30 de setembro de 2013

Jean Charles-Naouri será presidente do Conselho do Pão de Açúcar

Jean Charles-Naouri é chairman, presidente-executivo e maior acionista do varejista Casino.

O chairman, presidente-executivo e maior acionista do varejista Casino, Jean Charles-Naouri, será nomeado presidente do Conselho de Administração do Pão de Açúcar após a saída de Abilio Diniz da administração da companhia.

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O Casino também propôs criação de novo cargo de vice-presidente do Conselho de Administração do grupo e pretende nomear o executivo Ronaldo Iabrudi, atualmente integrante do Conselho do Pão de Açúcar e diretor e representante do Casino no Brasil.

Assembleia

O grupo francês convocou uma assembleia de acionistas em 09 de outubro para deliberar o assunto.

Quando as mudanças forem implementadas, o Conselho do Pão de Açúcar passará a ter 12 integrantes, com Arnaud Strasser e Ronaldo Iabrudi como co-vice-presidentes, disse o Casino, em comunicado, no dia 23 de setembro.

No início de setembro, o empresário Abilio Diniz chegou a um acordo com o Casino e renunciou à presidência do Conselho de Administração do Pão de Açúcar, encerrando mais de dois anos de conflitos entre os dois principais sócios da maior varejista do Brasil.

29 de setembro de 2013

Inovação é saída para crescimento da petroquímica Brasem

Patrick Teyssonneyre, diretor de inovação da área de polímeros da Braskem: mais ousadia.

Para diminuir a dependência das exportações de plástico e escapar da ampla concorrência no mercado internacional, bem como ampliar a fatia em um mercado do qual já detém 70%, dependendo do produto. a Braskem pretende ampliar sua participação no Brasil. Para isso, aposta cada vez mais em inovação para ganhar novos mercados.


Considerada a sétima maior petroquímica global e controlada pelo grupo Odebrecht, ela quase triplicou, em dois anos, do início de 2010 até o final do ano passado, os investimentos em seu centro de pesquisas para desenvolvimento de novas tecnologias: o volume de recursos passou de R$ 65 milhões para R$ 188 milhões. 

O registro de patentes, necessárias para proteger novos processos, também cresce à medida que os projetos são cada vez mais estratégicos e inéditos no mercado. Foram 30 depositadas em 2010 e 2011 e 47 em 2012, um total de 650. No primeiro semestre deste ano, mais 36 patentes foram registradas.

Patrick Teyssonneyre, diretor de inovação da área de polímeros da Braskem, revela que a companhia tem hoje seis grandes projetos no portfólio que serão lançados no mercado nos próximos três a cinco anos com o objetivo de entrar em novos mercados.

Em comum, exigem grandes investimentos e são de médio a longo prazo, já que necessitam de grandes adaptações e até o desenvolvimento de novas resinas. "Quase temos que mudar o DNA dos polímeros que produzimos hoje", conta o executivo. 

Eles devem atender o maior pedido dos clientes da empresa: aumento de produtividade, além de redução do consumo de energia elétrica e peso dos materiais, que podem proporcionar grande economia.

O executivo está à frente do Centro de Tecnologia e Inovação localizado no Polo Petroquímico de Triunfo (RS), que completa dez anos com mais 300 projetos implantados e valor presente líquido de US$ 1,2 bilhão. Nos últimos três anos foram lançados 64 novos produtos, que já representam 18% do volume de vendas de resinas termoplásticas.

Iniciativas recentes já apontam o esforço para ampliar a área de atuação: são produtos como as telhas de PVC e os tanque de combustível de plástico. "O tanque foi algo que levamos cinco anos para desenvolver ao lado de um trabalho intenso junto com as montadoras", conta o executivo. 

O início da transformação parece ter sido 2006, quando, a partir de aquisições, a empresa ganhou musculatura, passou a atuar nos Estados Unidos e a Europa e consolidou sua posição no mercado.

Antes, diz Teyssonneyre, o foco era "copiar" novas tecnologias de forma rápida, sem pedir propriedade intelectual. "Não vamos nos perpetuar se não rompermos limites tecnológicos para estar na vanguarda. O objetivo é lançar, e não seguir tendências". 

Parece que a estratégia vem dando resultados. Uma das plantas da Braskem no País, que Teyssonneyre não revela o nome, já conseguiu reduzir a fatia de exportação de 80% para 40%.

Importação de mão-de-obra

No caminho para inovar, existem entraves. Segundo Teyssonneyre, eles não estão focados tanto em financiamento, apesar da burocracia que envolve a contratação de financiamentos, mas, sim, em mão de obra.

A petroquímica, que tem um centro de pesquisa em Pittsburgh, nos Estados Unidos, com o qual compartilha projetos e informações, principalmente no segmento de polipropileno e relacionados ao setor automotivo; cogita importar mão-de-obra não apenas dos Estados Unidos, mas também da Europa. "Faltam pesquisadores com as competências necessárias e vontade de trabalhar com a indústria", resume o executivo. 

Algumas vagas abertas no centro de Triunfo demoram até oito meses para serem preenchidas. O problema não é necessariamente competências técnicas do segmento. "Muitos candidatos não têm inglês adequado para o cargo. Trabalhamos muito ao lado do centro dos Estados Unidos". 

O registro de patente no Brasil é demorado: dura de cinco a oito anos. A empresa conversa com associações e governo para acelerar este processo.

Plástico verde

De acordo com o executivo, o plástico verde, produzido a partir do etanol de cana-de-açúcar e que colabora para reduzir a emissão de gases no meio-ambiente, continua na prateleira da na área de inovação, mas ainda é um nicho de mercado, ainda mais em um cenário de pressão de custos nas empresas. "Hoje poderíamos dobrar a produção, mas faltam pedidos".

O lançamento mais recente foi a nova linha de baixa densidade, uma família adicional do plástico cuja produção anual será de cerca de 30 mil toneladas. Este ano a petroquímica também firmou contrato com a Tetrapak para oferecer o plástico para embalagens.

28 de setembro de 2013

Governo está convencido do sucesso do leilão de campo de Libra, diz ministro

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse no dia 20 de setembro que está convencido do sucesso do leilão do campo de Libra, na Bacia de Santos, com base nas empresas inscritas. Segundo o ministro, os interessados reúnem as maiores petroleiras do mundo.

No entanto, Lobão reclamou do “pessimismo” de analistas após a divulgação de que Exxon Mobil, Chevron, BP e BG decidiram ficar fora da disputa.

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"Achei necessário prestar esclarecimentos sobre a inscrição de empresas brasileiras e estrangeiras no leilão do pré-sal", disse no dia 20 de setembro, em entrevista à imprensa. "Ora, das 12 maiores empresas, sete estão participando. Portanto, não se poderia imaginar um sucesso maior do que esse em matéria de presença de grandes empresas."
           Para Lobão, não existe problema no fato de algumas inscritas serem estatais.

O ministro acrescentou também que o campo de Libra é generoso. “Vai demonstrar que representa um grande marco para exploração de petróleo no Brasil e grande oportunidade para as petroleiras que venham trabalhar conosco na exploração do nosso petróleo."

Para Lobão, não existe problema no fato de algumas inscritas serem estatais. "Qual é o mal que há nisso? A Petrobras é estatal", disse. "Não vejo nenhum mal que empresas estatais participem de leilões."

