30 de junho de 2013

Calor excessivo faz o celular explodir? Veja mitos e verdades sobre baterias

Mesmo quem está acostumado com tecnologia tem dúvidas sobre o funcionamento de componentes internos do celular, tablet ou notebook. A bateria é um dos itens que suscita mais questionamentos. É comum ouvir um amigo recomendar que o celular não fique no bolso para não esquentar demais, esperar a carga da bateria acabar antes de conectar o aparelho ao carregador, entre outras orientações.

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Bateria dos smartphones perde capacidade assim que sai de fábrica, dizem especialistas.

Para ajudar os leitores a separar as recomendações verdadeiras dos mitos, conversamos com Renato Franzin, professor do Laboratório de Sistemas Integráveis (LSI) da Universidade de São Paulo, e com Maria de Fátima Rosolem, pesquisadora de sistemas de energia do CPqD. Confira as respostas abaixo:

1. A bateria começa a perder sua capacidade assim que o aparelho sai de fábrica, mesmo se ele não for usado?

Sim. Depois de pronta, se ficar sem uso a bateria sofre reações internas e passa a descarregar. “Toda e qualquer bateria já nasce morrendo”, diz Fátima. Para evitar o problema, as baterias são carregadas parcialmente na fábrica, antes de chegarem às mãos do consumidor.

2. É melhor esperar a bateria descarregar totalmente antes de conectá-la ao carregador?

Não. O dono do aparelho pode usar o carregador para completar a carga da bateria a qualquer momento. As baterias de íons de lítio não sofrem do “efeito memória” que assombrava as baterias com tecnologia de níquel-cádmio, usadas nos primeiros celulares, notebooks e telefones sem fio. “Hoje os aparelhos têm tecnologia para reagir ao que o usuário fizer”, diz Franzin.

3. Deixar o celular plugado na tomada após a bateria estar carregada prejudica o funcionamento da bateria?

Não. Segundo Fátima, os carregadores oferecidos pelos fabricantes de celulares possuem um filtro que impede a passagem de corrente elétrica quando a bateria está “cheia”. Contudo, essa proteção pode falhar e a bateria pode aquecer. “Ao manter a bateria em uma temperatura alta, o usuário reduz a sua vida útil”, diz Franzin.

4. A bateria dura menos quando o usuário carrega o aparelho por meio da porta USB do computador?

Em princípio, a qualidade da carga feita por meio da porta USB é igual à da rede elétrica. Em alguns casos, diz Franzin, pode ser ainda melhor, já que a corrente que chega à bateria do celular já foi estabilizada pela fonte do computador antes. Contudo, o celular pode demorar mais a carregar, já que a corrente elétrica oferecida pela porta USB é menor que a da tomada.

5. A bateria dura mais no frio do que no calor?

Segundo Franzin, as baterias são fabricadas para funcionar em uma temperatura entre 20 ºC a 22 ºC. Em temperaturas muito altas, a bateria pode deixar de funcionar corretamente, já que o calor reduz a velocidade das reações eletroquímicas que ocorrem dentro da cápsula de metal. “Em uma temperatura mais baixa, de 15 ºC, abateria pode até ter um ganho de desempenho”, diz Franzin.

Embora o clima interfira pouco no funcionamento das baterias, quem vive em locais de climas mais ameno, como as regiões Sul e Sudeste do Brasil, pode usar a bateria por mais tempo e vice-versa. “Se a bateria estiver em uso em um local quente, como o Piauí, a vida útil dela será um pouco menor”, diz Fátima, do CPqD.

6. A bateria pode explodir se ficar sob calor excessivo?

Que a bateria não deve ser exposta ao fogo, todo mundo já sabe. Mas outras situações que envolvem temperaturas altas, como deixar o celular no painel do carro, também podem acelerar a degradação dos materiais que reagem dentro da bateria. “A energia que uma lâmpada consome em uma hora está armazenada dentro da bateria. A preocupação é de que o calor não faça ela liberar tudo isso de uma vez, causando uma explosão”, diz Franzin. Deixar o celular no bolso, no entanto, não é uma situação que possa provocar, por si só, a explosão de uma bateria.

