31 de julho de 2014

Região Norte ganha 35% da fatia de poupadores em três anos

A região Norte ganhou representatividade de 35% no número de pessoas com caderneta de poupança ante outras regiões do País em apenas três anos. Os dados são da Caixa Econômica Federal, que detém 60% da captação líquida destas aplicações.
           Trabalhadores na linha de produção de ar-condicionado da Gree, em Manaus.

Professores especializados na economia da região apontam o crescimento econômico e a geração de empregos formais nos Estados do Amazonas, Pará e Rondônia como principais motivos da inclusão financeira.

Essa guinada de poupadores superou, inclusive, o percentual de crescimento da população dos cinco Estados da região em três anos. Entre 2010 e 2013, a quantidade de habitantes do Norte cresceu 7% – de 15,8 milhões para 16,9 milhões.

Embora a base de poupadores do Norte tenha crescido, eles ainda são minoria absoluta frente às outras quatro regiões brasileiras. Representam apenas 4,97% (2,7 milhões) dos 55 milhões de clientes com caderneta na Caixa. O Sudeste ainda é campeã com folga, com 46% das contas.

Enquanto isso, o Norte divide com o Nordeste a liderança dos chamados não bancarizados no País, com 50% e 53% de pessoas excluídas do sistema financeiro, respectivamente, segundo pesquisa divulgada no ano passado pelo instituto Data Popular.

Amazonas e Pará lideram crescimento industrial no País

Na opinião do professor de economia da Ufam (Universidade Federal do Amazonas) Mauro Thury, o aumento da inclusão bancária no Norte pode ser explicado pela rápida guinada econômica da região nos últimos anos.

“O crescimento da indústria de transformação [que converte matéria-prima em manufaturados] na Zona Franca de Manaus ajudou a gerar empregos formais e pode ter relação direta com essa melhoria do acesso bancário”, analisa o docente.


Em abril, o Estado do Amazonas registrou um saldo de empregos de 3,22% no acumulado de 12 meses, mostram os dados mais recentes do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e Emprego.
Porto de Manaus: polo industrial nos arredores da capital amazonense levou prosperidade à região.

No mesmo mês de 2013, a evolução do mercado de trabalho havia sido de 2,55% no Estado e, em abril de 2012, houve uma disparada de 6% frente aos 12 meses anteriores.

Também a produção industrial tem apresentado avanço expressivo. De janeiro a abril de 2014, ela cresceu 7,3% no Amazonas, terceiro melhor desempenho no País.

O resultado mais expressivo do primeiro trimestre, contudo, foi no Pará – o segundo maior polo de desenvolvimento da região –, com alta de 13% na produção, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).


No mesmo período, o desempenho nacional da indústria foi negativo em 1,2%. O Amazonas teve a segunda melhor colocação do País (7,2%) no acumulado de 12 meses até abril, enquanto a média nacional foi de 0,8%.

O professor de economia da UFAC (Universidade Federal do Acre) Lucas Araújo Carvalho destaca que o desenvolvimento industrial nos arredores de Manaus tem gerado prosperidade à região, mas não se pode subestimar os investimentos direcionados ao Estado do Pará.

“Hoje a economia paraense cresce em ritmo acelerado graças a grandes projetos agroindustriais e de extração mineral. O interior do Estado tem acompanhado esse ritmo de crescimento”, observa Carvalho.

O economista também cita Rondônia como Estado que ganhou destaque pela produção agropecuária, passando a competir com grandes produtores nacionais. “A força desta atividade tem ajudado o progresso da região e pode explicar o aumento de renda da população”, aponta.

Bancos flutuantes alcançam áreas inexploradas

Thury, da Ufam, cita como outra possível causa do aumento de poupadores um esforço maior das instituições financeiras em alcançar áreas habitadas onde o atendimento bancário é inexistente e nunca se viu um caixa automático sequer.

“A presença de casas lotéricas e postos de atendimento onde antes não se notava pode estar ajudando no acesso aos bancos pela população”, acredita o professor.
                Banco flutuante da Caixa visita comunidades ribeirinhas do rio Solimões.

Outro exemplo são as agências flutuantes que, desde 2009, navegam por comunidades ribeirinhas da região amazônica. Em maio deste ano, o Bradesco inaugurou seu segundo barco para atender 50 vilarejos e 11 cidades nos entornos do rio Solimões.

O passeio rendeu ao banco a abertura de 35 mil contas bancárias e 4,5 milhões de operações financeiras. A primeira agência fluvial do banco foi inaugurada em dezembro de 2009.

A Caixa também embarcou na ideia em 2010. Inaugurou sua primeira agência flutuante em Manaus, circulando por uma área de 124 quilômetros quadrados entre a capital amazonense e a cidade de Coari (AM).

Há pelo menos 50 anos bancos flutuantes têm cruzado rios na Tailândia. O Thai Government Savings Bank (GSB) navega pelo Chao Phraya, em Bancoc, oferecendo serviços financeiros à população.

Carvalho, da UFAC, observa que é justamente nestas regiões do interior onde o progresso econômico ainda não chegou. “Apesar do forte desenvolvimento nas zonas industriais, o interior do Amazonas ainda é muito pobre”.

30 de julho de 2014

Robôs versus empregos: a automação vai fechar mais vagas do que criar?

Carros que dirigem sozinhos, serviços de entregas feitos por robôs, softwares cuidadores de idosos e "serpentes" cirurgiãs. A automação promete ganhos milionários para as empresas do setor, mas o que acontece com as pessoas que executam as mesmas tarefas que esses robôs? A nova tecnologia vai ajudá-los a trabalhar de forma mais eficiente ou vai colocar seus empregos em risco?


A discussão ainda é polêmica entre acadêmicos, com alguns convictos de que passar o trabalho para as máquinas aumentará o desemprego, enquanto outros acreditam que a automação vai trazer prosperidade.

Ele é fruto da imaginação de cientistas da Universidade de Birmingham, que insistem que a máquina irá "apoiar os seres humanos e aumentar as suas capacidades", apesar das preocupações de que a tecnologia poderia, eventualmente, substituir os agentes de segurança humanos.

O Exército dos Estados Unidos, por sua vez, está analisando a substituição de milhares de soldados por veículos de controle remoto para tentar evitar cortes radicais de tropas.

Ascensão dos robôs

Carl Frey, pesquisador da Universidade de Oxford que estudou a ascensão de trabalho computadorizado, ganhou as manchetes quando previu que a automação colocaria até 47% de empregos americanos em "alto risco".

Sua previsão foi atacada como sendo exagerada por Robert Atkinson, presidente da Fundação Tecnologia da Informação e Inovação, com sede nos Estados Unidos.

Mas Frey mantém sua previsão, insistindo que o número não é tão chocante quando se considera que o processo pode levar duas décadas.

