31 de outubro de 2013

Caixa-forte de dados antiespionagem fica dentro de montanha na Suíça

       Imagem de uma das entradas do Swiss Fort Knox: localização é mantida em sigilo.

Túneis altamente protegidos dentro de montanhas nevadas, sistemas de telecomunicação independentes e um sigilo total. Os ingredientes parecem o roteiro de um filme de James Bond. Mas trata-se, na realidade, de modernos e seguros centros de armazenamento de dados suíços, que viram o número de clientes explodir nos últimos anos com a eclosão dos recentes escândalos de espionagem protagonizados pelo governo dos Estados Unidos.

As multinacionais estão correndo para a Suíça buscando proteger informações sigilosas da espionagem industrial e de uma internet e novos meios de comunicação que permitem acesso a seus bancos de dados.

Esses centros são bunkers cinematográficos. É o caso da Swiss Fort Knox, construído dentro de uma montanha dos Alpes. A empresa comprou um ex-bunker do Exército suíço para montar sua estrutura na região de Berna. O local, construído nos anos de 1960, serviu de abrigo antinuclear na Guerra Fria. Por motivos de segurança, nem a localização exata da montanha nem a identidade de seus funcionários podem ser reveladas.

Sem clientes americanos

Quem usa a instalação na montanha é a Siag, uma espécie de private banking de ativos digitais. A empresa não aceita clientes dos Estados Unidos, pois reconhece que não teria como recusar colaborar com as agências de inteligência americana se fosse obrigada.

"Hoje, dados são mais importantes que dinheiro físico ou ouro", afirmou o suíço Christoph Oschwald, gerente da empresa. Ele confirma ter entre seus clientes "alguns" brasileiros, além de companhias de mais de 30 países.

"Desde as revelações de Edward Snowden, temos visto um aumento de 300% nas consultas por nossos serviços", contou. "Antes, tínhamos de explicar por que cobrávamos para proteger dados, já que existiam programas que poderiam ser usados gratuitamente. Agora, não precisamos mais dar explicações."

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Oschwald confia que o sistema de proteção de e-mails e de dados digitais que ele adota não consegue ser rompido nem mesmo pela inteligência americana. "Temos o mesmo sistema que Julian Assange usou e, se ele está vivo e conseguiu difundir toda a informação que divulgou, isso significa que nosso sistema também está fora do alcance dos americanos."

Funcionamento

Na montanha, tudo é colocado no subsolo, com proteção contra ataques nucleares, químicos e biológicos. A segurança é 24 horas, com dezenas de câmeras e zonas de segurança com separações que resistiriam a explosões. Uma espécie de lago interno garante a temperatura ideal, com entradas de ar desenhadas especialmente para os servidores.

Para garantir segurança total, dois bunkers em duas montanhas separadas por 10 quilômetros são usados, ambos com cabos de fibra ótica, servidores independentes, antenas para a conexão com satélites e até uma pista de pouso com serviços internacionais de aduana para que um jato possa chegar do exterior com algum cliente que queira acesso a seus dados.

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Mas a "montanha mágica" não é a maior empresa suíça do setor. A mais expressiva delas é a Artmotion, que viu sua renda aumentar 50% em 2012 e, nos últimos meses, registrou números ainda mais impressionantes, envolvendo desde empresas do setor do petróleo a multinacionais de diversas áreas e países. A empresa afirma ter todos os requisitos para garantir segurança total, entre eles servidores próprios de internet. Dos seus computadores, clientes podem ter acesso ao material, mas sem fazer download justamente para evitar roubos.

As informações são mantidas nos bancos de dados na Suíça e funcionários das empresas não podem mandar ou receber documentos por meio de programas como Dropbox, que têm a sede de operações nos EUA.

Imunidade

Mas a companhia admite que seu maior ativo é estar na Suíça, país que, por não fazer parte da União Europeia, tem as próprias regras de proteção de dados. Outra empresa que destaca a legislação suíça como seu principal "muro" de proteção é a Swisscom, a companhia de telefonia do país. A empresa garante que os ativos digitais de seus clientes estão estocados em Zollikofen em uma estrutura que resistiria a "bombas e terremotos".

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O local tem seis geradores de energia que entrariam em funcionamento 15 segundos depois de um eventual apagão. O centro de armazenamento de dados consume um volume de energia suficiente para abastecer uma cidade de 150 mil pessoas.

Por conta da estabilidade política e da tradição de confidencialidade, reforçadas por leis que exigem que uma corte dê o sinal verde para consultas a dados pessoais, o país está sendo obrigado a expandir a área física de armazenamento de dados.

Segundo estudos da empresa de consultoria Broadgroup, até o fim de 2013, a Suíça terá 160 mil m² de "armazéns" como o Swiss Fort Knox. Em 2016, essa área deve chegar a 200 mil m²,ou cerca de 30 campos de futebol.

30 de outubro de 2013

Windows 8 melhora com atualização, mas principais problemas continuam

Há cerca de um ano, a Microsoft lançou dois novos sistemas operacionais.

Um era uma nova versão do Windows para ser usado com mouse e teclado. Esse é o Windows que atualmente está em centenas de milhões de computadores em todo o mundo e tem mais de 4 milhões de programas compatíveis.

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O outro sistema era uma nova plataforma para tablets. Ele foi inspirado nas telas com ícones em forma de azulejo (“tiles”), usados no Windows Phone. O novo sistema era colorido, elegante e com suporte a gestos. Não dá para rodar Photoshop ou outros programas nesse sistema, pois ele requer um novo tipo de aplicativo. Já que a Microsoft não tem um nome para esse novo sistema (eles abandonaram os termos Metro e Modern), eu o chamo de “TileWorld”.

O lançamento dos dois sistemas seria uma boa ideia, mas houve um problema. A Microsoft misturou ambos em algo que chamou de Windows 8.

No Windows 8 há dois navegadores e dois sistemas de ajuda completamente diferentes. Dois (na verdade, três) painéis de controle. Há ainda dois tipos de programa: os tradicionais que têm barras de ferramenta e os aplicativos do “TileWorld”, que não têm barras de ferramenta e vêm com visual mais moderno.

