31 de outubro de 2014

76% dos internautas planejam comprar na Black Friday

Para atrair consumidores, varejista online e lojas físicas devem anunciar suas principais promoções para o dia 28 de novembro.

Cerca de 76% dos internautas brasileiros pretendem comprar no dia em que o varejo oferece os maiores descontos do ano. O estudo Black Friday, realizado pela empresa de pesquisa Opinion Box e pelo portal Mundo do Marketing, indica que 62% dos entrevistados vão adquirir eletrônicos, 55% itens de informática e 50% eletrodomésticos.

Febre de consumo no ano passado, a Black Friday foi alvo de milhares de queixas de consumidores nos órgãos de defesa do consumidor. As principais reclamações apontavam que os descontos não ocorriam e, em muitos casos, os preços praticados no dia da promoção estavam acima do habitual.

Segundo a pesquisa, neste ano 95% vão monitorar o preço do que pretendem adquirir ao longo da semana e no dia em si. Pensando em 2014, dos que não pretendem participar da Black Friday, 42% desconfiam dos descontos oferecidos e 36% vão esperar as promoções após o Natal.

O perfil do consumidor consultado identificou que 41,4% das pessoas participantes do estudo já fizeram compras em uma Black Friday, enquanto 58,6% ainda não tiveram esta experiência. Entre as pessoas que já realizaram uma compra, 57% enfrentaram algum tipo de problema.

O gasto médio indicado por cerca de 40% dos entrevistados deve ficar acima de R$ 500, enquanto 17% reservarão entre R$ 401 e R$ 500 para fazer os pedidos e 15% pretendem desembolsar entre R$ 201 e R$ 300.

O estudo mostra que 58% vão deixar para comprar o produto que estão planejando por um preço mais barato na Black Friday, enquanto 47% vão comprar produtos em que notem oportunidade por estarem com um preço mais barato. Outros 38% vão aproveitar para comprar algo que estava desejando há bastante tempo e 27% anteciparão algo que comprariam no Natal deste ano.

A internet foi o canal escolhido por 75% dos que já participaram da promoção.

O levantamento online foi realizado com 1.016 internautas, sendo 50,8% homens e 49,2% mulheres de todas as regiões do Brasil.

30 de outubro de 2014

Passagem aérea pode dobrar de preço para quem deixa para a última hora

   Tradicional árvore de Natal em frente ao prédio Rockfeller Center, em Nova Iorque (EUA).

Se você quer viajar no fim do ano e planeja embarcar depois do Natal, no dia 26 mais especificamente, atenção: terá de concorrer com muita gente. Segundo o site de buscas Decolar.com esse é o dia de maior procura no ano, o que leva os preços às alturas.

Mais atenção ainda se os destinos nacionais pretendidos forem os mais procurados no período: Rio de Janeiro, São Paulo, Fortaleza, Salvador e Recife. Para os embarques internacionais, a concorrência fica acirrada entre as cidades de Santiago, Buenos Aires, Nova Iorque, Miami e Orlando. Para esses dez destinos, a variação de preço pode ultrapassar os 100%.



Segundo a agência de viagens ViajaNet, os bilhetes ficam em média 87% mais caros com a proximidade da data dos voos. Por exemplo, uma passagem São Paulo – Rio de Janeiro comprada em outubro, para dezembro, pode custar R$ 118,40. Na simulação de compra no mesmo mês teria um custo de R$ 215, cerca de 100% de alta.

Levantamento da agência de viagens ViajaNet aponta que apenas 14% dos brasileiros compram passagem com mais de dois meses de antecedência, quando é essa a principal recomendação do setor de turismo. Mas como nem todo mundo tem essa liberdade de planejamento, a dica é procurar opções mais baratas em voos com escalas, aeroportos com menor procura (e menos centrais) e embarques de madrugada.

De acordo com simulação feita no Decolar.com, para o período de Natal, as viagens domésticas têm preço médio de R$ 494,28, enquanto as internacionais chegam a US$ 994,41. Para o período do Ano Novo, as viagens domésticas têm preço médio de R$ 476,89, ante US$ 987,07 para viagens internacionais.

Saiba quais são os dias de maior alta nos preços:

Considerando as vendas e buscas realizadas até o momento no Decolar.com, os dias com maior fluxo de passageiros serão, respectivamente: 26 (campeão de procura em todo o período), 23 e 25 (empatados), 24 e 30 (empatados), 27, 31 de dezembro.

Assim, o ideal é tentar ver passagens para os 22 e 29 de dezembro. Para quem tem grande disponibilidade de tempo e dinheiro para viajar, é possível conseguir preços melhores nas semanas anteriores.

29 de outubro de 2014

Confiança do consumidor atinge menor nível desde abril de 2009

                                       Expectativa de compra do brasileiro diminui.

O Índice de Confiança do Consumidor caiu 1,5% de setembro para outubro, divulgou no dia 24 de outubro a Fundação Getúlio Vargas, na Sondagem das Expectativas do Consumidor, que verifica a expectativa de compra para os próximos meses.

A queda levou o indicador ao menor nível desde abril de 2009, com 101,5 pontos.

De acordo com a pesquisa, que ouviu pessoas em 2,1 mil domicílios em sete capitais, a maior queda foi registrada no Índice da Situação Atual (ISA), em que os entrevistados se manifestam sobre o presente. O ISA foi 2,9% menor no mês de outubro e também registrou o pior resultado desde abril de 2009.

Outro componente do ICC, o Índice de Expectativas (IE) teve queda menos intensa, de 0,6%, que não foi suficiente para inverter a tendência positiva da média móvel trimestral. Para a coordenadora da pesquisa, Viviane Seda, o mercado de trabalho e a inflação são as maiores preocupações dos consumidores.

A satisfação dos consumidores com as finanças pessoais também teve influência negativa na sondagem, com queda de 2,3% em relação a setembro e de 3,4% no trimestre, chegando ao pior nível desde julho de 2009. Segundo a FGV, diminuiu de 20,7% para 19,2% a proporção de consumidores que avaliam a situação como boa e aumentou de 13,9% para 14,96% os que a julgam ruim.