Os dois discordam sobre os números, mas concordam que mais máquinas estão chegando ao local de trabalho.

No ano passado, o número de robôs industriais vendidos no mundo atingiu um recorde de 179 mil, de acordo com a Federação Internacional de Robótica.

Alemanha, Japão e Estados Unidos tornaram-se grandes investidores em tecnologia automatizada, mas há sinais claros de intensificação do uso de máquinas mesmo em países onde o trabalho fabril, que costuma ter salários baixos, é comum.

A China, por exemplo, se tornou no ano passado o maior comprador mundial de robôs industriais. E, de acordo com Frey, as máquinas estão entrando na Índia também.

"A Nissan usa robôs industriais para a produção de seus carros no Japão", diz ele, "mas nós já estamos vendo exemplos do mesmo tipo de empresas tornando-se automatizadas na Índia."

Empresas em todo o mundo estão investindo em tecnologias que podem automatizar uma nova gama de postos de trabalho.

Na Alemanha, por exemplo, a empresa de robótica Kuka está testando uma câmera de TV sem cinegrafista para transmissão ao vivo que promete oferecer uma imagem livre de trepidação. A BBC já usa um sistema de câmera robótica diferente em seus estúdios.

Enquanto isso, no Japão, a fabricante de robótica Yaskawa produziu uma robô de dois braços que pode montar produtos em linhas de produção com destreza semelhante à humana.

A Foxconn, uma montadora de iPhones com base na China que emprega mais de um milhão de pessoas, disse à BBC que está investindo em tecnologias de automação para ajudar a absorver sua intensa carga de trabalho.

Mas não são apenas as máquinas físicas que estão em ascensão – software "bots", que simulam ações humanas repetidas vezes, também estão remodelando o local de trabalho.

Em março, o Los Angeles Times publicou automaticamente uma notícia de última hora, graças a um algoritmo que gera uma pequena reportagem quando ocorre um terremoto.

E o aplicativo de chamada de taxi Uber, tem a vantagem sobre os concorrentes de combinar automaticamente carros vazios com passageiros sem a necessidade de operadores humanos.

Travis Kalanick, fundador do Uber, já afirmou que poderá reduzir os custos ainda mais quando substituir a frota por veículos sem condutor.

Empregos 'em risco'

Frey diz que o desenvolvimento tecnológico só vai acelerar nos próximos anos.

Seu estudo de 2013 descobriu que, de uma amostra de 702 ocupações, quase metade corria o risco de ser informatizada.

Alguns trabalhos, como dentista, dependem de capacidade de diagnóstico avançada e, assim, são menos suscetíveis de substituição por uma máquina. Também são seguras profissões como treinadores esportivos, atores, trabalhadores da área social, bombeiros e, mais obviamente, padres.

Mas datilógrafos, agentes imobiliários e vendedores estão entre as ocupações consideradas com alta probabilidade de automatização no futuro, afirma.

"Fiquei um pouco surpreso quando chegamos ao número de 47%", ele disse à BBC.

"Mas a linha entre o homem e a máquina está se tornando cada vez mais tênue. Estamos vendo alguns trabalhos que já foram automatizados, mas ainda não na dimensão em que acreditamos que eles estarão nas próximas décadas."

Anos de expansão

O professor Atkinson observa que há "um verdadeiro temor de que nós estejamos rumando para a automatização de tanto trabalho que não haverá mais nada para as pessoas fazerem". Ele diz acreditar, no entanto, que essas preocupações sejam exageradas.

"Nossas estimativas internas são de que, na melhor das hipóteses, um terço dos empregos atuais poderia ser automatizada com a tecnologia existente hoje."

"Mas um dos erros que as pessoas fazem nesta teoria é que não fazem qualquer distinção entre as funções e os empregos."

"Uma máquina pode fazer uma determinada função, mas os trabalhos da maioria das pessoas envolvem várias funções diferentes. Você não pode automatizar todas as tarefas com uma única máquina."

Ele acrescenta que a automação só irá melhorar a vida das pessoas: "Meu argumento é que quando uma empresa reduz os custos, a receita extra irá inevitavelmente voltar para os acionistas e empregados. Isso aumenta os gastos do consumidor e cria mais empregos."

Frey concorda que tal cenário utópico é possível, mas argumenta que as empresas devem se planejar com antecedência para alcançá-lo.

"Os últimos 20 anos nos ensinaram que alguns locais se adaptaram bem à revolução do computador e alguns não."

"Muitos estudos têm mostrado como os computadores substituíram o trabalho em muitas das antigas cidades industriais, mas, ao mesmo tempo, esses computadores têm criado uma série de ocupações em outros lugares."

"Alguns prosperam com as mudanças, e outros não. Tudo depende de como você se adapta."

29 de julho de 2014

Qual é o seu perfil de empreendedor?

Chega uma hora em que você precisa dar um passo adiante e abrir o próprio negócio. Os motivos podem ser diversos – ficar rico, gerir um negócio à sua própria maneira ou até mudar o mundo. Tudo é válido quando o seu objetivo é empreender.

Mas você sabe o que o motiva a montar o próprio negócio? A Endeavor listou os principais perfis de empreendedores, com base na situação que os levou a se jogar em uma oportunidade de negócios.

1 – O nato

Sabe aquela história de filme do cara que, desde pequeno, já queria encontrar formas de ganhar dinheiro? Se você já conseguiu algum trocado vendendo doces, figurinhas, pulseirinhas e outros quetais, saiba que é um empreendedor nato. "Essa pessoa vê oportunidade em todos os lugares, o tempo todo", diz Luiz Guilherme Manzano, gerente de Busca e Seleção de Empreendedores da Endeavor. A grande motivação está em uma boa oportunidade. 

2 – O autoral

Ele já passou pelo mercado de trabalho, mas percebeu que sozinho – ou pelo menos na gestão do negócio – seria capaz de fazer melhor e ir mais longe. "Ele fica bravo com o chefe, não se sente confortável na operação porque vê coisas sendo feitas de um jeito errado ou pouco estratégico", diz Manzano. "Normalmente, esses caras são os que criam empresas mais livres, menos burocráticas."
                                            Encontrar o seu perfil ajuda a ir em frente.

3 – O situacionista

A ocasião faz o ladrão – e pode fazer o empreendedor também. Segundo Manzano, existe um perfil bastante frequente de empresário que não sonhava com o próprio negócio, mas acabou se descobrindo na atividade. "É o típico empresário que estava trabalhando como funcionário em uma empresa e não tinha perspectiva de mudar de atividade. Aí é convidado para ser sócio de alguém e pronto, muda de lado", explica. 

4 – O herdeiro

Há empresários que descobrem sua verdadeira vocação empreendedora em um negócio herdado da família. Muitas vezes já têm um bom entendimento do negócio, principalmente porque foram criados dentro do contexto empreendedor. "Esse perfil, quando pega um negócio familiar, acaba transformando ele."

