30 de setembro de 2014

MPF-SP denuncia Eike por crime contra a Bolsa

O Ministério Público Federal de São Paulo (MPF-SP) denunciou o ex-bilionário Eike Batista e mais sete ex-diretores da OGX Petróleo e Gás Participações, no dia 23 de setembro, por crime contra o mercado de capitais.

No dia 15 de setembro, o órgão já havia denunciado o empresário por uso de informações privilegiadas. O crime, conhecido como "insider information", teria o beneficiado em R$ 8,7 milhões, por meio de vantagens ilegais no mercado financeiro.

Segundo o órgão, os executivos teriam levado milhares de investidores ao erro com a divulgação de falsas informações sobre os feitos da empresa. Com as perdas entre 2010 e 2013, o prejuízo estimado ao mercado financeiro ultrapassa R$ 14,4 bilhões.


O grupo prometeu negócios bilionários em operações de extração de petróleo nas bacias de Campos e Santos, de acordo com o MPT paulista.

"No entanto, a projeção foi baseada em dados inverídicos sobre a capacidade de exploração das reservas, o que levou à queda vertiginosa do valor das ações da companhia e causou graves prejuízos àqueles que haviam adquirido os papéis".

Uso privilegiado de informações

As irregularidades cometidas por Eike envolvem a negociação de ações da OSX, da área de construção naval. Em 19 de abril de 2013, o dono do ex-Império X, como eram chamados seus empreendimentos, vendeu na BM&FBovespa quase 10 milhões de ações da OSX, num negócio que movimentou R$ 33,7 milhões.

A venda, segundo o MPF-SP, ocorreu poucos dias depois de uma reunião que sacramentou o futuro da companhia. Segundo o novo plano de negócios, seriam feitos cortes de custo e de investimento, além da paralisação de obras no estaleiro e a interrupção temporária da participação da OSX em novos negócios.

O quadro demonstrava a dificuldade de caixa da empresa. Essas informações, que levariam a uma desvalorização dos papéis da companhia, só foram comunicadas ao mercado em 17 de maio, quando Eike já tinha vendido suas ações.

Para o MPF-SP, a operação gerou prejuízo potencial ao mercado investidor de R$ 70,3 milhões – multiplicação da diferença de preço pelo volume de ações em circulação.

29 de setembro de 2014

App do dia: 99Taxis procura carro que aceite animais de estimação

Gratuito para Android e iOS, 99Taxis é aplicativo de solicitação de táxi presente em mais de 300 cidades do país.

Popular aplicativo para chamar táxis, o 99Taxis ganhou recentemente recursos de personalização. A partir de agora, o usuário pode também, ao solicitar um táxi, pedir por um carro com porta-malas grande, por um táxi especial ou, ainda, por um taxista que aceite transportar animais de estimação. Essa última conveniência, entretanto, pode ter um custo adicional, em função do regulamento de táxi em cada município.

Gratuito e disponível para dois dos principais sistemas operacionais, Android e iOS, o 99Taxis aceita dinheiro, cartão de crédito, débito, PayPal e Voucher Corporativo, no caso de empresas que tenham contrato com o app.


Como outros programa similares no mercado, seu sistema funciona com base no GPS do smartphone e encontra o táxi mais próximo da posição do usuário a partir deste dato. Para pedir um carro basta selecionar o ponto de partida, a forma de pagamento e, caso desejado, pedir pelos opcionais ou fornecer um ponto de referência. Uma vez que a solicitação é aceita, o usuário recebe informações como nome do taxista, placa do carro e modelo, e pelo próprio app pode acompanhar a chegada do taxista em tempo real no mapa.

O app também permite que o cliente faça contato com o taxista em caso de atraso ou um outro imprevisto. Pelo programa é possível ligar para o motorista ou mesmo enviar mensagens pré-programadas. Os mais de 60 mil taxistas disponíveis na plataforma são regulamentados e verificados pela 99Taxis. O serviço está presente em 300 cidades brasileiras.

28 de setembro de 2014

TAM é condenada em R$ 45,8 mil por perder bagagem de vinhos de passageiro

O Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) negou recurso da TAM e condenou a companhia aérea a pagar indenização a um de seus passageiros. Segundo a decisão da Justiça, Nilton Airis do Couto Júnior receberá R$ 35.792,48 por danos materiais e R$ 10 mil por danos morais pelo extravio de bagagem.

Segundo publicou o TJ-GO, a TAM perdeu a bagagem de Couto, que voltava de uma viagem do estado norte-americano da Califórnia, conhecido pela produção de vinhos. Além de duas malas com roupas, a companhia aérea perdeu uma com garrafas de vinho. As bagagens com roupas foram recuperadas, mas o mesmo não aconteceu com as bebidas.

Segundo a ação, os vinhos custaram R$ 35.792,48. Couto teve de apresentar recibos e notas fiscais para provar a compra das bebidas e que, ao contrário do que alegou a TAM, o passageiro não acertou onde foi feita a compra que elas fossem despachadas diretamente para sua casa – até porque a loja onde foi feita a aquisição não faz entregas no Brasil.


"O valor representa ser suficiente para recompor o prejuízo da vítima e desestimular a empresa a praticar semelhantes danos", destacou o juiz substituto em segundo grau, Wilson Safatle Faiad.

27 de setembro de 2014

Justiça pune empresa que não recolheu FGTS de funcionária

Uma empresa foi obrigada a fazer a rescisão indireta do contrato de trabalho de uma funcionária que teve um contrato de financiamento imobiliário negado por falta de recolhimento do seu FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço). A decisão foi da Segunda Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10).
          Funcionária não conseguiu financiar imóvel por falta de pagamento da empresa.

A ausência de recolhimento do FGTS na conta vinculada de uma operadora de caixa por parte da Mais Comércio de Produtos Alimentícios Ltda. levou a Segunda Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região (TRT-10) a reconhecer a rescisão indireta do contrato de trabalho.


Reconhecida a rescisão indireta, o empregador tem que pagar ao ex-funcionário todas as verbas rescisórias, da mesma forma como se o tivesse demitido imotivadamente, inclusive a indenização de 40% sobre o FGTS. Isso porque a rescisão teve origem em uma quebra de contrato por parte do empregador.

