30 de novembro de 2013

Gol é condenada em R$ 1 milhão por retaliação de funcionários após greve

A Gol deverá oferecer assistência psicológica gratuita a todos os empregados prejudicados.

Tribunal Regional do Trabalho do Distrito Federal confirmou no dia 25 de novembro a condenação da companhia aérea Gol em R$ 1 milhão por prática antisindical.

A sentença em primeira instância havia sido concedida em março pela 11ª Vara do Trabalho do Distrito Federal, em ação civil pública do Ministério Público do Trabalho (MPT).


De acordo com nota publicada no site do MPT, a decisão judicial impede a Gol de dar "tratamento humilhante e degradante aos grevistas ou apoiadores da paralisação e não permitir a volta do profissional às instalações da empresa".

Também foram proibidas ameaças, suspensão de promoções e cursos e demissões de trabalhadores que participarem das greves.

A empresa deverá oferecer, ainda, assistência psicológica gratuita a todos os empregados dos setores de manutenção e de despachos técnicos do Aeroporto Internacional de Brasília.

Para inibir novos casos, os gestores da companhia devem ser estimulados a cumprir corretamente a sentença da Justiça trabalhista.

Procurada, Gol afirma, em nota, que só se manifestará na Justiça.

29 de novembro de 2013

Mondelez se une a startups para criar projetos de tecnologia móvel

A Mondelez decidiu replicar no Brasil um programa criado nos Estados Unidos com o objetivo de desenvolver novas maneiras de a empresa se comunicar com o consumidor por meio das tecnologias móveis. Por meio do Mobile Futures, foram selecionadas cinco startups que nos próximos meses vão desenvolver em parceria com a companhia projetos com foco em SMS, varejo mobilie, social e aplicativos. Cerca de 100 startups se inscreveram no processo de seleção, lançado em junho. Do total de investimentos em marketing feitos pela Mondelez Brasil, cerca de 15% são em mídias digitais. 

        Natacha Volpini, da Modelez: novas maneiras de se conectar com o consumidor.

Nas últimas semanas, a multinacional começou a detalhar os projetos com as startups vencedoras. Todo o processo vai durar 90 dias e o prêmio para cada selecionada é de R$ 50 mil. Segundo Natacha Volpini, gerente de Mídia Digital da Mondelez Brasil, além de criar uma cultura de empreendedorismo interno, o projeto é uma oportunidade de ter "uma ideia inovadora dentro de casa, trabalhar no universo mobile e investir no empreendedorismo".

As startups vencedoras passaram recentemente por uma semana de imersão e agora, com a ajuda de gerentes da Mondelez, estão desenvolvendo projetos para cinco marcas da companhia: Trident, Bis, Halls, Club Social e Tang. "As ideias têm de ser pautadas nos meios com os quais o consumidor se conecta", explica Natacha.

Foram selecionadas pelo projeto da Mondelez (que funciona como uma espécie de investidor anjo) as seguinte startups: TYSDO (marca Halls), IPostal (Bis), Guile 3D (Tang), Eyllo (Club Social) e Collact (Trident). Um dos desafios para a Mondelez, explica Natacha, é "conectar essas ideias ao plano de comunicação da empresa e com o universo dos nossos produtos. É um processo de aprendizado".

Processo mais ágil

A linha de snacks da Kraft passou para as mãos da Mondelez em outubro de 2012 depois de uma cisão da operação americana de alimentos. Naquele momento, segundo o vice-presidente Global de Mídia e Engajamento do Consumidor da Mondelez International, Bonin Bough, era preciso pensar em novas maneiras de se a companhia se concectar com o consumidor. Foi aí que a multinacional lançou nos EUA o Mobile Futures. Depois da experiência americana e no Brasil, países da América Latina, além da China, estudam a possibilidade de repetir a experiência.

A receita anual da companhia é de cerca de US$ 35 bilhões e suas operações estão espalhadas por aproximadamente 80 países.

No Brasil, a Mondelez tem seis fábricas e emprega por volta de 13 mil pessoas. Além das marcas envolvidas no projeto Mobile Futures, a companhia é dona dos chocolates da Lacta, biscoitos Trakinas, cream cheese Philadelphia, fermento em pós Royal e refrescos Clight e Fresh

Muito ensaio

Uma das escolhidas pela Mondelez no Mobile Futures foi a Collact, startup atualmente sediada no Jardim Paulista, na zona sul de São Paulo. Comandada pelo brasiliense Bernardo Brugnara, de 25 anos, a Collact faz parte da geração de empresas que encontraram na tecnologia o principal suporte para grandes ideias de negócios.


À frente da Collact, Brugnara atua diretamente com fidelização de clientes. Sua plataforma transforma em digitais aqueles típicos cartõezinhos fidelidade de restaurantes e estabelecimentos comerciais.
  Daniel Silber, da Mondelez; Bernardo Brugnara e Vladimir Figueiredo, sócios na Collact.

O projeto para a Mondelez ainda não está pronto e o que já foi desenhado ainda é segredo, mas a campanha deverá aproveitar o conhecimento dos jovens empreendedores em fidelização de clientes na ativação no ponto de venda.

A Collact tem apenas dois anos de idade e já contou com dois aportes de investidores anjo. Brugnara conta que sempre quis ter o próprio negócio, mas tinha muito receio. “Eu venho de uma família de executivos, sem essa cultura empreendedora, tinha medo mesmo”, diz.

Brugnara conta ter ensaiado bastante antes da apresentação para a Mondelez. “Até o Steve Jobs ensaiava antes de suas apresentações. Às vezes falta essa humildade de ensaiar e preparar tudo o que vai falar em tão pouco tempo”, diz. Eles tinham apenas sete minutos para mostrar a que vieram. “Fiquei duas horas ensaiando antes da apresentação e fui. Tem de ter a hora certa de fazer piada e não pode se perder na apresentação”, conta.

Daniel Silber, gerente de submarcas do Trident, vai acompanhar de perto o trabalho da startup. “Vamos desenvolver soluções mais ousadas e mais tradicionais para levarmos as opções para os executivos”, diz. “Já imergimos na Collact, a Collact já imergiu na Mondelez, agora é hora de consolidar a proposta.”

