31 de maio de 2014

Seguro de carro deve ficar 10% mais caro

Quem tem um automóvel, sabe que muitas vezes acaba custando mais tê-lo que de fato comprá-lo. Além do combustível, da manutenção, das revisões e lavagens, há também o seguro, que deve ficar ainda mais caro até o final do ano. Essa é uma das perspectivas do estudo da corretora Marsh, o Insurance Market Report, divulgado com exclusividade. Segundo o material, fazer o seguro do carro vai ficar 10% mais caro até o final do ano.

E, como não podia ser diferente, a chamada taxa de sinistralidade – que mede a frequência de incidentes que envolvem o pagamento de indenizações pelas seguradoras – subiu.

Em 2013, foram roubados 470 mil veículos em todo o Brasil. Segundo as expectativas da Federação Nacional dos Seguros Gerais (Fenseg), serão 570 mil roubos neste ano, número 12,8% maior – segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o número de carros novos vendidos caiu 0,9% no mesmo ano, o que aponta um aumento desproporcional entre ocorrências e venda de veículos.
                                                 Custear um carro vai ficar mais caro.

Entre os possíveis sinistros, como colisões, enchentes e acionamento para terceiros, os roubos e furtos exercem o maior peso na composição do preço. Este aumento deverá ter impacto direto sobre as finanças das seguras, que, consequentemente, repassarão seus custos ao cliente.

Da composição do preço do prêmio – que é o valor pago por cliente –, 75% tem a ver com a sinistralidade. “Existem alguns pontos em que a seguradora tem controle efetivo, por exemplo, nos custos de comercialização. Mas no caso das indenizações, não temos como controlar”, comenta Neival Freitas, diretor executivo da Fenseg.

A alta nos roubos e furtos já vem desde 2013, quando o número de ocorrências cresceu 11,9% e acabou forçando as seguradoras a rever seus preços. “Até 2010, havia um processo forte de redução nos índices de roubo de furto e o preço vinha caindo sistematicamente. Já em 2012, o cenário começou a mudar”, aponta Freitas.

No Estado de São Paulo, por exemplo, que concentra a maior frota do País, o número de roubos cresceu cerca de 40%, segundo dados do Sindicato dos Corretores de Seguros no Estado de São Paulo (Sincor-SP). A maior parte do crescimento se deu no interior do Estado. “Isso desequilibra a carteira das seguradoras, é claro que poderá significar um ajuste”, afirma o presidente do Sincor, Alexandre Camillo. “O aumento dos roubos é alarmante.”

Temporada de seca alivia pouco o caixa das seguradoras

Se, por um lado, o roubo de carros cresce, por outro, os gastos das seguradoras com sinistros relacionados a enchentes já diminuíram, uma vez que a temporada de chuvas deste ano foi comedida.

“Havia uma provisão para essa expectativa que eles não realizaram”, lembra Alexandre Camillo. No entanto, o presidente do Sincor destaca que as perdas parciais que acontecem na maior parte dos casos de enchente são bem mais baratas que os eventos de roubo ou furto. “Esse impacto é quase inadministrável".

Lei dos desmanches pode aliviar preço do seguro a partir de 2015

No dia 20 de maio, foi sancionada uma lei federal que trata do desmanche de veículos. Na expectativa de uma redução de 50% no número de ocorrência de roubos e furtos, Neival Freitas comemora a decisão. A lei determina que toda empresa de desmanche de veículos tenha uma autorização expedida pela Secretaria de Segurança Pública e cada peça deverá ser identificada, de forma a sinalizar quais materiais vieram de carros já roubados.
       Em cidades como São Paulo, ruas abarrotadas de carros e recordes de acidentes.

Assim, deverá ficar mais difícil revender as peças após o desmonte, inibindo a ação dos bandidos. “A partir da vigência dessa lei, peças roubadas ficarão de fora do mercado, diminuindo o sinistro.” Esse movimento deverá refletir no preço, naturalmente, fazendo pressão para a queda nos prêmios.

No mercado corporativo, a terceirização das grandes frotas também é um fator agravante. “Quando é terceirizado, existe menos cuidado dos condutores e dos gestores com o veículo”, Thomas Andersson, líder da prática de posicionamento de mercado da corretora Marsh.

Outros seguros também devem oscilar de preço

A corretora Marsh também vê uma tendência de aumento de 10% nos planos de saúde. Aqui, a alta também é resultado do aumento da sinistralidade – algo bem natural quando se considera o crescimento no número de empregos formais. “Quando o seguro é da empresa, as pessoas usam o benefício com muito mais frequência”, pontua Andersson.

O aumento da demanda, aqui, não tem o mesmo efeito que o aumento nas frotas de veículos. “Temos visto um interesse crescente nos ajustes dos benefícios do seguro saúde”, sinaliza Andersson.

Mais que isso, o acompanhamento do governo em cima do assunto cria uma instabilidade para a operadora, que se vê obrigada a se capitalizar para sustentar os períodos de suspensão ela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). “O olho do governo neste setor é enorme. As empresa têm de tomar cuidado para não ter a licença suspensa.”

30 de maio de 2014

As cinco estratégias favoritas dos ricos para sonegar impostos

A multa de mais de US$ 2,5 bilhões imposta ao banco Credit Suisse, acusado de ajudar milionários americanos a sonegar impostos, evidenciou uma trama complexa que envolvia advogados, banqueiros, contadores e contas secretas.
Credit Suisse foi multado pelos EUA, acusado de ajudar milionários a sonegar impostos.

Empresários, esportistas, artistas endinheirados e funcionários do mercado financeiro estão entre as pessoas que pertencem a uma "elite" frequentemente acusada de não cumprir suas obrigações com o Fisco de seus respectivos países.