A pesquisa também indicou que houve queda de 3,6% na intenção de comprar bens duráveis nos próximos seis meses. Os consumidores que preveem maiores gastos ficaram menos numerosos, ao passar de 14,3% para 14,1%, e os que projetam menores gastos passaram de 30,2% para 33%.

Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, o ICC teve queda 8,9%, menos intensa do que a registrada em setembro, quando o índice de 2014 tinha ficado 9,5% abaixo do de 2013.

28 de outubro de 2014

App do dia: Proteste Agora é plataforma de reclamações para consumidores

Disponível para Android e iOS, aplicativo PROTESTE Agora é plataforma de reclamações para consumidores insatisfeitos da Associação de Consumidores.

Criado pela Proteste, Associação de Consumidores, o app Proteste Agora é gratuito e está disponível para smartphones com Android e iOS. O programa é uma ferramenta que facilita o registro de queixas de consumo. Para cadastrar a ocorrência, o cliente insatisfeito deve selecionar o motivo da reclamação, e também, a data e o local onde o problema ocorreu.


Além disso, o consumidor poderá compartilhar a experiência se outros tiverem enfrentado a mesma situação de desrespeito às relações de consumo.Caso as respostas encaminhadas aos questionamentos dos consumidores não sejam suficientes, o usuário poderá consultar gratuitamente um dos especialistas em Direito do Consumidor da Proteste.

O aplicativo traz ainda todas as reclamações cadastradas na plataforma, uma cartilha com informações do Código de Defesa do Consumidor e também informações de ações da própria Associação de Consumidores.

27 de outubro de 2014

Marcas não são transparentes, aponta pesquisa

Relações mais significativas, respostas rápidas e comunicação aberta e transparente. Segundo a pesquisa Brandshare, realizada pela agência de comunicação Edelman Significa, essas são algumas das expectativas dos brasileiros em relação às marcas. Os consumidores, no entanto, afirmam que não são correspondidos pela maioria delas.

Leia mais:


“O consumidor brasileiro tem um alto nível de exigência. As marcas desempenham um papel importante na vida dele: não é só a questão do poder aquisitivo, mas toda a projeção de vida feita em torno delas. A pesquisa mostra que é preciso ver as pessoas mais como cidadãs e menos como apenas consumidoras”, explica Rodolfo Araújo, diretor de Conhecimento e Pesquisa da agência.
     Consumidores querem que marcas usem recursos em prol da sociedade, diz pesquisa.

O estudo ouviu 15 mil pessoas no mundo todo – 1.027 no Brasil.

Os resultados do estudo mostram que, enquanto 73% dos brasileiros esperam por relacionamentos mais significativos com as marcas, apenas 21% dizem que elas entregam isso. Em relação às respostas rápidas sobre dúvidas dos consumidores, por exemplo, enquanto 87% dos consumidores dizem que isso é importante, somente 20% enxergam essa preocupação.

“As marcas devem entender que, ao tomarem atitudes consideradas racionais, como abrir canais para interação dos consumidores, e ao fazerem isso bem, estão criando vínculos emocionais com as pessoas”, diz Araújo.

Consumidor quer empresa com responsabilidade social

De acordo com a pesquisa, 71% dos consumidores esperam que as marcas usem seus recursos em prol da melhoria da sociedade, mas apenas 18% acham que elas, de fato, o fazem.

A transparência sobre a origem e fabricação dos produtos é cobrada por 84% dos consumidores brasileiros. Essa preocupação cresceu em relação ao ano passado, quando 73% disseram achar isso importante.

“Ser transparente não é mais uma opção. A exigência é que de as marcas sejam cada vez mais éticas, desde o início até a pós-venda. As pessoas querem saber de onde vem a matéria prima daquele produto, por exemplo”, diz Araújo.

Segundo o executivo, a preocupação não se restringe à sustentabilidade ou responsabilidade social. “A marca passa a ser um agente social. O consumidor quer participar do desenvolvimento do produto, quer que a marca socialize com ele”.

O diretor acredita que a exigência do consumidor não deve diminuir no próximo ano. “Em relação ao ano passado, a expectativa permanece alta. A tendência é que continue e o desafio das marcas é responder isso. Não há limite pra expectativa. É claro que é impensável atender a tudo, mas talvez a gente consiga ver uma redução da diferença entre a expectativa e a entrega.”

26 de outubro de 2014

Imunes a crises, empresas de cosméticos vivem em Brasil paralelo

                                     Cosméticos: crescimento de 11% em ano de crise.

Desaceleração econômica, inflação perto do teto da meta e incerteza eleitoral são motivos de preocupação para muitos setores da economia. Expostos à fragilidade do atual cenário e às dúvidas sobre quem será o próximo presidente do país, a melhor opção é a cautela, o que motiva, muitas vezes, a diminuição de investimentos e taxas tímidas de crescimento. Mas, no Brasil, graças à vaidade e à fidelidade de consumidoras (e também consumidores), há um segmento que segue "blindado" de todo esse mar de notícias ruins: o de cosméticos. 

Enquanto o varejo não deve crescer mais que 4,5% em 2014 e o setor automotivo se dirige para uma retração inédita nesta década, a expectativa de crescimento para a indústria cosmética em 2014 é de 11,8%, o que significa que as empresas do setor devem faturar 42,6 bilhões de reais, segundo dados da Abihpec, a associação que representa o segmento. A razão para tal descolamento é uma junção de autoindulgência e bem-estar. Em épocas de crise, quando é preciso apertar os cintos para que o orçamento familiar dê conta de cobrir as despesas, as famílias cortam o que consideram supérfluos: saídas a bares e restaurantes, compras no shopping, viagens, adiam a troca do carro. O arrocho, contudo, não chega ao batom, por exemplo. "A consumidora, que em cenário de contenção econômica, reduz seus gastos, não faz tantos ajustes em produtos ligados a beleza. Ela entende que o cuidado pessoal é também uma questão de merecimento e realização", explica Carlos Gouveia, da consultoria Nielsen. Não à toa, durante a crise de 2009, quando a economia brasileira sofreu retração de 0,2%%, a maior parte dos consumidores não reduziu gastos com cosméticos. Pesquisa da Nielsen aponta que, naquele período, apenas 14% dos entrevistados afirmaram terem trocado suas marcas preferidas por outras mais baratas. 