Sem o Fundo de Garantia, a operadora de caixa da empresa Mais Comércio de Produtos Alimentícios Ltda afirmou ter sido impedida de adquirir um imóvel do “Minha Casa, Minha Vida”. Ela entrou com uma ação trabalhista para questionar a ausência dos depósitos e pedir o reconhecimento da rescisão indireta do contrato.

Em sua defesa, a empresa alegou que estava tentando regularizar o pagamento do Fundo de Garantia de seus empregados. O juiz da 2ª Vara do Trabalho de Brasília negou o pleito, ao argumento de que a trabalhadora não apresentou em juízo o extrato da conta, nem revelou qual período durante o qual não houve depósito.

O caso chegou ao TRT-10 por um recurso da trabalhadora. A relatora do processo, desembargadora Elke Doris Just, aceitou a rescisão indireta do contrato de trabalho. “Considero que a ausência contumaz de recolhimentos de FGTS é fator suficiente para a rescisão indireta do contrato de trabalho, por se tratar de uma obrigação trabalhista básica, a ser cumprida pelo empregador”, asseverou.

Embora seja dever da empregada comprovar a inexistência de depósitos de FGTS, prosseguiu a desembargadora, o fato de a própria empresa ter confirmado em sua defesa que está tentando regularizar o pagamento é suficiente para comprovar a irregularidade no recolhimento da parcela.

“Portanto, a alegação da inicial, em que se baseia o pedido de rescisão indireta, está comprovada”, concluiu a desembargadora ao se manifestar pelo provimento do recurso, uma vez que a falta do pagamento do Fundo se enquadra no item “d” do artigo 483 da CLT, que autoriza a ruptura do contrato de trabalho por culpa do empregador.

Com a decisão, a operadora deverá receber aviso prévio, saldo de salário, 13º proporcional, férias devidas acrescidas de um terço e FGTS com a respectiva multa de 40%, tendo como data final do pacto laboral a data da publicação da decisão.

26 de setembro de 2014

68% dos brasileiros não se preocupam em poupar, diz pesquisa

Apenas 30% dos brasileiros consideram o hábito de poupar para o futuro como uma prioridade, revelou uma pesquisa divulgada pela FenaPrevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida), realizada pelo Instituto Ipsos. O estudo mostrou que a maioria dos lares do País, 68%, não se preocupa em guardar parte dos rendimentos.
                                        30% consideram que poupar é prioridade.

Entre os domicílios que fazem poupança, 52% conseguem guardar até 10% do orçamento familiar por mês. A faixa de lares que reserva entre 10% e 20% do orçamento é de 26% entre os que declaram fazer economias.


Os com maior capacidade de gerar reservas se reduzem a 7% dos poupadores, e apenas 2% conseguem fazer reservas iguais ou superiores a 40% do orçamento.

O estudo foi feito com 1,5 mil indivíduos (53% do sexo feminino e 47% do masculino) em domicílios brasileiros, envolvendo a população economicamente ativa e não ativa das cinco regiões do País, a partir de 20 anos de idade, das classes A/B, C e D/E.

No levantamento, 44% dos entrevistados declararam fazer planejamento doméstico financeiro. A média de recursos guardada pelos domicílios é de R$ 626,15 ao mês. A poupança é a modalidade com maior penetração, mencionada por 85% dos respondentes. Os fundos de investimento surgem com 5% e os planos de previdência ocupam a terceira posição, com 3%.

Prova disso, é que 21% dos entrevistados declararam ter interesse em adquirir um plano de previdência complementar aberta algum dia. Outros 16% pensam em iniciar os investimentos nos próximos cinco anos e, 5%, nos próximos 12 meses.

25 de setembro de 2014

App do dia: Upflix avisa usuário de novidades no catálogo do Netflix

Disponível para Android e iOS, Upflix manda alertas ao usuário cada vez que uma novidade entra no catálogo do Netflix.

Mesmo com todo o sucesso do Netflix, há tempos ele costuma receber sempre a mesma crítica: o lançamento de novos títulos é vagaroso e o menu é confuso, o que pode desanimar os mais entusiasmados. Pois saiba que um aplicativo pode ajudá-lo a driblar esse problema. 


Conheça o Upflix, programa criado pelo brasileiro Douglas Alves que emite alertas para todos os novos tìtulos adicionados ao catálogo do Netflix.

De cara, a ferramenta pode inclusive confundí-lo com o serviço original por utilizar as mesmas cores mas, ao acessá-lo, você encontrará a listagem de filmes novos divididos por data, com avaliações de especialistas feitas na própria Netflix, e em sites como IMDb, Flixster, Rotten Tomatoes e TMDB. Outra grande vantagem é a de assistir trailers, função que nem o próprio Netflix disponibiliza em seu app.

No menu da lateral esquerda, os títulos são divididos por gênero, que vão dos mais abrangentes até os mais específicos como ficção científica alienígena, educacionais e vocacionais ou obras de época do século XX. Já no menu da direita, uma opção de roleta faz sugestões randômicas de filmes por gênero ou por uma média de notas dadas em avaliações.

O Upflix ainda permite que o usuário escolha ver informações por país, caso esteja viajando ou apenas curioso para saber quais títulos estão disponíveis em outro lugar. Além disso, há um campo que permite a busca por títulos e outro com as últmas notícias sobre o Netflix e cinema.

Bem avaliado na Apple Store, o app possui versão gratuita, que traz propagandas no pé da página, mas que não comprometem sua usabilidade, e também a versão paga, livre de propaganda e que custa $0,99. O Upflix também está disponível para Android.

24 de setembro de 2014

Reserva lança linha de camisetas nerds bem humoradas

A exemplo de sites como Camiseteria e o americano Threadless, as camisetas com estampas inusitadas e bem humoradas tem feito sucesso em todo o mundo. Agora é a vez da grife Reserva aproveitar a onda nerd para apresentar uma linha de camisetas inspiradas no tema Sala de Aula.


