6 de setembro de 2012

Ouro supera Bolsa e se torna a melhor aplicação de agosto

Metal, que foi a melhor opção do primeiro semestre e que já tinha fechado 2011 como investimento mais rentável, voltou a se confirmar na preferência dos investidores.

O ouro desbancou a bolsa (que foi a melhor aplicação de julho ) e se tornou a opção que mais trouxe retorno ao investidor em agosto, após subir 4,67% no mês. Com isso, o metal, que foi também a melhor alternativa do primeiro semestre e já tinha fechado 2011 como investimento mais rentável , voltou a se confirmar na preferência dos investidores em momentos de crise, que recorrem ao ouro quando buscam aplicações seguras. 

Em agosto, o metal registrou grande valorização no exterior, e continua sendo uma opção conservadora para a diversificação, explica o administrador de investimentos Fábio Colombo. "O ouro é reflexo do que acontece lá fora. Como a situação está conturbada, os investidores se refugiam no ouro", afirma. O metal vem tendo uma escalada de alta e já soma ganhos de mais de 12% no ano. 


O ouro é uma opção de investimento com pouca liquidez no mercado interno, por isso as cotações podem ser um pouco imprecisas. O preço do metal, no Brasil, é composto por duas variáveis: o preço do dólar e a cotação do ouro no exterior. Assim, a alta do dólar nos últimos meses também colabora para a valorização do ouro.

Com o bom desempenho no mês, o metal superou a alta da Bovespa (+ 1,72%), do euro (+ 1,39%), de títulos e fundos de renda fixa e da poupança. O dólar encerrou o mês com queda de 0,83%.

Da metade do mês para a frente, as bolsas registraram uma pressão positiva de recuperação, na expectativa de que "algum coelho sairia da cartola" e ajudaria a solucionar a crise da dívida da zona do euro, explica Pedro Galdi, economista-chefe da corretora SLW. "Nessa semana, os mercados aguardaram a reunião dos presidentes dos Bancos Centrais dos Estados Unidos, e o pronunciamento do presidente do Fed (Federal Reserve, banco central americano), que acabou não falando nada", afirma.


No discurso, Ben Bernanke afirmou que o banco central vai agir "conforme necessário" para fortalecer a recuperação. No entanto, deixou claro que é preciso ver os prós e contras da adoção de mais estímulo monetário, embora tenha indicado que os custos podem valer a pena.

Mesmo com a falta de novidades, alguns indicadores melhores que o esperado ajudaram a dar ânimo aos mercados no mês, em especial os referentes aos Estados Unidos. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) americano foi revisado para cima, de 1,5% para 1,7% , no segundo trimestre. 

Os investidores também esperavam que o Banco Central Europeu definisse seu plano de intervenção nos mercados da dívida da Espanha e da Itália, e isso não ficou esclarecido, ressalta Colombo. 

Já no Brasil a informação mais importante foi a divulgação do PIB, no dia 31 de agosto, que mostrou avanço de 0,4% no segundo trimestre na comparação com o primeiro trimestre do ano. 

No próximo mês os investidores seguirão atentos às novidades sobre as intervenções do BCE e procurarão mais informações sobre o plano de socorro ao setor bancário da Espanha. Além disso, continuarão aguardando uma sinalização do Fed de que vai adotar medidas de afrouxamento monetário.

Confira as melhores aplicações nos meses anteriores de 2012:

Janeiro: Bovespa (+ 11,1%)

Fevereiro: Bovespa (+ 4,34%)

Março: dólar e euro (+ 6,5%)

Abril: ouro (+ 5,3%)

Maio: dólar (+ 5,8%)

Junho: ouro (+ 2,33%)

Julho: Bovespa (+ 3,2%)

Primeiro semestre: ouro (+ 8,8%)

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