O ministro afirmou ainda que o regime de partilha será bom no Brasil e é bom em vários países do mundo. "De todas essas empresas que estão participando, algumas delas já estão explorando petróleo em regime de partilha ou de prestação de serviços em outros países", afirmou.

A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) recebeu no dia 19 de setembro um quarto das inscrições esperadas para a disputa por Libra, atualmente a maior reserva de petróleo em oferta no mundo. O leilão está marcado para 21 de outubro.

Além da Petrobras, que participa obrigatoriamente como operadora, com um mínimo de 30% no consórcio vencedor, dez empresas se inscreveram no pregão, o que sugere uma disputa com apenas dois grandes consórcios.

Os inscritos, segundo a relação da ANP, são: CNOOC International Limited (China), China National Petroleum Corporation (China), Ecopetrol (Colômbia), Mitsui & CO (Japão), ONGC Videsh (Índia), Petrogal (Portugal), Petrobras (Brasil), Petronas (Malásia), Repsol/Sinopec (hispano-chinesa), Shell (anglo-holandesa) e Total (França).

27 de setembro de 2013

Unilever avança na cozinha de restaurante com a promessa de custo mais baixo

Ricardo Marques, vice-presidente da Unilever Food Solutions: crescimento maior no Brasil.

Com promessas de maior rendimento e velocidade no preparo das refeições, a divisão de produtos para restaurantes da multinacional anglo-holandesa Unilever promete tornar os estabelecimentos mais eficientes, em um momento de aumento de custos de insumos, aluguéis e mão de obra.

É o que conta o vice-presidente da Unilever Food Solutions, Ricardo Marques. "Neste cenário, muitas vezes a solução encontrada é repassar o aumento de preço aos clientes. A consequência é que a inflação da alimentação fora do lar é praticamente o dobro da oficial. O operador precisa de eficiência para sobreviver".


Para isso, a empresa busca oferecer seu portfólio voltados para os proprietários dos empreendimentos, que é desenvolvido cada vez mais para ter soluções completas, além dos produtos mais populares: os caldos. Um exemplo é o purê de batatas. O produto da Unilever precisa apenas de água para ser preparado.

Desta forma, a empresa busca substituir parte dos processos de preparo das refeições por produtos profissionais. "Não retiramos a preparação, contribuímos com ela", explica o executivo. 

Como consequência, é possível transferir o uso da mão de obra de etapas básicas para as que agregam mais valor. "Posso fazer uma sobremesa, que dá mais rentabilidade a um restaurante, desde o início, ou me dedicar mais à apresentação do prato, sua decoração. Faço mais com menos pessoas ou com as mesmas pessoas", define.

Mas esse caminho é complexo, seja porque as soluções não implicam necessariamente em redução de custo (é necessário calcular custo-benefício), pela necessidade de aumentar a distribuição dos produtos fora do eixo Rio-São Paulo (estabelecimentos menores têm necessidade de três entregas semanais) e disseminar o conceito nos estabelecimentos.
                     "Comida de astronauta": para preparar o purê, basta adicionar água.

Tudo isso em um momento em que os pequenos estabelecimentos voltam às raízes e valorizam o produto artesanal e sem aditivos. "É um trabalho de formiguinha", define Marques. "As soluções são oferecidas conforme o caso". 

O impacto no negócio também pode variar conforme o segmento de produtos. Em padarias, por exemplo, é possível eliminar mais etapas de produção, segundo a consultora Heloisa Helena Duarte. "As pré-misturas economizam tempo na separação dos produtos e vêm na medida certa. Nos restaurantes, isso ainda é mais limitado".

Para driblar estes obstáculos, a Unilever faz visitas aos restaurantes e treina atacadistas, responsáveis por 60% das vendas. Nesta ocasião, busca dar um diagnóstico da gestão do local e dos ganhos diretos e indiretos obtidos com os produtos.

Uma das questões frequentes, conta Marques, é adequar o valor do serviço para que os empreendimentos possam utilizar as soluções. "Não adianta o empreendedor querer ter algo sofisticado para um público que quer algo mais acessível, e também não adianta oferecer simplicidade para quem busca sofisticação". Um cardápio com muitos itens, por exemplo, pode ser sinal de desperdício, conta, e pode ser necessário aprimorar o atendimento no salão.

O foco de atuação da empresa são restaurantes de médio porte, que servem de 400 a 500 pessoas por dia, a la carte ou por quilo, além de padarias e hotéis. "É a maior parte do mercado", diz Marques. Não está ainda nos planos atuar em escolas, hospitais e penitenciárias. 

A favor da estratégia, está a falta de mão de obra devido aos baixos índices de desemprego no País. De acordo com Concetta Marcelina, docente de gastronomia do Senac Aclimação, em São Paulo, a carência pode ser verificada para funcionários com ou sem experiência. "Conheço estabelecimentos que fecharam a operação noturna por falta de funcionários", conta.

Apoio

A divisão de soluções para restaurantes apoia o negócio da Unilever em um momento de desaceleração do consumo até mesmo nos países emergentes, em um ambiente cada vez mais competitivo.

Isso porque o consumidor pode ter o primeiro contato com produtos da multinacional no restaurante. "Estamos buscando consumidores em uma hamburgueria. Ele pode ter uma boa experiência de consumo com a maionese Hellman's e depois comprar o produto para consumir em casa", conta Marques.

Parece pouco para uma das maiores anunciantes do País, mas o que conta parece ser a eficácia. "Uma coisa é investir em publicidade. Outra é fazer com que o consumidor experimente o produto", conclui o executivo". 

Maior crescimento

O faturamento em 2012 da divisão de alimentação fora do lar da Unilever, que engloba operações em 74 países, foi de € 2,6 bilhões, e engloba 74 países. A operação global da Unilever movimentou, no total, € 51 bilhões no mesmo ano. 

Em países emergentes, como Brasil e China, o crescimento é maior, e chega a dois dígitos. O foco no País, portanto, é estratégico: no segmento de alimentos, o food service cresce mais rápido do que o de produtos para consumidores finais.

Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias da Alimentação (Abia), o setor cresceu, em média, 14% nos últimos dez anos.

Marques aponta que é um cenário semelhante ao da Europa há 40 anos. "O custo da mão de obra na região no pós-guerra cresceu muito rápido. As operações tiveram que se adaptar. O mercado de alimentação tende a ficar cada vez mais profissional com mais planejamento.".

Segundo o executivo, um restaurante que ofereça de 100 a 150 refeições por dia trabalha, em média, com duas a três pessoas na Europa. No Brasil, são necessários de três a cinco funcionários. "O operador brasileiro vai na mesma linha: eficiência é hoje uma necessidade".

Em 30 anos de atuação no Brasil, o portfólio da Unilever Food Solutions soma cerca de 100 itens, a maior parte produtos com ganhos de eficiência, mas também finais, como o leite de soja Ades e os chás gelados. É algo ainda distante de mercados mais maduros, que chegam a ter 400 produtos.

Mas o desenvolvimento de produtos específicos para o mercado nacional, como os temperos Knorr Meu arroz e Meu Feijão, em 2011, apontam que o país tende a ganhar prioridade no segmento.