A parceria é de uma divisão da Reserva, chamada Usedez, que cuida de marcas com parceiros. O Colégio DeAaZ é o mais novo parceiro da marca. Não há coleção – toda semana há lançamentos com novos modelos.

Cada peça custa R$ 69 e parte da renda volta para a escola e os clientes ainda podem criar as próprias estampas.
                     Camisetas feitas em parceria entre a Reserva e o Colégio DeAaZ.

23 de setembro de 2014

Investimentos em projetos petrolíferos da Rússia devem ser congelados

                                       Rússia é um 15 países com mais bilionários.

Novas sanções por parte dos Estados Unidos e da União Europeia contra Moscou vão resultar na suspensão abrupta da exploração de enormes reservas de petróleo no Ártico e de jazidas de óleo não convencional, além de complicar o financiamento de projetos russos, do Mar Cáspio até o Iraque e Gana.

No dia 12 de setembro, os Estados Unidos impuseram sanções sobre a Gazprom, a Gazprom Neft, Lukoil, Rosneft e Surgutneftegas, impedindo o apoio das empresas ocidentais aos projetos de exploração e produção de petróleo em águas profundas do Ártico ou de xisto.

As novas medidas, destinadas a pressionar ainda mais o presidente Vladimir Putin em relação às ações da Rússia na Ucrânia, são uma extensão importante de sanções anteriores, que só proibiram a exportação de equipamentos de alta tecnologia para a indústria de petróleo da Rússia.

Os projetos agora sob ameaça incluem a perfuração de um programa importante da gigante norte-americana Exxon Mobil no Ártico russo, que começou em agosto como parte de uma joint venture com a russa Rosneft.

Agora, este e dezenas de outros projetos acordados por Rosneft e Gazprom Neft com a Exxon, a anglo-holandesa Shell, com norueguesa Statoil e a italiana ENI têm de ser suspensos.

"Cortar as fontes de tecnologia e de bens e serviços dos Estados Unidos e da União Europeia para esses projetos faz com que seja impossível ou pelo menos extremamente difícil, esses projetos continuarem (...) Não há outros substitutos prontos em outros lugares", disse uma alta autoridade dos EUA em conferência de imprensa na sexta-feira.

As empresas têm 14 dias para parar suas atividades.

A Rússia, segundo maior exportador de petróleo do mundo, conta com suas reservas do Ártico e de petróleo não convencional para sustentar uma produção de cerca de 10,5 milhões de barris por dia de petróleo, em meio ao declínio da produção em campos mais antigos na Sibéria Ocidental.

Valery Nesterov, do banco estatal russo Sberbank, que também sofreu sanções da União Europeia e Estados Unidos, previu sérias complicações.

"O que realmente me preocupa são as penalidades para o petróleo não convencional. Empresas russas não têm investido o suficiente em pesquisa e desenvolvimento. Dependem fortemente de tecnologias ocidentais e agora é tarde demais", disse ele.

22 de setembro de 2014

Aos 10 anos, menino junta moedas, compra o primeiro carro e dá aula de finanças

Os gurus de finanças pessoais costumam ganhar muito bem com palestras e venda de livros em que ensinam como o devedor pode se transformar em poupador ou como é possível administrar bem as contas e ter sobra de caixa para comprar um imóvel, fazer uma viagem, pagar o estudo dos filhos ou ainda adquirir um carro.

Mas uma criança de uma cidade do interior do Paraná mostrou que planejamento financeiro não tem idade. Desde os sete anos, Thiago Morales Berce juntou cada centavo para comprar, depois de três anos de economia, o primeiro carro.


Thiago tem 10 anos e cursa o quinto ano do ensino fundamental em uma escola municipal em Assis Chateaubriand (a 444 quilômetros da capital paranaense). É filho de donos de um pequeno comércio, tem uma irmã, Thalia, de 16 anos, treina futebol em uma escolinha da cidade e adora pescar – paixão que aprendeu com o pai.
Depois de juntar R$ 2,5 mil e comprar o primeiro carro aos 10 anos, Thiago tem como meta customizar o Fusca.

Também foi ouvindo as histórias do pai, que teve uma vida difícil desde criança, que Thiago descobriu outra paixão: o Fusca. O pai gostava de contar que aos 13 anos – depois de trabalhar na roça e em uma mercearia – conseguiu ter dinheiro suficiente para comprar um Fusca.

Aos sete anos, Thiago decidiu que também começaria a economizar para comprar o modelo da Volkswagen. Determinado, o menino guardou moedas e o dinheirinho que ganhava em datas especiais, como aniversário e Natal. Uns 20 centavos que sobraram do troco do pão, R$ 10 de presente de algum parente – tudo era guardado na latinha que servia de cofre. 


Como os pais têm um pequeno comércio, costumavam trocar o punhado de moedas guardadas por Thiago por cédulas. A mãe, Andréia Morales Berce, teve de abrir uma caderneta de poupança a pedido do menino para que o dinheiro se valorizasse. "No começo nós achávamos graça naquela persistência dele em guardar o dinheiro para comprar um carro, mas com o tempo vimos que a decisão era séria. Ele sempre fazia questão de perguntar quanto já tinha guardado e se sentia importante por ter uma conta no banco", conta Andréia.

Foram três anos de economia. Até que recentemente Thiago chegou ao total de R$ 2,5 mil e comprou um Fusca ano 1976. Se tivesse guardado o dinheiro em casa, a criança precisaria ter economizado uma média de R$ 2,30 por dia. O valor é baixo e mostra como um menino que nunca ouviu falar de finanças pessoais conseguiu com determinação comprar um carro com apenas dez anos. Com um detalhe: sem financiamento, com pagamento à vista.

Dicas de quem entende:

Thiago deu algumas dicas para quem sonha ser um poupador – seja adulto ou criança. 

1) "Só abandone um objetivo se você quiser comprar algo que precisa muito", ensina. Quem pretende juntar um dinheiro para comprar algo não deve se desviar desse objetivo cada vez que vê na TV uma novidade – seja um brinquedo ou o brinco que faz sucesso na novela das oito.