5 – O milionário

Nem todo empreendedor descobre sua vocação com uma grande ideia ou identificando um talento escondido. Há quem escolha abrir a própria empresa simplesmente com o objetivo de ficar rico. Manzano explica que, normalmente, esse não é o grande inovador. "Geralmente, ele monta uma empresa com produto ou serviço já existente", explica. "Faz tudo do mesmo jeito que a concorrência, só que na posição de sócio, a parcela do bolo que vai para ele é maior."

6 – O idealista

O idealista quer pode mudar o mundo – e vai começar pelo mercado em que atua. "O chamado para empreender é maior que uma insatisfação", comenta Manzano. Esse empreendedor é extremamente cuidadoso com a forma e com o conteúdo dos produtos, para que todo o esforço faça sentido e esteja alinhado com a sua percepção de mundo. "Ele busca uma coisa que faça sentido, para corrigir algo no mundo que julga muito errado."

28 de julho de 2014

Smartphones começam a substituir chaves de casa

Nesta era de transformações rápidas, a chave de casa tem sido incrivelmente resistente a mudanças. Os carros estão se tornando verdadeiros "chavefóbicos". Hotéis e prédios de escritório preferem cartões de acesso. Mas, ainda assim, a pequena chave de metal que levamos para cima e para baixo – em parte objeto de segurança, e em parte totem da vida doméstica – não é substancialmente diferente da que nossos pais, os pais deles e os pais antes deles carregavam desde antes da Guerra Civil Norte-Americana, quando Linus Yale Jr. inventou a fechadura de cilindro, modificando um antigo design egípcio.
                                Chaves começam a ser substituídas por smartphones.

Mas isso foi antes da Internet das Coisas, uma forma de ver a vida em que cada objeto da casa, na importa quão simples sejam e a quanto tempo tenham sido esquecidos pelos projetistas, pode ser conectado à vida digital.

E agora, como o termostato e a panela de banho-maria, a chave de casa e sua parceira predileta, a fechadura da porta da frente, também estão entrando para a revolução "smart".

Ao longo do último ano, diversas travas eletrônicas de grandes nomes do setor, como a Schlage e a Kwikset entraram para o mercado, permitindo que a porta seja aberta com a ajuda de um smartphone, tablet ou computador. E duas novas fechaduras criadas por startups de tecnologia, que logo poderão ser compradas, prometem a facilidade de uma porta que abre automaticamente quando você se aproxima.

Muitos especialistas afirmam que qualquer sistema de chave e fechadura só oferece um pouco de segurança e, basicamente, só impede a entrada dos honestos. Os desonestos muitas vezes nem passam pela porta da frente, e preferem quebrar um janela ou alguma outra entrada para a casa. A verdadeira fortaleza é protegida por alarmes – ou guardas armados.

Comodidade é vantagem da fechadura eletrônica

Sendo assim, o argumento de venda dessas fechaduras não parece ser a segurança, mas a comodidade. Chega de fuçar nos bolsos atrás das chaves com as sacolas de compras nas mãos. Ou de correr de volta para casa para deixar o encanador entrar. Ou ainda, se você instalar uma fechadura Schlage Touchscreen Deadbolt, pagar para uma loja especializada fazer cópias das chaves.

Steve Down, supervisor de segurança domiciliar da Schlage, afirmou que a fechadura Touchscreen elimina a experiência como um todo. Basca colocar uma senha, em pessoa ou, caso a fechadura esteja conectada a um sistema de automação doméstica, a quilômetros de distância com a ajuda de um smartphone, tablet ou qualquer aparelho conectado na internet. Os códigos podem ser fornecidos a membros da família, convidados, e prestadores de serviço.

"Você tem 30 códigos de acesso por vez", afirmou Down. "Eu acho que a maioria das pessoas não precisa de mais do que isso".

Joshua Mangerson, que vive no Brooklyn, é um proprietário que achava sua situação bastante inconveniente. "Entediante" é como ele descreveu todas as vezes que teve que descer correndo da laje dois andares acima de seu apartamento todas as vezes que um convidado aparecia e ele precisava abrir a porta do prédio.

Chaves eletrônicas para os amigos

Mangerson, que é dono de uma empresa chamada Wavsys, que cria redes de serviço para celular, pensou em instalar um interfone na laje de casa, mas o preço da instalação passava de 2.000 dólares. E dar uma chave para cada um de seus visitantes não era uma alternativa viável, nem possível. Ao invés disso, gastou algumas centenas de dólares pelo KISI, um sistema de controle de acesso que, como a fechadura da Schlage, permite que os usuários controlem a fechadura com um smartphone e distribuam "chaves eletrônicas" para os visitantes.

"Sempre que eu e minha mulher fazemos alguma festa em casa, mando uma chave eletrônica para cada convidado", afirmou Mangerson. "Então, no dia seguinte eu vou lá e desativo todas".

Uma alternativa para cidades grandes

Bernhard Mehl, um dos fundadores da KISI, afirmou que a tecnologia é voltada aos habitantes de cidades grandes, muitos dos quais têm vidas agitadas, viajam com frequência e vivem em prédios de apartamento, onde é impossível esconder uma chave reserva debaixo de um vaso de flores na entrada da casa.

Essas pessoas têm muito medo de perderem as chaves, já que a porta da frente costuma ser a única entrada para a casa e os vizinhos são completos desconhecidos. Guardar as chaves-reserva de um amigo é um dever sagrado (em um episódio de "Seinfeld", Kramer quebrou "o acordo das chaves" ao ficar confortável demais no apartamento de Jerry, perdendo assim o privilégio de ter uma cópia da chave).

"Tentamos resolver os problemas da vida urbana", afirmou Mehl, que é alemão e teve essas dificuldades quando se mudou para Nova York, além de ainda precisar manter seu apartamento em Munique. "Esse é essencialmente um problema de estilo de vida de quem viaja muito".

Até mesmo alguns chaveiros profissionais estão relutantes em substituir as fechaduras tradicionais. Terry Whin-Yates, presidente e executivo chefe da Mr. Locksmith, empresa com sede em Vancouver, na Colúmbia Britânica, e defensor declarado do setor, afirmou que a porta da frente de sua casa conta com uma fechadura eletrônica da Schlage que se conecta a um aparelho de automação doméstica.

"Posso abrir a porta, observar o que está acontecendo em casa e acender e apagar as luzes com um simples toque do iPhone", afirmou Whin-Yates.

Yves Behar, designer de São Francisco, também não é fã do sistema mecânico, que acha desajeitado e fácil de perder. Mas a ideia de substituí-lo por um teclado ou outro aparelho que deva ser operado antes de entrarmos em casa não é suficientemente "mágico", segundo ele.