28 de novembro de 2013

Ford fecha fábrica e ameaça economia de pequena cidade belga

Circulavam há meses os boatos de corte de empregos na grande fábrica da Ford na cidade decadente de Genk, Bélgica, que dependeu durante décadas da extração de carvão. Porém, em uma manhã ensolarada há um ano, quase ninguém esperava o que aconteceria na cidade cidade de 65 mil habitantes.
Marianna Musulino, co-proprietária de uma lanchonete perto da fábrica, em Genk: clientes passaram a economizar nos pedidos.

Convocados a uma reunião dentro da fábrica, representantes dos trabalhadores começaram a mandar torpedos antes mesmo de os executivos da Ford terminarem de ler um comunicado conciso. A Ford decidira fechar Genk para sempre. A fábrica, que empregava 4.300 pessoas, produziria seu último automóvel no final de 2014.

A batalha de Genk havia começado. E ela se tornaria um estudo de caso de como pode ser difícil para uma montadora cortar a capacidade de fabricação na Europa, mesmo quando o mercado automobilístico nessa parte do mundo está no ponto mais baixo em duas décadas.


Representantes do sindicato usaram megafones para espalhar a notícia sombria para os trabalhadores de plantão durante o anúncio. Algumas pessoas choraram. Outros fizeram barricadas nos portões da fábrica, prendendo aproximadamente seis mil veículos recém-construídos, de modelos como Mondeo, minivans S-Max e peruas Galaxy já vendidos – criando um congestionamento que fecharia a produção durante meses.

Os operários não iriam facilitar as coisas para a Ford. "Agora eles tinham de conversar", contou Jean Vranken, diretor regional do sindicato ACV que representa os trabalhadores da Ford em Genk.

A Ford é uma das poucas empresas a desafiar a resistência feroz de políticos e dos poderosos sindicatos europeus enquanto tenta reproduzir a redução brutal que as montadoras fizeram nos Estados Unidos – e que subsequentemente ajudou na recuperação agora em andamento do mercado automobilístico norte-americano.

Já em Genk, um ano após o anúncio, a calma que agora voltou veio a um preço alto para a empresa, seus operários e a comunidade. A Ford conseguiu fechar um acordo trabalhista que lhe permitirá fechar a fábrica, como programado, no fim do ano que vem.

O fechamento de Genk e de duas fábricas menores na Grã-Bretanha cortará a capacidade da Ford na Europa em 18% e, segundo a montadora, possibilitará a volta à lucratividade no continente, em contrapartida a perdas neste ano que já somaram US$ 1 bilhão.

Contudo, o acordo somente foi possível depois de uma longa e amarga batalha que custou US$ 750 milhões apenas para fechar um acordo com quatro mil operários de Genk (aproximadamente US$ 190 mil por cabeça).

E o custo total da reforma europeia da Ford deve ser muito maior por causa dos pagamentos adicionais aos funcionários administrativos de Genk e dos gastos para fechar as portas das fábricas em Southampton e Dagenham, Inglaterra. A Ford calculou em US$ 1 bilhão o valor das verbas rescisórias das três unidades.
Mecânico trabalha em fábrica da Ford na cidade belga de Genk: comunidade está apreensiva com fechamento da unidade.

O custo das dispensas é muito mais elevado do que nos EUA, onde a Ford reservou US$ 374 milhões, em 2009, para cobrir as verbas rescisórias de 2.400 trabalhadores (US$ 155 mil por cabeça). Além disso, as leis trabalhistas europeias são muito mais favoráveis aos sindicatos do que nos Estados Unidos, e costumam apoiar os operários em sua tradição de militância. Em Genk, os operários impediram que a fábrica operasse normalmente por mais de quatro meses e receberam seguro-desemprego por parte do tempo em que agiram assim.

Segundo estimativas, as fábricas na Europa Ocidental e Oriental podem produzir entre sete e oito milhões de carros e caminhões leves que o mercado pode absorver. Muitas fábricas estão operando com somente 60% da capacidade ou menos. O excesso é o principal motivo para empresas como Ford, Fiat, a unidade Opel, da General Motors, e PSA Peugeot Citroën já terem perdido bilhões de euros na Europa nos últimos anos.


"Não foi uma decisão fácil para a Ford. Nós sabemos que isso afeta as pessoas e suas famílias. Porém, nós precisávamos fazê-lo para influenciar de forma positiva nosso futuro", disse durante entrevista telefônica Stephen Odell, CEO da Ford da Europa.

Embora a indústria automobilística tenha sido muito mais lenta em fechar fábricas na Europa do que nos EUA, ciente das dificuldades enfrentadas pela Ford, ela não é a única montadora extremamente ciente da questão do excesso de capacidade.

"A fábrica precisa funcionar a plena capacidade para ser rentável no segmento de volume", disse Pietro Boggia, ex-executivo da Fiat que agora trabalha no escritório londrino da consultoria Frost & Sullivan. "Se o nível atual da demanda de mercado não melhorar dramaticamente, infelizmente o fechamento de fábricas terá de continuar."

Despesas para a vizinhança

Contudo, para toda fábrica que o setor pode considerar um estorvo, existe uma comunidade a encarar a devastação econômica se a produção fechar. Em nenhum outro lugar isso é mais verdade do que em Genk, na porção oriental da Bélgica, província de Limburgo, a região menos próspera do norte do país onde se fala holandês.

Em Genk, muitos dos habitantes são descendentes de italianos, turcos ou marroquinos que vieram décadas atrás escavar carvão. Estima-se que dez mil empregos serão perdidos no final do ano que vem quando a Ford fechar a fábrica na cidade. Esse número inclui os trabalhadores da Ford e das empresas que dependem da unidade, de grandes fornecedoras de autopeças a pequenas empresas.

Marianna Musolino, coproprietária de um restaurante de batatas fritas em um bairro onde residem muitos operários da Ford, disse que os consumidores já começaram a reduzir os pedidos. "Eles não pegam maionese, o que é raro, mas economizam 50 centavos. Coisas estranhas assim", disse Musolino

De qualquer forma, a Ford não poderia continuar acumulando perdas na Europa. Ainda que a empresa a tenha cortado em mais da metade no último trimestre, na comparação com igual período do ano anterior, chegando a US$ 228 milhões, o total acumulado continuava a superar US$ 1 bilhão em perdas nos primeiros nove meses. Em 2012, a Ford perdeu US$ 1,8 bilhão na Europa, contabilizando o ano inteiro.