Analistas e fãs de computação criticaram duramente a Microsoft. A PC World escreveu que o Windows 8 “não vale a pena” para quem usa o sistema em computadores de mesa. PC Magazine disse que a mudança foi “drástica demais para muitos usuários”. A Information Week escreveu que o Windows 8 “é um monumental fracasso, com uma interface Frankenstein que combina dois sistemas incompatíveis”.

As vendas de PC caíram 14% nos meses que se seguiram ao lançamento do Windows 8. O executivo da Microsoft que comandou o projeto deixou a empresa repentinamente.

Recuperando-se dos golpes, a Microsoft passou um ano tentando consertar o Windows 8. Agora você já pode baixar o resultado, o Windows 8.1. É grátis para quem já tem o Windows 8 e virá instalado nos dispositivos que chegarão ao mercado no futuro ( esclarecimento: escrevi um livro com dicas sobre o Windows 8 e vou atualizá-lo para Windows 8.1 ).

Novidades

As mudanças no “TileWorld” são muitas e bem-vindas. Aplicativos precários, como o Photos e o Mail, ficaram mais estáveis e ganharam novos recursos. Agora dá para editar fotos no Photos (em vez de só olhar) e arrastar e-mails em pastas. O aplicativo de música também foi redesenhado e ficou mais fácil de usar.

Alguns programas de produtividade, como alarme, calculadora e gravador de som, ganharam uma posição de maior destaque. Também há alguns aplicativos novos, como aplicativos de receitas, saúde e fitness. Outro aplicativo novo é o Reading List, que permite salvar páginas web, e-mails e mensagens do Twitter para leitura offline.
                  Windows 8.1 traz melhorias ao Windows 8, principalmente em tablets.

O Windows 8.1 também traz mais opções para personalizar desktop, tela inicial e tela de login. Por exemplo, dá para configurar a tela de descanso como um slideshow. Assim, seu equipamento vira um porta-retratos digital quando está em modo descanso.

A Ajuda no Windows 8 praticamente não existia, em muitos aplicativos ela realmente não existia.

“Se os usuários não entenderem o Windows 8 sem recorrer à ajuda do sistema, nós falhamos”, disse-me um funcionário da Microsoft no lançamento do Windows 8.

Bom, detesto te dizer que...

Em todo caso, há agora uma seção de ajuda de verdade para o “TileWorld”. Na primeira vez em que o Windows 8.1 é usado, surgem setas e mensagens apontando para os cantos da tela, nos quais o usuário deve clicar para acessar recursos do sistema.

No Windows 8 dava para dividir a janela entre dois aplicativos, mas não havia como controlar o tamanho de cada janela. Agora, isso é possível. Em telas maiores dá até para dividir a janela com mais de dois aplicativos. É uma compensação razoável pela perda do recurso de várias janelas na tela, característico do Windows desde suas primeiras versões.

No Windows 8, a Microsoft tomou a estranha decisão de limitar a busca a pesquisar separadamente por programas, configurações ou arquivos. Não era possível fazer uma só busca e obter resultados das três categorias. Isso agora foi corrigido e a busca do sistema traz também resultados da internet para cada pesquisa.

O teclado virtual, usado em tablets, também melhorou. Entre os novos recursos está um modo mais fácil de acessar sugestões de preenchimento automático de palavras.

O Windows 8.1 traz quatro tamanhos para os ícones do sistema (“tiles”). Em outras palavras, quem tem muitos aplicativos pode usar ícones menores e evitar a rolagem da tela.

Finalmente, o Windows 8.1 é ainda mais integrado ao SkyDrive (serviço de backup online da Microsoft com 7 GB grátis). Quando um novo documento é criado, ele pode ser salvo diretamente no SkyDrive.

Mudanças são insuficientes

Todas essas mudanças são úteis e bem-vindas. Mas você pode ter notado que todas elas afetam apenas o “TileWorld” e beneficiam apenas as nove pessoas que compraram tablets, notebooks ou desktops com Windows 8 e tela touchscreen.

Por outro lado, nada muda para quem usa o Windows original, na interface de desktop.

E nenhuma das mudanças altera o problema fundamental do Windows 8: a estranhíssima combinação do “TileWorld” e da interface clássica de desktop.

Felizmente, a Microsoft trouxe algumas medidas para melhorar a convivência entre os sistemas.

A melhor notícia é que o botão Iniciar está de volta ao modo desktop, no canto inferior esquerdo. Mas, de forma inacreditável e apesar dos protestos dos usuários, esse botão não abre o menu de programas. Em vez disso, ele leva o usuário de volta ao “TileWorld”.

A lógica da Microsoft é que o usuário deve encarar a tela inicial do “TileWorld” como uma versão expandida do menu Iniciar tradicional. São os mesmos ícones, apenas distribuídos de modo diferente em toda a tela, em vez de na forma de menu. Por isso, de certa forma, clicar no botão Iniciar leva aos programas do menu Iniciar tradicional. Eles só estão dispostos de forma diferente (se preferir o menu Iniciar clássico, você pode instalar o Start8 ou outro aplicativo grátis de função semelhante)

Outra mudança é que não é mais necessário instalar um programa separado para que o Windows inicie direto no modo desktop. Agora há um ajuste para isso, ainda que meio escondido. Também é possível escolher a mesma imagem como fundo da interface desktop e “TileWorld”.
Fabricantes têm apostado em híbridos de notebook e tablet para popularizar o Windows 8. Na foto, o Dell XPS 12.

Ainda há três lugares diferentes para configurar o computador, dois no “TileWorld” e o painel de controle tradicional. Mas pelo menos os painéis do “TileWorld” ganharam mais ajustes presentes no painel de controle tradicional.

Todas essas mudanças são legais. Infelizmente, é como mudar a ordem de biscoitos nas bandejas do salão de festas do Titanic.

O problema fundamental do Windows 8 continua: você continua trabalhando em dois sistemas ao mesmo tempo. Você continua tendo que mudar de um ambiente para outro completamente diferente, e isso é muito incômodo. Ainda há muitas configurações e programas duplicados. E nunca dá para ficar o tempo todo em um só ambiente.

Quanto mais você usa do Windows 8, mais a solução fica evidente: dividir o sistema. A Microsoft deveria oferecer um Windows convencional em computadores e notebooks e um Windows “TileWorld” em tablets. Assim, o usuário só precisaria usar um sistema em cada máquina, e cada sistema seria usado em seu ambiente natural.