7. A bateria para de funcionar depois de alguns anos?

Sim. A bateria tem duração limitada, medida em ciclos que incluem o processo de carga e descarga total. As baterias usadas em celulares à venda no Brasil devem oferecer, no mínimo, 300 ciclos de carga, de acordo com determinação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Segundo Fátima, do CPqD, o mais comum é que as baterias de grandes fabricantes suportem pelo menos 1 mil ciclos.

8. Posso usar um carregador diferente do que acompanha meu celular?

A recomendação é de que os usuários utilizem somente o carregador recomendado pelo fabricante. O uso de carregadores fora da especificação pode causar danos à bateria, aumentando o risco de explosão ou mesmo reduzindo a vida útil do produto. “Só compre carregadores e baterias homologados pela Anatel, pois eles passam por sete ensaios de laboratório para garantir a segurança do usuário”, diz Fátima. As baterias e carregadores homologados pela Anatel possuem um selo especial.

29 de junho de 2013

Próxima onda de cervejas artesanais importadas vem dos Estados Unidos

Elas são conhecidas por serem mais encorpadas e não seguirem regras de pureza. Variadas tanto com relação a aromas quanto em número de rótulos, as cervejas artesanais americanas prometem chegar com mais força ao Brasil, considerado o terceiro país com maior consumo de cerveja no mundo, atrás apenas da China e dos Estados Unidos.
      Eric Rosenberg, da Brewers Association: dez marcas querem exportar para o Brasil.

É o que declara Eric Rosenberg, executivo da Brewers Association, que representa 99% do mercado americano de cervejarias independentes em termos de valor de vendas e 75% do segmento com relação a número de empresas.


"Olhamos para o Brasil como um grande mercado, com bom histórico quando se fala em cerveja", declara Rosenberg.

A associação fez uma pesquisa sobre o potencial do mercado em 2008 e, a partir dela, algumas marcas passaram a exportar para o País a partir 2010. Em dois anos, 12 marcas americanas já começaram a vender para o Brasil, e o número pode dobrar nos próximos anos. Hoje, existem ao menos dez marcas que estudam o mercado, que somam 30 rótulos.

A importadora Tarantino planeja trazê-los para o País. Para a feira que reúne microcervejarias e importadoras, a Brasil Brau (que acontece em São Paulo até quinta-feira, dia 27), a importadora deu uma amostra do que pode chegar por aqui. São marcas como Alameda, Caldeira, Cisco Brewers, Chocbeer, Epic, Lagunitas, Lakefront, Oskar Blues, Stone e Odell. 

A principal é a Sierra Nevada, a maior cervejaria independente dos Estados Unidos. Steve Grossman, embaixador da cervejaria, confirma o interesse pelo País. "Temos rótulos equilbradas, e acreditamos que eles terão boa aceitação no mercado. Principalmente as pale ale (com malte) e nossa Torpedo (india pale ale, mais forte)".

28 de junho de 2013

Telexfree: Ministério Público vai pedir devolução de dinheiro aos divulgadores

                                     'Vamos pedir a nulidade dos contratos', diz Nicole.

O Ministério Público do Acre (MP-AC) vai pedir à Justiça que a Telexfree, nome fantasia da Ympactus Comercial LTDA., devolva o dinheiro aos divulgadores que pagaram para entrar no sistema, disse a promotora Nicole Gonzalez Colombo Arnoldi, no dia 25 de junho. Só não se sabe se haverá verba para todos.

A solicitação será feita na ação civil pública que o órgão irá apresentar à Justiça até o fim desta semana. No último dia 18 de junho, o MP-AC já havia conseguido uma liminar que suspendeu os pagamentos e o cadastramento de novos divulgadores, com o objetivo de garantir o ressarcimento de quem já aderiu à rede.

"Vamos pedir a declaração de nulidade dos contratos e a devolução do dinheiro aos divulgadores. Para todos divulgadores [ do País ]", diz Nicole. O ressarcimento depende de a Justiça, que já determinou o bloqueio dos pagamentos da Telexfree, aceitar o novo pedido do MP-AC.


Segundo a promotora, ainda é impossível saber qual é o montante a ser devolvido e se a Telexfree terá dinheiro para ressarcir todos. "A gente não sabe porque não sabe qual é o passivo ou o ativo [ da empresa ]", afirma a promotora. "[ Será feita a devolução ] do que for possível.”