2) "Não fique esperando, comece a poupar logo", orienta. Para o garoto paranaense, um dos segredos para conseguir algo que depende de economia é começar logo, sem arranjar desculpa e deixar para amanhã.

3) "É mais seguro deixar o dinheiro no banco". "O cofrinho é um bom começo, mas tem gente que pode sofrer a tentação de usar as moedas para alguma necessidade", avisa Thiago. Depois de juntar as economias na latinha, agora o menino tem um cofre em formato de cofre, um presente do pai.

4) "É melhor não emprestar dinheiro", diz o menino. "Só emprestava para o meu pai e a minha mãe porque sabia que eles devolveriam".

A mãe Andréia já ouviu muitas queixas de outras mães que têm dificuldade em ensinar os filhos a economizar. "Nunca conversamos com o Thiago sobre ter de economizar, esse comportamento ele aprendeu sozinho. O que nós ensinamos aos nossos filhos é que nunca se deve dar tudo o que eles querem, que é preciso esperar a hora certa ou batalhar por algo que a gente quer muito", explica.

Orgulhosa, Andréia comemora a conquista do filho caçula: "Fiquei muito emocionada com a história do meu filho. Ele começou desde cedo a realizar pequenos sonhos, a ser persistente."

Próximo projeto: turbinar o fusquinha

Agora que cumpriu o primeiro desafio e comprou o Fusca 1976, Thiago traçou uma nova meta. Ele começou a economizar para customizar o carro. A previsão do menino é ter recursos para a reforma geral e personalização do veículo dentro de mais oito anos.

Depois que a história de Thiago começou a ser divulgada, ele passou a ser conhecido como "o menino do Fusca". Já foi recebido pelo prefeito da cidade, de quem ganhou de presente um fusquinha de brinquedo, foi convidado a participar de alguns Clubes do Fusca do País e até já foi chamado para dar palestra.

Para evitar que a fama repentina atrapalhe a rotina do menino, Andréia costuma acompanhar de perto o assédio pelas redes sociais. "Me preocupo que ele continue a ter uma vida normal, jogando futebol todos os dias, andando de bicicleta e brincando com o tablet", diz a mãe.

Na estrada com o Fusca

Thiago é o dono do Fusca, mas são os pais, que tem um outro veículo da família, que dirigem o carro. A mãe costuma levá-lo para a escola. Mas quando está ao lado do pai o garoto gosta de passar o dia em algum pesqueiro na zona rural de Assis Chateaubriand. Como as estradas são precárias, nada melhor que o Fusca 1976 para encarar os buracos. Com tanta novidade na vida do menino, até agora só deu tempo de levar a avó e uma prima para passear.

O menino também costuma ser levado de Fusca para o treino de futebol. O lateral direito do time, torcedor do Santos, sonha ser jogador de futebol, assim como os ídolos Neymar e Cristiano Ronaldo. Sobre o ex-craque do Santos, Thiago avalia: "Neymar não tem jeito de quem guarda muito dinheiro."

Mas se a carreira em campo não der certo, Thiago – que adora estudar matemática e tem notas entre 95 e 100 no boletim – planeja se tornar arquiteto.

21 de setembro de 2014

Eike Batista pode pegar 13 anos de prisão

O Ministério Público Federal (MPF) no Rio de Janeiro (RJ) denunciou Eike Batista por dois crimes contra o mercado de capitais – manipulação do mercado e uso indevido de informação privilegiada. Pelos delitos, ele pode pegar até 13 anos de prisão, segundo nota divulgada pelo MPF – os prejuízos causados podem chegar a R$ 1,5 bilhão.

O MPF pediu o bloqueio dos bens financeiros e arresto de imóveis e móveis de Eike, para futura indenização dos prejuízos causados.

"A quantia equivale ao prejuízo suportado pelo mercado de ações em consequência da conduta criminosa protagonizada pelo denunciado”, explicam os procuradores da República Rodrigo Ramos Poerson e Orlando Monteiro da Cunha, autores da denúncia.

Eike doou para o filho Thor a mansão onde moram, no Jardim Botânico, Rio de Janeiro, no valor de R$ 10 milhões. Também doou uma propriedade em Angra dos Reis aos dois filhos mais velhos (Thor e Olin), também no valor de R$ 10 milhões. Para a mulher, o empresário doou um apartamento em Ipanema, Rio de Janeiro, no valor de R$ 5 milhões.

O delito de manipulação de mercado ocorreu, segundo a denúncia, em outubro de 2010, quando Eike simulou a injeção de até US$ 1 bilhão na empresa, por meio de compra de ações da OGX. Para o MPF, Eike já sabia que os campos de exploração Tubarão Tigre, Tubarão Gato e Tubarão Areia não teriam a prospecção anunciada.

O MPF também acusa Eike de usar informações privilegiadas para gerar lucro indevido de R$ 125 milhões de maio a junho do ano passado. Entre agosto e setembro, o evento teria voltado a se repetir com a venda de ações da OGX.

20 de setembro de 2014

Governo anuncia a geração de 101 mil novos empregos em agosto

Em agosto, foram gerados 101.425 postos formais de trabalho no Brasil, resultado de um total de 1.748.818 admissões ante as 1.647.393 demissões registradas no mês. Isso representa um crescimento de 0,25%, na comparação com o mês anterior (julho). Os dados constam do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado no dia 11 de setembro pelo Ministério do Trabalho.
        Saldo de empregos gerados durante o ano está em 751.456 (expansão de 1,85%).

Conforme dados do ministério, este é o melhor resultado dos últimos três meses. O saldo de empregos gerados durante o ano está em 751.456 (expansão de 1,85%). Somente nos últimos 12 meses foram criados 698.475 postos de trabalho (incremento de 1,72%). Entre janeiro de 2011 e agosto de 2014, foram gerados 5.631.534 empregos.


Segundo o ministro do Trabalho, Manoel Dias, o resultado positivo já era esperado pelo governo federal, que mantém a projeção de 1 milhão de empregos a serem gerados em 2014. “Tudo que dissemos está acontecendo”, disse ele. “Já tínhamos indicadores de que iríamos melhorar a partir deste mês. É o que os dados estão confirmando hoje, ao contrário do que tem sido especulado, principalmente pela imprensa”, ressaltou.