26 de setembro de 2013

Globo perde recurso sobre multa milionária na Receita Federal

A Globo Comunicação e Participações perdeu recurso administrativo no Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) do Ministério da Fazenda referente a uma cobrança de multa da Receita Federal no valor de R$ 730 milhões. O valor milionário refere-se a infrações contábeis. Ainda é possível recorrer. Caso isso não aconteça, o órgão pode executar o pagamento, cujos valores devem sofrer correção e aumentar.


A fiscalização, chamada pela Receita de mandado de procedimento fiscal, teve como objetivo verificar a apropriação de receita decorrente de perdão de divida concedido em 2005 pelo banco J.P. Morgan no valor de R$ 152,8 milhões. 

Segundo a Receita, operações societárias no grupo feitas depois, como a aquisição da Globopar pela TV Globo, com envolvimento da Globo Rio, podem ter amortizado um ágio (diferença entre o custo de investimento e seu valor contábil), que foi constituído pela aquisição das próprias ações da empresa. Na decisão do órgão colegiado, a Receita chega a mencionar que operou "um milagre" no balanço da Globopar.

Na operação, a dívida da Globopar com a sócia, a TV Globo, se extinguiu. De outro lado, a liquidação dessa dívida, mediante absorção de prejuízos, favoreceu os sócios por aumentar o patrimônio líquido da Globopar, à semelhança de um aporte de capital, conforme descreve documento do processo. 

O Fisco ressalta que todas as empresas possuem os mesmos sócios: Roberto Irineu Marinho, José Roberto Marinho e João Roberto Marinho, o que é um indicio de que as operações foram realizadas para a criação, transferência e amortização de um ágio que "não existia". Como consequência, houve redução indevida de tributos.

Documento do processo aponta que o caso pode ser definido como uma incorporação às avessas, em que a empresa controlada incorpora sua controladora, e as operações podem ser caracterizadas como artificiais.

No recurso, as Organizações Globo argumentou que as operações foram realizadas com o objetivo de reestruturar as dívidas da Globopar, que eram em sua maioria em moeda estrangeira e que, graças à maxidesvalorização da moeda nacional ocorrida em 2002, tornaram-se virtualmente impagáveis.

Contatada pela reportagem, a Globo informou por meio de assessoria de imprensa que não comentará o caso, uma vez que o recurso solicitado pela emissora ainda não foi a julgamento. A Receita Federal não comenta a decisão alegando sigilo fiscal. 

Outras cobranças 

A TV Globo já foi anteriormente cobrada em mais de R$ 600 milhões por suposta sonegação fiscal na compra dos direitos de retransmissão da Copa do Mundo de 2002, cujo processo acabou extraviado.

A Receita Federal informou o extravio dos autos do procedimento fiscal, que gerou investigação paralela para identificar os envolvidos. A investigação resultou em ação criminal contra a servidora da Receita Federal Cristina Maris Meinick Ribeiro, condenada a 4 anos e 11 meses de prisão pela 3ª Vara Criminal Federal do Rio de Janeiro por esta e outras fraudes.

O Ministério Público Federal aponta que ofereceu oportunidades para que a servidora cooperasse com as investigações e indicasse os eventuais coautores do delito, porém Cristina optou por fazer uso de seu direito constitucional ao silêncio.

O procedimento fiscal extraviado foi reconstituído, e a tramitação seguiu seu curso regular, protegida por sigilo fiscal, declara o MPF, em nota. 

A Globo já declarou, em nota, que não existe mais nenhuma pendência tributária da empresa com a Receita Federal referente à aquisição dos direitos de transmissão da Copa do Mundo de Futebol de 2002.

Um terceiro processo, que também envolve infrações no Imposto de Renda pela empresa, referente a 2006, ainda está em trânsito na Justiça, segundo dados do Ministério da Fazenda.

25 de setembro de 2013

Consumidores com dívidas superiores a R$ 500 são maioria, segundo SPC

                                                             Dívida; inadimplência.

O perfil da inadimplência no comércio em agosto aponta que 50,78% dos consumidores tinham dívidas com valores acima de R$ 500 no período. Em julho, o índice era de 48,97%. O dado é do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). A pesquisa, divulgada no dia 19 de setembro, mostra a concentração da inadimplência de agosto por gênero, idade e valor da dívida. Entram nesse cálculo pessoas com contas em atraso há mais de 90 dias.


SPC e CNDL argumentam que o aumento da fatia inadimplentes que devem mais que R$ 500 é uma tendência que se mantém desde o início do ano. O movimento refletiria as compras de bens duráveis com maior valor agregado e que, na maioria das vezes, são parceladas de 12 até 48 meses.

No mês passado, as mulheres representaram 54% dos inadimplentes e os homens, 46%. Os economistas do SPC Brasil alertam, entretanto, que os dados não podem ser considerados taxativos, pois a diferença é pouco expressiva. Segundo o banco de dados do SPC/CNDL, as mulheres também são as que mais consomem, respondendo por 58,76% das vendas, ante 41,24% dos homens. "Dessa forma, é natural que sejam ligeiramente mais inadimplentes", afirma o gerente financeiro do SPC Brasil, Flávio Borges.

O levantamento revela ainda que a maior parte dos cadastros negativos concentra-se em CPFs de consumidores com idade entre 30 e 39 anos (25,8%). "São pessoas inseridas em um perfil comumente atribuído a chefes de família, que arcam mensalmente com compromissos frequentes e pesados como aluguel, água, luz, telefone e mensalidade escolar. Esse fato, aliado à falta de planejamento financeiro ou a imprevistos, pode acarretar no atraso de parcelamentos", analisa Borges.


SPC e CNDL avaliam que a inadimplência deva registrar novas altas nos próximos meses e comece a recuar perto do final do ano, período em que tradicionalmente há maior recuperação de crédito por causa do pagamento do 13º salário. Quando comparada com julho, a taxa de inadimplência avançou 1,34%. Em relação a agosto do ano passado, a inadimplência subiu 0,72%. O sistema de consulta do SPC Brasil envolve mais de 150 milhões de cadastros de pessoas físicas (CPFs), em aproximadamente 1,2 milhão de pontos de vendas espalhados por todo o País.

24 de setembro de 2013

Indústrias buscam opções para diminuir custos e capacidade ociosa

Para tentar reduzir custos, aumentar os lucros ou diminuir a capacidade ociosa, algumas indústrias têm procurado dividir linhas de produção, montar produtos de outras empresas ou atrair fornecedores de matéria-prima para as proximidades da fábrica. No Brasil, Takeda, Dafra e Ford são alguns dos exemplos que ilustram esses tipos de serviços prestados.
Desde 2009, a Dafra monta motocicletas para as estrangeiras MV Agusta, Ducati e BMW; assim, a empresa lucra e adiciona mais tecnologia à produção.

No caso da farmacêutica Takeda, as instalações e a linha de produção da fábrica, em Jaguariúna (SP), funcionavam com capacidade ociosa. Para sanar este problema, em 2004 a corporação promoveu uma ação de marketing para buscar parceiros e conseguiu contratos com quatro multinacionais do mesmo segmento. Segundo o diretor de operações da fábrica, Luiz Angelo Fortuna, diz que hoje a situação é bem diferente. “Os clientes que chegam são muito mais em função do nome que nós já criamos no mercado e da prestação deste tipo de serviço”, diz. Os nomes das empresas para as quais a Takeda presta serviço não podem ser divulgados por questão de cláusula contratual.