Fechar Genk dará à Ford a chance de consolidar a produção em uma fábrica em Valência, Espanha. A transferência de parte da produção para a Espanha já criou 1.300 novos empregos em uma região em situação econômica muito pior do que na área ao redor de Genk, embora a Ford tenha dito que os custos trabalhistas em Valência não sejam significativamente menores.

Quanto aos trabalhadores de Genk, a perspectiva de um futuro desempregado chega rapidamente. "É preciso encontrar algo, e rápido", disse Sandro Maurina, 36 anos, mecânico da Ford que trabalha na empresa desde os 18 anos. Como muita gente em Genk, Maurina e a esposa, Sabrina Gattanella, que têm dois filhos pequenos, são descendentes de italianos que imigraram para a região décadas atrás para trabalhar nas minas de carvão. Porém, a última mina foi fechada na década de 1980.

Sandro Maurina estuda enfermagem à noite. No entanto, diretores do sindicato e autoridades locais afirmaram temer que muitos operários da Ford ainda estejam em choque, sem saber o que fazer em dezembro de 2014. As autoridades municipais e provinciais estudam maneiras de incentivar o empreendedorismo, esperando que o governo em Bruxelas construa uma nova prisão na área, gerando 500 empregos.

Entretanto, não existe como absorver de imediato todos os novos desempregados. "Se você conhecer alguma grande empresa que gostaria de vir para cá, por favor, deixe-os vir", disse Herman Reynders, governador da província de Limburgo. "Mas eu não acho que isso irá acontecer."

27 de novembro de 2013

McDonald's criará 3ª janela no drive thru para tentar recuperar vendas

O McDonald's anunciou, em seu último balanço financeiro, que vai acrescentar uma terceira janela no serviço de drive thru nos Estados Unidos para tentar agilizar o atendimento e recuperar o desempenho nas vendas. A segunda maior rede de hambúrgueres do mundo – já ultrapassada pelo Subway – teve resultados abaixo do esperado em outubro no país e queda de vendas no Japão.
                    Cerca de 70% das vendas do McDonald's nos EUA vêm do drive thru.

A ideia de criar a nova janela no corredor de veículos, entre as duas já existentes – uma para fazer o pagamento e outra para retirar a comida –, é atender a pedidos mais sofisticados, ou “personalizados” demais, que aumentam o tempo de espera e alongam as filas de veículos.


Evitar que o consumidor se irrite é uma preocupação que o McDonald's, fundado em 1955, não precisava ter décadas atrás. O cenário mudou drasticamente com a disparada da concorrência, quando a rede percebeu que detalhes como eficiência e conforto aos clientes faziam a diferença no desempenho.

Outra mudança que deve ocorrer em breve é a substituição do mobiliário de cozinha industrial por mesas mais amplas, capazes de acomodar uma variedade maior de ingredientes – uma vez que o McDonalds ampliou as opções em seu cardápio recentemente, incluindo saladas e componentes naturais para reforçar a imagem de comida saudável.

Em entrevista ao jornal americano Chicago Tribune, o consultor de redes de restaurantes em San Diego, John Gordon, afirmou que 70% das vendas do McDonald's vem de "motoristas famintos", fazendo com que o drive thru seja mais importante que o Big Mac para a rede de fast food.

A primeira unidade com drive thru do McDonald's surgiu em 1975, em Sierra Vista, Arizona. Desde então, as redes de fast food competem pelo atendimento mais veloz.

26 de novembro de 2013

Caixa e Santander podem refinanciar dívida de R$ 400 mi da OSX

A OSX obteve refinanciamento de empréstimo de 400 milhões de reais, após 17 dias do seu vencimento.

A OSX, construtora naval controlada pelo empresário Eike Batista, deverá obter o refinanciamento de um empréstimo bancário de 400 milhões de reais, dezessete dias após seu vencimento, segundo disseram nesta terça-feira duas fontes com conhecimento da negociação. A Caixa Econômica Federal e o Banco Santander (este forneceu garantia para tornar o empréstimo viável) concordaram em rolar a linha de crédito por um período adicional de doze meses, de acordo com uma das fontes.

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A operação da OSX está diretamente ligada à da OGX, a petroleira de Eike que pediu recuperação judicial na semana passada. Como sua principal função era guarnecer a OGX com equipamentos da indústria naval, as dificuldades da companhia de óleo e gás colocam em xeque a própria atuação da OSX. Na primeira semana de novembro, analistas consideravam a hipótese de a empresa naval pedir recuperação judicial. Em nota, a OSX afirmou que o pedido era uma opção, mas que nada havia sido definido.

Ações - Após a notícia sobre o refinanciamento, as ações da OSX encerraram em forte alta o pregão desta terça-feira. Segundo dados preliminares, os papéis da empresa subiram 20,75%, a 0,64 real, diante de variação negativa de 1,13% do Ibovespa, do qual eles não fazem parte.

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25 de novembro de 2013

Preço dos imóveis cai em 3 dos 10 bairros mais caros do Brasil em outubro

        Leblon: símbolo da alta expressiva de preços do mercado imobiliário sofre queda.

Os imóveis de três dos dez bairros mais valorizados do Brasil estão – ligeiramente – mais baratos. Símbolos da disparada do preços no mercado de imóveis brasileiro, que levantou especulações sobre a existência de uma bolha imobiliária, Leblon e Jardim Botânico (no Rio) e Jardim Europa (em São Paulo), tiveram queda no valor do metro quadrado em outubro em relação a setembro, segundo o índice Fipezap, que apura o valor pedido por quem quer vender a propriedade.

O m² mais caro do Brasil continua a ser o do Leblon: R$ 21.886. Esse valor, entretanto, caiu 0,9% em outubro, e é o menor desde maio de 2013. No Jardim Botânico, o m² recuou 0,5%, para R$ 15.172. Em São Paulo, o preço no Jardim Europa caiu pela primeira vez desde abril, para R$ 10.768 – 1% do que o valor de maio.

“Nesses dois bairros [ Leblon e Jardim Botânico ], que vinham sofrendo uma valorização expressiva, há um ajuste de preço”, diz Leonardo Schneider, vice-presidente do Secovi Rio, para quem a queda de preços na Zona Sul do Rio é pontual. “Acho que o preço vai se manter e crescer ao nível da inflação. Houve um ajuste nesse mês [ outubro ]”.

