google pesquisa novos negócios para investir no futuro em laboratório secreto.

Estes são apenas alguns dos sonhos que estão sendo perseguidos no Google X, um laboratório clandestino onde o Google está trabalhando em uma lista de 100 ideais estelares. Em entrevistas, algumas pessoas discutem a lista; alguns trabalham no laboratório ou em algum outro lugar no Google, e alguns foram informados sobre o projeto.Mas nenhum deles pode falar sobre suas atribuições, porque o Google é tão discreto sobre este projeto que muitos funcionários nem sabem que o laboratório existe. 

Apesar de muitas das ideias dessa lista estarem no estágio conceitual, totalmente longe da realidade, duas pessoas informadas sobre o projeto dizem que um dos produtos pode ser lançado no final de 2011, mas eles não disseram qual é. “Eles estão muito à frente agora”, diz Rodney Brooks, professor emérito do laboratório de inteligência artificial e ciências da computação do Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT, na sigla em inglês) e fundador da Heartland Robotics. “Mas o Google não é uma empresa qualquer, então quase nada se aplica.” 

Em quase todas as empresas do Vale do Silício, nos Estados Unidos, inovação significa desenvolver aplicativos ou publicidade online, mas o Google se vê de maneira diferente. Mesmo depois de se transformar em uma das maiores empresas e das start-ups ficarem para trás mordendo seus calcanhares, o laboratório reflete a ambição de ser um lugar onde a pesquisa e desenvolvimento inovadores estão acontecendo, conforme a tradição do Xerox PARC, onde o moderno computador pessoal foi desenvolvido na década de 70. 

Jill Hazelbaker, porta-voz do Google, preferiu não comentar nada sobre o laboratório, mas disse que investir em projetos especulativos é uma parte importante do DNA do Google. “As possibilidades são animadoras, mas tenha em mente que a soma investida nestes projetos é muito inferior ao que investimos em nossos negócios principais.” 

No Google, que usa técnicas de inteligência artificial em seu algoritmo de busca, alguns dos projetos podem não parecer tão bizarros como eles aparentam, embora eles desafiem os limites do negócio de buscas na web. 

Os elevadores para o espaço, por exemplo, uma fantasia de longo prazo dos fundadores do Google e outros empreendedores do Vale do Silício, poderia coletar informações ou levar coisas pesadas para o espaço. (Em teoria, eles envolvem viagens para o espaço sem foguetes por meio de um cabo ancorado na Terra.) “O Google está coletando informações sobre o mundo, então agora ele que coletar dados do Sistema Solar”, diz Brooks.

Sergey Brin, cofundador do Google, é um dos mais envolvidos no Google X, segundo fontes.

Sergey Brin, cofundador do Google, está profundamente envolvido no laboratório, segundo diversas fontes e chegou com a lista de projetos junto com Larry Page, outro cofundador do Google, que trabalhou no Google X antes de se tornar CEO em abril; Eric Schmidt, presidente do conselho do Google; e outros executivos de primeiro escalão. “Eu gasto meu tempo em projetos de longo prazo, que esperamos que se tornem importantes negócios para a empresa no futuro”, disse Brin recentemente, apesar de não mencionar o Google X. 

O Google pode transformar uma dessas ideias – um carro sem motorista que foi testado em rodovias da Califórnia no ano passado – em um novo negócio. Pouco impressionado com o espírito de inovação dos fabricantes de veículos da cidade de Detroit, o Google está considerando fabricar os veículos em outra parte dos Estados Unidos, disse uma pessoa informada sobre o projeto. 

O Google poderá vender tecnologia para os carros e, teoricamente, pode mostrar anúncios geolocalizados para os passageiros enquanto eles buscam por pontos de interesse e jogam Angry Birds no assento do passageiro. 

Os robôs são figuras presentes em várias das ideias. Eles chamaram a atenção dos engenheiros do Google, incluindo Brin, que já participou de uma conferência por meio de um robô, em vez de comparecer pessoalmente. 