Em março, o advogado da empresa, Horst Fuchs, disse que a Telexfree tinha cerca de 400 mil associados. No mesmo mês, Carlos Costa, um dos sócios da empresa, falava em 600 mil.

A forma pela qual a devolução será feita só deverá ser definida depois de uma eventual decisão favorável da Justiça. Possivelmente, cada divulgador teria de apresentar o extrato de sua conta na Telexfree – o back office – em um pedido judicial na fase de execução da sentença (quando o mérito da questão já foi decidido).

Ainda não se sabe, também, se essas solicitações teriam de ser feitas à Justiça do Acre, onde tramitará a ação civil pública, ou se seria possível apresentá-las nos estados em que os divulgadores residem.

Perguntada sobre se quem se beneficiou do sistema até agora poderá ter de devolver recursos, a promotora Nicole diz não ter avaliado a questão.

Suspeita de pirâmide

Apresentada como um sistema de venda de pacotes de telefonia por internet (VoIP, na sigla em inglês) por meio de marketing multinível, a Telexfree está sob suspeita de se tratar de um esquema de pirâmide financeira. 


Isso porque a principal fonte de receita seria não o produto comercializado, mas sim as taxas de adesão pagas por quem deseja atuar como divulgador da empresa. O agenciamento de novos divulgadores é uma das formas de se ganhar dinheiro com a Telexfree.

Essa foi uma das justificativas apresentada pela juíza Thaís Khalil, da 2ª Vara Cível de Rio Branco para aceitar o pedido do MP-AC e suspender, no dia 18, os pagamentos e os novos cadastros. Também foram bloqueados os bens de Carlos Costa e Carlos Wanzeler, sócios da Ympactus Comercial. A decisão foi mantida no dia 24 de junho pelo desembargador Samoel Evangelista.

Seus representantes negam irregularidades. O advogado da Telexfree, Horst Fuchs, diz que já prepara um novo recurso ao Tribunal de Justiça do Acre (TJ-AC), com os argumentos de que as decisões fogem à competência da juíza e do desembargador, e que já existe um outro processo semelhante em Vitória (ES), onde fica a sede da empresa. 

"As decisões são nulas porque [ a juíza ] não teria competência, porque [ o tema ] não é da área dela. A decisão é criminal. E o desembargador [ também ] é cível ", afirma Fuchs. "Em Vitória já existe uma ação na esfera criminal que já teve manifestação de juiz muito antes. E a juíza [ do Acre ] tomou decisões de um âmbito federal e ela é juíza estadual."

27 de junho de 2013

Máquinas de vendas automáticas devem passar a aceitar cartões no Brasil

As máquinas de vendas automáticas, as chamadas vending machines, devem ganhar uma nova facilidade de pagamento até o final do ano: poderão aceitar cartões de débito e crédito, em um projeto que envolve fornecedores de tecnologia, operadores e administradoras e bandeiras de cartões. Esta é a expectativa do presidente da Associação Brasileira de Vendas Automáticas (ABVA) Yves Dalton Dall' Olio.

Com a proximidade dos eventos esportivos que o País irá receber, como a Copa e os Jogos Olímpicos, empresas, aponta, visualizaram um mercado potencial. “Os turistas estrangeiros estão acostumados com a tecnologia, e será possível aumentar as vendas neste canal durante os eventos”.
     Máquina da Cacau Show na estação Pinheiro do Metrô de São Paulo: teste do canal.

A nova modalidade de pagamento pode impulsionar o mercado, pois o troco, no caso de compra com cédulas e moedas, é hoje um entrave. “Além de repor produtos constantemente, temos que repor moedas, o que varia muito conforme o consumo”, diz Dall´Olio.


“Já elegemos um sistema. Ou seja, temos equipamentos e software. Agora conversamos com as administradoras de cartões para verificar como será a operação. Estão sendo realizados alguns testes. São três empresas trabalhando com um operador para dar segurança ao sistema. Ou seja, adequá-lo à realidade brasileira. Até o final do ano a ideia é já ter isso funcionando”

A Visa confirma que conversa com operadores, empresas que podem utilizar o serviço e adquirentes com o objetivo de explorar o mercado.