Sistema abre portas automaticamente

O August Smart Lock, sistema de controle de acesso desenvolvido pela empresa fundada por Behar, tem o tamanho e o formato de um disco de hóquei e usa tecnologia Bluetooth para se comunicar diretamente com o smartphone. A tecnologia funciona junto com as fechaduras atuais e, para usuários aprovados, a porta se abre automaticamente (o conceito é tão futurista que a data de lançamento já foi postergada diversas vezes, enquanto os problemas são resolvidos, embora Behar afirme que o sistema poderá ser comprado em breve).

"Para mim, o objetivo era tornar a experiência invisível", afirmou. "Você não precisa nem olhar para o telefone".

Naturalmente, não usar chaves levanta todo o tipo de dúvida prática. Como abrir a porta se o celular for perdido, ou roubado? Ainda é possível abrir a porta se a energia acabar ou a internet cair? E se a bateria do telefone acabar? As fechaduras estarão sujeitas à ação dos hackers? Todos os fabricantes de fechaduras inteligentes abordaram essas questões, mas nem sempre de forma satisfatória.

A August Smart Lock funciona mesmo sem energia ou internet, de acordo com Behar. E se o celular for perdido ou roubado, o usuário pode alertar um serviço que desativará o aplicativo August. Mas fazer isso exige a conexão com a internet. E assim como perder uma chave comum, ainda é preciso encontrar um parente ou amigo que ajude você a entrar em casa (ou usar uma chave à moda antiga, o que acaba com a função da tecnologia).

A KEVO, a fechadura por Bluetooth apresentada no ano passado pela Kwikset, ainda usa um cilindro para chaves mecânicas, afirmou Keith Brandon, diretor de soluções de acesso residencial da empresa.

Embora os usuários possam operar a fechadura com o smartphone, "é reconfortante para a maioria dos consumidores saber que ainda existe essa alternativa mecânica", afirmou.

Whin-Yates, o chaveiro profissional, faz exatamente isso. Além da fechadura eletrônica Schlage na porta da frente, ele instalou uma segunda fechadura mecânica Schlage para quando sai de casa por muito tempo.

"A chave mecânica ainda serve de backup", comentou Whin-Yates.

Ela pode estar desaparecendo, acrescentou, mas ainda será utilizada por muitos e muitos anos.

"Quando os arqueólogos encontrarem a nossa civilização", afirmou, "vão achar um punhado de ossos e um molho de chaves".

27 de julho de 2014

Empresa cria máquina de café expresso para astronautas no espaço

Astronautas de todas as nacionalidades – especialmente os italianos – reclamam há tempos do café frio servido em cartuchos e bebidos com canudos a 418 quilômetros da Terra. 


A máquina de café expresso especialmente projetada para funcionar em gravidade zero foi batizada de ISSpresso (ISS, de Estação Espacial Internacional em inglês).

Seu lançamento no início do próximo ano em Wallops Island, Virginia, está marcado para coincidir com a missão de seis meses da primeira astronauta italiana no espaço, Samantha Cristoforetti. Aos 37 anos, a capitã da força aérea italiana voará aos espaço em novembro dentro de uma capsula russa.

"O que acham disso?", escreveu ela nas redes sociais no início deste mês. "Eu vou operar a primeira máquina de café espresso do espaço!".

A centenária marca de café italiana Lavazza uniu-se a uma equipe de engenheiros da empresa Argotec, em Turin, e à Agência Espacial Italiana, para melhorar as condições do café no espaço.

Além do expresso, a ISSpresso é capaz de fazer chá e a bebida francesa consommé. O que mais um astronauta poderia querer?

Durante sua missão de cinco meses na ISS no último ano, o astronauta italiano Luca Parmitano reclamou diversas vezes sobre a falta de um café. Ele é o piloto de teste que quase se afogou em uma missão em julho quando seu capacete ficou cheio de água graças ao sistema de resfriamento de sua roupa).

A Argotec já estava trabalhando em uma máquina de expresso espacial. A Orbital Sciences Corp, de Virginia, fará as entregas em seu veículo de carga Cygnus, com lançamento marcado para janeiro.
   Máquina ISSpresso foi invantada pela marca italiana Lavazza e engenheiros da Argotec.

O astronauta da NASA Donald Pettit, que adora café, ofereceu algumas ideias durante a fase de produção da ISSpresso. Ele inventou e até mesmo patenteou uma caneca própria para gravidade zero para beber sem canudo.

Sem dúvida, uma máquina de expresso será uma novidade bem vinda à vida espacial, disse Pettit na quarta-feira do Centro Espacial Johnson, em Houston. Os sacos com café congelado servidos no espaço parecem gostosos quando você está lá, disse.


Aprovada pela NASA no aspecto de segurança, a máquina vai voar inicialmente com 20 cápsulas de café. Pacotes adicionais serão enviadas para a equipe de seis pessoas se o teste der certo. A máquina ficará no laboratório Destiny. Se parece com um forno microondas.

26 de julho de 2014

7 atitudes para ser influente em seu novo emprego

Nunca é confortável começar em um novo emprego sem conhecer ninguém. Os olhos de todos que já se conhecem e estão acostumados ao ambiente se voltam para você e a pressão para que as expectativas sejam supridas é grande. Porém, ao contrário da reação natural de ficar acuado e apenas observar, esse é o momento ideal para você mostrar a que veio e conquistar o seu espaço e respeito dos novos colegas.
Nunca é confortável entrar em uma empresa na qual não se conhece ninguém, mas agir rapidamente pode ser a chave para conquistar espaço e ser influente entre os colegas.

Ao criarmos uma boa primeira impressão, também começamos a ter mais influência sobre as decisões tomadas não apenas na nossa própria equipe, mas em diversos processos da organização. Ser abordado por seus colegas sobre o que eles devem fazer em determinadas situações ou conseguir persuadi-los a fazer o que você considera o mais correto facilita – e muito – o seu trabalho, além de mostrar que seus colegas lhe consideram competente e respeitam sua opinião.


Atingir esse nível de influência, no entanto, pode levar um bom tempo se a pessoa não tomar certas atitudes logo no começo. Para o especialista Rodrigo Miwa, sócio da Hound Consultoria, voltada ao setor de recrutamento profissional, o novo funcionário já tem de pensar nisso desde o processo seletivo. “A lição de casa dele é entender a cultura, os valores da empresa e as expectativas em relação à sua entrada antes de começar, para ele chegar já alinhado com tudo”, conta.