Há uma razão pela qual a Microsoft ignorou o desktop tradicional no Windows 8.1. A empresa aposta que todos os computadores terão telas sensíveis ao toque no futuro. Talvez a Microsoft acredite que, um dia, o mouse, o teclado, os menus e as janelas desapareçam. Se isso ocorrer, a interface moderna do “TileWorld” será suficiente para todos.

Infelizmente, a realidade atual é bem diferente.

29 de outubro de 2013

Os 10 erros mais frequentes no currículo

Ao mentir sobre o nível de inglês, o candidato corre o risco de ser desmascarado durante a entrevista.

Ao iniciar a procura por um novo ou primeiro emprego, muitos são os conselhos sobre como montar o currículo ideal. Para dificultar a situação, quando se pesquisa na internet um modelo padrão, aparecem inúmeras opções. “O currículo é a carta de apresentação de um profissional, ou seja, o passaporte para o agendamento de uma entrevista”, avalia Glizia Prado, gerente de RH da Fiat Chrysler. Por ser uma parte inevitável do processo, a montagem de um bom currículo é essencial e pode definir o sucesso da busca.


Com tantas sugestões disponíveis, a probabilidade de cometer erros aumenta. Para mostrar quais são os equívocos mais comuns e as maneiras de evita-los, ouvimos recrutadores e gerentes de Recursos Humanos das maiores empresas do Brasil. Veja abaixo os 10 erros mais frequentes no currículo apontados pelos especialistas:

1 – Mentir sobre o nível de inglês

“São incontáveis os casos de pessoas que colocam nível de inglês fluente quando têm o básico. É impressionante. Isso não é uma omissão, é uma mentira”, alerta Gabriela Colo, recrutadora da Havik, consultoria em RH que faz seleções para o setor bancário e industrial. “Você chega na entrevista e a pessoa fala: 'Veja bem, era fluente mas está enferrujado’. Isso não existe”, completa.
Candidatos já colocaram o currículo no Google Tradutor e o resultado foi uma tradução macarrônica.

Em algumas ocasiões, os recrutadores pedem que uma versão do currículo em inglês seja enviada juntamente com a versão em português, para avaliar o nível de conhecimento. “A gente já teve candidato que colocou [o currículo] no Google Translator [ferramenta de tradução do Google] e saiu aquela tradução macarrônica. É péssimo. Se tem que tomar cuidado com o português, tem que tomar cuidado com outra língua”, comenta Paulo Moraes, consultor da Talenses, empresa que seleciona para organizações como Alpargatas, Serasa Experian e Johnson&Johnson.


Para impedir que isso aconteça, o profissional tem de ser honesto em todas as informações que constam no currículo. Desta maneira, ele não perde credibilidade, além de poupar o próprio tempo participando de entrevistas sem ter o perfil procurado pela empresa.

2 – Colocar todos os documentos pessoais

“As pessoas têm mania de colocar os números do RG, CPF e todos os documentos possíveis. Você está expondo uma coisa desnecessária”, conta Caroline Cobiak, consultora da RH Across, empresa que faz recrutamento para a BRF, Whirpool, JBS, entre outras. Ainda que o profissional passe no processo seletivo, a equipe de RH da companhia só deve solicitar os documentos no momento da contratação.

Além disso, é preciso levar em consideração a questão da segurança pessoal. “Não se deve colocar o endereço residencial, ainda mais se for um executivo”, diz o headhunter Ricardo Nogueira, presidente da empresa de recrutamento Junto Brasil. A dica é colocar apenas o nome completo, idade, nacionalidade, estado civil e dados para contato – como telefone e endereço de e-mail.

3 – Prolongar-se nas características pessoais

É comum que o profissional comece o currículo colocando características de sua personalidade como, por exemplo, ser observador, pró-ativo e perfeccionista. Para alguns especialistas, esta apresentação de qualidades é muito subjetiva e não acrescenta dados significativos sobre o candidato. “Se eu preciso de alguém que é detalhista, eu vou checar por meio de questões [durante a entrevista]. Ele não precisa se vender como detalhista”, diz Caroline Cobiak.

Além disso, o profissional precisa estar atento ao espaço dedicado para esta seção. Por não ser de suma importância, o ideal é que este tópico não ocupe mais do que algumas linhas. “[O currículo] deve ser curto o suficiente para gerar a vontade de ler, mas na medida certa de conteúdo para ser chamado para uma entrevista”, fala Marcelo Arantes, vice-presidente de Pessoas & Organização da Braskem.

4 – Esconder a idade
     Esconder a idade no currículo dá abertura para que o recrutador imagine o que quiser.

“Existe um fantasma de que depois dos 40 anos fica difícil conseguir emprego. Por conta disso, as pessoas acabam não colocando a idade”, comenta Ricardo Nogueira. Segundo ele, ao omitir essa informação, o candidato permite que o recrutador imagine a idade que quiser. “Existe um pré-julgamento do selecionador de que aquele cara não colocou a idade porque deve ter uns 70 anos. Então o candidato que poderia ter mais chance acaba sendo preterido”, conta ele.

5 – Limitar o objetivo de carreira

Em alguns casos, quando se constrói um currículo almejando uma vaga específica, o profissional põe como seu objetivo ocupar apenas aquela posição. “Se você coloca seu objetivo, eu naturalmente vou lhe descartar para qualquer outro projeto que surja”, observa Moraes, da Talenses.

O recomendável é que seja especificada apenas a área de atuação. Para uma vaga de analista pleno de marketing, por exemplo, o ideal é colocar como objetivo ocupar uma posição na área de marketing ou comunicação. Desta maneira, o currículo do candidato pode ser guardado para futuras oportunidades neste setor.

6 – Omitir a data de conclusão da formação acadêmica

No tópico de formação acadêmica, é necessário escrever a data de conclusão de cada curso. Isso é importante não só para que o recrutador saiba há quanto tempo o profissional se formou, mas também para ter certeza de que o curso foi concluído. “Existem casos em que a gente vê que não tem data de formação e no momento da admissão, quando se pede o diploma como documentação, a gente descobre que [o candidato] não tem. Isso inviabiliza todo o processo”, conta Gabriela Colo, da Havik.