Diante das boas perspectivas, os investimentos devem avançar 5,2% no setor, para 14,1 bilhões de reais. "A indústria continua otimista e investindo no aumento da capacidade produtiva, inovação e pesquisa", afirma João Carlos Basilio, presidente da Abihpec. Segundo ele, a representatividade do setor no cálculo do PIB deve passar de 1,8% para 2% até 2016.
Uma das tendências que fortalece o mercado brasileiro de cosméticos é a maior oferta de produtos premium, ou seja, de maior valor agregado. "Para continuar a estimular o consumo, as empresas estão oferecendo vários benefícios em um único produto, garantindo um aumento no valor agregado para compensar uma ligeira desaceleração em volume de vendas", informa o último relatório do setor elaborado pela consultoria Euromonitor. De 2008 a 2013, por exemplo, a categoria de produtos de beleza "premium" registrou um crescimento de 102,8% no Brasil, bem acima da média mundial, de 15,8%. De 2013 a 2018, o crescimento esperado é de 36,3%, também bastante superior à média global (14,9%).

Leia também:

De olho nesse nicho, a marca de cosméticos americana Benefit anunciou a sua vinda ao Brasil por meio de franquias no ano que vem. "Em 2015, vamos dar início ao nosso projeto de Butiques Benefit no Brasil, seguindo o padrão da marca que já tem boutiques próprias em vários outros países do mundo", afirmou Chloé Renard, diretora da marca para América do Sul. Um dos desafios para a expansão no país, no entanto, é a elevada carga tributária. "Isso às vezes é uma barreira para que possamos atender a um maior número de consumidoras, como é feito lá fora", acrescentou a executiva. Atualmente, os produtos da marca são vendidos exclusivamente no país por meio da Sephora. 

No Brasil, grandes marcas do setor seguem dando sinais promissores de expansão. Recentemente, o Grupo Boticário inaugurou uma fábrica em Camaçari, a 40 quilômetros de Salvador (BA). O empreendimento recebeu aporte de 380 milhões de reais e deve gerar, até o fim do ano, 390 oportunidades de trabalho. O grupo criou ainda novas marcas, como a Quem Disse, Berenice?, para dialogar com um público mais jovem. A Natura, por sua vez, inaugurou em 2014 um complexo industrial de 172 hectares no Pará, que congrega dezenas de cooperativas que fornecem matéria-prima para a empresa. Apesar da expansão, a companhia mostrou queda de 20% em seu lucro no primeiro semestre, alegando aumento dos custos como fator de piora em seus resultados. As despesas operacionais da empresa avançaram 50% no período, impactadas também pela valorização do dólar, enquanto a receita líquida subiu 9,5%.

Venda direta - Além da vaidade e da fidelidade de consumidores brasileiros, o setor de cosméticos conta com o canal de vendas diretas como importante aliado. O Brasil é o quinto maior mercado mundial neste segmento, atrás de Estados Unidos, China, Japão e Coreia do Sul, segundo ranking da Federação Mundial de Vendas Diretas (WFDSA, na sigla em inglês). A modalidade emprega 4,5 milhões de pessoas em todo o país e movimentou, em 2013, mais de 40 bilhões de reais, o que representou um crescimento de 7,2% sobre o ano anterior. Para 2014, a expectativa da DirectBiz, consultoria especializada no segmento, é de avanço de 5% a 7%.

25 de outubro de 2014

Com medo de faltar água, paulistanos esvaziam galões das prateleiras

Moradores da Lapa, Zona Oeste de São Paulo (SP), relatam falta d'água no dia 20 de outubro.

O medo de escassez de água tem levado alguns paulistanos a estocar galões em suas casas, deixando prateleiras de supermercados vazias e impulsionando o preço. O casal Sylvia Regina Missagia e Rômolo Ricci, do bairro da Bela Vista, na capital, não vinha se preocupando tanto até a semana passada. Tinham o costume de filtrar a água que vinha da caixa d'água do prédio para consumo próprio. Mas, diante do receio de ficar sem água na capital paulista, o casal comprou 45 litros nesta sexta-feira. "Meu medo é que falte para beber e cozinhar", disse Sylvia enquanto fazia compras no supermercado Pão de Açúcar, no bairro de Higienópolis. "Daqui para frente vamos comprar mais ou menos essa mesma quantidade duas vezes por semana, para garantir que, caso falte água na torneira, a tenhamos em casa", completou Ricci.

A seca na cidade de São Paulo, o calor intenso dos últimos dias, a previsão pouco otimista para as chuvas e a falta de água em dezenas de bairros fizeram as vendas dispararem nas últimas duas semanas. "Nossa demanda dobrou e aumentou muito o número de pessoas que passaram a levar os galões de 5 ou 6,5 litros e não mais de 1,5 litro", disse ao site de VEJA o responsável pela unidade de Higienópolis do Pão de Açúcar, Edson Silvano dos Santos. Segundo funcionário, a redução dos estoques tem ocorrido em outras unidades da rede na capital. "A loja não está conseguindo atender toda da demanda. O que vem, vai logo", completou.

No mesmo supermercado, Leonice Reis Golçalvez também comprou seus 25 litros semanais. "Desde que a Sabesp está usando o volume morto, eu estou comprando água toda semana. Tenho receio de que a água da torneira não tenha a mesma qualidade de antes", afirmou. Procurada pelo site de VEJA, a Sabesp garante que a qualidade do chamado volume morto, que fica abaixo do nível de captação das represas, não tem é inferior e que a bebida é própria para consumo. 

Leia também: 

Em Pinheiros, o quadro não é diferente. O gerente do supermercado Futurama, no Largo da Batata, Davi Oliveira, não apenas disse que as vendas aumentaram muito, como agora a loja está com problema de atraso de entrega de algumas marcas, como a Crystal, da Coca-Cola. "Antes os pedidos chegavam após 24 horas, hoje está demorando de três a quatro dias", disse. A poucos metros dali, na rua dos Pinheiros, os clientes do MiniMercado Extra já começam a perceber a subida de preços. Uma garrafa de 500 ml de água Nestlé, que antes custava 1,30 real, agora é vendida por 1,79 real. A mesma garrafa da marca Qualitá, que estava por 86 centavos há duas semanas, agora é vendida por 1,19 real. A maior procura levou o preço do galão de 6,5 litro da marca Bonafont a saltar de 6,99 para 9,79 reais nas plateleiras do Extra. 