Para ajudar quem acabou de entrar em um novo emprego, ouvimos especialistas e listamos sete atitudes para o profissional conquistar seu espaço e ser influente logo que chegar. Confira:

1 - Defina seus objetivos antes mesmo de entrar

Sabendo quais serão as suas funções e entendendo a cultura da empresa, o primeiro passo é definir com bastante clareza os seus objetivos pessoais no novo emprego. Desta maneira, você vai entrar já com uma postura decidida e não com aquele ar de quem pegou o bonde andando. Além disso, é mais fácil criar uma estratégia de como melhorar o desempenho da equipe e entregar bons resultados quando você sabe exatamente onde quer chegar. “Ninguém espera que o novo funcionário entre para revolucionar tudo antes de conhecer o time, mas ele tem de mostrar interesse e disposição”, observa Roberto Bonito, gerente executivo da Talenses, empresa especializada em RH.

2 - Apresente-se para todos os setores

No primeiro dia em seu novo trabalho, é normal que alguém do RH ou o seu gestor lhe apresente rapidamente para seus colegas. No entanto, esse ‘tour’ geralmente é bastante impessoal. O ideal é que o profissional repita essa passagem com mais tempo e fale com seus colegas individualmente. “Ainda mais em empresas com uma cultura mais fechada, é válido o profissional passar de área em área e se apresentar. Explique qual é sua função e pergunte o que cada um faz. A pessoa fica super bem vista”, recomenda Ana Flávia Stella, gerente da Randstad Professionals. Desta maneira, você também já faz uma leitura de quem é o responsável por cada setor e quem são os tomadores de decisão da empresa.

3 – Não adianta só falar, mostre resultados

É claro que existe um prazo de tolerância para que o novo funcionário comece a entregar os resultados esperados pelo empregador, mas, para ser visto como referência do escritório, quanto menos tempo melhor. “Ele tem de fazer muito bem feito e com muito mais atenção do que costumava ter no emprego em que estava antes. Esse é o ponto principal para ele ganhar espaço e admiração - ser reconhecido pela habilidade técnica”, diz Roberto Bonito.

4 – Ouça antes de dar sua opinião

Um erro comum ao começar no novo emprego é chegar já apontando os erros do processo atual e opinar sem muito conhecimento, para mostrar serviço. No entanto, ainda que esteja nos seus planos mudar a maneira como algo está sendo feito, você precisa entender o motivo de ninguém ter mudado isso antes. Pode ser falta de recursos financeiros, pode ser a política da empresa ou qualquer outra razão que fuja do seu alcance. Ao criticar algo ou falar sobre o que não conhece, o profissional perde credibilidade entre os novos colegas e será difícil reverter a má primeira impressão. Seja humilde.

5 – Reconheça quem é influente e faça amizades estratégicas

Para Paulo Alvarenga, sócio diretor da empresa especializada no desenvolvimento de líderes Crescimentum, uma das principais atitudes que um profissional deve ter para conseguir criar influência é a de fazer um “Mapa do Poder”. Coloque em uma folha de papel o nome de todas as pessoas que impactam direta e indiretamente no resultado do seu trabalho. A partir disso, verifique quais são as mais importantes no processo, quem toma as decisões que mais interferem no seu trabalho e que podem ajudá-lo. Depois, crie um plano de ação de como se aproximar de cada uma delas.

“Existem pessoas que você vai ter mais desafio para se aproximar e, em muitos casos, elas são as mais importantes para sua rede de contatos”, observa Alvarenga. Há profissionais que não têm interesse nenhum em manter uma relação mais pessoal com colegas de trabalho, por uma questão de perfil comportamental. Com essas pessoas, a sua abordagem terá de ser sempre relacionada a projetos em andamento ou sugestões para melhorar os resultados da empresa. Ainda que não se desenvolva uma amizade, cria-se uma relação de respeito e ganho mútuo.
Paulo Alvarenga, sócio diretor da empresa especializada no desenvolvimento de líderes Crescimentum.

6 – Mantenha-se sempre atualizado

Além de estar antenado com tudo o que acontece dentro da empresa, o profissional que quer influenciar o seu ambiente de trabalho também precisa estar atualizado sobre o mercado como um todo. Além de acompanhar notícias sobre o setor, é necessário manter relações com quem trabalha em empresas concorrentes ou fornecedores, para ficar sabendo de movimentações antes de acontecerem e preparar a própria empresa para isso. Desta maneira, ele se torna uma referência para os colegas, que vão começar a procura-lo quando também quiserem se atualizar.


7 – Não se envolva em fofocas

Um profissional que consegue se destacar logo que entra na organização vai gerar comentários positivos, mas também pode incomodar algumas pessoas. “Quando vem alguém de fora, se ele imprimir o ritmo dele e conquistar as pessoas, vai fazer com que outras pessoas tenham que sair da zona de conforto, para não ficarem para trás, e, infelizmente, as pessoas não querem isso”, comenta Alvarenga.


É importante não se envolver em intrigas e muito menos falar mal de colegas. Para ser influente, as pessoas precisam confiar em você e acreditar que suas ações são benéficas para toda a equipe, não apenas para si mesmo. Mantenha-se longe das conversas de corredor e, com o tempo, os incomodados vão perceber que os resultados positivos do seu trabalho também melhoram o ambiente para eles.

25 de julho de 2014

Veja 5 dicas para usar melhor o WhatsApp

O WhatsApp tem mais de 400 milhões de usuários ativos por mês, e versões para todas as plataformas de smartphone do mercado. Um dos motivos do sucesso do programa é sua simplicidade. Qualquer usuário de smartphone pode instalar e começar a usar o programa poucos segundos. Mas alguns truques ajudam a usar o aplicativo com mais facilidade. Veja abaixo 5 dicas para usar o WhatsApp.

Como bloquear o acesso ao WhatsApp

Quem tem um smartphone Android pode bloquear o acesso ao WhatsApp facilmente. Basta instalar o aplicativo Messenger and Chat Lock. Depois de instalado, esse aplicativo bloqueia o Whatsapp com uma senha definida pelo usuário. O aplicativo também pode impedir acesso a outros mensageiros, como Viber, Facebook Messenger e Hangouts.

Como enviar sua localização

Combinou um encontro com amigos e chegou mais cedo? Uma forma fácil de mostrar para seus contatos onde você está é enviar sua localização pelo WhatsApp. Escolha o contato ou grupo que receberá a informação e toque no botão de anexos. Na janela seguinte, escolha o item localização. Seus contatos receberão um link que pode ser aberto nos aplicativos de mapas do celular.

Como criar atalhos para contatos muito usados

Tem um contato muito frequente no WhatsApp? Crie um atalho para agilizar a conversa com ele. Um ícone com a foto do contato será criado na tela principal do smartphone. Você pode tocar nele e começar a conversar, sem ter que abrir a tela principal do Whatsapp e procurar pelo contato na lista.

Para fazer isso, basta tocar por alguns segundos no contato desejado. No menu seguinte, escolha a opção "Adicionar atalho para conversa". Pronto, o atalho para o contato está na tela principal do smartphone.