Para evitar mal-entendidos, a pessoa pode especificar que o curso não foi concluído ou está trancado. “Informações inverídicas não são uma opção. Mesmo uma pessoa que tenha um bom currículo fica marcada por falta de honestidade. Causa desconfiança na empresa e no recrutador”, alerta ela.

7 – Colocar foto
             Não coloque foto no currículo, a não ser que seja uma exigência da seleção.

O uso da foto no currículo só é válido quando a descrição da vaga fizer esta exigência. “Talvez a única exceção seja em processos de projetos, que tem um volume de vagas muito grandes. A gente utiliza sim [a foto] e até pede, mas é só para os recrutadores terem mais uma maneira de lembrar quem é quem”, diz a recrutadora Gabriela.

Segundo Nogueira, a foto também pode ser interpretada como uma maneira de conquistar o recrutador pela aparência física. “A pessoa se vale de uma foto – a mulher com o decote ou o rapaz na academia com camiseta regata”, comenta.

8 – Ser vago na experiência profissional

Experiências anteriores são os dados mais importantes de um currículo. Segundo os especialistas, este é o primeiro tópico que um recrutador lê. Portanto, é preciso ter cuidado redobrado com as informações sobre passagens em outras empresas. “Percebo, em diversas ocasiões, que as pessoas não são claras nas contribuições que deixaram em cada empresa onde atuaram. Escrevem muito e, às vezes, não conseguem explicar para o leitor como contribuiram”, observa Arantes, da Braskem.

Para Ricardo Nogueira, da Junto Brasil, um bom currículo é aquele que descreve os resultados obtidos. “Ficar falando ‘experiência em...’, ‘vivência em...’ ou ‘habilidade em...’ é tudo pressuposto. Utilizar-se de clichês é muito cansativo e não leva a lugar nenhum. A gente não consegue determinar previamente se o candidato é bom”, avalia o recrutador.

O ideal é selecionar os projetos mais relevantes e interessantes que produziu em seus últimos empregos e especificar quais ações desenvolvidas por ele foram essenciais para o sucesso do trabalho. Além disso, é preciso escrever quais foram os resultados do projeto, como o percentual de aumento de vendas, por exemplo.

9 – Descrever hobbies pessoais irrelevantes

Como os recrutadores lidam com uma quantidade considerável de currículos por dia, o profissional deve ser claro e apresentar informações que possam ser interpretadas por quem está lendo. Isso é válido também para a descrição dos hobbies pessoais. Assistir a filmes e escutar música são hábitos compartilhados por muitas pessoas, o que impede que o avaliador chegue a qualquer conclusão sobre seu comportamento.

Caso o profissional sinta necessidade, o aconselhável é que ele descreva hobbies mais específicos. “Por exemplo, a pessoa que faz ironman [competição de triatlo – esporte que combina natação, corrida e ciclismo] tem que ser muito disciplinada e determinada. A pessoa que faz teatro tem uma boa habilidade de comunicação”, observa Gabriela.

10 – Escrever anexos desesperados
  Candidatos que enviam currículo por e-mail devem ser breves no texto de apresentação.

Alguns candidatos restringem a formalidade apenas ao currículo e acabam enviando textos no corpo do e-mail tentando persuadir o recrutador para que o contrate. "Parecem correntes de internet, com o pai que a mulher abandonou e está com três crianças. Quase que fui lá dar uma grana para o cara. É para você ficar com dó", conta Nogueira.

Arantes, da Braskem, afirma que algumas pessoas vão além do texto. “Uma vez, um profissional fez um currículo e junto enviou, para uma pessoa da minha equipe, uma garrafa de cerveja e dois copos convidando-a para um happy hour para se conhecerem”, lembra.

O profissional não pode se esquecer de que quem vai ler o currículo ainda não o conhece, portanto, atitudes como mandar presentes podem ser mal interpretadas.

Para evitar cometer tais erros, o ideal é que quem esteja na procura por um emprego pesquise modelos de currículos e cartas de apresentação na internet. Também é válido pedir para conhecidos pegarem alguns modelos de CVs que a área de RH de suas empresas indicar. Desta forma, o recrutador prestará atenção apenas nas suas competências e não em equívocos que podem ser facilmente evitados.

28 de outubro de 2013

Herdeira do fundador do Bradesco perde recurso bilionário contra o banco

              Lia Maria Aguiar, herdeira de Amador Aguiar, fundador do banco Bradesco.

As herdeiras do fundador do Bradesco sofreram nova derrota na tentativa de reaver, segundo uma fonte, cerca de 4% das ações do banco – algo como R$ 3 bilhões em valores atuais. Lia Maria Aguiar, uma das filhas do banqueiro Amador Aguiar, morto em 1991, teve recusado o recurso apresentado à Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Sua irmã, Lina, já havia sofrido uma derrota no mesmo Tribunal.

Lia é uma das mulheres mais ricas do Brasil. Sua fortuna, estimada em R$ 2,8 bilhões, é a 35ª do País, segundo a Forbes.

Os títulos pertenciam a Amador e à mulher, Elisa Aguiar, mas foram vendidos à Fundação Bradesco no início da década de 1980, conta o advogado José Diogo Bastos Neto, que representou a entidade no processo.


“As ações foram doadas às filhas na década de 1970. Em 1983, tanto os pais quanto as filhas resolveram vender. E, 20 anos depois, elas entraram com ação para anular o negócio.”

Um dos argumentos apresentados pela defesa de Lia era de o que o fundador do Bradesco não tinha uma procuração específica para realizar a transação em nome de Elisa.

A interpretação, entretanto, não foi aceita pelo STJ. Após perder um recurso, Lia recorreu à Corte Especial, última instância do Tribunal. No dia 16 de setembro, os ministros rejeitaram por unânimidade o pedido.

27 de outubro de 2013

Franquias: mais enxutas, operações de quiosques crescem no País

Osvaldo Moscon, diretor de desenvolvimento de franchising de O Boticário: 54 novos quiosques desde 2011.

Os quiosques vêm chamando a atenção de empreendedores por serem uma operação de menor custo e aproveitarem um momento propício para as compras convencionais e por impulso no País, com o aumento de renda da população.


Eles estão entre os modelos que vêm sendo monitorados pela associação do setor de franquias em um período de custos maiores para as redes. É por meio do formato que as redes encontram mais espaço para crescer e até um modelo inicial para desenvolverem o negócio.