No hipermercado Carrefour, no Jardim Paulista, a alta procura pelos galões não só esgotou o estoque como também reduziu a oferta de garrafas de 1,5 litro. A demanda foi tanta que a loja já está há uma semana sem galões, que só devem ser repostos na segunda ou terça-feira. 

Aos moradores do bairro do Butantã que costumam comprar no supermercado Padrão, na avenida Vital Brasil, as garrafas de água mineral também se tornaram escassas. Segundo o gerente Antônio Alvez Bezerra, as vendas subiram 30% desde o início de outubro, enquanto os preços aumentaram de 10% a 15%, em média, no período. 

Leia também: 

Além do varejo, o atacado também encontra dificuldades em suprir a demanda. No Atacadista, somente na última semana, o volume de vendas de água mineral cresceu 30% em média. Segundo o diretor de marketing da rede, Gustavo Delamanha, a empresa precisou fazer um rearranjo no planejamento para não ter problemas de estoques nas lojas. "Estamos fazendo programação de entregas mais frequentes nas lojas devido à subida da demanda."

Carlos Alberto Lancia, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Água Mineral (Abinam), garante que há fontes minerais para atender o aumento de procura na capital. Ele argumenta que o setor está preparado para aumentar em 50% a produção do bem, caso seja necessário. "Temos água para abastecer 100% dos domicílios", diz. Segundo Lancia, a subida de preços não se deve ao aumento repentino da demanda, mas a questões trabalhistas. "Os preços subiram recentemente por causa de um dissídio coletivo no setor."

A professora Heloisa Zonta, moradora do bairro de Pedreira, vive ao lado de uma grande fonte hídrica - seu bairro fica às margens da Represa Billings -, mas vem enfrentando dificuldades dentro de casa. Ela passou três dias - de sexta a domingo - sem nenhuma gota. Quando recorreu à água mineral no mercado próximo de sua casa, surpreendeu-se duas vezes: a primeira quando percebeu o aviso que limitava a venda de dois galões por cliente; e a segunda, quando viu que o preço havia subido de 8 para 12 reais. Dias depois, quando voltou ao supermercado, o aviso permanecia no local, mas de nada adiantava porque já não havia mais galões disponíveis.

24 de outubro de 2014

Para economistas, PIB crescerá 0,27% neste ano

               PIB é um conceito que engloba a soma das riquezas produzidas pelo País.

Economistas de instituições financeiras fizeram poucas alterações em suas projeções sobre a economia brasileira, voltando a reduzir ligeiramente a perspectiva de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, segundo a pesquisa Focus do Banco Central divulgada no dia 20 de outubro.


Com a atividade dando sinais recorrentes de fragilidade, os analista consultados veem o PIB crescendo 0,27% em 2014, contra 0,28% na semana anterior, quando haviam interrompido 19 semanas seguidas de queda nas contas. Para 2015, a projeção de expansão foi mantida em 1,0%.

A economia brasileira é um tema de destaque na disputa presidencial entre Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB). Depois de o País ter entrado em recessão técnica no primeiro semestre e em meio ao cenário de inflação elevada, os eleitores irão às urnas neste domingo para o segundo turno da eleição presidencial.

Em relação à alta do IPCA, a perspectiva para este ano permaneceu em 6,45% e para 2015, em 6,30%, mostrou ainda o Focus. A meta do governo é de 4,5%, com margem de dois pontos percentuais para mais ou menos.

Depois de o IPCA ter chegado em 12 meses a 6,75% em setembro, o mercado aguarda agora a divulgação na terça-feira (21) dos números de outubro do IPCA-15.

Os analistas consultados também mantiveram as projeções para a Selic a 11% neste ano e a 11,88% em 2015.

O valor do dólar alcançará R$ 2,40. Os preços administrados, como as tarifas de energia elétrica, que sofrem influência do governo, passam a ter o crescimento estimado em 5,15%.

Os analistas e investidores voltaram a aumentar também a previsão para a dívida líquida do setor público, que agora está estimada em 35,1% em proporção ao Produto Interno Bruto (PIB), conceito que engloba a soma das riquezas produzidas pelo País. Aumentou também o pessimismo em relação ao crescimento da indústria, que agora está em -2,24%.

No setor externo os números não são também animadores pela ótica do mercado financeiro. O déficit em conta corrente, um dos principais indicadores, passou de US$ 80 bilhões para US$ 81 bilhões, com o saldo da balança comercial brasileira registrando US$ 2,29 bilhões e não mais US$ 2,44 bilhões como previsto anteriormente. Os investimentos estrangeiros diretos permanecem em US$ 60 bilhões em 2014.

23 de outubro de 2014

Busca de empresas por crédito dispara 19,1% em setembro, aponta Serasa

No acumulado dos nove primeiros meses do ano, a procura corporativa por crédito cresceu 4,3% em comparação ao ano anterior.

A procura das empresas brasileiras por crédito em setembro disparou 19,1% em comparação ao mesmo mês do ano anterior, e subiu 6,6% ante agosto deste ano, informou no dia 20 de outubro a Serasa Experian.


No acumulado dos nove primeiros meses do ano, a procura corporativa por crédito cresceu 4,3% em comparação ao ano anterior.

Segundo economistas da Serasa, os fatores responsáveis pela alta na procura por crédito foram "a maior quantidade de dias úteis em setembro deste ano (em relação ao ano passado), sazonalizade mais forte pela necessidade de formação de estoque para o Dia das Crianças e medidas de estímulo ao crédito, anunciadas pelo Banco Central ao fim de agosto".

No detalhamento por porte, a busca por crédito foi novamente maior entre micro e pequenas empresas, com avanço de 20,9% em setembro deste ano ante setembro de 2013. O crescimento foi de 0,8% entre as grandes empresas, sendo que as empresas médias registraram declínio de 5,5% na mesma base de comparação.