Como desativar a notificação de mensagem lida

Em algumas situações, você pode não querer que seus amigos saibam que você viu uma mensagem. É possível configurar o WhatsApp para não enviar o símbolo de marcado quando a mensagem for lida.

Para fazer isso, vá nas configurações do WhatsApp e depois escolha "Informações da Conta" > "Privacidade". No menu seguinte, toque no item "Visto por último" e escolha quem receberá suas notificações de mensagem lida. Essa dica vale apenas para iPhone e Android.

Como bloquear um contato no Whatsapp

Há algumas formas de bloquear um contato no WhatsApp. Caso o contato já esteja em sua lista, abra a página de conversas, toque no ícone de configurações (no Android, três pontos alinhados na vertical) e depois toque em "Mais" > "Bloquear".

24 de julho de 2014

Juiz dos EUA manda devolver US$ 1 bilhão pagos pela Argentina

O juiz distrital dos Estados Unidos Thomas Griesa classificou no dia 27 de julho a decisão da Argentina de enviar o pagamento da parcela da dívida em desafio à determinação da Justiça como uma "ação explosiva" e disse ao Bank of New York Mellon para devolver o dinheiro ao governo.

O juiz lembrou aos advogados que representam a Argentina e ao BNY Mellon que "qualquer tentativa de fazer o pagamento aos detentores de bônus reestruturados sem cumprir com a decisão é ilegal".

Griesa se reuniu com os advogados representantes da Argentina e com os investidores que não participaram da reestruturação da dívida, liderados pelo NML capital, unidade do Elliott Management, e pelo Aurelius Capital Management.

A audiência foi feita no processo relacionado com a decisão do dia 26 de junho do país de depositar dinheiro no BNY Mellon para pagar apenas os credores que participaram das duas trocas de dívida em 2005 e 2010.

O juiz determinou que a Argentina pague US$ 1,33 bilhão mais juros aos credores "holdouts", após o default de US$ 100 bilhões em 2001 e 2002.

"O dinheiro deve ser devolvido à república. Simples assim", disse Griesa, acrescentando que a Argentina deveria voltar à mesa de negociação.

23 de julho de 2014

Massa italiana dá boas vindas a jogadores com brincadeira sobre mordida

Não foi dessa vez para a Itália, embora os italianos não tenham perdido o bom humor. A marca de massas Barilla pegou carona nas brincadeiras feitas por outros anunciantes e criou sua própria campanha sobre a mordida do jogador uruguaio Luis Suárez no italiano Chiellini, durante a partida que eliminou a Itália da Copa de 2014, no dia 24 de junho.
Massa italiana faz campanha bem humorada para recepcionar jogadores eliminados da Copa.

Para recepcionar os jogadores italianos, que voltam para casa após a derrota, a marca mostra 11 unidades da massa rigatoni, uma delas com a marca de uma mordida, fazendo alusão à agressão. "Bem vindos de volta", diz a campanha em italiano.


No ano passado, a Barilla se envolveu em polêmicas depois que o presidente da multinacional, Guido Barilla, fez declarações homofóbicas e despertou a fúria de consumidores. Em uma entrevista, e ele afirmou não precisar fazer publicidade para os gays já que gosta da família tradicional, e disse que eles podem comer outra massa se não concordarem.

22 de julho de 2014

Pedidos de socorro por trabalho escravo aparecem em etiquetas de grife

          Rebecca Gallagher mostra no Twitter etiqueta com denúncia de trabalho escravo.

Três consumidores britânicas encontraram pedidos de socorro pela suposta exploração de trabalho escravo em etiquetas de roupas da marca Primark, em Swansea, País de Gales.


De acordo com o site Daily News, duas das mulheres encontraram as mensagens em roupas em promoção (por US$ 17) na mesma loja da cidade da província britânica.

Outra consumidora em Belfast, na Irlanda do Norte, diz ser encontrado uma anotação de um suposto prisioneiro chinês denunciando trabalho forçado de 15 horas por dia para a produção de roupas.

Acredita-se que as mensagens tenham sido escritas por trabalhadores de fábricas em vários países. Todos os recados fazem referência a "horas exaustivas" de trabalho forçado.

"Fiquei chocada quando vi a mensagem na etiqueta", relatou ao site Wales online a consumidora Rebecca Jones, de 21 anos. "Eu costumava fazer compras na Primark, mas não farei mais. O aviso me fez refletir como minhas roupas são feitas".

A rede de lojas de departamento, conhecida por vender roupas a preços acessíveis, informou que iniciará investigações para descobrir a origem das mensagens.

21 de julho de 2014

Instituições de ensino se protegem do calote com seguro educacional

      Colégio Dante Alighieri, em São Paulo, conseguiu diminuir inadimplência em 1,5%.

O seguro educacional mal começa a engatinhar no Brasil, mas já responde pela redução de calotes no ensino privado. O segmento movimentou R$ 10,9 milhões no primeiro trimestre de 2014, parcela ínfima dos prêmios no ramo bilionário de seguros de pessoas.


Em novembro de 2013, a arrecadação do seguro educacional não passou de 0,6% dos 2,1 bilhões movimentados no ramo de pessoas, de acordo com a Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida).

Assim como o seguro de vida, o educacional cobre desemprego, morte ou invalidez permanente por acidente ou doença do pai ou responsável pelo aluno, garantindo o pagamento das mensalidades escolares. O produto é aplicado desde o ensino básico até o superior.
                   Tipo de seguro custa em torno de 1% a 3% da mensalidade escolar.

“O objetivo do seguro é dar ao aluno a possibilidade de continuar seus estudos”, explica Alexandre Crozato, superintendente executivo de Seguros de Pessoas do grupo BB e Mapfre, que atua há dez anos no segmento e coleciona um portifólio de 500 mil alunos segurados.

O seguro custa, em média, de 1% a 3% da mensalidade – valor que só pode ser praticado nos planos coletivos, de acordo com Crozato. A imensa maioria dos planos é ofertada por colégios e universidades em convênio com as seguradoras. Apenas 0,01% dos contratos deste tipo de seguro são individuais.

Em muitos casos, é a própria instituição de ensino que banca o seguro para os alunos. Foi o que fez o colégio paulistano Dante Alighieri, que antes contava com a adesão de pais e responsáveis financeiros, mas passou a oferecer o produto gratuitamente a todos os 4,5 mil matriculados.

A gerente financeira do colégio, Ligia Beretta, conta que a adesão ao seguro ajudou a reduzir a inadimplência em torno de 1,5%.

A Universidade Anhanguera, que faz parte do maior grupo de ensino privado do País, lançou no segundo semestre de 2013 um projeto-piloto do seguro educacional para alunos da região Sul do País.