Estima-se que a evasão fiscal movimente um montante cinco vezes maior que a economia global, com impactos sobre a desigualdade social.

Um relatório calcula que as 91 mil pessoas mais ricas do planeta controlem um terço da riqueza mundial (e respondam pela metade dos depósitos em paraísos fiscais). Um total de 8,4 milhões de pessoas (0,14% da população mundial) concentra 51% da riqueza.

A evasão fiscal ajuda a aprofundar esse abismo.


Conheça as cinco formas comumente escolhidas por milionários para pagar menos:

1 - Subdeclarar impostos

O primeiro passo costuma ser declarar menos rendimentos do que os realmente obtidos.

Patrick Stevens, diretor de política fiscal do Chartered Institute of Taxation, órgão britânico que prepara funcionários da Receita do país, diz que isso ocorre em duas etapas.

"De um lado, a pessoa declara menos do que ganha. De outro, esconde a diferença, para que não seja encontrada pelo Fisco", disse à BBC Mundo.

E isso depende de uma rede profissional que, segundo críticos como James Henry, da Universidade de Colúmbia, virou parte estrutural do atual sistema financeiro.

"É uma indústria dedicada à evasão fiscal e à potencialização de ganhos financeiros", acusa.

2 - Registrar empresas em paraísos fiscais

No estudo The Price of Offshore Revisited (O preço dos paraísos fiscais, em tradução livre), James Henry calcula que haja ao menos US$ 21 trilhões nos chamados paraísos fiscais, soma próxima aos PIBs de Estados Unidos e Japão (a primeira e a terceira economias globais).

Um dos paraísos favoritos são as Ilhas Cayman, que têm 85 mil empresas registradas - mais do que o total de habitantes.

As Bahamas, por sua vez, têm 330 mil habitantes e 113 mil empresas - uma para cada três pessoas.

Nessas ilhas, poucas perguntas são feitas para quem quer abrir empresas.

"Um milionário dos Estados Unidos monta o que chamamos de empresa fantasma em um paraíso fiscal e a usa para fazer transações com preços falsos para transmitir dinheiro para lá, onde não pagará impostos", diz Henry.

O presidente americano, Barack Obama, costuma citar em seus discursos o caso do edifício Ugland, sede de 18 mil empresas nas Ilhas Cayman.

E Obama nem precisava ir tão longe. O Estado de Delaware, no nordeste dos Estados Unidos, tem 917 mil habitantes e 945 mil companhias registradas.

O mecanismo se tornou um clássico da evasão. O site de análise financeira em espanhol Fútbol Finanzas publicou recentemente uma lista de jogadores que usaram técnicas parecidas nos últimos 20 anos.

Desde o craque argentino Lionel Messi até lendas do esporte, como o brasileiro Roberto Carlos, o português Luis Figo e o búlgaro Hristo Stoichkov estavam na lista.

3 - Usar "laranjas"

Uma maneira de esconder rastros é nomear um "laranja" que atue como proprietário do ativo ou da empresa.

"Se pode nomear um testa de ferro por razões legítimas, por exemplo, para não atrair publicidade sobre o investimento em questão, no caso de uma pessoa pública. Desde que as autoridades sejam informadas, não há 'evasão'. O problema começa quando não se informa, porque o que se está fazendo é pagar impostos por uma massa menor de dinheiro", afirma Stevens.

Não é necessário para esse propósito que a companhia e o "laranja" operem em um paraíso fiscal. Ambos podem atuar no mesmo país onde o multimilionário em questão paga seus impostos.

Uma variante dessa situação é o Trust, um antigo instrumento legal inglês no qual o dono de um bem cede seu controle para uma pessoa que o administra em benefício de um terceiro.

"Os beneficiários dessa cessão podem se multiplicar ao infinito. Pode ser a mulher, os filhos, tios, primos, etc. Pelas regras de pagamento de impostos nos Estados Unidos, esses representantes podem enviar do exterior parte desse dinheiro sem pagar impostos", disse Henry.

Isso facilita o movimento de grandes massas de dinheiro - seja usando uma complexa rede de Trust, empresas fantasmas ou "laranjas", o principal objetivo do sonegador é um só: apagar seu rastro.


4 - Estabelecer residência em outro país

Os países com baixos impostos são os favoritos de músicos, artistas e esportistas. Nos anos 1970, Mick Jagger se mudou para a França e depois para os Estados Unidos para fugir dos impostos de seu país natal.

Em dezembro de 2012 o ator francês Gerard Depardieu renunciou à sua cidadania francesa em protesto contra os altos impostos propostos pelo governo de Francois Hollande. Ele se mudou para a Bélgica e obteve um passaporte russo, onde há um imposto único de 13%.

"Uma pessoa pode escolher o país que queira para viver. É seu direito se mudar para um país para pagar menos impostos. O que é ilegal é dizer que vive em um país para pagar menos impostos quando na realidade vive em outro com uma carga de impostos mais alta, disse Stevens.

Foi o que aconteceu com o tenista alemão Boris Becker. Ele declarou a autoridades alemãs que viveu em Mônaco entre 1991 e 1993, quando realmente estava em Munique. Ele acabou tendo que pagar uma dívida de US$ 3 milhões.

5 - Aproveitar brechas legais

A rede de assessores e especialistas que rodeiam os milionários é especialista em encontrar brechas legas dos sistemas de impostos.

Em muitos casos não se trata de evasão fiscal, mas de supressão fiscal, um mecanismo perfeitamente legal: todos temos direito de pagar menos impostos, desde que o façamos dentro da lei.