De acordo com dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), 16,50% do total de quiosques no País estão concentrados no Estado de São Paulo, mercado que registra os aluguéis mais caros. O território paulista é seguido pelo Rio de Janeiro, com 6,90% do total de unidades; Curitiba tem 2,60%, e Belo Horizonte, 2,50%. 

Em relação ao total de unidades das franquias, contudo, os quiosques ainda são uma porção pequena. As redes que possuem lojas e complementam a operação com eles faturaram R$ 2,67 bilhões em 2012, ou seja, 2,6% do total do setor de franquias. Eles são 11,50% do número de redes e 5,3% do total de unidades.

Já as redes que têm apenas quiosques faturaram R$ 103 milhões no ano passado, pois correspondem a apenas 1,20% do total das redes e 0,4% do total de unidades de franquias, sejam lojas ou quiosques.

Somente a partir do ano que vem será possível verificar se a participação do modelo cresce nas redes. Mas a tendência é de que isso aconteça, aponta o gerente de relacionamento da ABF, Rogério Feijó.

As franquias O Boticário são um exemplo. Neste ano, já foram inaugurados 16 quiosques, 17% do total de pontos de vendas. De 2011 para 2013, foram 54 novas unidades.

A rede investe no formato mirando uma vantagem em relação às lojas tradicionais: a localização. "Como demanda um espaço menor, é possível instalá-lo em um local de boa visualização e maior tráfego", conta Osvaldo Moscon, diretor de desenvolvimento de canais e franchising da marca.

O quiosque também é uma oportunidade da marca entrar em cidade de pequeno porte, que não tem potencial de consumo para receber uma loja.

Hoje, 76% dos quiosques de O Boticário estão presentes em hipermercados, 14% em shoppings, 6% em galerias e 4% em aeroporto, terminais e outras localidades.

Líderes

Entre as maiores operações de quiosques, tanto em termos de faturamento como de número de unidades, estão as redes de fast food Mc Donald´s e Bob´s, seguidas por Boticário e Ambev, com seu Quiosque Chopp Brahma, e Chilli Beans. Na lista, figuram também duas redes que têm somente quiosques: Nutty Bavarian e Touch Watches; e outra grande marca, a Havaianas.
AS 10 MAIORES OPERAÇÕES (FATURAMENTO)
MC DONALD´S
BOB´s
O BOTICÁRIO
AMBEV - QUIOSQUE CHOPP BRAHMA
CHILLI BEANS
OI FRANQUIA
TOUCH
NUTTY BAVARIAN
HAVAIANAS
CACAU SHOW
Fonte: ABF

O gerente nacional de franquias da Ambev, Raphael Rizzo, prevê encerrar o ano com 290 unidades de quiosques, a maioria dentro de shoppings. Ele conta que a operação cresce com o setor de shoppings no País. "Pegamos a onda. Essa ocasião de consumo tornou-se atrativa para os empreendimentos, fora as lojas para compras". 

O risco baixo da operação, diz, chama a atenção de quem investe. "Estamos 50% acima da meta para este ano. É uma operação padronizada, ao contrário de um bar, que pode ter muitas variantes".

Para impulsionar a performance, a empresa costuma facilitar a abertura de quiosques para o empreendedor que tem um bom desempenho, além de aprimorar o formato do mobiliário de tempos em tempos.

Rizzo aponta que nos últimos dois anos, a Ambev também aposta em promoções voltadas para quiosques. "Temos incentivos para dias de consumo baixo e também oferecemos brindes para quem consumir determinada quantidade de chopps."

Em locais onde há dificuldades para a colocação de quiosques, a empresa tem um modelo que se assemelha às lojas. Em cidades sem centros comerciais, no interior dos Estados, existe um modelo de rua.
AS DEZ MAIORES OPERAÇÕES(UNIDADES)*
MC DONALD´S692
BOB´s447
O BOTICÁRIO293
AMBEV (CHOPP BRAHMA)263
CHILLI BEANS194
NUTTY BAVARIAN85
TOUCH77
GRÃO ESPRESSO72
MR. PRETZELS70
CAZO57
Fonte: ABF *2012

Crescimento 

Fundada em 2009, a Touch Watches chama a atenção ao já figurar como uma das maiores operações de quiosques, tanto em faturamento como em número de unidades.

A marca, que não cobra royalties, optou pelo formato de quiosque para atender empreendedores em busca do primeiro negócio e porque o formato tem um investimento menor que uma loja, permitindo um “teste” menos arriscado do mercado.
Marcelo Amado, diretor de varejo e sócio-fundador da rede de franquias Touch: início nos quiosques.

Com a consolidação, 25% da rede já é de lojas operadas por franqueados que começaram com quiosques, conta o diretor de varejo e sócio-fundador da empresa, Marcelo Amado. Mas os quiosques crescem mais, conta ele.

Desde o início da operação, já esperando um crescimento maior, o quiosque da franquia foi desenhado de antemão para o aumento do mix de produtos que a marca teve com óculos de sol.

Somente nos corredores

Marcas que têm apenas operação de quiosques, como a Nutty Bavarian, são também negócios que podem não suportar os custos de uma loja, com a vantagem de estar em locais de grande visibilidade e com alto tráfego nos shoppings centers.

Daniel Miglorancia, CEO da Nutty Bavarian, diz já ter pensado em ampliar o negócio para lojas, mas o custo do investimento não compensou.

Mesmo com uma estrutura enxuta, a Nutty tem sofrido com o aumento de custos da matéria-prima e mão de obra no País. Resolveu então criar quiosques segmentados e maiores, que vendem produtos com maior valor agregado, para tornar a operação rentável.

"Criamos produtos para os consumidores presentearem e levarem para casa. Também orientamos franqueados a oferecerem a opção de encomendas para eventos", diz o executivo.

A rede vem tendo maior demanda de franqueados no último ano. Porém, tem dificuldades de encontrar pontos adequados. "Muitos lançamentos de shopping em cidades do interior não comportam nossa operação pelo nível de renda", conta Miglorancia. O objetivo da Nutty Bavarian é terminar o ano com 100 pontos.