22 de outubro de 2014

Rede de varejo é condenada em R$ 500 mil por tirar direitos de funcionários

A Justiça de Santa Catarina condenou a a unidade de Chapecó (SC) da Lojas Colombo S.A. Comércio de Utilidades Domésticas a pagar uma multa de R$ 500 mil por fraudar as horas extras dos funcionários, por reduzir comissões, por descontar dos salários prejuízos causados pelo sumiço de mercadorias e por exigir que os trabalhadores ficassem em pé de forma contínua e ininterrupta.

A ação civil pública foi proposta pelo Ministério Público do Trabalho (MPT-SC) depois da denúncia de irregularidades ser apurada em inquérito. Segundo informação do site do TRT, ficou comprovado por meio de perícia e de depoimentos que a Lojas Colombo omitia no seu sistema o lançamento das horas extras anotadas pelos funcionários no cartão de ponto. 

A empresa, segundo o processo não considerava como horas trabalhadas atividades como a participação em reuniões e o auxílio no descarregamento de caminhões. Ainda segundo o processo, os funcionários só podiam registrar o início do expediente depois de fechar a primeira venda do dia. A juíza Adriana Custódio Xavier de Camargo, da 2ª Vara do Trabalho de Chapecó, reconheceu as práticas irregulares e proibiu a empresa de voltar a cometê-las.

Segundo a juíza, a Lojas Colombo terá também de oferecer assentos adequados para descanso. Se não cumprir a determinação, pagará R$ 1 mil por dia.

A indenização de R$ 500 mil será revertida a instituições filantrópicas e ao Centro de Referência em Saúde do Trabalhadore (Cerest) regional.

A decisão ainda permite que a empresa entre com recurso. A Lojas Colombo foi procurada, mas até o momento não respondeu.

21 de outubro de 2014

Escândalo da GM: mortes ligadas à defeito em ignição sobem para 27

Um programa para compensar vítimas de um componente de ignição defeituoso em veículos da General Motors (GM) aprovou três novos casos de mortes vinculadas ao problema, elevando o número total de vítimas fatais para 27, segundo relatório divulgado no dia 13 de outubro pelo advogado que supervisiona o programa.

Desde que começou a aceitar pedidos de indenização em 1º de agosto, o programa já recebeu um total de 1.371 queixas envolvendo mortes e ferimentos, segundo relatório divulgado pelo advogado Kenneth Feinberg, indicado pela GM para supervisionar o programa. O relatório relacionou todas as queixas recebidas e aprovadas até o dia 10 de outubro.

A GM tem sido criticada neste ano por ter esperado 11 anos para começar a fazer recalls de milhões de carros com problemas na ignição e vinculados às mortes.

A ignição pode sair de posição, desligando o veículo e desativando airbags. O defeito no componente levou a um recall de 2,6 milhões de veículos este ano.

Até agora, 52 pedidos de indenização foram aprovados, incluindo as 27 mortes e 25 feridos, segundo o relatório.

O programa continuará a receber queixas até o dia 31 de dezembro em nome de indivíduos feridos ou mortos em acidentes que podem ter sido causados pelo defeito.

20 de outubro de 2014

4 sinais de que seu filho é um pequeno consumista

                 Hábitos dos pais influenciam forma como as crianças lidam com dinheiro.

Quem não se lembra do comercial de TV, de 1992, em que um garoto exibe sua tesourinha do Mickey e diz, em tom de deboche: “Eu tenho, você não tem”? Ou então do jingle “Compra, mãe, compra Cremutcho”, sucesso publicitário duas décadas atrás?


O apelo consumista está presente não só na publicidade infantil, mas também na escola, com o desfile de iPads e tênis de marca. Dentro de casa, os hábitos dos pais também são referência para a forma com o pequeno vai lidar com o dinheiro.

“As crianças acabam incorporando os exemplos dos outros, principalmente dos pais”, explica o planejador financeiro Valter Police Junior, da Police Consultoria. Por isso, em sua opinião, é legal que os pais desenvolvam desde cedo a noção de que é importante dar valor ao dinheiro e que ele pode acabar.


A partir dos 10 anos de idade, é possível começar a conversar com a criança sobre educação financeira, dando o entendimento básico sobre a importância do auto controle para não ter problemas com dívidas no futuro. Para isso, uma série de recursos como livros e jogos interativos estão disponíveis na internet, lembra Police.

Veja a propaganda da tesourinha do Mickey em 1992:
Se esses valores não forem cultivados no dia a dia, é grande o risco de a criança ser influenciada pelos apelos de consumo e tornar-se um adulto cheio de dívidas e problemas financeiros.

A boa notícia é que é possível reverter essa tendência com algumas mudanças de comportamento que podem ser introduzidas no cotidiano, sem grandes traumas, de acordo com o planejador financeiro:

1. A mesada do seu filho acaba rápido demais

O descontrole da mesada é um dos sintomas mais objetivos de que a criança não sabe lidar com dinheiro, segundo Police. “É comum ver irmãos que ganham a mesma mesada, mas em uma semana um deles não tem mais nada, e o outro irmão consegue guardar até o fim do mês”, exemplifica.

Solução: Converse com a criança sobre a importância de guardar para não faltar, e explique se se ela juntar o dinheiro, poderá comprar coisas melhores. Se a criança pedir mais dinheiro, não ceda. “Se assim fizer, estará ensinando que ele pode gastar tudo de novo. Faça um acordo para que isso não se repita no próximo mês”, aconselha Police.

2. A criança quer todos os brinquedos dos coleguinhas

Os comentários das crianças sobre o que elas gostariam de ter revelam muito os sintomas de consumismo. Segundo Police, se elas desejam um brinquedo só porque viram o coleguinha com ele, pode ser que o desejo da posse e de se igualar à outra criança esteja se sobrepondo à real vontade de possuir aquele objeto.

Solução: preste atenção ao que a criança diz quando pede um presente. Será que ela realmente gosta daquilo? Ou será que ela está transferindo o sonho de outra pessoa para ela, pelo mero desejo de ter? Tente reconhecer se seu filho de fato vai usufruir do presente se o tiver.