As isenções de impostos que os governos colocam em prática para estimular a economia e as doações a organizações de caridade frequentemente oferecem grande oportunidades.

Neste mês, um juiz britânico considerou que o cantor Gary Barlow, dono de fortuna estimada em US$ 80 milhões, havia investido em 51 sociedades financeiras criadas exclusivamente para pagar menos impostos.

Organizações de caridade também costumam servir para evasão fiscal. "Nos Estados Unidos, houve um boom de fundações privadas que permitem deduções de impostos. Alguém sabe o que elas fazem? Ninguém as audita", argumenta Henry.

O futuro

Os problemas fiscais enfrentados por todos os países desenvolvidos e a fragilidade do sistema financeiro internacional têm colocado a evasão fiscal na mira do público e no centro de um debate global.

A multa ao Credit Suisse foi apresentada como um grande trunfo do Fisco americano e como um suposto fim da era de segredo bancário na Suíça - um dos pilares desse sistema.

Mas, para Henry, o acordo é na verdade um grande trunfo para o banco.

"O Credit Suisse não foi obrigado a revelar o nome de nenhum dos sonegadores. O segredo bancário permaneceu. Ninguém da atual diretoria teve de renunciar, e eles não perderam a licença para operar nos Estados Unidos. Seu valor em bolsa subiu. O negócio segue intacto."

29 de maio de 2014

Silvio Santos investe em produtos com os próprios bordões para engordar fortuna

        Bordões de Silvio Santos estampam camisetas vendidas na SBT Store na internet.

Ex-bilionário da Forbes, mais ainda um dos maiores do Brasil, Silvio Santos agora investe nos próprios bordões para engordar a fortuna que em 2013 chegava a US$ 1,3 bilhão segundo a revista. São várias opções de camisetas, canecas, squeezes e capas para iPhones (4, 4S, 5 e 5S) com as frases “Quem quer dinheiro?”, “Mas quem é que eu vou chamar...”, “Vem pra cá, vem pra cá”, “Ma... Ma... Ma... Muito bom!” e muitas outras. Os produtos são comercializados a partir de R$ 34,80 no site da SBT Store e podem ser pagos até de forma parcelada.

A SBT Store, loja de oficial de produtos da emissora na internet, foi criada em 2010 e traz produtos de outras marcas próprias e licenciadas do SBT. Além das frases que ficaram famosas na boca do apresentador octagenário, Chaves e Chiquititas também foram transformados em camisetas, canecas, capas para iPhones, capas para tablet, notebook, e muito mais. De acordo com o site da loja, em breve, a Patrulha Salvadora, outra produção da casa, terá uma linha exclusiva de produtos à venda.

Ex-bilionário da Forbes

Em 2013, Silvio Santos foi incluído, pela primeira vez, na lista de bilionários publicada anualmente pela revista Forbes. O empresário aparecia na posição 1.107 entre os mais ricos do mundo, 35º entre os brasileiros, com fortuna calculada em US$ 1,3 bilhão.
                                                         Silvio Santos, dono do SBT.


O grupo do empresário controla mais de 30 empresas, com vendas anuais na casa dos US$ 2 bilhões (R$ 3,9 bilhões), segundo a publicação. Os negócios de Silvio Santos incluem, além do SBT, a Liderança Capitalizações (que vende a Tele Sena) e a marca de cosméticos Jequiti, a "menina dos olhos" do grupo, segundo a Forbes. A revista lembra que o empresário era o controlador do Banco Panamericano, vendido para o BTG Pactual em 2011 por US$ 270 milhões, após um escândalo de fraude.

"Ele ainda aparece na TV e os telespectadores o amam", dizia a Forbes.

28 de maio de 2014

Após pressão, Facebook altera ajuste de privacidade em publicações de usuários

SAN FRANCISCO (Reuters) - O Facebook alterou sua configuração padrão de privacidade, limitando a audiência dos primeiros posts de novos usuários, em uma reversão de uma característica que, segundo críticos, fazia com que as pessoas compartilhassem mais informação pessoal que o desejado.

A companhia disse no dia 22 de maio que a atualização de status que novos usuários publicam será agora visível apenas para amigos na configuração padrão, em vez de ser vista pelo público geral como anteriormente. Os usuários vão continuar podendo customizar suas configurações para que as atualizações sejam vistas por uma grande ou pequena audiência.

A mudança na configuração padrão, implementada pelo Facebook de forma silenciosa algumas semanas atrás, é resultado das respostas de usuários, disse o diretor de produto da empresa, Mike Nowak, em entrevista à Reuters.

"Algumas vezes as pessoas sentiram que estavam sendo surpreendidas de forma desagradável com o fato de que suas informações estavam se tornando mais públicas do que esperavam ou pretendiam", disse. "A resposta que recebemos é que compartilhar demais é pior que de menos."

A iniciativa reflete uma mudança de estratégia do Facebook sobre como lida com informação que as pessoas compartilham em sua rede social de 1,28 bilhão de usuários.

Em 2009, o Facebook introduziu um atributo que permitia que usuários compartilhassem posts para além de seu círculo de amigos. Quando novos usuários entravam no Facebook, suas atualizações de status eram automaticamente compartilhadas com o público em geral, a menos que os usuários alterassem manualmente as configurações.

A reversão do dia 22 de maio ocorre enquanto usuários de Internet parecem interessados em limitar quem vê suas atividades online. Aplicativos móveis como Snapchat e Whisper oferecem anonimato, o que se tornou popular entre muitos usuários. Em fevereiro, o Facebook anunciou planos de adquirir o WhatsApp, um aplicativo de mensagens instantâneas, por 19 bilhões de dólares.