Restrições

O crescimento dos quiosques só não é maior porque os shoppings, segundo Feijó, ainda são resistentes em ampliar os locais onde é possível instalar quiosques. "Mas a demanda do mercado, principalmente com a criação de quiosques com produtos de maior valor agregado, vai fazer com que alguns revejam estas regras", conclui.

Um exemplo é o grupo AD Shopping, que administra 28 centros comerciais no País, entre eles o Shopping Metrô Tatuapé, em São Paulo. Nos últimos cinco anos, a proporção de quiosques nos empreendimentos passou de 7% a 8%, em média, para 10% a 15%.

Robson Santos, diretor executivo da AD Shopping, indica que os quiosques são cada vez mais vistos como complementares ao mix de lojas. "São produtos como acessórios e equipamentos de informática ou serviços, como esteticista e massagistas".

26 de outubro de 2013

Tablet entra na lista dos produtos do programa Minha Casa Melhor

O governo federal ampliou a lista dos produtos que podem ser adquiridos por beneficiários do Minha Casa Minha Vida com juros subsidiados. Entram na lista do programa Minha Casa Melhor: tablet, forno de micro-ondas, móveis para cozinha e estante ou rack.


A decisão foi tomada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), em reunião extraordinária no dia 16 de outubro e passa a valer a partir do dia 17 de outubro.

O preço máximo definido para o tablet é de R$ 800; do micro-ondas, de R$ 350; dos móveis para cozinha, de R$ 600. Estantes ou rack podem custar até R$ 350.
                                    O preço máximo definido para o tablet é de R$ 800.

"A inclusão desses itens atende a uma demanda por novos produtos dos beneficiários do programa. A linha de crédito do Minha Casa Melhor, operada pela Caixa Econômica Federal, continua sendo de R$ 5 mil. As demais condições do programa também não serão alteradas, nem o volume total disponível da linha de crédito anunciado inicialmente", disse o CMN em nota.

Reajuste de preços

O CMN também decidiu reajustar o preço máximo dos produtos que fazem parte do programa Minha Casa Melhor. 

De acordo com o CMN, o aumento tem como objetivo "ampliar as opções disponíveis, especialmente em termos de qualidade, e aumentar a competição entre os fabricantes".

O preço limite para aquisição de máquina de lavar passou de R$ 850 para R$ 1.100. De cama de solteiro, berço ou cama-box de solteiro, subiu de R$ 320 para R$ 400. Para mesa com cadeira, de R$ 300 para R$ 400; sofás, de R$ 375 para R$ 600; e guarda-roupas, de R$ 380 para R$ 700.

Os preços anteriores haviam sido definidos no lançamento do programa, na primeira quinzena de junho. A Caixa Econômica Federal recebeu do governo um aporte de recursos para fazer os financiamentos de R$ 3 bilhões (dentro de um aporte total de R$ 8 bilhões para capitalizar a instituição).

Os juros do programa são de 5% ao ano. É possível financiar até R$ 5.000 em compras por um prazo de 48 meses.

25 de outubro de 2013

Rede americana Dunkin' Donuts planeja volta ao País com foco em café da manhã

          Ambiente da loja Dunkin´ Donuts: investimento em design e ambiente amigável.

Lembrada no Brasil por estações com opções coloridas (e calóricas) de seu antigo carro-chefe – os donuts –, a rede de franquias americana Dunkin' Donuts prepara sua volta ao Brasil após oito anos com uma estratégia de negócios aprimorada. Agora, aposta no café da manhã, e também em sanduíches e bebidas geladas.


O café, aliás, é seu ponto forte nos Estados Unidos. Em Nova York, pela manhã, é comum observar trabalhadores nas ruas levando a bebida da rede para o trabalho. 

Além de tipos diversos da bebida, tanto tradicionais como com caramelo e menta, a cadeia oferece no cardápio chás e bebidas geladas, inclusive frozens . Na parte de confeitaria (bagels, donuts e muffins) e sanduíches, a empresa tem uma linha mais light, com redução de 25% de calorias.
                    Café latte: rede tem opções quentes e geladas, chá e bebidas frozen.

Ao investir mais no design das lojas e na escolha de pontos, o conceito da marca é ter um ambiente "amigável", com atendimento rápido.

Como consequência, terá como principal concorrente a americana Starbuck's, além de padarias e redes de fast food que oferecem café da manhã.

Para consultores, este é um momento propício para apostar no conceito de cafeteria no País.

No segundo trimestre deste ano, as vendas da Dunkin' Donuts mantiveram crescimento de 4% nos Estados Unidos, igual ao mesmo período do ano passado. Porém, caíram 1,7% no exterior, puxadas pela joint venture na Espanha.

No mesmo período, o lucro da operação internacional caiu 17,9%, impactado por maiores investimentos e pela crise global.

Passado

A rede faz questão de ressaltar que está mais seletiva na escolha de parceiros.

A Dunkin´ Donuts encerrou sua operação no Brasil em 2005, após 20 anos de atuação no País, por conflitos com o antigo master franqueado, dizem fontes do mercado.

Para o consultor Marcelo Cherto, os executivos americanos não souberam entender as diferenças culturais existentes entre Estados Unidos e Brasil, que, na época, não era considerado um mercado prioritário.

Isso acabou tendo impacto negativo na antiga operação. "Nos Estados Unidos, o donut é uma tradição, um item de café da manhã e um produto quase essencial e uma loja Dunkin' Donuts é um "destino". No Brasil, é um docinho, um snack, parente do sonho de padaria e seu consumo se dá puramente por impulso", diz.

Candidatos

Para retornar ao País, a empresa busca franqueados com capital para investir, conhecimento do mercado e cases de sucesso no ramo de restaurantes.

O plano inclui desenvolver entre 20 e 25 restaurantes nas regiões metropolitanas de cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. A rede aponta que tem formato de restaurante, para lojas de conveniência de postos de gasolina, universidades, entre outros.

A volta ao Brasil reforça a presença da marca na América Latina, hoje foco para o crescimento da rede por registrar crescimento superior ao de mercados consolidados.

A Dunkin’ Donuts tem mais de 300 restaurantes na América Latina e Caribe, em países como Chile, Colômbia e Peru. No total, são 10,5 mil estabelecimentos em 31 países.

24 de outubro de 2013

Eike demite presidente-executivo da OGX

                                                 Luiz Carneiro, ex-presidente da OGX.