Pequenos, mas simbólicos 

Pequenos e pontuais, os recuos indicam menos uma situação alarmante do que um cenário mais complexo para o mercado imobiliário, avalia Eduardo Zylbestajn, coordenador do indicador.

“Apesar de não serem quedas expressivas, mostram uma mudança de situação. O momento não é mais o mesmo que a gente viveu em que subia em todos os lugares”, afirma.

Nessa nova situação, ressalta o economista, os preços vão variar de forma mais diversificada, respeitando as características de cada local. No caso carioca, ao mesmo tempo em que caíram no Leblon e no Jardim Botânico – e, segundo o Secovi Rio, em Copacabana (-1,07%) –, os preços do m² subiram na Gávea (0,4%), na Lagoa (1,3%) e em Ipanema (0,9%), na mesma Zona Sul.


“Vai haver cada vez mais dinâmicas localizadas ditando o ritmo dos preços. E isso vale também para as cidades. E isso é o normal”, diz Zylberstajn, da Fipe. O atípico, diz ele, é um aumento indiscriminado.

Mais próximo da inflação 

Os desempenhos municipais também ilustram essa diversidade. No acumulado de 12 meses encerrados em outubro, o m² em Curitiba valorizou 38,4%, quase o triplo da média do composto de 16 cidades avaliadas pelo Fipezap, de 13,4%. Já em Brasília, a alta foi de 4,7% – aproximadamente um terço da média.

O Rio teve um aumento acumulado mais próximo da média – 14,7% –, mas vem em trajetória de queda nos últimos três meses, enquanto a tendência nacional é de valorização. Em São Paulo, a valorização dos imóveis voltou a acelerar ligeiramente, para 13,4% em outubro ante 13,3% em setembro.

Embora distante dos recordes atingidos nos últimos anos – no Rio, a valorização chegou a 44% ao ano em junho de 2011 e em São Paulo, a 29% em julho do mesmo ano – esses indicadores ainda estão bastante acima da inflação acumulada no período. 

O Índice Nacional da Construção Civil (INCC), medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), estava em 8,08% em outubro – ante os 13,4% do Fipezap. A inflação oficial do País, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 5,69% em setembro.

Para Zylberstajn, da Fipe, quem pensa em comprar imóvel para investir não deve contar com intervalos tão expressivos no futuro.

“Não recomendo que as pessoas contem com uma valorização acima da inflação para sempre.”

24 de novembro de 2013

Balança comercial acumula pior déficit no ano desde 1998

As exportações somaram 22,822 bilhões de dólares e as importações, 23,046 bilhões de dólares em outubro.

A balança comercial brasileira acumula um déficit de 1,832 bilhão de dólares no ano, entre os meses de janeiro e outubro, ante um superávit de 17,350 bilhões de dólares em igual período de 2012. O déficit no acumulado do ano é o pior do Brasil em dez meses desde 1998, ano em que foi registrado déficit no período de 5,080 bilhões de dólares.

No acumulado do ano, as exportações somam 200,472 bilhões de dólares e as importações, 202,304 bilhões de dólares. Os números foram divulgados no dia 1º de novembro pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

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No dado mensal, a balança comercial também registrou déficit, de 224 milhões de dólares, o pior resultado para outubro desde 2000, quando foi verificado saldo negativo de 546 milhões de dólares. Segundo o governo, o saldo negativo foi resultado da diferença entre os 22,822 bilhões de dólares em exportações e as importações, no montante de 23,046 bilhões de dólares.

O resultado veio abaixo do esperado pelos especialistas consultados pela Reuters, com projeção de saldo positivo de 1,5 bilhão de dólares. O resultado negativo ocorre depois de dois meses de superávit. Em setembro, a balança comercial havia registrado saldo positivo de 2,147 bilhões de dólares.

Itens — Dados do MDIC mostram que as exportações de todas as categorias de produtos registraram queda nos dez primeiros meses do ano quando comparado ao resultado de igual período de 2012. Os produtos semimanufaturados apresentaram a maior retração, de 8%. O resultado se deve, segundo o governo, principalmente às quedas nas vendas de óleo de soja em bruto, semimanufaturados de ferro/aço e ferro fundido. No sentido oposto, cresceram as vendas de catodos de cobre, couros e peles e celulose.

A exportação de produtos básicos caiu 0,7%, puxada principalmente por algodão em bruto, petróleo em bruto, café em grão e carne suína. Cresceram as vendas de milho em grão, soja em grão, carne bovina e minério de ferro. A queda dos manufaturados foi de 0,1%, principalmente devido à retração nas vendas de aviões, óleos combustíveis e laminados planos. Nessa categoria, cresceram as vendas de plataforma para exportação de petróleo, automóveis de passageiros e hidrocarbonetos e derivados.

Mercados — A exportação para os Estados Unidos ficou 9,2% menor no período devido a motores e geradores elétricos, petróleo em bruto e máquinas para terraplenagem. Para a África, as vendas caíram 8,3% devido à venda menor de trigo em grão, arroz em grão e veículos de carga. Para o Oriente Médio, a queda foi de 7,5%, puxada pelos óxidos e hidróxidos de alumínio e óleo de soja em bruto. Para a Europa Ocidental, a retração foi de 6,2%.

Para América Latina e Caribe, exceto Mercosul, a queda foi de 6,2% e para a União Europeia, diminuição de 2,5%. Cresceram 4,8% as exportações para o Mercosul. Só para a Argentina, houve crescimento de 10,3%. Para a Ásia, o crescimento foi de 4,5%. Só para a China, o crescimento foi de 11,8%.

23 de novembro de 2013

Eike Batista deve até para fornecedor do cafezinho

Na lista de credores da OGX que acumula dívidas de R$ 11,3 bilhões, constam até os fornecedores de cafezinho, que têm para receber cerca de R$ 10 mil. O calote atingiu também serviços de refrigeração, no valor de R$ 11 mil, empresas de aluguel de automóveis (R$ 6 mil), cooperativas de táxis (R$ 9 mil) e material de papelaria (R$ 4 mil). As contas de telefone celular e serviços de telecomunicações acumulam valores de R$ 85 mil não honrados por Eike Batista.
De bancos a órgãos públicos, empresas que confiaram em Eike agora amargam prejuízos.

No rastro de inadimplência da OGX, amargam prejuízos fundos de investimentos, bancos, órgãos públicos e até fornecedores de materiais e serviços - de refrigeração à papelaria.