27 de maio de 2014

FBI lança site para cadastrar vítima da Telexfree

       Cadastramento: divulgador terá de informar quanto investiu e recebeu da Telexfree.

O Federal Bureau of Investigations (FBI, a polícia federal americana) lançou no dia 22 de maio um site para cadastrar vítimas da Telexfree, negócio acusado de ser uma pirâmide financeira bilionária.

Residentes no Brasil, onde o negócio atraiu 1 milhão de pessoas, também preencher o formulário, disponível em português.

Quem se cadastrar será atualizado sobre o andamento das investigações contra a Telexfree poderá ser beneficiado por um eventual ressarcimento que Justiça Federal americana obrigue a empresa a fazer, segundo o Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Cerca de 1,4 mil pessoas já entraram em contato com o órgão desde 9 de maio, quando um dos donos da Telexfree foi preso.

Na ficha, os divulgadores, como são chamadas as pessoas que investiram na Telexfree, deverão informar quanto receberam da Telexfree e de que forma – se por transferência eletrônica ou cartão de crédito, por exemplo – e quantos pacotes de telefonia VoIP adquiriram.

As pessoas que já se registraram no cadastramento aberto em abril pela Secretaria de Estado de Massachussetts – onde fica a sede da empresa – também devem preencher a ficha do FBI, segundo o Departamento de Estado americano.

No Brasil, o Ministério Público do Acre (MP-AC) tenta obrigar o braço da Telexfree no País a ressarcir os divulgadores. O processo foi iniciado há quase 11 meses mas ainda não foi julgado pela 2ª Vara Cível de Rio Branco. A empresa foi multada por atrasar o andamento da ação.

Empresa é pirâmide disfarçada de marekting multinível, dizem investigações

Apresentada como um negócio de venda de pacotes VoIP por meio de marketing multinível, a Telexfree é uma pirâmide financeira que arrecadou US$ 1,2 bilhão (cerca de R$ 2,7 bilhões) em todo o mundo, acusa a Securities and Exchange Comission (SEC, a Comissão de Valores Mobiliários americana).

Segundo a SEC, apenas 1% do faturamento da Telexfree veio da venda de VoIP. O restante era decorrente dos investimentos feitos pelos divulgadores para entrarem no negócio.

A Telexfree foi fundada nos EUA em 2002 por James Matthew Merrill, americano, e Carlos Nataniel Wanzeler, brasileiro. Merrill foi preso em 09 de maio. Wanzeler é considerado foragido pela polícia americana.

A reportagem ligou para a assessoria de imprensa da Telexfree nos EUA, mas não foi atendida.

26 de maio de 2014

Copa: hotéis de cidades-sede têm 55% de diárias vendidas para jogos

Hotéis das 12 cidades-sede da Copa do Mundo comercializaram, em média, 55% das diárias para os jogos da competição, informou o Fórum de Operadoras Hoteleiras do Brasil (FOHB) em balanço divulgado no dia 20 de maio, a 23 dias da abertura do Mundial.

De acordo com a entidade, mais de 300 mil diárias foram vendidas em hotéis das cidades-sede para os dias de jogos e a véspera das partidas, ante cerca de 185 mil no balanço realizado em fevereiro.


O Rio de Janeiro é a cidade com a maior taxa média de ocupação, com 88%. Para a final, em 13 de julho no Maracanã, a ocupação chega a 94%.

“Antes se achava que os hotéis não seriam suficientes para abrigar, mas agora dá para dizer que estamos num cenário tranquilo”, disse o presidente do FOHB, Roberto Rotter.

“Achamos que esse número (55%) ainda pode subir mais uns 10 pontos percentuais”, acrescentou.

Quando o Brasil foi confirmado como sede da Copa do Mundo, em 2007, havia um temor sobre a falta de capacidade hoteleira de algumas cidades-sede, mas agora há uma preocupação contrária, com o grande número de quartos vazios durante o Mundial, que vai de 12 de junho a 13 de julho.


Depois do Rio, as outras cidades com melhor taxa de ocupação são Natal e Recife, ambas com 84%. A taxa de ocupação em São Paulo é de apenas 31%, e para o jogo de abertura da Copa, entre Brasil e Croácia, sobe para 42%.

“Há vagas disponíveis em todas as cidades-sede, sendo que São Paulo reúne maior parte dessa disponibilidade”, disse o FOHB em comunicando, frisando que isso se deve ao grande número de vagas de hotel na capital paulista.

Do total de 300 mil diárias comercializadas até o momento, 78 mil foram em São Paulo. O Rio de Janeiro vem em seguida, com 65 mil, e Belo Horizonte tem 32 mil.

“Só depois da definição de quem vai para a segunda fase que a procura pode aumentar nas cidades-sede”, afirmou Rotter.

Entre as partidas, o duelo Japão x Colômbia, em Cuiabá, está com 99% de ocupação, o que se explica pela baixa oferta de acomodações na cidade. Brasil x México, em Fortaleza, tem 98% de taxa de ocupação, e Brasil x Camarões, em Brasília, 96%.

Segundo o FOHB, a devolução neste ano de quartos que estavam bloqueados pela Match, operadora oficial da Fifa, e a falta de eventos e congressos devido à realização da Copa contribuíram para o aumento de disponibilidade de quartos, e também provocaram uma queda nos preços.

O presidente do FOHB lembrou que as manifestações contra a Copa iniciadas em junho do ano passado e que persistem, ainda que em menor escala, também podem ter afetado a procura por quartos nos hotéis das cidades-sede.