"Hoje a aceitação de cartões nas máquinas não é relevante, e as iniciativas existentes para a aceitação do cartão foram adaptadas para as máquinas, e não criadas para elas. Já temos a estrutura e tecnologia necessária. Resta encontrar um modelo de negócio para oferecer a solução", diz Renato Rocha, diretor de aceitação e relacionamento com o comércio da Visa.

Em locais sem rede de telefonia fixa instalada, por exemplo, será possível introduzir chips de rede móvel nas máquinas.

Rocha diz que nos Estados Unidos muitos equipamentos já aceitam transações com cartões. "Em ambientes corporativos, existem máquinas de café nas quais é necessário recarregar com o cartão de débito o cartão da máquina. A aceitação do próprio cartão na máquina irá facilitar esse processo", completa.

O pagamento com cartões pode impulsionar também a ampliação de categorias de produtos vendidos nas máquinas. "O consumidor pode ter R$ 2 para comprar um refrigerante na carteira, mas dificilmente terá R$ 100 para comprar um produto de maior valor agregado", diz o executivo.

O mercado é estratégico para a Visa ampliar sua atuação no País, ao lado do setor de saúde (escritórios, médicos) e educação (escolas). 

Há dois anos, a operadora de máquinas de vendas automáticas 24x7 importou para o País um sistema israelense, sobre o qual detém os direitos de fornecimento no Brasil. Para o sócio administrador da empresa, Fabio Bueno Netto, ele já foi criado para aceitar o pagamento por cartões e também por telefone celular. 

"Ele permite acompanhamento do estoque da máquina e reduz o custo de abastecimento, pois dispensa muitas visitas ao equipamento. O lucro da operação pode aumentar 35%. Também atende requisitos de segurança antifraude, que é um problema no caso dos cartões". 

Procurada, a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs) declarou que, a princípio, não há nenhum projeto em andamento na associação sobre o assunto. Os representantes do setor de cartões indicam que o movimento pode estar sendo feito por algumas credenciadoras.

Um dos problemas a serem enfrentados é a comunicação da rede com a máquina de cartão, que valida a operação. “Temos de tomar cuidado com áreas de sombra. A falta de estrutura pode refletir no custo do produto”.

Falta de troco

Além do custo de manutenção, o setor sofre com a falta de padronização de cédulas e moedas, que acabam não sendo identificadas corretamente pelas máquinas. Isso justifica a busca por maiores facilidades de pagamento. 

Segundo Dall´Ólio, as cédulas já chegaram em um nível adequado de padronização para que sejam aceitas pelos leitores das máquinas, mas as moedas devem atingir esta adequação com a terceira família, que deve ser lançada em breve pelo Banco Central.

Com aprimoramentos, elas poderão ser lidas de forma magnética, não apenas por peso, espessura e diâmetro. “Porém, demora anos para substituir as moedas em circulação”, diz.

Testes

Além da Coca-Cola e da Nestlé, que têm uma estratégia consolidada em pontos comerciais, algumas empresas ensaiam passos nesta direção, com projetos piloto.

Uma delas é a Cacau Show, que tem máquinas de vendas automáticas no Metrô de São Paulo. As máquinas servem como 'vitrine' da marca de chocolates. São 28 produtos diferentes, divididos em 14 categorias. Há desde tabletes de chocolate por R$ 1,25 até opções com embalagens para presente que chegam a custar R$ 8,90.

As máquinas geralmente estão localizadas na plataforma das estações e aceitam notas de R$ 2, R$ 5 e R$ 10, além de moeda. Mas dão troco apenas para, no máximo, R$ 10. Algumas vezes foi possível constatar que a máquina estava com troco esgotado. A empresa não comenta a estratégia ou confirma informações.

Já as máquinas de livros "Pague Quanto Acha que Vale", também localizadas em algumas estações do Metrô da cidade e operadas pela 24x7, não dão troco e não aceitam moedas.
            Máquina de vendas automáticas de salgados da Quickies: só aceita moedas.

A máquina de vendas automáticas de salgado da Quickies faz sucesso na Ladeira Porto Geral e na Rua 25 de Março, na região central de São Paulo. Tanto que virou franquia. As primeiras lojas serão abertas em uma rua comercial de São Caetano do Sul e em Salvador.