No relatório encaminhado à Justiça em que elenca todos os credores, a OGX informa ainda que as dívidas com a Petrobrás somam R$ 37 milhões e já têm prazo de pagamento vencido. Com a subsidiária Petrobrás Distribuidora, as dívidas passam de R$ 3 milhões e ainda não estão vencidas. Juntas, as empresas detêm 0,21% das dívidas da petrolífera do grupo X. Procurada, a Petrobrás não comentou os valores.

Outros órgãos estatais também figuram na lista. A Caixa Econômica Federal é credora de cerca de R$ 121 mil, e o Ministério dos Transportes, R$ 100 mil. Também constam como credores o Ministério da Fazenda, o Tribunal de Justiça e a prefeitura do Rio.

No total das dívidas da empresa de Eike, pouco mais de R$ 740 milhões são de títulos vencidos. Entre os principais credores, estão fundos de investimentos com mais de R$ 8 bilhões. O grupo francês Schlumberger, da área de petróleo, acumula mais de R$ 150 milhões em títulos. O relatório também expõe a dívida entre as empresas irmãs do grupo X.

A OSX reclama o pagamento de R$ 1,6 bilhão por contratos de locação de equipamentos, como plataformas de exploração. A OGX, entretanto, reconhece dívidas de apenas R$ 770 milhões.

A petroleira de também deixou de pagar serviços básicos da empresa, como o aluguel da sede do grupo EBX. A administradora do Edifício Serrador, no Centro do Rio, cobra uma dívida de mais de R$ 757 mil referentes ao aluguel do espaço. Em função das dívidas, as empresas do grupo começaram a deixar o prédio no início de outubro.

Assembleia

Esvaziada, a assembleia extraordinária de acionistas da OGX, elegeu ontem três membros independentes para o Conselho de Administração. Apenas dois acionistas minoritários foram à assembleia, no auditório do Grupo EBX. A reunião do dia 1º de novembro teve poucos minutos e começou pontualmente ao meio-dia. O presidente da OGX, Paulo Narcélio Simões Amaral, não foi. Eike Batista também mandou um representante.

22 de novembro de 2013

Facebook anuncia queda de usuários mais jovens

O Facebook registrou queda de usuários mais jovens no terceiro trimestre do ano. A declaração foi dada pelo diretor financeiro (CFO) David Ebersman, na conferência de resultados da empresa. 

O executivo disse na apresentação que houve uma queda no número de usuários do Facebook que acessam a rede diariamente entre os mais jovens, apesar de apontar que o uso da rede social por adolescentes americanos em geral ficou estável entre o segundo e o terceiro trimestre.


Porém, Ebersman ressalta que o impacto do dado é questionável, pois a autodeclaração de idade entre os mais jovens não é confiável, e lembra que o engajamento da rede social “permanece forte”.
                                              O CEO da rede social, Mark Zuckerberg.

Em nota, o Facebook no Brasil aponta que a queda parece ser pequena, já que está baseada em um grupo muito pequeno dentro da faixa etária de jovens. 

Para Felipe Wasserman, professor do Centro de Inovação da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), o Facebook, apesar de ter uma grande base de usuários, passa por um ciclo natural de todas as redes sociais. “A rede social cresceu e deixou de ser novidade. Geralmente, os jovens são os primeiros a mudar. Portanto, esse movimento tende a ser ampliado”.

O movimento, cita Wasserman, acontece mais entre usuários com 12 a 14 anos, mas pode atingir jovens de até 20 anos. Porém, o professor da ESPM ressalta que deve demorar a acontecer no Brasil. “É uma realidade nos Estados Unidos e Europa. No País, ainda há espaço para a rede crescer entre os jovens”. 

Cabe à empresa saber como manter este usuário, diz o professor. “A rede cresceu tanto que os usuários começam a pensar se querem se comunicar com tanta gente, e acabam optando por utilizar novas redes”.


Para Carlos d'Andréa, professor do departamento de comunicação social da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), ser a rede mais usada não é uma garantia. “Em uma rede social, se usuários começam a migrar, isso facilmente pode virar uma avalanche. Isso porque o usuário não encontra uso para ela se os seus amigos deixam de usá-la.”

Se renovar constantemente para manter a base de usuários não é o maior desafio da rede social, mas, sim mostrar retorno financeiro para marcas e investidores, na análise de Wasserman. “A plataforma pode se beneficiar com um público com mais idade. Apesar de terem menos amigos, interagem mais e são fiéis. O problema é que, com relação ao retorno financeiro, especialmente no curto prazo, a empresa ainda gera mais dúvidas que certezas.”

21 de novembro de 2013

IPI de automóveis subirá em janeiro, mas não integralmente

O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos automóveis vai subir em 1º de janeiro, mas não integralmente. A alíquota a ser aplicada será definida até o fim do ano. A decisão foi anunciada no dia 1º de novembro, em São Paulo, pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao presidente da Associação Nacional do Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan.

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"Ficou claro que a alíquota não voltará integralmente e pedimos que seja a menor possível", disse Moan, após o encontro. "Para nós, o melhor mesmo seria manter como está hoje."
Volta do IPI no início de 2014 deve aquecer vendas do segmento automotivo no final do ano.

Após passarem por duas mudanças em maio de 2012 e março, as alíquotas estão em 2% para carros 1.0, em 7% para carros até 2.0 flex e em 8% para a gasolina. As taxas antes do corte promovido no ano passado eram, respectivamente, de 7%, 11% e 13%. Recentemente, o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, havia citado estudos para uma prorrogação do corte até o fim do primeiro trimestre.

A decisão de Mantega foi anunciada no mesmo dia em que saíram os resultados das vendas em outubro. Houve crescimento de 6,6% em relação a setembro, mas queda de 3,3% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Foi o segundo melhor outubro da história, com 330,2 mil unidades, incluindo caminhões e ônibus. O recorde para o mês foi em 2012, com 341,7 mil veículos.

No ano, contudo, a soma de 3,110 milhões de veículos vendidos é 0,65% inferior ao resultado do mesmo período de 2012. Para atingir a nova meta da Anfavea, de crescimento de 1% a 2% em relação a 2012, o setor terá de vender, no mínimo, 364 mil veículos este mês e em dezembro, número alcançado somente uma vez, em julho do ano passado.