“A cobertura contempla a isenção de seis mensalidades, possibilitando que o aluno esteja matriculado, ativo e adimplente”, informou a instituição.

Perguntada se o preço do seguro é embutido nas mensalidades, a universidade respondeu que "o benefício não gera qualquer despesa extra aos discentes". A instituição não comentou se o produto visa reduzir a inadimplência e evasão.

Coberturas além de morte, doença e invalidez

Além das coberturas básicas (morte, invalidez por acidente ou doença) e da garantia adicional em caso de desemprego, as instituições de ensino podem contratar outras coberturas, como matrícula, repetência, formatura e pré-vestibular, além de um serviço de ajuda à recolocação profissional, incluindo a atualização e divulgação de currículos.

O grupo BB e Mapfre, por exemplo, oferece como cobertura adicional a proteção escolar, que cobre, além de acidentes pessoais envolvendo o aluno, assistência escolar com reposição de aulas e até transporte para fisioterapia e assistência funeral.
Alunos no colégio paulistano Dante Alighieri: seguro educacional sem custos para os 4,5 mil alunos.

Em torno de 750 instituições de ensino no Brasil oferecem o seguro por convênios com o grupo segurador. “Estima-se que apenas cerca de 5% das redes privadas do País ofereçam este benefício a seus alunos”, diz Crozato.


O total de alunos matriculados em universidades privadas em 2012 era de 5,1 milhões (73% do total), de acordo com o último Censo da Educação Superior, do Ministério da Educação (MEC), divulgado no segundo semestre do ano passado.

No ensino básico particular, o total de matrículas em 2013 foi de 8,6 milhões, segundo o último Censo Escolar, publicado este ano. Enquanto as escolas públicas perdem alunos, as redes particulares só aumentam seu quadro.

Entre 2012 e 2013, a rede privada de ensino cresceu 3,5% no Brasil, enquanto as instituições públicas – federais, estaduais e municipais –, encolheu 1,9% no número de matrículas.

Para o executivo do BB e Mapfre, o desconhecimento sobre o seguro educacional ainda é o maior entrave à sua massificação. “Apesar de a procura ser cada vez maior e atrair importantes instituições de ensino, considerando o número de redes privadas no País, é possível medir o tamanho do campo a ser explorado”.

20 de julho de 2014

Mineradora MMX, de Eike, fecha 1º trimestre com prejuízo de quase R$ 70 milhões

A mineradora MMX encerrou o primeiro trimestre deste ano com um prejuízo líquido maior que o registrado um ano antes e uma geração de caixa negativa, segundo informou a empresa no dia 24 de junho.
     Mineradora MMX, de Eike, fechou o 1º trimestre com prejuízo de quase R$ 70 milhões.

A companhia, que no ano passado passou por reestruturação com venda de ativos devido a dificuldades financeiras que envolveram o grupo EBX, de Eike Batista, teve prejuízo líquido de R$ 69,2 milhões entre janeiro e março, um aumento de 25,4% sobre igual período do ano passado.

O resultado foi influenciado pela ampliação do resultado financeiro negativo da companhia em quase três vezes, a R$ 129,2 milhões.

Ainda assim, a MMX destacou que houve uma redução no resultado financeiro negativo na comparação com o quarto trimestre, de 46%, "reflexo da substancial redução do endividamento bancário após a conclusão da transação com Mubadala/Trafigura".

A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado ficou negativa em R$ 501,3 milhões no primeiro trimestre, revertendo o resultado positivo de R$ 3,1 milhões obtido um ano antes.

A mineradora atribuiu o resultado ao impacto negativo de provisão decorrente de estudos detalhados das estimativas de custos com base na evolução das análises contratuais junto a fornecedores do Projeto de Expansão da Unidade Serra Azul.

A receita líquida recuou 53% na comparação com o primeiro trimestre de 2013, totalizando R$ 110,4 milhões.


Inicialmente, a MMX iria divulgar os resultados do primeiro trimestre no fim de maio, mas adiou a data devido aos desdobramentos contábeis nos seus resultados com a conclusão de investimento por Trafigura e Mubadala no Porto Sudeste, também citando efeitos da ratificação do seu plano de negócios para a postergação.

A MMX concluiu em fevereiro deste ano a venda de 65% do Porto Sudeste à trading holandesa Trafigura Beheer e ao fundo soberano de Abu Dhabi, Mubadala, num acordo envolvendo investimentos de US$ 400 milhões e assunção de dívidas da MMX no valor de R$ 1,3 bilhão.

19 de julho de 2014

Governo japonês decreta guerra aos microcarros

O "kei" de Toshie Yamada, com seu motorzinho e suas rodas minúsculas, se parece mais com um carro de brinquedo do que com um furgão de verdade. Mas não subestime sua microcaminhonete Nissan NT 100 Clipper. Em uma feira recente, onde Yamada vende as orquídeas que produz na região central do Japão, ela carregou o carro com uma montanha de caixas, baldes e uma mesa dobrável antes de partir para o trabalho.

"Nessas regiões, os keis são definitivamente o carro número um", diz Toshie. "Carros grandes causam problemas demais".

Sejam como caminhonetes, carros de passeio, furgões de entregas e até mesmo pequenos cafés móveis, os microcarros estão em toda a parte no Japão. Eles estão mais populares do que nunca, graças aos preços altos da gasolina no país, um sistema fiscal vantajoso e uma recuperação econômica desigual que tornaram os preços dos carrinhos mais vantajosos.

Os keis são tão econômicos que concorrem com o híbrido Prius, da Toyota, mas custam a metade do preço. Em 2013, um recorde de 40% de todos os carros zero quilômetro vendidos no Japão eram keis.

Porém, autoridades do setor e do governo temem que esses microveículos tenham se tornado um peso para as montadoras nacionais – que ainda são bastiões da economia japonesa, mas estão se esforçando para afastar os motoristas dessa classe de carros.

Em abril, o governo adotou o que os críticos acreditam ser uma medida linha dura. Os motoristas dos microcarros sofreram um golpe triplo, com o aumento nos impostos sobre a venda dos veículos, sobre a gasolina, e sobre os carros kei – este último com um acréscimo de 50%, diminuindo drasticamente a diferença dos valores em relação a automóveis comuns.

"Precisamos reequilibrar nossas prioridades", afirmou Yoshitaka Shindo, ministro de relações internas, antes do aumento nos impostos.

Embora sejam fabricados por algumas das maiores montadoras do Japão, incluindo a Nissan, a Honda, a Suzuki e a Daihatsu, uma subsidiária da Toyota, os carros kei não são feitos para exportação, em grande parte por conta dos tamanhos diminutos e da falta de equipamentos de segurança. Os motores são limitados por lei a apenas 0,66 litro, ou o mesmo que o motor de uma moto de médio porte. Até mesmo o menor carro da Ford, o subcompacto Fiesta, possui um motor substancialmente maior.