Ele destacou que o país tem conseguido manter um modelo que sustenta o emprego com ganhos reais de salário, ao mesmo tempo em que mantém a economia irrigada. Argumentou que, se há uma diminuição no ritmo de contratação na comparação com anos anteriores, é porque o país vive uma situação de pleno emprego. Antes, lembrou o ministro, havia mais espaço para crescimento. Agora, com o pleno emprego, o resultado, apesar de menor, é positivo.

“Não se gera 101 mil empregos por acaso. Não se trata de pesquisa de cunho pessoal, como outras que têm sido apresentadas, que têm por base opiniões [subjetivas] e projeções feitas por pessoas. O que estamos apresentando aqui são dados reais sobre o números de empregos gerados. Dados fornecidos pelas próprias empresas”, argumentou o ministro.

Dos oito setores da atividade econômica pesquisados, seis apresentaram bom desempenho em agosto. O destaque ficou com os setores de serviços, que geraram 71.292 novos postos de trabalho; de comércio (40.619); e de construção civil (2.239). A indústria da transformação registrou declínio de 4.111 postos. No entanto esse número representa, conforme o ministro, “desaceleração no ritmo de queda”, se comparado ao resultado apresentado nos meses anteriores (diminuição de 27.472 e de 15.392 postos em junho e julho, respectivamente).

Todos os ramos do setor de serviços apresentaram bom desempenho. O destaque ficou com os de ensino (mais 22.409 postos criados); alojamento e alimentação (18.711); comércio e administração de imóveis (14.916); serviços médicos e odontológicos (11.023); transportes e comunicações (3.092); e instituições financeiras (saldo de 1.141 novas vagas).

Ainda segundo o ministro Manoel Dias, a perda de 9.623 postos de trabalho no setor agrícola se deve a motivos sazonais. “Certamente este será um setor que apresentará melhores números em setembro e outubro”, comentou. Acrescentou que todos os acordos coletivos tiveram aumento real de 10% acima da inflação.

19 de setembro de 2014

App do dia: Roupologia conecta usuárias a famosas e blogueiras de moda

Roupologia permite que usuárias recebam dicas de moda de blogueiras famosas. Grátis (com limite de consultas) para iOS.

O Roupologia é um app interessante para mulheres que se interessam por moda. O app permite tirar uma foto do look do dia e compartilhar as imagens com seguidoras, blogueiras de moda e estilistas cadastradas no serviço.

Assim, a usuária pode receber dicas relativas a roupas, maquiagem, acessórios e outros itens. O aplicativo foi criado pelo americano Nathan Schorr e pelo uruguaio Gabriel Roizner. O conteúdo é fornecido pela empresa gCampaner, responsável por uma rede de blogs que conta com mais de 30 blogueiras. Entre as especialistas de moda cadastradas no serviço estão as modelos Carol Magalhães e Isabela Fiorentino.

Usuárias do app também podem acompanhar as blogueiras, estilistas e comprar a mesma roupa que as blogueiras usam em suas fotos de dentro do aplicativo. O aplicativo é freemium, ou seja, é gratuito para download e uso até um limite de consultas. Está disponível apenas para iPhone/iPad.

18 de setembro de 2014

Cinco milhões de senhas do Gmail são publicadas em fórum russo

Cerca de 5 milhões de logins e senhas de usuários do Gmail foram publicadas nesta semana em um fórum hospedado na Rússia sobre a moeda virtual Bitcoin. O número total de usuários afetados pelo vazamento, no entanto, deve ser bem menor do que o total de senhas vazadas. 

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Segundo o TheNextWeb, poucas horas após o vazamento, administradores do fórum teriam apagado as senhas, deixando apenas os logins. Além disso, o usuário do fórum que publicou o arquivo afirmou que apenas 60% das senhas seriam válidas e ainda estariam funcionando. Outro fator que diminui o número de usuários afetados é que muitos logins pertenciam a contas suspensas ou duplicadas.

Ao TheNextWeb, o Google afirmou que não houve falha nos servidores do Gmail e que os hackers usaram táticas comuns de engenharia social e vírus para obter as senhas das vítimas. Vale destacar ainda que o Gmail tem mais de 400 milhões de usuários, e a brecha afetaria menos de 1% do total. O TheNextWeb afirma ainda que os dados vazados eram principalmente de usuários de contas idiomas inglês, espanhol e russo.

17 de setembro de 2014

Veja se você tem direito ao abono do PIS/Pasep e saiba como sacar

O trabalhador que recebeu até R$ 1.356 por mês em 2013 tem direito ao abono salarial do PIS/Pasep referente ao exercício de 2014/2015. Cerca de 23 milhões de pessoas podem receber o benefício que começou a ser pago pelo governo em julho, totalizando R$ 17 bilhões.


A novidade deste ano é que os trabalhadores cadastrados no PIS terão os depósitos liberados em conta conforme o mês de aniversário. O governo antecipou o calendário de pagamentos em um mês – até o ano passado, a quantia só era paga a partir de agosto.

Por falta de conhecimento ou por perda do prazo, cerca de 1,1 milhão de pessoas não sacaram o valor ao qual tinham direito. A data limite para retirar o valor deste exercício é 30 de junho de 2015 e o valor do abono é de um salário mínimo.

Como consultar o saldo do PIS na internet

Para ter acesso ao saldo do PIS, é preciso ter em mãos o número do cadastro e acessar o site da Caixa Econômica Federal. Em seguida, o trabalhador deve inserir o número do seu PIS e sua senha e clicar em "serviço do cidadão". Se ainda não tiver uma senha, basta cadastrá-la na hora.
         Página da Caixa para consultar o saldo do adono salarial do exercício 2014/2015.

Além dos dados do trabalhador, aparecerá o saldo de quotas, se houver, e o tipo do benefício – rendimento ou abono salarial –, o valor e a situação. Se o sistema apontar como "a pagar", significa que o benefício ainda não foi depositado na conta do trabalhador.