Só o segmento de automóveis e comerciais leves, beneficiado pelo IPI menor, vendeu 313,8 mil unidades em outubro, alta de 6,6% ante setembro, mas redução de 4% em relação a outubro de 2012. No ano, as vendas somam 2,641 milhões de unidades, 1,3% a menos que no mesmo período do ano passado.

O sócio-diretor da consultoria Go Associados, Fábio Silveira, não vê para os próximos meses "um ambiente econômico que favoreça o fortalecimento da indústria automobilística". Para ele, câmbio mais elevado, desaceleração da massa salarial e crédito mais caro são fatores que inibirão as vendas.

O presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Flavio Meneghetti, informou que o resultado de outubro é consequência, em parte, de o mês ter um dia útil a mais que em setembro.

Meneghetti aposta que a perspectiva de volta do IPI, ainda que parcialmente, deve provocar aquecimento nas vendas nos dois últimos meses do ano, "equilibrando o resultado final de 2013".

Segundo analistas do mercado, mesmo com todas as promoções realizadas em outubro, com a maior oferta de financiamentos sem juros e prazos de até 60 meses, o estoque de fábricas e lojas continua alto, próximo a 40 dias de vendas, mesmo nível do fim de setembro.

20 de novembro de 2013

Operadoras tentam enterrar suspensão de venda de planos de saúde

Padilha (Saúde): frase do ministro sobre o programa ser uma 'punição' é usada como argumento pelas operadoras no STF.

Grandes operadoras de saúde do Brasil tentam impedir a suspensão da venda de seus planos com base no número de reclamações de consumidores. O bloqueio da venda de novos contratos é feito pela Agência Nacionald e Saúde Complementar (ANS), que fiscaliza o setor. E uma declaração do ministro da Saúde, Alexandre Padilha, tem sido usada pelas empresas com esse objetivo.

O programa existe desde 2011 e, a cada três meses, prevê a divulgação de uma lista de planos cuja venda deve ser suspensa por 90 dias. A definição é feita com base em queixas dos beneficiáros à ANS. A última edição é de agosto e atingiu 246 planos de 26 operadoras.

A Federação Nacional de Saúde Suplementar (Fenasaúde) e a Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), às quais pertencem dez dessas operadoras, pediram ao Supremo Tribunal Federal (STF), separadamente, para que a Corte volte a liberar a venda dos planos de suas filiadas do bloqueio de vendas, iniciado no começo de outubro.

Essa suspensão acabou depois do dia 31 de outubro – a previsão da ANS era que terminasse até o dia 31 de outubro –, mas uma decisão contrária do mais alto Tribunal do País pode colocar futuros bloqueios em xeque.

“[ O questionamento ] não se resume ao 6º ciclo, mas ao processo de monitoramento como um todo e a sua pertinência ante os princípios constitucionais e a própria regulamentação da ANS”, diz o advogado André Tavares, do escritório Sergio Bermudes, um dos mais prestigiados do País – tem entre seus clientes o empresário Eike Batista – e que representa a Fenasaúde.

O pedido da Fenasaúde está nas mãos do presidente do STF, Joaquim Barbosa, a pedido da federação. O da Abramge, que é representada por Dagoberto Steinmeyer, está sob avaliação do ministro Teori Zavascki.

"O Supremo vai declarar inconstitucional [ o programa ]. Se ele [ Zavascki ] der uma decisão técnica, eu vou ganhar a reclamação", diz Steinmeyer.

As duas associações também aguardam o resultado de um questionamento ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), responsável pela carta branca à suspensão, e de outros aos Tribunais Regionais Federais da 2ª e da 3ª Região. 

Precaução ou punição
Diretor da ANS, André Longo: agência pode perder um dos instrumentos de controle do mercado.

Um dos argumentos centrais da tese da Fenasaúde é que a suspensão é uma penalidade aplicada às operadoras da qual elas não tiveram condições para se defender – mesmo as reclamações que demandariam maior apuração pela ANS foram contabilizadas no cálculo para definir o bloqueio de vendas, alegam.

A ANS nega. Ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), a agência disse que o bloqueio é uma medida preventiva, e não uma penalidade – que ensejaria um processo administrativo completo. O argumento colou.

Em agosto, entretanto, o próprio ministro Padilha disse que a suspensão é “a principal punição” do programa de monitoramento. A frase, então, foi parar na reclamação da Fenasaúde ao STF.

“De fato a, a punição é uma questão central”, afirma o advogado Tavares. “Se você é privado de sua liberdade ou de patrimônio, é uma restrição à sua esfera de direitos.”

Procurado, o Ministério da Saúde não comentou as informações. A ANS defendeu o programa e sua metodologia informou que “no que o normativo da criação do grupo técnico” que vai analisar melhorias no processo “já está sendo elaborado”.

A agência não informa quando o atual ciclo de suspensão termina, e quando começa o próximo.

Gigantes punidas

Segundo uma fonte do setor, sempre houve questionamentos judiciais às suspensões, feitas individualmente pelas operadoras. Dessa vez, o tom subiu em razão do porte das operadoras atingidas.

"As associações foram com tudo. É normal”, disse a fonte, que falou sob condição de anonimato por não estar autorizada a comentar o assunto. "Está nas mãos do Joaquim Barbosa."

O Grupo Amil, que detém cerca de 10% do mercado de saúde suplementar do País e é o único a ser representado tanto por Abramge como Fenasaúde, responde por 133 dos 246 planos atingidos pela suspensão de vendas. São produtos importantes da casa: em média, eles serviram para a captação de cerca de 54% dos clientes que as três operadoras do grupo atingidas (Amil, Amico e Excelsior) têm atualmente.

A SulAmérica, que teve 13 planos bloqueados, responde por outros 3,4% do mercado. Seus planos suspensos, por outro lado, são menos importantes: representam 27% de sua carteira de beneficiários atual. Os grupos foram procurados, mas não se pronunciaram.

“Tem casos, por exemplo, em que um produto responde por 70% do faturamento da operadora. Vai quebrar a operadora”, diz o advogado Dagoberto Steinmeyer, que atua na ação da Abramge. “A ANS cometeu uma violência contratual absurda.”

19 de novembro de 2013

Setor de franquias deve fechar o ano com faturamento de R$ 117 bilhões

Cristina Franco: "As franquias geram renda, levam produtos e serviços para os locais mais distantes do País."

A Associação Brasileira de Franchising (ABF) divulgou no dia 1º de novembro que o setor de franquias deve crescer 14% este ano, atingindo um faturamento de R$ 117 bilhões.