As frotas de robôs poderiam ajudar o Google a coletar informações, substituindo os humanos que fotografam as ruas para o Google Mapas, de acordo com fontes que conhecem o Google X. Os robôs nascidos no laboratório poderão ser destinados para casas e escritórios, onde eles poderão ajudar as pessoas em tarefas mundanas ou, segundo as fontes, permitir que elas trabalhem remotamente. 

Outras ideias envolvem o que o Google se referiu como a “web das coisas” durante a Google I/O, conferência para desenvolvedores realizada em maio – uma forma de conectar objetos a internet. Toda vez que alguém usa a web beneficia o Google, segundo argumenta a empresa, então seria bom para o Google se os eletrodomésticos e os objetos que podemos vestir, pudessem se comunicar por meio de uma rede Wi-Fi com os dispositivos que rodam o sistema operacional Android. 

Um engenheiro que conhece o Google X diz que o laboratório funciona de forma tão secreta quanto a CIA – ele conta com dois escritórios: um deles não identificado para logística, no campus de Mountain View, e um para robôs numa região secreta. 

Enquanto engenheiros de software trabalham firme em outras áreas do Google, o laboratório é povoado por engenheiros de robótica e engenheiros elétricos. Eles foram encontrados pelo Google na Microsoft, Nokia Labs, Universidade de Stanford, MIT, Carnegie Mellon e Universidade de Nova York. 

Um dos líderes do Google X é Sebastian Thrun, um dos maiores especialistas do mundo em robótica e inteligência artificial, que ensina ciências da computação em Stanford e inventou o primeiro carro sem motorista do mundo. Também trabalha no laboratório Andrew Ng, outro professor de Stanford, que se especializou em aplicar neurociência na inteligência artificial para ensinar robôs e máquinas a operar como humanos. 

Johnny Chung Lee, um especialista em integração homem-máquina, chegou ao Google X contratado da Microsoft neste ano após ajudar no desenvolvimento do Kinect, o acessório de Xbox 360 que responde aos movimentos e à voz humana. No Google X, onde ele está trabalhando com a web das coisas, ele ganhou o misterioso cargo de “avaliador rápido”. 

Como o Google X é um celeiro de grandes apostas que podem se tornar fracassos colossais ou o próximo negócio do Google – e a empresa pode levar anos para compreender isso – a própria ideia de fazer estes experimentos pode assustar alguns acionistas e analistas de mercado. “Esses projetos são uma coisa totalmente Google-y para eles”, diz Colin W. Gillis, um analista da BGC Partners. “As pessoas podem não gostar disso, mas eles toleram porque o negócio principal de busca está fazendo sucesso.” 

Page tentou acalmar os analistas dizendo que estes projetos loucos são uma pequena parte do trabalho do Google. “Existem alguns poucos projetos especulativos acontecendo, mas somos gestores muito responsáveis com o dinheiro de nossos acionistas”, ele disse a analistas em julho. “Não estamos apostando a fazenda nisso.”

13 de fevereiro de 2013

Eric Schmidt, do Google, venderá 42% de sua fatia na empresa

SAN FRANCISCO - O presidente do Conselho do Google, Eric Schmidt, está vendendo cerca de 42 por cento de sua fatia na companhia de buscas na internet no próximo ano, anunciou a empresa no dia 08 de fevereiro.
Schmidt foi CEO do Google até 2011, quando foi substituído pelo cofundador da empresa, Larry Page.

Schmidt venderá 3,2 milhões de ações ordinárias classe A através de um plano de negociação de ações, segundo documento enviado ao regulador norte-americano de mercados, a SEC.

O plano, o qual o Google disse que dará a Schmidt "liquidez e diversificação individual de ativos", permitirá ao executivo um espaço grande entre as transações durante o período de um ano para reduzir o impacto no mercado.

Schmidt, que serviu como presidente-executivo do Google até 2011, atualmente detém cerca de 7,6 milhões de ações ordinárias classe A e classe B, que representam cerca de 8 por cento do poder de voto.