De acordo com o diretor da Takeda, existem indústrias farmacêuticas que preferem utilizar o serviço de parceiros que tenham capacidade disponível, além da tecnologia necessária para a manufatura de produtos. Isso ocorre quando essas empresas não têm instalações no Brasil, por falta de tecnologia ou, em muitos casos, até mesmo por questão de custos, 

“Existem indústrias farmacêuticas que, por diferentes razões, preferem desenvolver parceiros que tenham capacidade e tecnologia disponíveis para a manufatura de produtos da linha delas”, diz Fortuna. Com contratos de longo prazo, que duram mais de cinco anos, o serviço foi incorporado à linha de produção, sem nenhuma interrupção no processo produtivo da Takeda. Em termos de volume de produção, os contratos representam 25% do negócio, segundo o executivo.

Expansão de negócios 

Na unidade de negócios focada em O&M (contratos de operação e manutenção), lançada em 2009, em Manaus, a Dafra Motos monta motocicletas da BMW, Ducati e MV Agusta. Com apenas cinco anos no mercado, a empresa brasileira investiu em equipamentos de homologação de motocicletas e em engenheiros qualificados para expandir os negócios. Segundo o presidente da empresa, Creso Franco, a partir desta melhoria foi possível “oferecer a segurança que empresas de primeira linha não podem abrir mão, com um custo bastante atraente”.

Para adequar mais o serviço, os funcionários da Dafra foram enviados às sedes das empresas a serem atendidas e foram criadas linhas de produção específicas e independentes. A participação desse serviço no faturamento final não é divulgada.

De acordo com Creso, “as matrizes foram muito atuantes na definição da configuração de cada um dos projetos. Ainda que o modelo de negócios seja um só, os requisitos e estilo de cada projeto são distintos, dependendo não só dos produtos de cada empresa, mas também da cultura de cada empresa”. Com um ganho mútuo, tanto para a Dafra quanto para as outras empresas, a montadora brasileira lucra e adiciona mais tecnologia à produção, enquanto as parceiras têm a facilidade de não precisarem se instalar no Brasil para produzir no País. “Talvez o maior ganho para o corpo técnico da Dafra tenha sido justamente a oportunidade de aprender com requisitos e estilos tão distintos”, conta o presidente da corporação.

Proximidade de fornecedores

No complexo industrial Ford Nordeste, inaugurado em 2001 na cidade de Camaçari (BA), 24 parceiros ficam sob o mesmo teto da montadora. As empresas fornecem peças e sistemas para os veículos diretamente na linha de montagem, sem custo de transporte.

Para a implantação do empreendimento, o investimento inicial foi de US$ 1,9 bilhão no ano de inauguração, sendo US$ 1,2 bilhão aportados pela Ford e US$ 700 milhões bancados pelos fornecedores.

Segundo Rogelio Goldfarb, vice-presidente de Assuntos Corporativos da Ford América do Sul, "o complexo industrial Ford Nordeste foi concebido com um modelo de produção inovador e trabalha com o conceito de montagem modular sequenciada. Com os fornecedores dentro da fábrica, haveria ganho de flexibilidade, qualidade e redução de custos".


Goldfarb conta ainda os parceiros trabalhem com troca de informações por meio da rede interna informatizada (intranet), o que faz com que mudanças no processo de produção sejam detectadas facilmente, com respostas rápidas das empresas. "Em vez de apenas programar a produção e fazer as encomendas necessárias aos principais fornecedores, a Ford planeja a produção para determinados períodos e depois detalha, no dia a dia, os modelos que serão fabricados. Dessa forma, esse sistema permite a reação imediata para adequar a produção ao perfil da demanda e traz uma redução de custos na área de logística, evitando os desperdícios causados pela distância e demora na entrega de peças", afirma o executivo da montadora.

23 de setembro de 2013

Alpargatas tenta se livrar de processo de meio bilhão de reais da Drible

Embargos de divergência. Este nome complicado é o que intitula a última tentativa da Alpargatas para sair bem do enrosco jurídico no qual a empresa está envolvida desde 2002, quando foi processada pela detentora da marca Drible, a San Remo Empreendimentos.

Com este recurso, solicitado em 4 de setembro, a Alpargatas pretende reverter a decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) que renova as esperanças em uma vitória da San Remo Empreendimentos e de sua advogada Érica Aoki. A decisão unânime do STJ devolveu à primeira instância o pedido de indenização de R$ 480 milhões por danos materiais e depreciação do valor da Drible. O processo é o segundo movido pela marca – o primeiro acusava apenas lucros cessantes (que deixaram de entrar em caixa) e danos morais, no valor de R$ 4 milhões.

Um esvaziamento de contrato foi o que separou o empresário Joani Palmeira, de 64 anos, do que ele julga seu maior empreendimento. Conhecidas por ter sido coadjuvante no milésimo gol de Pelé, as bolas da marca Drible – bem como toda a linha completa para futebol –, já estavam no pé da garotada quando a Alpargatas apareceu, interessada em licenciar a marca, mediante exclusividade de fabricação.

Era final da década de 1990 quando Palmeira cedeu aos encantos da gigante, que lhe ofertava o que hoje seria equivalente a R$ 480 milhões pelo uso da sua marca. A marca já expandia seu portfólio também para os equipamentos de boxe – cujo Conselho Fiscal da Confederação Brasileira ele presidiu até o ano passado. “Na época em que assinamos, em 1999, a diretoria queria uma marca para atuar no mercado de futebol”, diz o empresário. “Nosso contrato previa que em janeiro de 2000 a Drible lançaria bolas, chuteiras e uma linha completa de produtos fabricados pela Alpargatas.”

Palmeira, no entanto, viu seus planos serem colocados de escanteio: a diretoria que tocava o projeto da Drible dentro da Alpargatas foi afastada. Com Paulo Lalli à frente da operação, a marca desistiu de lançar os produtos Drible – que competiriam com as marcas Tooper e Rainha, ambas da mesma controladora.

Dos 20 itens que seriam lançados, apenas três foram parar nas prateleiras – a título de saldão. “Não tinha catálogo, nem cartaz de ponto de venda, nem mostruário. O portfólio tinha um tênis, uma bola, um meião e uma meia – e pior: um tênis "estilo Conga", horroroso”, lamenta Palmeira. “A Drible virou a chacota do mercado de equipamentos esportivos.”
Alpargatas sugere R$ 1 milhão como provisionamento para o caso de perder o processo.

Processo

Em 2002, Palmeira resolveu buscar ressarcimento por danos morais e lucros cessantes – o pedido de indenização era de R$ 4 milhões. Três anos depois, entrou com uma nova ação, desta vez pedindo os R$ 480 milhões do valor de marca – devidamente corrigido – previsto no contrato como multa à San Remo caso a marca fosse vendida.

Com o processo em curso, a Alpargatas buscou a extinção da ação de maior valor, apontando litispendência – quando se abre um segundo processo idêntico ao primeiro. Embora a 22ª Vara Cível e o Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP tenham dado razão à Alpargatas, no STJ a decisão foi revertida a favor da Drible. O processo volta a ser julgado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.

O último movimento da Alpargatas veio no começo de setembro, quando foi apontado o "embargo de divergência". Trata-se de um recurso "pouquíssimo solicitado", segundo Augusto Leal, sócio coordenador da área cível da Rocha e Barcellos Advogados. "Ele é pouco solicitado justamente porque o cabimento desse recurso é bastante restrito", diz. 