Segundo a entidade, o ambiente econômico do ano foi bastante “instável”, mas o setor conseguiu manter o crescimento acima de 10%, devido, principalmente, ao aumento do poder de compra da população.

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Para 2014, a expectativa de crescimento é de 13%, com incremento de 9% em inaugurações e 8% de novas marcas.

“O ritmo de abertura de lojas será menor, pois nesse ano já houve postergação de inauguração de nove shoppings centers. Para o ano que vem, a previsão é de 40 novos centros comerciais no País”, explica Ricardo Camargo, diretor-executivo da ABF.

De acordo com estimativas da entidade, também deve crescer a quantidade de marcas internacionais no País. A expectativa é que, em 2014, de 30 a 40 marcas estrangeiras desembarquem em território nacional. Hoje são 168 redes no total.

Segundo Cristina Franco, presidente da ABF, o foco em 2014 estará em mostrar para o governo a contribuição do setor para a economia e a importância do segmento para a sociedade.

“As franquias geram renda, levam produtos e serviços para os locais mais distantes do País e contribuem significativamente para a formalização do mercado e capacitação de mão de obra”, explica a executiva.

18 de novembro de 2013

Crédito de celular pré-pago volta a ter prazo de validade, decide Justiça

Os créditos de celular pré-pago podem ter validade, determinou no dia 30 de outubro o Superior Tribunal de Justiça (STJ). A expiração havia sido impedida há pouco mais de dois meses depois por uma decisão do Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), com sede em Brasília.
                                              Preços podem subir, argumenta Anatel.

A reviravolta atinge quase oito em cada dez linhas de telefonia móvel do País. Dos 268,4 milhões de celulares ativos, 212,2 milhões são pré-pagos.

Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações ( Anatel ), responsável pelo pedido ao STJ, os preços da telefonia móvel poderiam subir se o prazo de validade continuasse a ser proibido. 

"Os créditos devem ter, necessariamente, prazos de validade para evitar aumento de preços ao consumidor e para preservar o modelo de negócio pré-pago, cujo sucesso permitiu a massificação desse serviço de telecomunicações em benefício de milhões de brasileiros", informou a Anatel, em nota.

O aumento de preços, argumentou a agência reguladora, ocorreria para todos os clientes – e não só os que utilizam o modelo pré-pago – já que as operadoras teriam de manter ativas linhas "deficitárias", numa referência a clientes que não carregam o celular regularmente.

A Anatel também alega que se não houvesse prazo de validade, a quantidade de números de telefone disponível seria reduzida,"o que exigiria a constante inclusão de mais dígitos aos números já existentes."

As regras

As normas da Anatel preevem que, após o fim do prazo de validade, o serviço de telefonia possa ser parcialmente suspenso – com bloqueio de realização de chamadas ou recebimento de ligações a cobrar. Depois de um período adicional, a linha pode ser desativada. Hoje, o prazo mínimo de validade é de 90 dias, e as operadoras também devem oferecer opções de 180 dias.

Essas regras haviam sido consideradas nulas no último dia 14 de agosto pelo TRF-1, e por isso, valiam para todas as operadoras do País. Segundo o relator do caso, desembargador Antônio Souza Prudente, as normas que autorizam a expiração dos créditos permitem um "confisco" e o "enriquecimento ilícito" das operadoras. 

No dia 30 de outubro, entretanto, o presidente do STJ, Felix Fischer, aceitou os argumentos da Advoacia-Geral da União (AGU) – que representa a Anatel no caso – e derrubou a proibição. Agora, a possibilidade de um novo julgamento depende da Procuradoria-Geral da República.

"O que vamos fazer é comunicar a Procuradoria Geral da República mas a gente não tem como se vai haver recurso ou não", diz Bruno Valente, procurador da República do Ministério Público Federal no Pará (MPF-PA) e responsável pelo caso.

O procurador da República Bruno Valente, responsável pelo caso, informou que deve pedir à Procuradoria Geral da República para que avalie a possibildiade de recorrer da decisão do STJ.

17 de novembro de 2013

Reforma da casa própria lidera busca por consórcios de serviços

        Reformas residenciais lideram a utilização dos consórcios de serviços no Brasil.

Apesar de constituírem uma parcela ínfima dos consórcios no Brasil, as aplicações em grupo para contratar serviços mudaram de perfil desde sua criação, há quatro anos, com a lei 11.795/08, apontou um levantamento da ABAC (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios).


As reformas residenciais passaram a liderar o segmento com 63,35% de participação em setembro deste ano – ante 38% em maio –, à frente de festas e eventos (12,68%), saúde e estética (4,47%), turismo (3,06%), educação (0,67%) e outros. Há quatro anos, as procuras eram mais restritas a cirurgias plásticas e viagens, de acordo com a entidade.

O consórcio de serviços ainda está longe de ser popular. Apenas 0,3% do total dos 5,5, milhões de consorciados no País optaram pelo segmento, num mercado dominado por grupos formados para a compra de bens de consumo.

“Todo mundo conhece o consórcio de imóveis e veículos, mas o de serviços ainda é muito incipiente no Brasil. O desafio das empresas é divulgar melhor este segmento”, observa o presidente-executivo da ABAC, Paulo Roberto Rossi.

Com 68,5% de participação no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, o setor de serviços está longe de ser o carro-chefe das administradoras de consórcios. Os bens materiais predominam na carteira de grupos de pessoas, e os serviços aparecem como produto à parte.


O aumento na compra de imóveis na planta, acredita Rossi, foi o que mais estimulou a formação de grupos para a compra de serviços nas residências que exigem planejamento financeiro, especialmente reformas. A utilização vai de projetos arquitetônicos, marcenaria, pintura, instalação da parte hidráulica, até a construção de churrasqueiras e piscinas.

A participação de pessoas jurídicas nos consórcios de serviços saltou de 2% para 8,75% entre maio e setembro deste ano, crescimento acima de 330%. Segundo o presidente da ABAC, as empresas têm recorrido ao recurso para desenvolver programas de computador, investir em arquitetura, parte hidráulica, elétrica e pintura de forma programada.
Projetos de arquitetura, marcenaria e pintura estão entre os principais usos do consórcio de serviços residenciais.