Na situação "pago", a consulta também permite saber a data em que foi feito o pagamento e a forma como foi feito o depósito – se por crédito em conta corrente ou poupança.

Veja quem tem direito ao abono salarial do PIS/PASEP 2014/2015
- O trabalhador cadastrado no PIS/Pasep há pelo menos 5 (cinco) anos;
- Quem recebeu, em média, até dois salários mínimos mensais em 2013;
- A pessoa que trabalhou pelo menos 30 dias no ano-base, seguidos ou não, para um empregador que contribua para o PIS/Pasep;
- O trabalhador inscrito que tenha sido informado corretamente na RAIS de 2013.
Veja como sacar o dinheiro do PIS/Pasep

O abono poderá ser sacado nas agências da Caixa Econômica Federal por quem está inscrito no PIS e nas agências do Banco do Brasil por quem está inscrito no Pasep.

É preciso acompanhar o calendário de pagamento para saber se o dinheiro já está disponível na conta do trabalhador.


Os inscritos no PIS que tiverem Cartão Cidadão, com senha já cadastrada, também podem fazer o saque em casas cotéricas, caixas automáticos ou postos do Caixa Aqui.

É necessário apresentar um documento de identificação (CPF ou RG) e o número de inscrição no PIS ou Pasep para retirar o benefício.

Calendário para pagamentos do abono salarial do PIS 2014 / 2015
Nascidos em                               Recebem a partir de                        Data Limite                     
Julho15 / 07 / 201430 / 06 / 2015
Agosto22 / 07 / 201430 / 06 / 2015
Setembro31 / 07 / 201430 / 06 / 2015
Outubro14 / 08 / 201430 / 06 / 2015
Novembro21 / 08 / 201430 / 06 / 2015
Dezembro28 / 08 / 201430 / 06 / 2015
Janeiro16 / 09 / 201430 / 06 / 2015
Fevereiro23 / 09 / 201430 / 06 / 2015
Março30 / 09 / 201430 / 06 / 2015
Abril14 / 10 / 201430 / 06 / 2015
Maio21 / 10 / 201430 / 06 / 2015
Junho31 / 10 / 201430 / 06 / 2015
Fonte: Caixa Econômica Federal

Calendário para pagamentos do abono salarial do Pasep 2014 / 2015
Final de inscrição                     Início do pagamento                         Recebem até                   
0 e 115 / 07 / 201430 / 06 / 2015
2 e 314 / 08 / 201430 / 06 / 2015
4 e 516 / 09 / 201430 / 06 / 2015
6 e 714 / 10 / 201430 / 06 / 2015
8 e 914 / 10 / 201430 / 06 / 2015
Fonte: Banco do Brasil

16 de setembro de 2014

Vendas do comércio têm maior queda desde outubro de 2008

Dos oito segmentos do comércio varejista analisados pelo IBGE, quatro tiveram queda na passagem de junho para julho deste ano.

O volume de vendas do comércio varejista caiu 1,1% em julho, na comparação com o mês anterior. Essa é a segunda queda consecutiva do indicador e o pior resultado desde outubro de 2008 (que também ficou em -1,1%). Os dados fazem parte da Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), divulgada hoje (11) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Há decréscimo também quando se compara julho deste ano com o mesmo período do ano passado (-0,9%). Nos acumulados do ano e do período de 12 meses, no entanto, o comércio continua apresentando altas: 3,5% e 4,3%, respectivamente.

Dos oito segmentos do comércio varejista analisados pelo IBGE, quatro tiveram queda na passagem de junho para julho deste ano: móveis e eletrodomésticos (4,1%), hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (1,3%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (0,4%) e tecidos, vestuário e calçados (0,1%).

O segmento de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria teve volume de vendas estável em julho. Três setores tiveram alta: livros, jornais, revistas e papelaria (2,1%); equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (0,9%) e combustíveis e lubrificantes (0,8%).

Por outro lado, o varejo ampliado, que é calculado considerando-se veículos e materiais de construção além dos oito setores do varejo restrito, teve alta de 0,8%. O setor de veículos e motos, partes e peças teve crescimento de 4,3%. Já os materiais de construção tiveram avanço de 3,8%.

A receita de vendas nominais do comércio teve queda de 0,7% na passagem de junho para julho, mas registrou crescimento na comparação de julho deste ano com o mesmo período do ano passado (5,9%), no acumulado do ano (9,8%) e no acumulado de 12 meses (10,8%).

15 de setembro de 2014

Banco não pode se apropriar de salário ou aposentadoria para quitar dívida

A 3ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu que o Itaú Unibanco não pode descontar mais do que 30% dos salários e das aposentadorias de clientes para cobrar dívidas decorrentes de empréstimos, juros de cartão de crédito e tarifas. 

A ação civil pública contra o Itaú Unibanco S/A foi iniciada pelo Ministério Público de Minas Gerais, que alegava que o banco descontava até 100% do salário dos clientes para pagamento de dívidas.
Itaú: segundo o MP-MG, correntista devedor chegava a ter desconto integral do salário ou aposentadoria.

O juiz de primeiro grau avaliou que o débito automático de empréstimo em conta corrente era legal, já que “uma vez depositado em conta, o valor é crédito, não é salário nem moeda, não havendo que se falar em violação da norma do artigo 649, inciso IV, do Código de Processo Civil”. A decisão foi confirmada em 2ª instância, sob a alegação de que o correntista, ao assinar o contrato com a instituição financeira, tinha conhecimento de que essa seria a forma de pagamento.

Reparação por dano moral

Ao levar o caso ao STJ, o MP alegou que o banco fazia descontos superiores ao limite de 30% do salário. Em alguns casos, segundo a ação, o débito era de 100% do salário.

Para o ministro do STJ Sidnei Beneti, relator do caso, mesmo que o cliente tenha assinado o contrato concordando com o desconto, o fato de o banco se apropriar do salário do correntista é ilícito e possibilita uma reparação por dano moral. 