3. Seu filho pede coisas caras demais e fora de suas condições

Ao consumir, dificilmente as crianças sabem diferenciar preço de valor, explica Police. Isso faz com que muitas acreditem que o que custa mais caro é melhor, o que nem sempre é verdade. Assim, elas acabam desejando os produtos e experiência que mais doem no bolso dos pais, e nem sempre trazem satisfação.

Solução: Tentar mostrar para a criança que um presente não precisa ser caro para ser legal. Se a viagem para a Disney não cabe no orçamento, sugira um passeio diferente, recomenda o especialista. “Diga que vocês vão para a praia construir seu próprio castelo da Cinderela na areia”, exemplifica. Mostre que é possível trocar um presente caro para um amigo por um presente inventado, como montar uma boneca ou um carrinho.

4. A criança tem o mesmo descontrole que você

Não adianta exigir que seu filho faça bom uso da mesada se você não der o exemplo primeiro. Crianças são altamente influenciáveis, a ponto de imitar os hábitos de consumo dos pais. Adultos super endividados e consumistas demais dificilmente terão um filho bem resolvido com as finanças.

Solução: “A melhor maneira de ensinar é dando o exemplo. Não adianta dizer que cigarro faz mal se você fuma”, observa Police. Isso significa que se você cuidar da sua saúde financeira, as chances de seu filho seguir o mesmo caminho aumentam naturalmente.

19 de outubro de 2014

Site do Porta dos Fundos é invadido por hacker

O site do grupo de humor Porta dos Fundos foi invadido no dia 11 de outubro por hackers. Quem tentava acessar o site dava de cara com um arquivo malicioso que, aparentemente, redirecionava o internauta para uma página falsa de atualização do programa Adobe Flash Player. Este tipo de programa, se baixado, pode roubar os dados do computador do usuário.


Pouco antes das 17 horas o site já estava normalizado. Coincidência ou não, o novo vídeo do grupo chama-se "Deu Mole", com o ator Fabio Porchat

Usar famosos para espalhar vírus e roubar informações é uma prática comum. Recentemente, um vídeo muito compartilhado com uma sósia da atriz Viviane Araújo foi usado como chamariz para disseminar um vírus na rede.

A assessoria de imprensa do Porta dos Fundos foi procurada, mas até o momento não comentou o caso.
Reprodução do site do grupo Porta dos Fundos, que foi invadido por hackers na tarde de sábado, 11 de outubro.

18 de outubro de 2014

Confira a lista das melhores marcas globais em 2014; Apple lidera

A Interbrand divulgou seu ranking das melhores marcas globais de 2014 e, novamente, a lista das 100 colocadas é dominada por empresas de tecnologia. A Apple, avaliada em US$ 118,9 bilhões, é líder da lista, seguida do Google, que vale US$107 bilhões.

1. Apple: empresa é líder da lista, avaliada em US$ 118,9 bilhões.

2. Google: gigante da tecnologia é avaliada em US$107 bilhões.

3. Coca-Cola: líder por 13 anos, marca de refrigerante foi ultrapassada recentemente por Apple e Google.

4. IBM: com valor de US$ 72 bilhões, marca perdeu posições no ranking.

5. Microsoft: com valor de US$ 61 bilhões, empresa de Bill Gates ganhou posição no ranking. 

6. General Electric: marca passa por processo de auto reinvenção.

7. Samsung: marca sul-coreana teve 15% de valorização este ano.

8. Toyota: maior montadora do mundo teve 20% de valorização no ranking.

9. McDonald's: rede de fast food tem valor estimado em US$ 42 bilhões.

10. Mercedes-Benz: montadora subiu 8% na lista da Interbrand.

11. BMW: marca alemã subiu 7% no ranking.

12. O prédio da Intel, em Santa Clara, Califórnia: a maior produtora mundial de microprocessadores.

13. Disney: com valor de US$ 32 bilhões, marca de entretenimento escalou 14% no ranking. 

14. Cisco: marca tem valor estimado de US$ 30 bilhões.

15. Amazon: marca norte-americana evoluiu 25% na lista.

Entre as 100 empresas da lista, 13 operam no setor de tecnologia, e cinco delas estão entre as 10 melhores – IBM e Microsoft levam o quarto e quinto lugar no ranking, enquanto a Samsung é sexta.


A Coca-Cola aparece em terceiro lugar, após ter sido desbancada pela Apple e Google, encerrando um período de 13 anos de liderança no último ano.

As gigantes da tecnologia bateram facilmente empresas de entretenimento como Disney e MTV, montadoras como Mercedes Benz e BMW, e marcas de alto luxo como Louis Vuitton e Cartier. 

Três critérios definem o valor das marcas, segundo a Interbrand: a performance financeira dos produtos e serviços, o papel da marca na influência de escolha dos consumidores e a habilidade de comandar preços especiais.

17 de outubro de 2014

Conheça as instalações do grupo Hyundai na Coreia do Sul

Não falta ambição ao grupo Hyundai, a julgar por sua dimensão. O complexo industrial do conglomerado na Coreia do Sul, bem próximo à potência do Japão, abriga a maior fábrica de automóveis do mundo e tem um porto exclusivo para seus carros, em Ulsan.


Mas é ao sudoeste do país, em Hwaseong, onde fica a cabeça pensante do grupo coreano. Em uma área de 33 mil metros quadrados, o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Namyang lembra um imenso campus universitário, por onde circulam 10 mil engenheiros entre os vários edifícios.

É de lá que, desde 2007, saem ideias para os futuros modelos de veículos e novas tecnologias. “Inovação é um processo difícil, mas é algo que sempre buscamos”, afirma o vice gerente geral do grupo, Meeyoung Seng. É também onde são feitos os mais diversos testes para verificar a segurança e qualidade dos veículos.

Uma das tecnologias que chamam a atenção no complexo é o túnel de vento, criado em 1999. A instalação serve para testar a resistência de novos veículos pela simulação de condições climáticas extremas, com ventos que chegam a 200 quilômetros por hora. O veículo é colocado sobre um chão giratório para que os engenheiros estudem o impacto de diferentes ângulos.