Leal aponta que o recurso só é cabível se um assunto similar – com a chamada similitude fático jurídica – já foi julgado por mais de um ministro do STJ e resultou em uma decisão incoerente com a avaliação em questão. 

Roberta Capistrano, advogada cível do Braga Nascimento e Zilio Advogados Associados, aponta que trata-se de um recurso para uniformizar os julgamentos – o que nem sempre beneficia uma das partes. "É uma forma de evitar subjetividades nas decisões", explica.

Agora, segundo Leal, o STJ deverá levar pelo menos mais seis meses para julgar a procedência do recurso, o que deverá adiar para o próximo ano o julgamento desse processo. "É impossível precisar a data de julgamento, mas até que o recurso seja avaliado levará um tempo", completa Roberta.

História

Fundada em 1948, a Drible começou pelas mãos de imigrantes alemães e chegou a ser a marca de artigos mais lembrada do País. Em 1984, Palmeira adquiriu a empresa e aumentou o portfólio. “Quando eu comprei, tínhamos oito fábricas licenciadas”, diz. “Só em modelos de bolas eram 20.”

Hoje, Palmeira trabalha com o filho em uma fábrica de gelo na Mooca. “Eu faço uma espécie de consultoria para ele. Eu dependia exclusivamente da Drible, tem sido difícil”, diz o empreendedor que mora na Vila Prudente (zona leste de São Paulo) – depois de já ter morado em bairros mais nobres, como a região do Parque do Ibirapuera. “Moro junto com meu filho e minha família”, conta. “Venho me virando. Brasileiro é assim. Se joga a gente em um buraco pode tirar e procurar outro mais fundo que um dia a gente sai.”

Governança corporativa

Na avaliação da assessoria jurídica da empresa, o processo passou de perda remota para perda possível, o que obrigou a Alpargatas a notificar a existência do processo nos último relatório trimestral divulgado. No entanto, o material aponta uma provisão de R$ 1 milhão – valor incompatível com a indenização solicitada em ambos os processos.

Contatada pela reportagem, a Alpargatas – que está sendo atendida pelo escritório Pinheiro Neto no caso Drible – afirmou, por meio da sua assessoria de imprensa, que não dá entrevistas sobre processos em andamento. A discrepância entre o valor mencionado no balanço e a indenização solicitada também não foi explicada.

No segundo trimestre, a empresa comemorou lucro líquido de R$ 70,5 milhões – uma alta de 14,8% na comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado veio principalmente das marcas de calçados esportivos.

Com a possibilidade de perda desse processo, o investidor poderá ter de mexer na estratégia. “Sempre faz diferença para os investidores quando há possibilidade de perda de um processo como esse”, diz Carlos Biedermann, conselheiro do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa.

No entanto, o Biedermann reconhece que a dificuldade de se posicionar em um contexto tão incerto. “É difícil para a empresa se adiantar por que as possibilidades de perda ou ganho vão mudando ao longo do correr do processo”, defende.

22 de setembro de 2013

Crise econômica atinge 'Casanovas' italianos

Uma consequência da crise econômica que tem passado despercebida é a luta que os homens italianos estão travando agora para agradar as mulheres com carinho e atenção – e as despesas financeiras – pelos quais costumavam ser conhecidos.

Em uma fila de sorveteria dois homens de negócios se mexem ansiosos e salivam como garotos ao olhar para a miríade de sabores dos sorvetes coloridos.
                  Em vez de pagar jantares, conquistadores italianos convidam para café.

Quando chega sua vez parecem um pouco decepcionados, até um pouco envergonhados, enquanto pedem quase sussurando a uma atendente impaciente um gelato piccolo (sorvete pequeno).

"Sim tudo foi reduzido de tamanho aqui", diz um dos dois homens olhando para seu modesto sorvete de uma bola.

"Não tenho mais dinheiro para nada – nem mesmo para mulheres", afirma o homem mergulhando a colher no sorvete. "Os dias de Casanova acabaram. Uma mulher apenas – e mesmo isso já é muito caro".

O colega dele raspa o fim do sorvete. Ele olha com um sorriso.

"Os bons tempos terminaram", disse. E depois, encolhendo os ombros, ele sussurra confidencialmente: "Sou um ex-Casanova".

Vida dupla

A crise econômica atingiu os italianos em seu ponto fraco.

Com seu país ainda em recessão, com o desemprego subindo acima de 12% e com o custo de vida nas alturas, o "amante latino" teve que começar a refrear seu "apetite".

A imagem da amante tradicional, escondida em um apartamento com todas as despesas pagas e esbanjando peles e joias, ficou no passado.

"Quem pode pagar por uma vida dupla hoje em dia?", pergunta a jornalista Terry Marocco, da revista italiana Panorama.

"Pense nisso – dois natais, dois apartamentos, dois jantares, férias duplas – isso é impossível", ela ri.

"Homens italianos estão com tanta dificuldade econômica que pedem a suas amantes para dividir a conta – eu conheço uma amante que foi levada a um hotel para uma aventura romântica, mas quando ambos estavam saindo o homem perguntou: 'Podemos fazer meio a meio?'"

Uma verificação discreta em Milão sugere que certamente há menos do que podemos chamar de "visitas de hora do almoço" aos hotéis.


De acordo com uma enquete feita por um site italiano de encontros casuais, os Casanovas estão cortando algumas sutilezas, tais como flores, vinhos e jantares.

"Homens italianos estão começando a ficar menos românticos e gentlemens", afirma Masiangela Chimienti, da empresa de namoro online Cdate.

"Antes da crise, um homem convidava uma mulher para jantar, e compraria flores..."

"Hoje ele apenas a convida para um café e andar no parque", diz ela.

O preço da separação

Um estudo recente feito pela associação italiana de advogados de divórcio sugere que Milão é a capital italiana da traição.

Mas a infidelidade tem um preço, e é um valor que os homens italianos não podem mais pagar.

O número de divórcios caiu 35% desde 2008 – não porque os Casanovas estejam se dedicando totalmente aos seus casamentos, mas porque ele não pode pagar por nada além disso.

Uma separação na Itália é uma tarefa longa e cara.

Em seu suntuoso apartamento em Milão, Roberta Ribali, uma psiquiatra especializa em problemas sexuais masculinos mexe no veludo vermelho de seu divã.

"Para os homens italianos mais velhos, essa súbita falta de dinheiro é uma tragédia".

"Esses homens sempre entenderam o dinheiro como poder e o usaram para comprar mulheres".

"Os homens mais jovens conseguem se adaptar – eles usam seu charme e sua boa aparência para ganhar as mulheres. Mas para os homens mais velhos, que já têm alguns problemas hormonais, é muito mais difícil ter autoconfiança".

No centro de Milão,cafés estão cheios, com grupos de homens consumindo aperitivos e olhando para mulheres nas mesas vizinhas.

Andrea e Fillipo, vestidos com ternos, olham com inveja para o amigo Jacapo, que usa uma camiseta de marca e calça camuflada.

"Ele trabalha para uma companhia petroleira", Fillipo me explicou, "ele basicamente tem uma garota em cada país, mas isso é barato porque ele fica com elas apenas duas noites e não precisa comprar presentes e jantares".