Procurado, o Itaú Unibanco informou por meio de nota que a decisão "contraria jurisprudência consolidada do próprio STJ". Além disso, argumenta o banco, "o débito em conta é benéfico para todos, trazendo grande facilidade para o cliente (como o cadastramento de débitos automáticos de contas de água, luz e telefone), que poderá cancelá-lo a qualquer momento". A instituição financeira estuda a possibilidade de recurso.

14 de setembro de 2014

Construtora atrasa imóvel e deve indenizar cliente por correção indevida

                                   Ruim é quando a casa própria vira um problema.

Flávio Louzada, de 33 anos, tinha planos. O casamento estava marcado para novembro de 2012 e ele queria deixar tudo pronto. Em janeiro de 2011, comprou uma unidade do empreendimento Vila Nova Paisagem, em Suzano (SP), da Tecnisa. Deu a entrada e pagou todas as parcelas até a entrega das chaves, mas, em abril de 2012, quando estava prevista a entrega do apartamento – mesmo com os seis meses de atraso regulamentados –, nada aconteceu.

Com o casamento, teve de sair da casa dos pais, partiu para o aluguel. Até a Larissa, filhinha do casal, nasceu e o apartamento não ficou pronto. Mês passado, finalmente a construtora entregou o imóvel. Mas o prejuízo ficou com Louzada: aluguel durante os dois anos e três meses, a taxa de condomínio e até a correção do saldo financiado pelo Índice Nacional de Custo da Construção (INCC), um dos índices de inflação mais altos do País – que já acumula alta de 5,7% no ano. Na época da compra, seu saldo a ser financiado era de R$ 110 mil, hoje ele ainda deve R$ 150 mil do parcelamento.


Louzada decidiu mover uma ação contra a Tecnisa para reaver todo esse prejuízo causado pelo atraso da obra. Por ora, ele tem a vitória – conseguiu, na Justiça, que a construtora congelasse o saldo devedor durante todo o período de atraso. Mais que isso, a construtora deverá pagar aluguel no valor de 0,8% do imóvel. A decisão ainda é passível de recurso.

A vitória é de Louzada, mas ele não está sozinho. O site Reclame Aqui acumula 1,8 mil queixas contra a Tecnisa e apenas 13% dos reclamantes voltariam a fazer negócio com a empresa. O número é maior que o de outras construtoras como Cyrela (294), Even (661) e Gafisa (453). A Tecnisa ainda tem número de queixas inferiores à da Rossi (2,9 mil) no site.
                            Hugo Kayo, engenheiro e cliente descontente da Tecnisa.

Hugo Kayo também é um desses lesados por atraso de imóveis. Em outubro de 2010, comprou uma casa no condomínio Bosques da Vila, em Cotia (SP). Kayo conseguiu, na Justiça, mudar, ao menos, o indexador do valor em aberto com a empresa. A entrega estava prevista para julho de 2013 – até hoje ele está morando em um imóvel alugado. “Eu sou do ABC Paulista, precisei vir para Cotia por causa do meu trabalho. Agora estou preso também em um contrato de aluguel com tempo mínimo”, diz. “Se eles entregarem minha casa, eu ainda vou ter de pagar uma multa pelo imóvel onde moro.”

Em julho do ano passado, ainda faltava pagar R$ 170 mil, que seriam financiados. Hoje, faltam R$ 190 mil para Kayo. “Estou sendo penalizado pelas falhas da construtora que eu não cometi”, desabafa.

Atualmente, a Tapai Advogados é responsável pela condução de 2,1 mil processos contra construtoras – cerca de 15% contra a Tecnisa. Segundo Marcelo Tapai, esse tipo de queixa tem causado grandes prejuízos aos clientes. “Tenho um caso, por exemplo, em que o saldo programado para o financiamento era de R$ 105 mil e acabou virando R$ 310 mil no final, por conta dos ajustes do INCC e os juros.”

Procurada, a Tecnisa não respondeu nenhuma das perguntas enviadas e informou, por meio de nota, que "não há sentença definitiva, e que já recorreu da decisão".

13 de setembro de 2014

Ryanair comprará 100 jatos Boeing 737 MAX

A Ryanair, maior companhia aérea de baixo custo da Europa, acertou a compra de 100 aeronaves 737 MAX 8 da Boeing, anunciaram as companhias no dia 08 de setembro, com uma opção para 100 outras aeronaves para um valor total de aproximadamente US$ 22 bilhões.

Os jatos, que podem transportar 11 passageiros a mais que aviões 737 anteriores, fazem parte do esforço da companhia aérea irlandesa de elevar seus números anuais de passageiros em 50% para 120 milhões por ano em uma década.

O acordo por 100 jatos soma cerca de US$ 10,4 bilhões, ao preço de lista de 104 milhões do 737 MAX 8, mas companhias aéreas normalmente negociam fortes descontos, principalmente em grandes pedidos.

A Ryanair fez no ano passado uma encomenda de US$ 15,6 bilhões por 175 jatos Boeing 737-800, mas o presidente-executivo da Ryanair Michael O'Leary disse em julho que manteria essa encomenda, mesmo enquanto estudava a versão MAX, com densidade maior.

12 de setembro de 2014

No lugar do couro e da lona, marcas usam papel para fazer tênis

Quando as pessoas veem um par de tênis desenvolvido por Steven Weinreb, é normal que fiquem perplexas. "Elas dizem: 'Puxa, são extremamente leves! Bem bacana! Mas são feitos de papel'", diz Weinreb.

Na verdade, são feitos de Tyvek, um material tão leve quanto o papel, mas também resistente à água, relativamente robusto e que permite maior respiração. As solas são de borracha. Weinreb os vende online e em lojas de calçados em todos os Estados Unidos por meio de sua empresa Civic Duty, baseada em Secaucus, em Nova Jersey (EUA).
    As pulseirinhas coloridas de shows utilizam o mesmo material dos calçados com Tyvek.

Onde mais o material é encontrado?