Isso significa que boa parte da pesquisa e desenvolvimento dedicados aos modelos kei são jogados no lixo, de acordo com as autoridades. Produzir esses carros apenas para os motoristas do país também prejudica as iniciativas das montadoras de alcançar economias de escala, o que é cada vez mais importante nessa era de concorrência global acirrada.

Assim como no caso de outras grandes montadoras, as fabricantes japonesas de automóveis utilizam os mesmos componentes básicos para a produção de uma ampla gama de modelos. Ao prestar serviços a esse nicho, o mercado exclusivamente japonês é um luxo que as montadoras do Japão não podem bancar, segundo alguns representantes do governo.

Os incentivos fiscais generosos para os microcarros, um vestígio das políticas do pós-guerra que encorajavam os japoneses a deixarem de lado suas motos e carros de mão em favor de carros, também estão sugando os fundos dos cofres do governo.

E esses carros tornaram-se um empecilho eterno nas negociações comerciais entre o Japão e outros países produtores de automóveis, como os EUA e a Alemanha, que afirmam que os incentivos fiscais e as restrições japonesas aos carros kei protegem as montadoras nacionais da concorrência global. Mais de 90% dos carros vendidos no Japão são japoneses.

"Durante anos, os kei foram os carros do povo no Japão. Mas esse papel chegou ao fim", diz Mitsuhisa Yokoyama, analista da SC-ABeam Automotive Consulting, uma empresa de consultoria com sede em Tóquio. "A diferença não faz mais sentido".
Mas com o incentivo para ir além dos carros kei, que o governo usou para promover a cultura do carro nos difíceis anos do pós-guerra no Japão, está sendo prejudicado justamente pelo sucesso dessa política. Em poucas palavras, os japoneses adoram seus carrinhos.

Isso ocorre especialmente nas regiões rurais, como Shinshiro, onde rendas mais baixas e a falta de transporte público transformaram os carrinhos em primeira necessidade. Em Shinshiro, cerca de um terço das famílias tem um kei; essa proporção chega a quase 100% em algumas regiões do país, de acordo com a Associação de Veículos Motorizados Leves e Motocicletas do Japão, um grupo comercial do setor.

O aumento dos impostos sobre os microcarros "acaba por prejudicar os mais fracos", afirmou Osamu Suzuki, diretor da Suzuki Motor, uma das maiores fabricantes de veículos desse tipo, durante a apresentação da nova caminhonete kei da montadora em 2013.

A popularidade desses carros também tem aumentado entre a população mais jovem das cidades, que foi especialmente afetada pelas décadas de crescimento desacelerado no Japão. Cerca de 26% dos donos de carros kei no ano passado afirmaram que abriram mão de carros maiores, de acordo com uma pesquisa publicada em abril pela Associação Japonesa de Fabricantes de Automóveis, uma organização comercial.

Os keis também se tornaram um meio de transporte importante para as mulheres japonesas, que compõem cerca de 65% das motoristas dos microcarros, de acordo com a associação de fabricantes. As mulheres de Shinshiro afirmam que os maridos dirigem carros comuns, mas que as famílias têm dificuldades de adquirir e manter um segundo automóvel normal.

"Eu não sei o que faria sem o meu kei", afirma Yui Shirai, que conta com seu Tanto, fabricado pela Daihatsu, para ir até o trabalho na plantação de chá de seus pais. Seu marido, Takuya, dirige um Suzuki de tamanho padrão.

Yui Shirai explica que não poderia ter um segundo carro – e, provavelmente, nem trabalhar – se não fosse pelos custos, impostos e consumo de combustível baixos de seu kei.

Os novos impostos sobre os pequenos carros incentivam o debate em torno do que alguns japoneses veem como a diferença crescente entre os ricos e os desprovidos com as reformas econômicas do primeiro-ministro Shinzo Abe. Os críticos dizem que as grandes medidas forçadas por Abe até o momento – aumento de impostos, do preço da gasolina e da inflação – prejudicaram em especial os japoneses mais pobres.

Quase 20% dos donos keis entrevistados pela associação dos fabricantes de automóveis afirmaram que pensariam em abrir mão de seus automóveis em resposta ao aumento dos impostos, ao passo de apenas 10% passaria a dirigir carros maiores. "O peso parece recair principalmente sobre as famílias com filhos e sobre os jovens de baixa renda", informou a pesquisa.

Os efeitos negativos do aumento dos impostos sobre os carrinhos também estão sendo sentidos de forma desigual pela indústria automobilística. Os fabricantes dos menores automóveis do Japão, que dependem das vendas desses carros, reclamam muito da forma como o aumento nos impostos afeta seu faturamento e coloca muitos postos de trabalho em risco. A Suzuki, por exemplo, prevê uma queda na venda por conta do aumento nos impostos. Ela foi uma das duas montadoras japonesas que não concedeu aumentos salariais aos funcionários este ano.

A Suzuki também argumenta que a fabricação dos keis dá boas indicações sobre outras partes do negócio. A montadora aplica parte das tecnologias desenvolvidas para os carros kei, por exemplo, aos carros de pequeno porte vendidos na Índia, um mercado onde a empresa conta com uma parcela considerável do mercado.

Além disso, a Suzuki têm desenvolvido agressivamente os seus keis, fazendo com que eles deixem de ser apenas carros baratíssimos sem nenhum luxo. Agora, o campeão de vendas da Suzuki, o microcarro "Wagon R" conta com assentos charmosos e uma bateria de íon-lítio capaz de capturar energia quando o carro desacelera, além de um sistema avançado de freios por radar. Todas essas tecnologias podem ser aplicadas nos demais modelos, de acordo com a Suzuki.

"No passado, as pessoas costumavam dizer que aceitavam um kei. Agora elas desejam um kei", diz Aritaka Okajima, porta-voz da Suzuki.

Ainda assim, o futuro é incerto para os microcarros japoneses. O presidente da Daihatsu, Masanori Mitsui, alertou no dia 28 de abril que a montadora esperava que as vendas dos microcarros diminuíssem em até 500 mil veículos ao longo dos próximos dois anos, passando de 2,23 milhões de carros no último ano fiscal, para 1,7 milhão em 2015.

Takeshi Suzuki, aposentado de Shinshiro que vende café na caçamba de sua microvan Mitsubishi Minicab, afirma que o aumento nos impostos sobre os keis acabariam com o empreendedorismo no Japão.

Em um espaço com pouco mais com 3,4 metros de comprimento, menos de um metro e meio de largura e um metro e meio de altura, Suzuki espremeu um moedor industrial, um gerador elétrico, uma geladeira, copos de papel e uma máquina de café espresso Cimbali.

"Os keis são amigos do trabalhador", diz. "Como eles tiveram coragem de fazer isso com a gente?".