Eu dei um tapinha em seu ombro

"Então você só tem uma garota?", perguntei.

"É, meu salário não é muito bom", ele murmura desolado. "Mas talvez eu consiga um bônus no Natal."

21 de setembro de 2013

Hamburgueria americana Johnny Rockets chega no Brasil com 18 milkshakes

Milkshakes: entre as opções, torta de maçã e chocolate americano batidos com sorvete de creme.

Demorou uma década, e custou um processo judicial, para que o primeiro restaurante da tradicional rede americana de comida casual Johnny Rockets, criada em 1986 em Los Angeles, nos Estados Unidos, seja inaugurada no Brasil em novembro. 

Serão duas unidades até o final do ano na cidade, no Shopping Tietê Plaza e no Shopping Internacional de Guarulhos.


Com ambiente no estilo da década de 1950, a rede é conhecida por oferecer jukebox individuais aos clientes, pelo clima animado entre os garçons, que em algumas ocasiões dançam ao som de Elvis Presley e companhia, e por suas diversas e pouco convencionais opções de milkshakes.

Antonio Augusto Ribeiro de Souza, que foi franqueado do McDonald's durante oito anos, até 2002; e também da rede de comida casual carioca Joe & Leo´s e do Well´s, será o master franqueado exclusivo da marca no País. O investimento, de cerca de US$ 500 mil por loja, sem o valor do ponto, será feito com recursos próprios da família.

No Brasil, os restaurantes, em shoppings e ruas, terão de 230 metros quadrados a 700 metros quadrados. O pedido de música nas jukeboxs será gratuito e haverá refil para refrigerante. O cardápio será composto por cerca de 14 variedades de hambúrgueres acompanhados com batatas fritas, um deles de picanha.

Mas o diferencial parece ser o cardápio de milkshakes, que terá 18 opções em três faixas de preços, entre eles um de torta de maçã batida com sorvete; e outro feito com Ghirardelli, tradicional chocolate da cidade americana de São Francisco. "Também teremos uma opção com Nutella e Ovomaltine", diz Souza. 

O tíquete médio da refeição, que inclui hambúrguer, batata frita e refrigerante, custará R$ 30. "As negociações com fornecedores nacionais ajudaram a manter um preço competitivo. Os custos subiram muito nos últimos anos", conclui Souza.

Adaptações necessárias

O desembarque da rede foi adiado até que, em 2010, a matriz americana entrou com uma ação na Justiça e conseguiu uma liminar para que o restaurante Rocket's, em São Paulo, fosse proibido de usar a marca, que se assemelhava muito à da rede americana.

A demora teve impacto nos planos de Souza. Além de vender sanduíches, será necessário agora reforçar a operação com pratos rápidos e saladas a partir do ano que vem, no estilo de concorrentes como Outback e Applebee's, algo que a Johnny Rockets não oferece na maioria de suas lojas. Souza pode até oferecer costelinha de porco, famoso prato da concorrência. 

Isso porque, ao contrário de operações menores, com poucos restaurantes (características em 2003), hoje o mercado cresceu, e a concorrência aumentou, principalmente das grandes redes. Os custos do negócio também aumentaram, e Souza mira o almoço executivo para compensá-lo. 

Ganhar escala também é necessário para enfrentar custos. Não à toa, a ideia inicial de dez restaurantes triplicou: serão 30 restaurantes nos próximos seis anos.

Por outro lado, conta, o atraso teve vantagens: em 2003, a marca era menos conhecida pelos brasileiros, que passaram a viajar mais para os Estados Unidos nos últimos anos. Além disso, o caminho para a comida casual parece já estar pavimentado. 

O processo judicial contra a Rocket´s continua em andamento, e a expectativa é que seja finalizado até o ano que vem. "Eles estão proibidos de usar a marca até a conclusão do julgamento. Já nos deram ganhos de causa. Estamos confiantes", conta Souza.

Caminho do crescimento

Além das duas lojas em São Paulo ainda este ano, já está confirmada para o ano que vem uma unidade no Shopping West Plaza (zona sul da capital), uma loja de rua no Jardim Paulista (zona sul) e a entrada no Rio de Janeiro.

Mas antes de rumar para outros Estados, cidades do interior de São Paulo também estão na mira da rede em 2014. "O Estado cresceu nos últimos anos, mas o interior cresceu mais", diz Souza. A primeira loja será inaugurada em Sorocaba. Já estão confirmadas também a unidade do Catarina Fashion Outlet, na Rodovia Castelo Branco, em Campinas e Bauru. 

A partir de 2015, a rede deve abrir unidades em Belo Horizonte, Curitiba e Brasília. "Toda a operação será própria. A partir daí, iremos avaliar qual será a melhor maneira de crescer, se por meio de franquias ou investimentos via fundos de capital de risco (venture capital)", conta o empresário. 

Adquirida em junho deste ano pelo fundo de investimento Sun Capital, a rede Johnny Rockets soma por volta de 300 lojas em 20 países. Recentemente, a rede também desembarcou em outras economias emergentes, como Índia, Equador e Honduras. "O Brasil, assim como os países que formam os Brics (China, Índia e Rússia), é muito importante para a rede agora", conclui Souza.

20 de setembro de 2013

Produção industrial dos EUA sobe 0,4% em agosto, aponta Federal Reserve

A produção de automóveis foi uma das categorias mais fortes em agosto, saltando 5,2% após uma queda de 4,5% em julho.

A produção industrial dos Estados Unidos subiu 0,4% em agosto, na comparação com o mês anterior, disse nesta segunda-feira o Federal Reserve. O número veio em linha com as projeções dos analistas consultados pela Dow Jones. Os dados da produção industrial de julho não foram revisados.


O maior componente e o mais observado da produção industrial, a produção manufatureira, avançou 0,7% em agosto, revertendo a ligeira queda de 0,1% em julho. O componente de mineração subiu, enquanto o de serviços públicos caiu.

Já a utilização de capacidade instalada subiu 0,2 ponto porcentual, para 77,8% no mês passado, conforme previsto pelos economistas.

A produção de automóveis foi uma das categorias mais fortes em agosto, saltando 5,2% após uma queda de 4,5% em julho. As famílias têm trocado carros antigos por novos, o que fez com que as vendas retornassem a um nível que não era visto desde antes da crise financeira. 

19 de setembro de 2013

Dilma elogia atuação da indústria brasileira no exterior

Dilma Rousseff: "As empresas brasileiras têm excelente desempenho e são competitivas".

A presidente Dilma Rousseff disse no dia 16 de setembro querer que as indústrias que produzem no Brasil sejam capazes de fornecer para o mercado internacional. Ela afirmou também que, com a licitação do Campo de Libra, o potencial de demanda calculada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) é de 12 a 17 plataformas. "O leilão de Libra deve criar demanda também para outras indústrias."

Dilma deu as declarações durante cerimônia de assinatura do contrato para construção das plataformas P-75 e da P-77, no Polo Naval do Rio Grande, além da conclusão das obras da P-55. O evento estava previsto para a cidade litorânea, mas a assinatura do contrato foi transferida para Porto Alegre por causa do mau tempo. A presidente disse ainda que o Brasil descobriu petróleo, referindo-se ao pré-sal, com a indústria em estágio avançado.