“As manifestações fazem parte de uma país democrático, livre. Acho que temos de conter os ânimos em termos de badernas, esse tipo de ação não fortalece a imagem do Brasil”, disse Rotter.

25 de maio de 2014

Governo quer ex-empresas de Eike fora do leilão de energia I

O sinal de alerta está aceso no Ministério de Minas e Energia e na Aneel. A associação entre a Eneva (ex-MPX) e a Prumo Logística (antiga LLX) para o leilão de energia A-5, marcado para setembro, causou alvoroço entre as autoridades do setor elétrico. No governo, há uma enorme resistência e, mais do que isso, uma boa dose de receio quanto à participação da Eneva na licitação. Segundo uma alta fonte do Ministério, a Aneel chegou a encaminhar à companhia um pedido de esclarecimento sobre a sua real situação financeira e a capacidade de honrar a eventual construção de novas térmicas. Mera formalidade. De acordo com o informante do RR, o governo já sabe a resposta para as suas indagações. E é exatamente por isso que a presença da antiga MPX no leilão é tratada como uma temeridade em Brasília.

24 de maio de 2014

Apple e Google chegam a acordo sobre patentes de smartphones

                 Logotipo do Google em uma loja na cidade de Hialeah, na Flórida (EUA).

Dois dos maiores gigantes da tecnologia mundial chegaram a um acordo para colocar fim a uma disputa sobre patentes de smartphones.


A Apple e o Google anunciaram no dia 16 de maio que vão desistir de duas dúzias de processos nos quais se enfrentam em cortes da Europa e dos Estados Unidos. As disputas são relativas aos sistemas operacionais usados pela Apple para o iPhone e o Android da Google, além de acusações da Motorola Mobility, comprada há dois anos pelo gigante de buscas, sobre desrespeito a patentes.
                                                  Abertura de loja da Apple na China.

O acordo, entretanto, não trata de uma outra questão: a ação da Apple contra a sul-coreana Samsung, também relativa a tecnologias de smartphones.

A Apple e o Google disseram num pronunciamento conjunto que iriam trabalhar juntos numa reforma de patentes e que o acordo não inclui o licenciamento cruzado de tecnologia.

23 de maio de 2014

Veja os dez maiores salários mínimos do mundo

Os suíços rejeitaram em referendo, no dia 18 de maio, uma proposta de estabelecer um salário mínimo de US$ 24,70 por hora – o que, pela carga horária do país, equivaleria a cerca de R$ 10 mil por mês.

Com a decisão, Luxemburgo continua a encabeçar a lista de maiores salários mínimos do mundo, de acordo com levantamento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

O ranking é elaborado com base no salário mínimo por hora, equalizado pelo poder de compra (PPP, na sigla em inglês), de cada país. O salário mínimo anual depende, dentre outros fatores, do número de horas trabalhadas e, por isso, um mesmo valor por hora pode resultar em valores mensais e anuais diferentes.

Maiores mínimos
Paísmínimo por hora (em US$)mínimo por mês aproximado (em R$)*
Luxemburgo10,74 mil
França10,63,7 mil
Austrália10,23,7 mil
Bélgica103,8 mil
Holanda9,53,9 mil
Irlanda93,5 mil
Nova Zelândia8,63,3 mil
Reino Unido7,93 mil
Canadá7,93 mil
Estados Unidos7,12,7 mil

22 de maio de 2014

Airbus atravessa Atlântico com óleo de cozinha

                                                       A aeronave A330-200 da KLM.

Um Airbus A330-200 da companhia holandesa KLM voou de Amsterdã até a ilha caribenha de Aruba alimentado por uma mistura que leva 20% de óleo de cozinha reciclado. A viagem, de dez horas, é a mais longa já realizada por uma aeronave da fabricante francesa usando esse tipo de combustível.


O A330-200 tem capacidade para 246 passageiros. O número de pessoas a bordo não foi informado, mas entre elas estavam o presidente da KLM, Camiel Eurlings e a chefe de assuntos ambientais da Airbus, Andrea Debbane.

Segundo a Airbus, outros cerca de 20 voos comerciais de longa duração serão realizados pela companhia no contexto de uma iniciativa europeia para estimular o uso de biocombustíveis pela indústria da aviação. O objetivo é reduzir a emissão de gás carbônico.

O projeto conta com financiamento da União Europeia (UE).

21 de maio de 2014

Toshiba vai vender alface no Japão

Conhecida pelos equipamentos tecnológicos, a Toshiba anunciou a instalação, no Japão, de uma fábrica para produzir alimentos como alface, espinafre e outros vegetais em um ambiente quase asséptico e sem a utilização de pesticidas.

A expectativa é que a produção comece ainda no primeiro semestre deste ano e que a venda da produção a restaurantes e supermercados renda à empresa cerca de 300 milhões (R$ 6,5 milhões) de ienes por ano – as vendas anuais da empresa são estimadas em R$ 14 bilhões pela Reuters.
Ilustração da fábrica de alimentos asséptica a ser instalada pela Toshiba em Yokosuka, no Japão.

Os vegetais serão produzidos em um ambiente que contará com luz flourescente otimizada para melhorar o crescimento, ar condicionado e dispositivo para monitoramento remoto do desenvolvimento.

As condições de limpeza do local, segundo a companhia, garantirão que ele seja quase 100% livre de qualquer tipo de germe, o que retardaria o apodrecimento dos alimentos.

A fábrica de alimentos ficará em Yokosuka, no Japão No futuro, a Toshiba pretente instalar uma segunda unidade fora do País, e vender as tecnologias para outros investidores.