O empresário Eike Batista demitiu dois executivos de seu quadro: o diretor executivo da petrolífera OGX, Luiz Carneiro, e o diretor jurídico José Favaret, no dia 15 de outubro. 

O novo presidente será Paulo Narcélio Simões Amaral, que já era o diretor financeiro da empresa. Ele acumulará as duas funções, bem como a de Relações com Investidores.

Carneiro havia assumido o posto em junho do ano passado, substituindo Paulo Mendonça, que abandonou o cargo para ocupar a posição de conselheiro da presidência do grupo EBX. Carneiro estava anteriormente no comando da OSX, outra empresa do grupo de Eike.

O Conselho de Administração também formalizou a contratação da Angra Partners, empresa que assessora a reestruturação da OGX, para "coordenar e assessorar a companhia no seu processo de reestruturação", com liderança de Ricardo Knoepfelmacher, que chegou a ser cotado para assumir o posto máximo da petroleira. 

Para assessorar juridicamente o conselho de administração, foi nomeado o advogado Darwin Corrêa.


As demissões ocorrem em meio à reestruturação da empresa, atolada em dívidas e sob risco de recuperação judicial após ter anunciado no início do mês que não pagará os juros de bônus remuneratórios aos seus credores de uma dívida no valor de US$ 45 milhões. 

No dia 15 de outubro, as ações da companhia dispararam 47,83% na Bolsa, recuperando perdas sucessivas das últimas semanas e impulsionando o Ibovespa aos 55 mil pontos. Os papéis encerraram o pregão cotados a R$ 0,34.

23 de outubro de 2013

Plano de saúde: Justiça mantém proibição de reajuste usou, pagou na Amil

      Sede da Amil: empresa encabeça batalha jurídica sobre reajuste por sinistralidade.

A Amil sofreu nova derrota na Justiça e segue impedida de aumentar as mensalidades de planos de saúde de micro e pequenas empresas com base no grau de utilização de serviços médicos – o chamado reajuste por sinistralidade. Mas a empresa só precisará ressarcir parcialmente seus clientes.

A sinistralidade é um dos três critérios de reajuste usados em planos coletivos (aqueles firmados por empresas ou entidades de classe), que são os que mais crescem no País e já respondem cerca de 70% do mercado.

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) não vê irregularidade na prática, e até apoiou a Amil no processo. Órgãos de defesa do consumidor e a Justiça, entretanto, têm questionado a sinistralidade por ela permitir aumentos expressivos – o caso que levou à condenação da Amil, em 2012, resultou de um reajuste de 1.000% aplicado ao contrato de uma microempresária de São Caetano do Sul (na Grande São Paulo).

Na semana passada, a 6ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) recusou um novo recurso da Amil contra a decisão de 2012. A decisão, divulgada no dia 14 de outubro, obriga a empresa a rever os aumentos aplicados por sinistralidade a todos os contratos por adesão já firmados com micro e pequenas empresas em todo o País. 

O desembargador Fortes Barbosa, relator do caso, deu a entender que a Amil deverá recalcular as mensalidades e levar em conta apenas os outros dois critérios previstos nos contratos: a inflação e eventuais mudanças de faixa etária. O pedido foi feito pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP), que, em 2011, moveu uma ação civil pública contra a empresa após tomar conhecimento do aumento de 1.000%.

Equilíbrio contratual

O magistrado, porém, entende que os clientes só poderão ver de volta os valores pagos a partir de 24 de novembro de 2011 – data em que a ação contra a Amil chegou à Justiça –, e não em qualquer período. O reajuste de 1.000% ocorrera em 2009 e 2010.

O MP-SP questionou a limitação, que havia sido definida por Barbosa julho de 2013, mas o magistrado negou o recurso. Para o desembargador, a determinação tem por objetivo “presevar o equílirio contratual”.

Advogada do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec), Joana Cruz questiona a decisão, mas pondera que o critério pode ser adequado se, eventualmente, o valor a ser devolvido seja grande demais para a empresa.

“Como essa é uma ação coletiva, vai ser um valor muito grande. A operadora não tem só o reajuste por sinistralidade para manter o equilíbrio, existem outros meios. E mesmo que não consiga, isso é um ônus da operadora”, diz a advogada. “Mas é melhor receber pouco ou nada?”

Em nota, a Amil informou que "é papel da ANS a defesa do interesse público na área da saúde suplementar" e que "a possibilidade de reajuste com base no risco (sinistralidade) é da essência de qualquer contrato de natureza securitária, como condição de manutenção do seu equilíbrio, equilíbrio que é garantido pela lei e pela Constituição."

O Ministério Público informou que ainda não tomou conhecimento da decisão.

Batalha jurídica

Tanto o MP-SP quanto a Amil devem recorrer, o que levará para Brasília uma batalha jurídica que interessa o mercado de saúde suplementar como um todo. O caso da Amil, além de envolver a maior empresa do setor, seria a primeira ação civil pública sobre o tema a chegar ao Superior Tribunal de Justiça (STJ). Num processo individual, o órgão considerou regular o aumento por sinistralidade.

Como nos planos de saúde coletivos o reajuste não é limitado pela ANS, são comuns os casos em que as operadoras aplicam aumentos elevados com base no critério da sinistralidade. Isso costuma ocorrer logo após o tratamento de algum funcionário, sobretudo em empresas pequenas.

Muitas vezes, os reajustes são tão elevados que acabam bloqueados pela Justiça. O levantamento em 59 decisões sobre o tema em São Paulo mostrou que, em 40 delas, os magistrados do Tribunal de Justiça barraram os aumentos – um deles, de 747%. Os casos envolviam 14 operadoras – quatro delas estão entre as dez maiores do País

“Depois de falha de cobertura, [ reajuste elevado ] é uma das maiores demandas que a gente tem”, diz Joana Cruz.

Neste ano, a ANS mudou a regra para planos de saúde coletivos com até 30 vidas, para evitar que os reajustes sejam muito elevados. Uma pesquisa feita pelo Idec divulgada em julho, entretanto, identificou aumentos de até 43,25% entre esses planos.

22 de outubro de 2013

Dia das Crianças: aprenda a dar 'dinheiro' de presente para seu filho

     O tradicional cofrinho é boa opção para introduzir o conceito de educação financeira.