Dilma afirmou que muita gente dizia que a indústria que fornece plataformas demora tempo para se desenvolver, porém, segundo ela, o que se verifica na prática não é isso. "Depois que se supera a curva de aprendizado, as empresas brasileiras têm excelente desempenho e são competitivas no mercado internacional."

De acordo com a presidente, as sondas contratadas no mercado internacional demoraram mais para ficarem prontas do que as contratadas no Brasil. "Isso serve para a gente superar esse complexo de vira-latas." Dilma afirmou que o Brasil superou esse momento de aprendizado. "Isso é muito importante e significativo. A maturidade das empresas desse setor (de petróleo) vai contribuir com o processo de estabilidade da economia."

18 de setembro de 2013

Governo brasileiro deu aula sobre comércio internacional ao Iraque

No dia 16 de setembro, uma delegação formada por 20 iraquianos teve aulas sobre a Organização Mundial do Comércio (OMC) com a diplomacia brasileira.
Durante uma semana, o grupo, composto por funcionários dos ministérios do Comércio, Agricultura, Negócios Estrangeiros, Indústria e Mineração, Cultura, Habitação e Construção, Comunicações e Ciência e Tecnologia, além de representantes do Banco Central, Conselho de Ministros e do gabinete presidencial, passou por uma imersão sobre o organismo multilateral com a equipe do Ministério das Relações Exteriores.
                                                O brasileiro Azevêdo preside a OMC.
A ajuda do Brasil para se familiarizar com a OMC ocorre em um momento oportuno. Desde 1º de setembro, a organização é presidida pelo brasileiro Roberto Azevêdo.
Iraque tenta fazer parte da OMC desde a queda do embargo econômico, em 2003. Um ano depois, o país ingressou no organismo como observador. O pedido sobre a participação do Itamaraty na formação de funcionários do governo iraquiano foi feito em dezembro de 2012 durante a reunião da Comissão Bilateral Brasil-Iraque, em Bagdá. A parceria foi acertada entre as embaixadas dos dois países. “Trata-se de mais uma demonstração da confiança que o governo iraquiano tem nas instituições brasileiras”, afirma Jalal Chaya, vice-presidente da Câmara Brasil Iraque.

17 de setembro de 2013

Colapso do Lehman Brothers: 5 anos depois, nenhum executivo foi processado

Fachada do Lehman Brothers no dia em que o banco pediu concordata, o principal marco da crise financeira.

Numa reunião a portas fechadas no começo de 2011, agentes reguladores de Wall Street estavam próximos a jogar a toalha sobre o maior de todos dos casos. Os oito membros da equipe da Comissão de Valores Mobiliários (SEC, na sigla em inglês) responsável pelo Lehman Brothers , após dois anos enfrentando uma sinuca atrás da outra, concluíram que processar os executivos do banco seria algo legalmente injustificável.

O grupo, lembrando que promotores e agentes do Escritório Federal de Investigações (FBI, na sigla em inglês) já tinham desistido de um caso criminal semelhante, decidiu por unanimidade fechar a mais proeminente investigação decorrente da crise financeira, segundo oficiais que participaram da reunião. É algo que permanecia inédito até hoje.

Mary L. Schapiro, a presidente-executiva da SEC, discordou. Ela pressionou George S. Canellos, que supervisionava a investigação sobre o Lehman como chefe do escritório novaiorquino da SEC, a explicar como executivos que estavam no comando durante a maior quebra da história dos Estados Unidos poderiam escapar sem sequer um processo civil.

“Eu não consigo entender”, disse Mary durante um diálogo tenso com Canellos em sua sala de conferências privativa em Washington, de acordo com oficiais que não foram autorizados a falar publicamente. “Por que não há nenhum motivo [ para um processo ]?”, ela perguntou, olhando para Canellos, instruindo-o a continuar investigando se o Lehman havia enganando seus investidores. “O mundo não vai entender.”

Nenhum executivo processado
                Richard Fuld durante depoimento na Câmara dos EUA no auge da crise.

Ela estava certa. Cinco anos depois do colapso do Lehman Brothers promover um pânico econômico mundial, o governo enfrenta questões pendentes sobre a decisão de livrar executivos como Richard S. Fuld Jr., que dirigiu o Lehman por 14 anos até o banco acabar. Nem um único alto executivo de qualquer banco de Wall Street enfrentou uma ação criminal decorrente da crise. E o prazo para o governo ajuizar a maioria das acusações termina neste mês, o mês de aniversário do colapso do Lehman, trazendo à luz uma lembrança do caso e de seu resultado impopular.

Procuradores federais e a SEC nunca anunciaram oficialmente sua decisão deencerrar as investigações sobre o Lehman. Mas uma análise do ‘The New York Times’ baseada em entrevistas com mais de uma dúzia de advogados e oficiais envolvidos na investigação e numa revisão de documentos da corte de falências abre uma cortina sobre deliberações privadas e um conflito de filosofias que cercam a decisão de não processar ninguém.

A SEC chegou silenciosamente à decisão em 2012, depois que oficiais debateram por meses sobre se o Lehman escondeu informação “material” em suas divulgações aos investidores, o que é um importante padrão legal. Canellos argumentou que as omissões não eram “materiais”. Aqueles que questionaram esse raciocínio – como Mary L. Schapiro e alguns contadores e fiscais – se dobraram à equipe de Canellos, que tinha mais proximidade com os indícios.

A SEC também debateu a culpabilidade dos alto executivos do Lehman. Mas a equipe de Canellos argumentou que Fuld não sabia que o banco estava usando práticas de contabilidade questionáveis, apesar do testemunho de outro executivo do Lehman ter sugerido o contrário.

Schapiro não impôs sua posição após membros do SEC a alertarem de que poderia ser antiético fazê-lo. Canellos também tinha o apoio de Robert S. Khuzami, que à época dirigia a unidade de fiscalização da SEC. Mas, numa reunião de altos representantes da SEC em 2011, Lorin L. Reisner, então o número dois da fiscalização do órgão, sugeriu preparar um rascunho de potenciais acusações para que a agência tivesse um documento concreto para revisar.

A equipe de Canellos se opôs, contam testemunhas que participaram da reunião. Canellos, segundo elas, propôs que, em vez disso, a SEC publicasse um relatório que explicasse publicamente a decisão de não processar ninguém. Mary e outros membros da SEC recusaram a opção, tendo em vista que a primeira versão do relatório feita por Canellos era muito simpática ao Lehman.

“Há discussões e debates saudáveis sobre questões legais e factuais em vários níveis da agência durante investigações importantes. Mas, no fim, as decisões são baseadas nos indícios e na lei”, diz um porta-voz da SEC, negando-se a comentar o caso do Lehman.

A decisão da SEC contrastou de forma gritante com um relatório feito pelo analista da corte de falências responsável pelo caso Lehman, que acusou os executivos de usarem estratagemas para “manipuar” o balanço.

“Houve vários momentos em que a SEC tinha a informação necessária e não agiu”, diz o analista Anton R. Valukas, ex-procurador fedral que hoje é presidente do escritório de advocacia Jenner & Block.

Colarinho branco
              Erin Callan, presidente executiva do Lehman Brothers à época da quebra.

Há consenso de que o Lehman faliu sob o peso de investimentos arrsicados em ativos imobiliários e da inabilidade para se financiar em meio ao turbilhão econômico de 2008. É menos claro se o governo fez uma revisão cuidadosa do colapso da emprsea.