12 de fevereiro de 2013

Dieese: custo de vida em SP tem maior alta em 10 anos

O custo de vida no município de São Paulo subiu 1,77% entre dezembro de 2012 e janeiro deste ano, aponta o Índice do Custo de Vida (ICV) do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) divulgado no dia 07 de fevereiro. Essa é a maior alta mensal do índice em 10 anos, apenas em janeiro de 2003 o aumento foi superior: 2,92%.

Entre novembro e dezembro do ano passado, o aumento havia sido de 0,43%, 1,34 ponto porcentual menor que neste mês. Os grupos que mais pressionaram esse aumento, segundo a pesquisa, foram: Alimentação (1,88%), Educação e Leitura (5,46%), Habitação (1,44%) e Despesas pessoais (7,60%), que colaboraram no cálculo da inflação com 1,64 pontos porcentuais dos 1,77 registrados.

De acordo com a economista responsável pela pesquisa, Cornélia Nogueira Porto, janeiro é um mês que costuma registrar uma alta maior que a média. "Alguns aumentos são normais nessa época do ano, como escola e produtos in natura, o segundo por causa das chuvas. Na habitação tivemos alta devido ao aumento do salário das empregadas, influenciado pela alta do salário mínimo", explicou.

Os alimentos in natura registraram no período aumento de 3,07%, puxados por raízes e tubérculos (15,42%) com destaque para batatas (21,94%). Essa alta foi superior a média do grupo. Os produtos da indústria alimentícia aumentaram 1,15% e alimentação fora de casa cresceu 0,56%. O arroz apresentou queda de 1,24%.

Outro grupo que registrou crescimento acima da média foi fumo e acessórios, que registrou aumento de 15,68%. Esse subgrupo representa 0,30 pontos porcentuais da alta total. "Neste mês, houve aumento nos cigarros - que não era esperado. As empresas aumentaram em abril de 2012 a última vez e agora novamente. Eles costumam aumentar os preços apenas uma vez ao ano", ponderou.

Para o mês de fevereiro, a expectativa é que a taxa de aumento seja um pouco menor que a de janeiro, mas ainda assim alta. "Vamos contabilizar o aumento da gasolina, que ainda não pôde ser sentida em janeiro, mas ao mesmo tempo teremos a redução da energia elétrica. Teremos alta, mas não será tão alta quanto em janeiro", disse.

11 de fevereiro de 2013

Eike Batista deixa lista de cem mais ricos

                                      Eike: fortuna de US$ 10,7 bilhões, diz Bloomberg.

Eike Batista deixou de fazer parte, no dia 07 de fevereiro, da lista das cem maiores fortunas pessoais do mundo. A relação é organizada pela agência de notícias Bloomberg e tem atualização diária.


Eike, que chegou a integrar as dez primeiras posições do ranking, teria perdido US$ 300 milhões (R$ 595 mi) após a queda nas ações da OSX, empresa de estaleiros do bilionário, no pregão de ontem.

Com isso, ele passa a ter US$ 10,7 bilhões (R$ 21,1 bi) – menos que os US$ 10,8 bilhões (R$ 21,3 bi) do russo Oleg Deripasca, que agora ocupa a centésima posição.


Em março do ano passado, Eike acumulava US$ 34,5 bilhões e era o brasileiro mais rico do mundo. Ele viu sua fortuna começar a encolher quando a OGX Petróleo e Gás, outra empresa do grupo EBX, perdeu mais de três quartos de seu valor de mercado em 12 meses, depois de desapontar seus investidores com os resultados e perspectivas de produção. 

Em uma entrevista à Bloomberg neste mês, Eike Batista disse que ele é um exemplar do "sonho brasileiro" do sucesso empresarial e disse que poderá ultrapassar o mexicano Carlos Slim e atingir o posto de maior bilionário em 2015. Slim tem hoje uma fortuna de US$ 78,1 bilhões, segundo o ranking da Bloomberg.

O brasileiro mais bem colocado é Jorge Paulo Lemann, um dos controladores da Ambev, na 38ª posição, com US$ 18,9 bilhões (R$ 37,4 bi).