O bom desempenho no teste pode representar uma economia de combustível de até 20% para o veículo, de acordo com um engenheiro da Hyundai responsável pelo túnel. Modelos de marcas concorrentes também são colocados à prova, somando cerca de 30 unidades testadas por dia. O túnel de vento é o único em operação na Coreia, de modo que há outros três no Japão e um na China.

Há também uma pista inclinada que contorna todo o complexo, usada para testes de alta velocidade com carros da marca e de concorrentes. Devido à inclinação do solo, a velocidade mínima dos automóveis testados deve ser de 180 quilômetros por hora. O solo com relevo e desníveis complementa os testes.

Em um estacionamento ao lado, é possível ver entre 500 e 600 carros de marcas concorrentes como BMW e Volkswagen, à espera de testes que verificam os pontos fortes e fracos. Das marcas Hyundai e Kia – que pertencem ao mesmo grupo na Coreia –, 8 mil carros formam um tapete no pátio do complexo.

Um carro por segundo, 6 mil por dia

Em Ulsan, na costa sudeste do país, fica a maior fábrica de carros do mundo. Nela, um carro é produzido por segundo, ou seis mil unidades por dia. Do início da montagem ao embarque para o exterior, cada carro passa pelas mãos de 300 pessoas. Os operários trabalham em dois turnos, de oito e nove horas, e trocam de posto a cada duas horas, para evitar desgaste físico.
                      Linha de montagem na fábrica de Ulsan, sudeste da Coreia do Sul.

De tão extensa, a fábrica parece uma cidade: tem 34 mil empregados, 24 restaurantes e um hospital. Como se fosse pouco, é integrada a um porto operado pela Hyundai, onde imensos navios esperam os carros recém-fabricados para levá-los em alto mar. Por dia, 3 mil carros entram nos navios, que comportam cerca de 4 mil veículos em seus 10 andares. Por ano, saem do porto em torno de 1 milhão de unidades.

O Brasil recebia, de lá, as unidades do HB20, que passaram a ser fabricadas na planta de Piracicaba (SP) a partir de 2012. Outros modelos, como o i30 e o Ix35, ainda fazem o percurso da Coreia do Sul para o País.

No pátio da fábrica em Ulsan, 10 mil carros esperam para embarcar, cada um com avisos do país para onde serão levados. Cerca de 400 motoristas se encarregam de levar os carros para o interior dos navios. A montadora de Ulsan é a única a ter um porto integrado a suas instalações, o que garante economia no transporte e logística.

Fornecedora de aço para a montadora
                  Siderúrgica da Hyundai fornece aço para a produção de seus veículos.

Para fabricar seus carros, o grupo utiliza seu próprio aço. A siderúrgica Hyundai Steel, em Dangjin, também tem dimensões faraônicas. A antiga estatal do governo sul-coreano foi incorporada pela Hyundai em 2001, importando do Brasil e da Austrália os minérios para a fabricação de seu aço.


Quando pronto, o produto abastece a montadora na Coreia e a fábrica de Piracicaba (SP), para a produção do modelo HB20. No ano passado, as vendas do aço geraram uma receita de R$ 12 bilhões para o grupo, que além do setor automotivo, abastece a indústria de construção naval.

* A repórter viajou a convite da Hyundai para a Coreia do Sul

16 de outubro de 2014

Baidu, o Google chinês, compra Peixe Urbano

                                                          Sede da Baidu na China.

O Baidu, segundo maior serviço global de buscas na web e uma das 10 maiores empresas de internet do mundo, comprou o controle do Peixe Urbano, empresa brasileira de e-commerce local.


O acordo, de valor não revelado, representa uma das mais importantes aquisições no mercado nacional de internet e tecnologia.

Ao se tornar o principal acionista do Peixe Urbano, o Baidu trará acesso à capital e expertise tecnológico para a empresa brasileira, mantendo intacta a atual equipe à frente das operações.

Segundo o Baidu, o objetivo é tornar o Peixe Urbano como líder no segmento de O2O (online-to-offline) no Brasil e uma das principais empresas de internet do País.

O Baidu iniciou operações no Brasil em novembro de 2013 e, em julho deste ano, durante a visita do presidente chinês Xi Jinping e do presidente-executivo e fundador do Baidu, Robin Li, ao País, a companhia anunciou o lançamento de seu buscador em língua portuguesa.

Na mesma oportunidade, a empresa se comprometeu em investir mais de R$ 120 milhões no mercado brasileiro nos próximos três anos. Além de colaborar com programas do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação do Brasil, como o Ciência Sem Fronteiras, a empresa implantará um Centro de Pesquisa & Desenvolvimento de classe mundial no país – o sétimo da companhia.

O Baidu já possui centros de pesquisa na China (Beijing, Shangai e Shenzhen), no Vale do Silício (Estados Unidos), em Cingapura e no Japão e mantém mais de 25 mil engenheiros em seu quadro de colaboradores.

Nos últimos anos, o Peixe Urbano investiu na implantação de tecnologia móvel, serviços com base em localização, busca e personalização. Além de aportar investimento e conhecimento técnico, o Baidu trará para o Peixe Urbano sua experiência no segmento de ofertas.

15 de outubro de 2014

Chileno cria máquina para acabar com taxa de pobreza nas periferias

O chileno José Manuel Moller, de 26 anos, diz que não quer salvar o mundo, mas pode fazer uma grande diferença com uma máquina criada por ele para diminuir o custo de produtos de necessidade básica em bairros mais pobres do Chile.


Moller apresentou seu invento na TEDGlobal, conferência que reúne projetos e ideias inovadoras, atualmente em curso no Rio de Janeiro.
José Manuel Moller, de 26 anos, mostrou sua ideia durante evento do TED, no Rio de Janeiro.

O dispositivo funciona como uma máquina de café, mas serve produtos como arroz, feijão, lentilhas e sabão em pó em embalagens plásticas.

Estas embalagens são feitas em um único formato e podem ser compradas no próprio mercado e reutilizadas quantas vezes for possível, sempre para o mesmo produto.

O preço de 500 gramas do produto comprado na máquina é, em média, de 500 pesos chilenos (R$ 2) – cerca de 40% menos do que o preço normal nos armazéns de bairro, de acordo com Moller.