A análise feita pela reportagem revela novos detalhes sobre o fôlego do esforço do governo governo – membros da SEC revisram mais de 15 milhões de documentos do Lehman e entrevistaram entre 30 e 40 testemunhas. A decisão de não processar ninguém, dizem os oficiais, veio apesar da esperança inicial dos investigadores, cujas carreiras teriam se beneficiado de terem sido responsáveis por um caso tão proeminente.

A SEC, que tem uma responsabilidade menor para provar suas acusações do que as autoridades criminais, abriu processos contra 66 altos executivos em casos ligados à crise financeira. A agência também impôs acordos bilionários a bancos como o Goldman Sachs. De acordo com uma nova pesquisa feita pela Análise de Litígios de Valores Mobiliários da Universidade de Stanford, a SEC deixou de processar indivíduos em apenas 7% dos casos de fraudes com que já lidou.

A unidade de fiscalização da agência, que passou por uma revisão a cargo de Khuzami depois da crise financeira, tomou uma linha ainda mais dura nos útlimos meses sob sua nova chefe, Mary Jo White. Ex-procuradora federal, Mary pressionou a unidade de fiscalização a buscar admissões raras ou má condutas por parte de acusados.

Ainda assim, a contínua ausência de processos criminais contra executivos de topo reflete o desafio de investigações de colarinho branco em que procuradores lutam para conseguir identificar onde é que negócios arriscados ultrapassam o limite da legalidade. Quando as evidências são vagas, procuradores algumas vezes hesitam em processar altos executivos, que têm dinheiro para a briga.

“Não é como um caso de assassinato, em que você tem um corpo e sabe que um crime foi cometido”, diz Rita M. Glavin, uma ex-procuradora federal que é agora advogada de defesa do escritório Seward & Kissel.

Por alguns instantes, o caso do Lehman pareceu uma exceção. Procuradores federais em Manhattan, Brooklyn e Nova Jersey, além do FBI e da SEC, lotaram o Lehman nos dias depois do colapso. A equipe de oito pessoas da SEC incluía advogados e contabilistas experimentados, vários dos quais estavam dedicados exclusivamente ao caso Lehman.

Altos executivos do Lehman chegaram a temer. Um deles, que falou em condição de anonimato, diz ter encontrou certa vez com um ex-colega no Queens que usava um disfarce para não chamar a atenção.

Àquela época, não faltavam pistas para as autoridades. Procuradores federais dividiram o trabalho – procuradores em Nova Jersey lidavam com a questão sobre se o Lehman havia defraudado o fundo de pensão estatal – embora se sobrepusessem na maioria das investigações.

Os procuradores e a SEC, por exemplo, ambos focaram em se os executivos do Lehman enganaram os acionistas oferecendo avaliações otimistas sobre o banco cinco dias antes de ele quebrar. As autoridades também investigaram se os executivos do Lehman supervalorizaram o portifólio imobiliário comercial do banco.

Manipulação de balanço
        Bart McDade, do Lehman: Fuld tinha conhecimento da 'manipulação de balanço'.

Mas foram as práticas contábeis do Lehman que provavelmente chamaram mais a atenção. Em seu relatório sobre a falência do Lehamn, de mais de 2,2 mil páginas, Valukas – o analista da corte de falências – identificou manobras contábeis que ele chamou de “manipulação de balanço”.

A prática permitiu que o Lehman transferisse ativos para fora do balanço, apresentando-os como colaterais para um credor externo, que por sua vez oferecia ao Lehman um empréstimo de curto prazo. O Lehman tratava as transações como vendas em vez de dívida, o que significou que o banco parecia ter menos dívidas do que de fato tinha.

“Incapaz de encontrar um escritório de advocacia nos Estados Unidos” que aprovasse a manobra, disse Valukas, o Lehman contratou um de Londres para conseguir a bênção para a operação. Um executivo do Lehman, num e-mail a um colega, declarou que a prática era “outra droga” em que estavam viciados.

O Lehman usou a prática, conhecida como Repo 105, recorrentemente, no fim de seus trimestres fiscais, pouco antes de publicar os resultados. No fim do primeiro trimestre de 2008, o uso total da Repo 105 era de US$ 49,1 bilhão, um valor tão elevado que reduziu o nível de alavancagem do Lehman.

O banco chamou a atenção para a redução numa conferência pública sobre rendimentos mas nunca demonstrou que isso ocorreu em parte por causa do Repo 105. Assim, Valukas preparou possíveis ações civis contra Fuld e diretores financeiros do banco, incluindo Erin Callan, que era a presidente financeira durante boa parte do ano em que o Lehman faliu. Fuld, Valukas disse, foi "ao menos muito negligente" por permitir que o Lehman fizesse declarações "materialmente enganosas" sobre a saúde do banco. 

Mapa das investigações
       Nos EUA, a crise financeira prejudicou os pagamentos de hipotecas da população.

O relatório de Valukas, divulgado em março de 2010, pareceu oferecer o mapa para a investigação federal contra os executivos do Lehman. Mas logo depois de sua publicação, de acordo com oficiais envolvidos na investigação, procuradores e o FBI perderam interesse no caso. Eles descobriram que a Repo 105 não tinha nada a ver com a queda do Lehman e era tecnicamente permitida sob uma regra contabilística obscura.

Ressaltando que advogados de Londres haviam aprovado a Repo 105, procuradoes em Nova York também temeram não poder provar que os executivos tiveram a intenção de enganar os investidores.

A SEC continuou a investigação. Mas, no começo de 2011, a equipe de Canellos tinha ficado sem pistas. O grupo desistiu de processar o próprio Lehman, porque a empresa estava em concordata. A equipe também decidiu não processar Fuld por falha de supervisão da tomada de risco do banco, acreditando que a SEC não tinha autoridade para fazê-lo.

Os investigadores decidiram, então, focar na Repo 105. Eles precisavam provar que os executivos do Lehman usaram intencionalmente a prática de contabilidade para enganar os investidores, ou fizeram uso irresponsável dela. Erin estava no cargo de presidente financeira havia apenas cerca de seis meses, concluíram os investigadores. Ela recusou os pedidos de entrevista.

O papel de Fuld foi mais difícil de mapear. Bart H. McDade, outro executivo do Lehman, disse a Valukas que Fuld "tinha conhecimento do termo" Repo 105 e "sabia sobre a contabilidade". Mas Fuld disse à SEC que ele nunca havia ouvido sobre a Repo 105, dizem oficiais, minando um potencial processo. Um advogado de Fuld se negou a comentar.

A equipe da SEC também concluiu que a Repo 105 não teria sido "material" para investidores porque a taxa de alavancagem do banco estava em queda independentemente da Repo 105. Tal conclusão lançou uma onda de desentendimentos entre altos contabilistas da SEC. A chefe da unidade que supervisionava as divulgações de informações corporativas questionou as conclusões.

Mary Schapiro exigiu que Canellos continuasse investigando. Mas Canellos, um ex-procurador federal que é agora chefe adjunto da unidade de fiscalização da unidade, não se moveu. Apesar da pressão política, ele disse a colegas, em um dos encontros, que não poderia processar ninguém se faltassem indícios. 

"Nosso trabalho é buscar a Justiça", disse ele.