Indicada para quem não tem disciplina financeira, a poupança “forçada” do consórcio de serviços funciona da mesma forma que o modelo tradicional. O prazo médio das aplicações em serviços, entre maio e setembro, foi de 37 meses, com faixas de crédito entre R$ 2 mil e R$ 24 mil.

Considerando uma taxa média de 0,59% ao mês e reajuste anual de 8%, um investimento de R$ 5 mil contratado no prazo de 36 meses, a uma taxa média de 0,59%, terá o valor final de 6.546,91, de acordo com uma simulação da ABAC.

"É uma alternativa mais barata que o financiamento, mas só para quem não precisa do serviço imediatamente", analisa Rossi. Contar com a sorte – há contemplados mensais dentro de cada grupo – também não deve ser motivo para fazer um consórcio, seja qual for o objetivo. O recurso é mais indicado para quem não tem disciplina financeira, nem pressa para concretizar seu objetivo.

16 de novembro de 2013

OGX, de Eike, pede recuperação judicial

                     Empresa já foi estrela do grupo do empresário Eike Batista, o EBX.

A petroleira controlada por Eike Batista, a OGX, entrou no dia 30 de outubro, por volta das 16h40, com pedido de recuperação judicial na 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro. 

O passivo da empresa soma R$ 11,2 bilhões, sendo que os maiores credores são os detentores de títulos de dívida (bônus) no exterior, que somam R$ 7,9 bilhões. A reunião que definiu o pedido de recuperação judicial aconteceu nesta quarta-feira, no Rio de Janeiro. 


Segundo o advogado Sérgio Bermudes, responsável pelo pedido de recuperação judicial, afirma que os ativos da OGX são suficientes para pagar as dívidas. "Os ativos são muito grandes. Não temos ainda uma estimativa, pois a lei não exige que se faça isso neste momento. São suficientes para propicionar negócios que resgatem a companhia da situação em que se encontra."

Bermudes, que foi responsável pelo processo de recuperação judicial da aérea Varig, diz que esse é um dos maiores casos pelo qual foi responsável.

A solicitação garante à empresa um prazo de 180 dias – prorrogável por mais 180 – para apresentação de um plano de reestruturação e quitação dos débitos pendentes.

No plano, conforme prevê a lei, os débitos trabalhistas são os primeiros a serem pagos. Embora tenha confirmado a demissão de 90 funcionários, a petroleira não fala quantos ainda seguem contratados pela empresa. Estes seriam os primeiros beneficiados de um plano de recuperação da empresa.

Reações

Por telefone, foi informado que o Departamento de Relações com Investidores da OGX não tinha ninguém disponível para dar explicações aos acionistas. A empresa não havia comunicado o pedido à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) que o pedido foi feito até às 17h12.

Neste horário, as ações da petroleira ainda eram negociadas na BM&FBovespa. O papel era cotado a R$ 0,16, e a queda no dia já era de cerca de 30,43%. As ações da petroleira seguiam negociadas no serviço oferecido aos investidores pela bolsa após o pregão (after market). 

Durante o dia, 278 milhões de ações da OGX foram negociadas entre compra e venda. Cerca de 7 milhões de compradores e 3 milhões vendedores operavam, afirmou um operador de mesa de uma corretora de valores. No final, mais 4 milhões e 400 mil papeis foram negociados.

Logo após a divulgação da notícia, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) divulgou nota apontando que "não concedeu nenhum financiamento à empresa OGX, não havendo, portanto, qualquer exposição de crédito à companhia".

Apenas sua sociedade gestora de participaçôes, a BNDESPAR, tem participação de 0,26% do capital total da empresa, o que representa apenas 0,01% de sua carteira de ações. Porém, o banco não divulga os valores.

Também foi concretizada a venda, já esperada, da OGX Maranhão.

Sem saída

O pedido já era esperado pelo mercado nesta semana, após a proposta de reestruturação da empresa não ter sido aceita por credores no dia 28 de outubro. As negociações aconteciam desde o início de setembro. 

No dia 1º de outubro, a empresa deu o primeiro passo para dar o calote aos investidores, ao não pagar as parcelas referentes a juros remuneratórios, no valor aproximado de US$ 45 milhões, referentes aos bônus emitidos pela controlada da companhia, OGX Austria GmbH.

A empresa tinha 30 dias para solucionar a questão e não pagar a dívida de forma antecipada, que venceria no dia 31 de outubro.

A petroleira, altamente endividada e diante da pouca geração de caixa, com sucessivas revisões de produção, havia celebrado em maio contrato para vender 40% de participação em blocos para a petroleira da Malásia Petronas. Mas a malaia resolveu esperar a reestruturação de sua dívida antes de realizar o investimento, que até hoje não havia acontecido. Em junho, o HSBC divulgou que o caixa da petroleira não aguentaria mais de um ano.

A petroleira amargou um prejuízo de R$ 4,7 bilhões no segundo trimestre do ano, ampliando as perdas de R$ 398,6 milhões apuradas no mesmo período do ano passado, conforme balanço em agosto.

Histórico

A petroleira de Eike Batista estreou na bolsa em junho de 2008 e movimentou R$ 6,71 bilhões, o que foi considerada a maior operação de estreia de uma companhia na história da bolsa de valores brasileira. A empresa já foi o maior ativo do Grupo EBX, de Eike Batista.

A empresa foi gradualmente revisando suas metas de produção após dezenas de anúncios ao mercado, alguns em tom de euforia, tratando de indícios de petróleo, o que gerou uma crise de confiança nos investidores. 

Desde que abriu capital, seu valor de mercado, de R$ 35,7 bilhões, caiu até o dia 29 de outubro 97,9%, para R$ 744,2 milhões. Sua ação, que chegou a valer R$ 23, encerrou seu último pregão cotada a R$ 0,17, segundo dados da Economatica.

Grupos de investidores minoritários da empresa, que somam cerca de 50 mil no País, cobravam explicações e maior transparência da empresa. A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) julga possíveis irregularidades protagonizadas pela companhia na comunicação com seus investidores. 

Em julho deste ano, a OGX comunicou a inviabilidade comercial de quatro blocos no que outrora foi considerado seu principal ativo, o campo de Tubarão Azul. 

As reservas de petróleo no Campo de Tubarão Martelo, o único da empresa que ainda estava em atividade, foram revisadas a menos de um terço do estimado em abril de 2012. Como argumento, citou a falta de tecnologia para viabilizá-los economicamente.