Manda a tradição que o Dia das Crianças é associado ao hábito de comprar brinquedos, engordando o faturamento dos varejistas. Mas há outra maneira de presentear uma criança: planejando seu futuro. Escolher um produto financeiro que proporcione benefícios para ela e ensiná-la o valor do dinheiro não são tarefas das mais fáceis, mas pode ser um belo presente.

Aquilo que seria um ‘presentão’ para um adulto pode não fazer muito sentido para a criança, explica o educador financeiro André Massaro. “Crianças têm certa dificuldade em entender o valor de coisas intangíveis. Para algumas delas, ganhar um investimento de R$ 1 mil é pior do que ganhar um carrinho de R$ 10”.


Ao receber o presente financeiro, explica Massaro, a criança pode ter a estranha sensação de que nada ganhou ou de que recebeu um ‘presente de grego’. “É interessante, ao presentar com um investimento, também dar a ela alguma coisa ‘concreta’ e tangível como um brinquedo”, recomenda.

Dar dinheiro sem critérios para uma criança ou jovem, da mesma forma, não ajuda em absolutamente nada e ainda contribui para criar uma personalidade consumista, na visão do educador financeiro e presidente da Dsop Educação Financeira, Reinaldo Domingos. "Por outro lado, ao ensinar o valor do dinheiro, abre-se a oportunidade de inserir novos hábitos e mostrar que é possível buscar realização pessoal com seu controle", explica.

POUPANÇA

Por não cobrar taxas nem impostos, a caderneta de poupança é o instrumento mais simples para introduzir a criança no universo bancário. Formar uma poupança para o filho com um capital modesto é uma boa oportunidade não apenas para ensiná-la o mecanismo de poupar, mas também para introduzir o conceito de juros, geralmente complexo até para adultos.

Uma forma simples é utilizar a analogia do tradicional cofrinho, orienta Domingos. O primeiro passo é chamar a criança para uma conversa e apresentar a caderneta para ela. Em seguida, deve-se compará-la ao cofrinho onde as moedas são depositadas regularmente, com a diferença de que, na poupança, todos os meses algumas moedas a mais são colocadas pelo banco como recompensa por ter deixado o dinheiro guardado, explica o especialista. Mostrar o extrato da aplicação é outra forma de ensinar como se acumula capital.

Quando dar mesada

A idade ideal para começar a dar mesada ao filho é por volta dos sete anos, na visão do consultor do Dsop. Não há consenso se datas festivas são o momento ideal para introduzir o pagamento, mas é fato que ele deve vir acompanhado de orientação. Caso contrário, deixará de ser um instrumento de educação financeira e poderá levar a criança a gastar a quantia recebida sem limites.

Para estipular o valor ideal da mensalidade, os pais devem fazer um diagnóstico financeiro, anotando durante um mês todo o dinheiro que a criança pede para suas necessidades básicas, como transporte, diversão e alimentação fora de casa. “Depois, deve-se somar os valores e estabelecer que a mesada corresponda a, no máximo, 50% do total apurado”, recomenda Domingos. Ou seja, se a soma foi de R$ 100, o valor da mesada deve ser de R$ 50.

Parece um valor baixo, mas o especialista acredita ser o ideal. A outra metade pode ser a quantia para poupar em alguma aplicação ou no próprio cofrinho, orienta. Também é importante acompanhar se o filho está administrando bem seu capital. Caso ele gaste além da conta e peça mais dinheiro, a recomendação é resistir aos pedidos, para que ele aprenda a controlar seus impulsos.

Plano de previdência

Há diversos produtos de previdência infantil no mercado para o longo prazo. Este é um presente para ser desfrutado depois de muitos anos, seja com uma viagem ao exterior, uma faculdade ou o primeiro carro. É importante definir o objetivo desde cedo – já no nascimento, se possível –, e quanto antes for iniciado o investimento, maior o patrimônio acumulado.
                                     Previdência infantil realiza sonhos de longo prazo.

Procurar taxas de administração mais baixas é fundamental para garantir a rentabilidade. Os planos para menores de idade movimentaram R$ 1,95 milhão em 2012, segundo a Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida).

“Quando a criança tiver maturidade para entender, é preciso apresentar este benefício e contar que o dinheiro foi guardado todo mês”, explica Domingos.

Para o educador financeiro Mauro Calil, deve-se reinvestir os juros provenientes da aplicação até alcançar o objetivo final. Se um pai depositar mensalmente R$ 100 em um plano de previdência para o filho desde seu nascimento – supondo uma rentabilidade de 6% ao ano (valor aproximado da poupança), ao completar 23 anos, ele terá acumulado uma reserva de R$ 58,2 mil. Outra hipótese é o filho manter a aplicação para sua aposentadoria até os 50 anos, cuja reserva acumulada será de R$ 359.625,39.

MERCADO DE AÇÕES

Comprar ações de empresas listadas na Bolsa para uma criança é a opção menos conservadora de investimento e exige sangue frio dos pais, embora seja apontada como boa opção de longo prazo. Quanto maiores as chances de ganhos, maior o risco de perdas neste investimento.

“Aposte em empresas e setores que crescem. No longo prazo, companhias sólidas costumam resultar em bons ganhos para o investidor”, recomenda o consultor Calil. Este tipo de investimento, contudo, exige disposição ao risco e conhecimento do mercado. “Os pais que investem neste instrumento devem acompanhar periodicamente o investimento e observar seu desempenho para tomar as decisões corretas”, diz.

EDUCAÇÃO FINANCEIRA

O Dia das Crianças também é momento propício para introduzir as primeiras noções de educação financeira. Uma forma eficaz é dar presentes como jogos, brinquedos, videogames e livros infantis que, segundo Massaro, “ ajudam a desenvolver noções de finanças, empreendedorismo e negócios de forma suave, divertida e sem ‘forçar a barra’”.

Outra forma é presentear o filho com três cofrinhos, recomenda Domingos. “Ensine-o a guardar o três ao mesmo tempo e o estimule a definir três sonhos: de curto prazo (até três meses), médio prazo (até seis meses) e longo prazo (mais de um ano)”, diz. Dessa forma, ele entenderá que pode realizar o que deseja, mas deverá ter disciplina para isso.