20 de maio de 2014

Mulheres são atraídas para vagas de motorista e dirigem até caminhão

O avô e o tio da catarinense Vanessa de Souza Pereira, de 18 anos, que vive em Florianópolis, despertaram a curiosidade da estudante para o mundo dos automóveis. Ambos são mecânicos, e Vanessa cresceu entre carros e peças.

Enquanto espera por uma vaga no curso de engenharia mecânica da universidade federal do Estado, Vanessa se deparou com o programa Primeira Habilitação, desenvolvido pelo Serviço Social do Transporte e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Sest/Senat), braço social da Confederação Nacional dos Transportes (CNT).

O programa concede a primeira habilitação a 50 mil jovens de baixa renda com o compromisso de que se engajem no setor de transporte e trabalhem como motoristas.


O objetivo de Vanessa é tirar a carteira de habilitação de forma gratuita, pois não tem dinheiro para pagá-la. Mas a jovem também tem interesse pelo trabalho, e não descarta continuar na posição caso goste. "Eu encararia até o transporte de cargas. O mercado de trabalho na indústria automotiva sempre foi masculino. É hora de mudar isso", diz. 

Vanessa está entre os 125 mil inscritos no programa da CNT, dos quais 43% são mulheres. O número de jovens do sexo feminino aumenta para 62% entre os inscritos em Santa Catarina, um dos Estados onde o setor de transportes mais cresceu. 

O dado surpreende até mesmo entidades do setor e marca o início de uma mudança, mais inclusiva, na força de trabalho no setor de transportes, um dos diversos a sofrer com a falta de mão de obra no Brasil.

Hoje, estima-se que sejam necessários ao menos 130 mil motoristas para complementar a força de trabalho no setor, devido ao crescimento da economia brasileira, que impacta diretamente o setor de transportes e não foi seguida pelo número de novos profissionais nos últimos anos. 

No Sest/Senat, a busca de mulheres por cursos aumentou 49% em 2013 se comparada ao ano anterior – os dados são nacionais. Hoje, 16% dos frequentadores das aulas oferecidas são mulheres. Wesley Passaglia, diretor do Sest/Senat nacional, estima que o maior efetivo de mulheres esteja no transporte de cargas em curta distância, nas cidades.
A motorista Tereza Iugas, 50 anos, é funcionária de uma transportadora e dirige uma carreta de 19 metros e que pesa 18 toneladas.

"Precisam-se de motoristas mulheres"

Os sinais desta mudança já aparecem no perfil de vagas de trabalho oferecidas. Um exemplo é a Evanil, empresa de ônibus do Rio de Janeiro que já abriu processo seletivo com vagas apenas para motoristas mulheres. A Viação Mimo, da capital paulista, também já despertou a atenção para a diversificação de sua força de trabalho.

Mas é a Braspress, empresa de encomendas com atuação nacional, que começou a olhar para o contingente feminino, inicialmente como um meio de diferenciar a empresa no caso de entregas para clientes em shoppings e lojas. Além de maior cuidado das funcionárias com relação à aparência física, a empresa queria no começo da iniciativa mais atenção com as encomendas e com os pequenos caminhões.


O programa-piloto de diversificação do contingente de motoristas começou na empresa em 1998 e hoje são 400 funcionárias do sexo feminino na empresa, 4 pontos porcentuais acima da meta de 50% do total da força de trabalho.

Essa expansão ocorreu porque a iniciativa foi além. A empresa conseguiu, ao longo do tempo, resultados mais concretos, como a redução de acidentes em 7% e economia de 4% com combustível – hoje o maior vilão em custos para as transportadoras. Sobre a falta de mão de obra, a Braspress também considera que sofreu menos com o aquecimento do mercado de trabalho ao integrar mulheres na função.

A mudança, portanto, é também estratégica para diminuir custos. Como as mulheres costumam planejar mais a viagem, arriscam menos na condução do veiculo, dificilmente fazem ultrapassagem em local não permitido, a expectativa do setor é de que possam gerar um desconto na negociação com seguradoras no futuro, assim como já acontece no caso de veículos de passeio. 

"As mulheres se comprometem mais a respeitar regras de trânsito, e dificilmente se envolvem com bebida ou drogas ilícitas", diz Miguel Antonio Mendes, diretor-executivo da Associação dos Transportadores de Carga de Mato Grosso (ACT). 

Segundo o diretor de Operações Luiz Carlos Lopes, da Braspress, a integração entre homens e mulheres foi difícil no início, mas hoje é "tranquila". "O homem defendeu seu espaço, como instinto de proteção, mas deixamos claro que competência não tem sexo".

Mulheres são separadas e têm filhos

Geralmente as mulheres têm filhos e são separadas, diz Lopes, das Braspress. A idade das profissionais é variada. "Já tivemos profissional com 23 anos e outra com 64 anos, que era muito ativa e até se casou com um outro funcionário", conta Lopes.

A motorista Teresinha Iugas, de 50 anos, trabalha há dez anos na Braspress e tem três filhos. Começou dirigindo caminhões urbanos, até chegar a uma carreta de 19 metros e que pesa 18 toneladas. Teresinha sempre gostou de dirigir, até que conheceu um motorista de microônibus. "Estava desempregada, e ele sugeriu me candidatar a motorista". No começo, conta que seu filho ficou preocupado, mas aceitou. "Hoje, não escuto mais piadinhas de colegas". 

O salário no posto varia de R$ 2 mil a R$ 5 mil, no caso de carretas e viagens maiores. Não há diferença com relação ao salário pago para homens, ao contrário do que se vê em outros setores da economia. "Elas ganham mais aqui do que ganhariam como empregadas domésticas, por exemplo", complementa o executivo.