Se seu sótão recebeu isolamento térmico nos últimos 30 anos, se você foi a algum show e recebeu uma pulseirinha para a circulação pela área, ou se enviou ou recebeu encomendas, provavelmente já usou o Tyvek. Criado pela DuPont em 1955, ele é feito de fibras de polietileno de alta densidade e era originalmente usado – e ainda é – em objetos como rótulos e capas de livros. O Tyvek também é encontrado em trajes de proteção, faixas, embalagens industriais e médicas e capas para carros e barcos. Agora, os estilistas estão fazendo sapatos, bolsas e outros acessórios com o material.
             Os modelos da marca Crocs seguem a linha da sensação de pés descalços.

Os tênis se juntam à tendência de calçados minimalistas estabelecida por marcas como Crocs e Vibram, com a sua linha FiveFingers, conhecida como os "tênis descalços". Já há algum tempo o peso dos tênis esportivos vem diminuindo e a Nike agora usa fio de poliéster em alguns de seus itens mais leves.

"Chamo isso de tecno-moda sustentavelmente sensível", diz Shawn Grain Carter, professora associada de Gestão de Marketing de Moda do Instituto de Tecnologia da Moda.

"Hoje há essa consciência de que não existe mais moda pela moda, mas ela também protege o meio ambiente", diz ela. "O Tyvek é um material que atende ambas as qualidades. É pós-industrial. É futurista. É pós-moderno".

A Civic Duty divulga seu tênis de Tyvek como não agressivo ao ambiente e adequado para aqueles que evitam roupas feitas de produtos de origem animal. A empresa também recicla os tênis usados em centros especiais, convertendo-os em "mesa de piquenique, banco de jardim ou qualquer outra coisa que seja feita com Tyvek", diz Weinreb (para a reciclagem, os clientes devem enviar os tênis usados para a empresa).

Desde a Fundação da Civic Duty, em 2009, suas vendas totalizaram algo em torno de US$ 8 milhões, segundo Weinreb.

Um de seus concorrentes seguiu um caminho semelhante, focando seu marketing em fatores ambientais e no fato de o artigo ser 'cool'. Três fundadores da Unstitched Utilities, em East Brunswick, em Nova Jersey, se conheceram quando trabalhavam na Fila, empresa de calçados e artigos esportivos.

Um deles, Kevin Crowley, havia trabalhado na indústria de trajes de proteção. Há vários anos, o grupo começou a experimentar com Tyvek em projetos de tênis, e mais tarde começou a usar revistas recicladas (cortadas em tiras e costuradas) como material. Agora sua empresa vende tênis feitos de Tyvek, além de lona.

"É difícil trabalhar com o Tyvek", explica Jack Steinweis, outro sócio. "É preciso realmente saber o que se está fazendo e tivemos uma boa orientação".

Steinweis e seus parceiros inicialmente queriam fazer os artigos nos Estados Unidos, mas não conseguiram encontrar uma fábrica disposta a trabalhar com o material, nem capaz de torná-lo acessível.

Tecnologia pelo mundo

A Unstitched Utilities começou a fazer seus tênis de Tyvek na China, mas acabou mudando a produção para o Vietnã. Os tênis, em versões de cano alto e baixo, custam entre US$ 50 e US$ 135 no site da empresa e em cerca de 30 lojas de calçados nos Estados Unidos.

Um terceiro concorrente no setor, a Unbelievable Testing Laboratory, começou a funcionar na China há dois anos com Token Hu, que trabalhava na empresa de design Frog Design. Ele começou a experimentar com tênis de Tyvek, pois sua mulher, que tem pé pequeno, sempre reclamava que não conseguia encontrar sapatos que servissem.


Hu acabou deixando o emprego e fundou a Unbelievable Testing Laboratory. A empresa está baseada em Xangai e em Las Vegas (EUA) e comercializa seus produtos para homens de 23 a 35 anos de idade que "trabalham em design, tecnologia, e engenharia", explica Joseph Constanty, seu cofundador, acrescentando que a empresa não utiliza o aspecto ambiental em seu marketing.

Ela vende os calçados pelo seu site com preços que variam entre US$ 68 e US$ 78 e dispõe de opções em Tyvek. A Unbelievable Testing Laboratory começou também a usar uma mistura de Kevlar e microfibra em seus designs. Neste mês, a empresa vai começar uma campanha no Kickstarter para ajudar a financiar a fabricação de uma nova bota de Kevlar e Tyvek que irá se chamar Moon Boot.

Seus calçados pesam cerca de meio quilo o par, mais leves que muitos tênis de corrida tradicionais ou os casuais como o Converse Chuck Taylors.

Os tênis da Civic Duty também são fabricados na China. De acordo com pesquisa de mercado da IBISWorld, o país é o maior fabricante mundial de calçados, com uma indústria de US$ 114 bilhões em 2013.

Os proprietários dessas empresas estimam que seus produtos durem em média um ano, o que os coloca em pé de igualdade com os tênis feitos de materiais mais tradicionais.

Há senões sobre a sustentabilidade ambiental do Tyvek – afinal de contas, ele é feito de fibras de plástico. E a reciclagem de calçados não é algo particularmente fácil para os consumidores.

"Tudo depende da porcentagem de clientes que de fato irá enviar seus calçados e da eficiência com que a empresa irá reciclá-los corretamente", afirma Rachel Obbard, professora assistente da Escola de Engenharia Thayer, em Dartmouth, que pesquisa e ensina sobre materiais de equipamentos esportivos. "Eu pessoalmente não acho que ele seja de fato 'produzido de forma sustentável'", escreveu Obbard em um e-mail.

E provavelmente não deveriam ser usados para exercícios, de acordo com a professora.

"O Tyvek é muito resistente em vários aspectos, não mancha e tem uma excelente relação entre peso e resistência", diz a estudiosa, "mas não é elástico, e sua respiração não é tão boa quanto a de um tênis de corrida tradicional".

"Posso acabar comprando um tênis de Tyvek, que é fácil de levar na mochila ou na mala", diz a professora, "mas não vou praticar esportes com ele".

Grain Carter reconhece que há limites para o Tyvek, mas vê o tênis como algo que fará sucesso com a geração do milênio, mais disposta a arriscar.

"Eles vão encará-lo como uma performance artística e levarão em conta também sua funcionalidade", explica ela. "Será um produto fácil de vender para esse segmento específico".