"A venda a granel sempre existiu. Mas esse modelo tinha um problema, a higiene. Depois, veio o marketing, e as pessoas passaram a comprar produtos pelas marcas.

"O que estamos querendo fazer é reposicionar a venda a granel em relação à venda feita nos grandes supermercados, usando a tecnologia. É absurdo que as pessoas paguem caro por uma embalagem que vão jogar fora depois."

'Taxa de pobreza'

A máquina é vendida pela empresa criada por Moller, a Algramo, que venceu no Chile uma série de concursos de startups, como são conhecidas as pequenas empresas de tecnologia, e deve chegar se expandir em breve para a Colômbia.

A ideia surgiu como um projeto no seu curso de graduação em engenharia comercial - o equivalente a um misto de economia e administração de empresas no Chile.

"Quando era estudante, fui morar em um bairro da periferia de Santiago. Não era para ajudar ninguém ou salvar o mundo. Queria apenas viver do outro lado e entender os problemas do dia a dia", disse Moller, de 26 anos, à BBC Brasil.

"Vivia com amigos em uma casa. Tínhamos pouco dinheiro. Por isso, comprávamos comida e produtos de limpeza semanalmente, em quantidades pequenas. Era o que podíamos pagar."

Moller percebeu que este hábito era muito comum na maioria das famílias que viviam em áreas pobres. No entanto, isto acabava tendo um peso maior no orçamento mensal.

"No fim do mês, pagávamos muito mais pelo óleo de cozinha do que se comprássemos uma embalagem maior."

Moller diz que essa disparidade, que ele chama de "taxa de pobreza", atinge a maior parte dos produtos de armazéns de bairro e afeta 70% da população chilena.

"A economia usa o argumento da conveniência. Você está com pressa e precisa do produto naquele momento, então, compra em um formato pequeno e, por isso, te cobram mais", explica.

"Mas isso não é uma economia de conveniência, é uma economia de sobrevivência. Muitas famílias só conseguem comprar aquele formato naquele dia. Isso produz a injustiça: as pessoas que têm menos pagam mais por coisas básicas."

'Onde está o truque?'

O jovem empresário chileno ressalta que o objetivo não é "mudar completamente os hábitos de consumo das pessoas".

"Somos uma empresa, não uma fundação. Queremos criar outro modelo de negócio.”

O "novo modelo" ainda não amedronta grande supermercados, mas causou suspeita nos donos de armazéns de mercadinhos locais.

"No início, apresentava a ideia para eles como um projeto universitário para que me aceitassem", relembra Moller.

Leia mais: TED: "O agronegócio é o motor do país, mas precisa respeitar nossos direitos", diz líder indígena

"Não cobro para instalar a máquina. Como as famílias pagavam menos e os donos dos mercadinhos ganhavam mais, eles me perguntavam: 'Onde está truque?'. Mas não há truque."

As máquinas do Algramo já estão em cem mercadinhos dos cerca de 60 mil que existem em Santiago. Moller quer levá-las a toda a América Latina nos próximos dez anos.

"Talvez o mais rentável fosse entrar em supermercados e ser 'hipster', mas queremos também que o mercadinho volte a ser o centro do bairro, o local onde os vizinhos se encontram", afirma.

"É algo mais sociológico do que econômico no fim das contas."

14 de outubro de 2014

Patrões terão mais tempo para deduzir contribuição previdenciária de domésticos

                                                          carteira de trabalho.

O governo prorrogou o período para que patrões possam deduzir do Imposto de Renda a contribuição previdenciária de empregados domésticos. A contribuição incide sobre o valor da remuneração do trabalhador. Esse é um dos vários temas da Medida Provisória (MP) 656, publicada na edição do dia 08 de outubro do Diário Oficial da União.


Pela regra anterior, a dedução poderia ser feita até o exercício de 2015, ano-calendário de 2014. Com a MP, a regra passa a valer até o exercício de 2019, ano-calendário de 2018.

A MP também desonerou as alíquotas das contribuições do PIS/Pasep e da Cofins incidentes sobre a receita de vendas e na importação de partes usadas em aerogeradores. Também dispõe sobre a devolução ao exterior ou a destruição de mercadoria estrangeira cuja importação não seja autorizada.

13 de outubro de 2014

Incentivo para domésticas terá impacto fiscal de R$ 2,1 bilhões em três anos

O governo deixará de arrecadar cerca de R$ 2,1 bilhões até 2017 com a prorrogação da dedução do Imposto de Renda das contribuições patronais para Previdência Social das empregadas domésticas. Previsto para acabar no fim do ano, o incentivo foi estendido até o fim de 2018 pelaMedida Provisória 656, publicada no dia 08 de outubro no Diário Oficial da União.


De acordo com o Ministério da Fazenda, a prorrogação acarretará renúncia de R$ 636 milhões em 2015, R$ 692,7 milhões em 2016 e R$ 752,8 milhões em 2017. A estimativa de impacto fiscal para 2018 não foi calculada.

O secretário executivo do Ministério da Fazenda, Paulo Caffarelli, informou ter sido uma coincidência a prorrogação do benefício, que acabaria no fim do ano, ter saído junto com outras medidas de incentivo fiscal. “Aproveitamos a edição da medida provisória para fazermos ajustes nessa questão das domésticas”, salientou.

Atualmente, o patrão pode deduzir, na Declaração do Imposto de Renda Pessoa Física, a contribuição patronal ao Instituto Nacional do Seguro Social referente ao salário do trabalhador doméstico, ao décimo terceiro e ao adicional de férias. O benefício, no entanto, só vale para o valor da contribuição calculada sobre um salário mínimo mensal.

A medida provisória também oficializou várias ações de estímulo e de desburocratização do crédito anunciadas em agosto pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Entre as mudanças publicadas, está a simplificação para os bancos requererem desconto no Imposto de Renda sobre créditos inadimplentes, o incentivo ao crédito consignado para o trabalhador do setor privado, a unificação das matrículas de um imóvel em um único cartório e a criação da letra imobiliária garantida, título emitido por bancos que terão, como garantia, bens que ficarão de fora do patrimônio do emissor, caso a instituição financeira quebre.