A mulher não conduz apenas o veículo, mas tem de lidar com a tecnologia dos veículos (por exemplo, computador de bordo e sistemas de segurança), se comunicar e também escanear produtos. Na Braspress, não é necessária experiência. Basta ter habilitação e a empresa se encarrega de treinar a nova funcionária. 

A novata começa no pátio, fazendo manobras. Depois, realiza ligações entre as filiais dentro das cidades até chegar ao pátio da carreta e interligar terminais utilizando estradas. "Cerca de 20 mulheres já chegaram a este nível de especialização e aceitaram o trabalho de longa distância", diz Lopes. 

Profissão oferece riscos

Miguel Antonio Mendes, diretor-executivo da Associação dos Transportadores de Carga do Mato Grosso (ACT), aponta que, se, por um lado, o posto de motorista exige pouca escolaridade, por outro oferece o risco inerente da profissão. "Isso porque falta infraestrutura logística no País. Temos muita rodovias em péssimo estado de conservação, assim como locais para embarque e desembarque de mercadorias". 

Segundo o executivo, faltam ainda centros de apoios para que o motorista descanse, garantidos por lei. "Nos grandes centros urbanos, o motorista apenas pode descarregar o caminhão no período noturno e geralmente não encontra lugar adequado para aguardar a conclusão do trabalho". Ele também cita a falta de segurança nas rodovias, e problemas com roubos de cargas.


Neste cenário, até mesmo fabricantes de caminhões se envolvem na luta para atrair profissionais ao mercado, e impulsionar investimentos das empresas.

A Scania busca incentivar profissionais e atrair novos com o campeonato Melhor Motorista de Caminhão do Brasil, realizada a cada dois anos. Rodrigo Machado, coordenador do programa, aponta que o objetivo é incentivar a qualificação dos profissionais, já que, entre os prêmios, são oferecidos treinamentos, e também atrair a atenção de jovens.

O executivo aponta que o problema de falta de mão de obra no setor acontece no mundo todo. "Tanto que iniciamos este campeonato na Europa em 2003. Em 2005, vimos a necessidade de estendê-lo ao Brasil, entre outros países da América Latina", conta.

No campeonato, também é possível observar a ascensão das mulheres: enquanto cinco motoristas do sexo feminino se inscreveram para o concurso em 2005. Em 2012, o número subiu para 56, apesar de ainda representar 0,27% do total.

Em 2010, uma mulher chegou a ficar entre os finalistas, a motorista Cristina Oliveira Costa, mineira de 34 anos. "Sempre gostei de dirigir e já enfrentei viagens longas. Hoje, tem mais oportunidades para mulheres do que quando comecei, há dez anos", conta. A inspiração veio do seu pai, também motorista.

19 de maio de 2014

Loja de roupas itinerante aposta em relacionamento próximo com o cliente

Ar condicionado, provadores, espelhos, som ambiente e televisão. Tudo isso dentro de uma van. Criada em 20 de dezembro de 2012, a loja itinerante Boutique Donna K leva roupas sociais e acessórios para empresas, pontos fixos da cidade de São Paulo ou até o lugar em que o cliente está. Para garantir a fidelidade dos consumidores, a microempresária Kátia Moreira desenvolve uma relação de amizade e personaliza o serviço.
Kátia Moreira faz pesquisas de preço e procura comprar em maior quantidade para vender por um valor mais acessível.

As vendas acontecem, geralmente, no horário de almoço. Com capacidade máxima para comportar dez pessoas, a van já chegou a ter quase 16 em seu interior. “Elas fazem até fila", diz sobre as clientes. "Às vezes eu e as funcionárias temos de sair para deixar todo mundo mais à vontade.”

Um dia antes, ela manda mensagem para todas as cadastradas em sua lista e avisa onde estará no dia seguinte.

Moreira deixou o trabalho no setor de atendimento para abrir com Wilson Amaral e Antônio Moreira – irmão e marido da empresária, respectivamente – o negócio sobre rodas. Ela sempre vendeu roupas para as amigas e já tinha um estabelecimento em casa. Mas, ao ver que um negócio como aquele poderia ir para frente em uma escala maior, juntou forças com os sócios e aproveitou o seu dom para as vendas. “Nunca me conformei muito com salário”, conta.

O investimento inicial foi de R$ 170 mil, inclusos R$ 89 mil para compra do veículo, em torno de R$ 45 mil para a reforma e adaptação e o restante para fazer um bom estoque de produtos para a loja.

O diferencial é que Amaral é consultor do Sebrae e deu todo o apoio para o planejamento da Boutique Donna K. Ele e o cunhado cuidam da parte financeira, enquanto a empresária gerencia a loja e ajuda nas vendas. Há ainda mais três funcionárias.

De olho nas tendências, os produtos são renovados toda semana. São camisas, calças sociais e acessórios femininos, o que ela chama de moda corporativa. Se as clientes desejam uma roupa ou até mesmo uma cor diferente, a empresária anota os nomes e avisa quando a mercadoria chega. 

Apesar de ser uma unidade móvel, a Boutique Donna K conta com mais de mil e quinhentas clientes cadastradas, e Kátia Moreira procura saber o nome de todas. 

A empresária diz fazer pesquisas de preço frequentemente e procura comprar em maior quantidade para vender por um valor mais acessível. As camisas sociais, por exemplo, têm preços entre R$ 80 e R$ 100. Outra estratégia é manter os mesmos fornecedores e assim receber as mercadorias em casa.

Foco em empresas

O foco dos sócios da loja itinerante está nas empresas. Moreira conta que chegar até as unidades de trabalho levou certo tempo e contou com a indicação de funcionários dos locais que hoje a recebem. Quando não está em ambientes corporativos, a loja de roupas sobre rodas fica nas regiões de Higienópolis, Vila Leopoldina, Tatuapé e Lapa.

Hoje, o plano é investir em redes sociais para conquistar mais clientes e ter mais abrangência.

Reação dos clientes

Moreira conta que se diverte até hoje ao ver a reação de novas clientes, que costumam ficar assustadas e até mesmo impressionadas por conta do espaço interno da van e de todo o equipamento. “Elas perguntam como cabe tudo aquilo aqui", diz.

Os homens, mesmo que timidamente, também visitam a loja; seja para comprar presentes ou simplesmente por curiosidade. "Alguns aproveitam quando não tem muita gente para conhecer a loja."

18 de maio de 2014

Comissão aprova aumento do teto da mistura de etanol na gasolina

Uma comissão mista do Congresso Nacional aprovou no dia 14 de maio a elevação para 27,5% do limite máximo do percentual de etanol anidro que pode ser misturado à gasolina, em um primeiro passo para mudar a lei que poderia beneficiar especialmente as usinas de cana.

A efetivação de um teto mais alto do que o atual, de 25%, garantiria uma demanda adicional para a indústria de etanol, além de potencialmente aliviar a necessidade de importação de gasolina pela Petrobras, que tem comprado combustíveis no exterior para atender ao mercado interno, complementando sua produção.


Atualmente, a mistura de etanol na gasolina está no teto de 25% estabelecido pela lei — o limite mínimo, de 18%, não será alterado, de acordo com relatório, de autoria do deputado Gabriel Guimarães (PT-MG), incluído no texto da medida provisória 638.
          O limite mínimo, de 18% de etanol, não será alterado, de acordo com relatório.

A alteração na MP foi aprovada em comissão mista específica para analisar a matéria. Ela ainda terá de passar pelos plenários da Câmara dos Deputados e do Senado, uma vez que o texto relativo à mistura de etanol não estava incluído na medida provisória enviada pelo governo.

O aumento da mistura é uma reivindicação do setor de açúcar e etanol, que tem lidado nos últimos tempos com excedentes do adoçante no mundo e limites para repasses de custos ao etanol hidratado (concorrente da gasolina), considerando que os preços dos combustíveis são controlados pelo governo, numa tentativa de se evitar descontrole da inflação.

"Tanto o consumidor quanto as economias são beneficiados", disse a presidente-executiva da União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica), Elizabeth Farina, comentando a aprovação do texto na comissão.

Ela destacou que, uma vez que o etanol é mais barato do que a gasolina, um eventual aumento da mistura para 27,5% poderia potencialmente reduzir preço da gasolina C (com a mistura de etanol), vendida nos postos.

Além disso, Farina ressaltou que a Petrobras, cujas finanças tem sido afetadas por grandes importações de petróleo e combustíveis, seria beneficiada.

"Quando se aumenta a mistura, naturalmente há uma potencial redução (no preço) da gasolina C e também há possibilidade de que se importe menos gasolina, com impactos positivos para a balança comercial do País", disse ela, contabilizando ainda ganhos ambientais, com redução nas emissões de poluentes pelo uso de mais etanol.

Farina observou ainda que o mercado de açúcar também seria beneficiado, uma vez que os preços subiriam por conta do direcionamento de mais cana para a produção do biocombustível, reduzindo a oferta da matéria-prima para o adoçante.

O Brasil, maior produtor e exportador de açúcar, exportaria o produto a valores maiores, no caso de os preços subirem pelo aumento da mistura ao etanol, acrescentou a executiva.

Segundo a Agência Câmara, a elevação do teto do etanol na mistura, no caso de o texto ser aprovado, ainda estará condicionada à aceitação por um órgão do governo da viabilidade técnica da mudança.

Normalmente, é preciso consenso dos ministério de Minas e Energia, Agricultura, Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e Fazenda para se mudar o percentual de mistura.

O setor automotivo, no entanto, defende que haveria dificuldades técnicas para a implementação de uma mistura superior a 25%.

Oferta garantida

A presidente-executiva da Unica disse que a indústria teria capacidade de aumentar a produção de etanol anidro, apesar de um esperado recuo na safra de cana na atual temporada, em função da severa seca do início do ano.

Com a queda na safra, a Unica prevê redução de 5% na produção de açúcar, mas um leve aumento na fabricação de etanol, que está com preços mais competitivos que o adoçante. 

Já a produção total de etanol (anidro e hidratado) deverá atingir 25,87 bilhões de litros, aumento de 1,20% ante a safra anterior, segundo a Unica. Do total, 11,25 bilhões de litros serão de etanol anidro, isso sem considerar uma eventual elevação no teto da mistura.

De acordo com Farina, o setor teria que produzir adicionalmente 1,1 bilhão de litros de etanol anidro, para atender a uma mistura de 27,5%.

"Tem condição de atender... O mercado de anidro é regulado por contratação com regras da ANP (regulador), que têm funcionado muito bem. Ela (a produção adicional) poderia vir do açúcar, quer dizer, desviaria a produção do açúcar, que, eventualmente, dependendo do desempenho da safra, iria para o anidro."

Segundo Farina, o setor começou a conversar com ministérios sobre um novo teto da mistura no final do ano passado. E, para eventualmente a nova mistura ser adotada este ano, ela precisaria ser aprovada "o quanto antes".

"Se for para implementar este ano, estamos correndo contra o tempo, há todo um planejamento de uso da safra, de contratação, mas acho que primeiro temos que focar na aprovação da medida, afirmou.