Junto com a máquina, importada da Holanda, é necessário ter um aparelho que permite trocar cédulas por moedas, já que a máquina não dá troco.

Os salgados custam de R$ 1,50 a R$ 2,50. A máquina também vende refrigerantes. Agora, a ideia é programá-la para vender hambúrgueres e batatas-fritas.

A Chilli Beans já realizou um projeto piloto com vending machines em março de 2011 na Linha Amarela do Metrô de São Paulo. Carregada com 40 opções de óculos diferentes, ao preço médio de R$138, a máquina foi instalada na estação Paulista.

O equipamento usava a tecnologia de realidade aumentada para projetar os óculos escolhidos em 3D, em tempo real, no rosto do cliente. Isso permitia que a pessoa “experimentasse” como eles ficavam mesmo sem ter os óculos, fisicamente, nas mãos.

Devido à velocidade de lançamentos da Chilli Beans – são dez modelos por semana, entre outros produtos –, a empresa ainda não encontrou uma solução viável economicamente para fazer as devidas atualizações e dar continuidade à implantação de suas vending machine.

Já a Alpargatas já teve máquinas no exterior que vendem Havaianas. A empresa não conseguiu confirmar as informações, mas relatos de consumidores na rede apontam que as máquinas já foram testadas em localidades como Sidney, na Austrália.

Em crescimento

Hoje, 85% das máquinas de vendas automáticas estão localizadas dentro de empresas e servem, em geral, bebidas quentes. “É a cultura do cafezinho”, diz Dall´ólio, da ABVA. Os outros 12% são máquinas de snacks e refrigerantes instaladas em pontos comerciais.

Mas foi nos últimos dois anos que as máquinas em pontos comerciais cresceram 40%, e representam hoje 15% do mercado. Enquanto isso, o mercado corporativo registra um aumento em torno de 10% ao ano.

A expectativa é que o crescimento em pontos comerciais aumente para 50% nos próximos dois anos, e atinja 10 mil máquinas. Hoje, são 5 mil em operação nestes locais, e cerca de 85 mil dentro de empresas.

O foco são locais de grande circulação, onde haja tempo de permanência dos potenciais consumidores e que ofereçam estrutura de segurança. São estabelecimentos como aeroportos e hospitais.

No ano passado, o setor obteve uma conquista: a Infraero, administradora de aeroportos públicos no País, abriu uma concorrência para instalar cerca de 150 máquinas de vendas automáticas, de bebidas quentes, lanches e refrigerantes.

26 de junho de 2013

Protestos ampliam incertezas e apreensão de investidores

Ruth Costas

Da BBC Brasil em Londres

Ainda é cedo para avaliar os impactos da recente onda de protestos na economia brasileira e nos investimentos no país. Mas analistas e especialistas ouvidos pela BBC Brasil ressaltam que investidores não costumam ser lá muito afeitos a incertezas – e a única certeza desses protestos é que ninguém sabe ao certo como e em que condições vão terminar.

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“Ao menos no curto prazo, os protestos não contribuem para aumentar a confiança na economia brasileira, que já vinha sofrendo com uma crise de credibilidade em função da recente desaceleração e de um cenário externo desfavorável”, diz Wilber Colmerauer, diretor da Emerging Markets Investments em Londres.

“Quem ia fazer algum investimento no Brasil provavelmente vai esperar um pouco para que a situação fique mais clara e também já temos informações de multinacionais que estão antecipando remessas de dividendo com medo de uma nova desvalorização do real.”

Para Colmerauer, no curto prazo, as tensões sociais devem contribuir para a saída de capitais e uma maior pressão cambial. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou a sessão do dia 21 de junho com uma baixa de 2,4%, atingindo 47.956 pontos, o menor nível desde abril de 2009. No ano, a queda já é de mais de 20%.

É claro que é preciso fazer uma distinção clara entre as expectativas do mercado financeiro e os investimentos diretos, de longo prazo, como ressalta Richard Lapper, diretor do Brazil Confidential, o serviço de análises sobre o Brasil do jornal britânico Financial Times.

A lua de mel dos mercados financeiros com o país já acabou há algum tempo – com a desaceleração do PIB, o rebote da inflação, e a percepção de que o atual governo não está tão comprometido quanto seus antecessores com determinadas políticas de estabilização econômica.

'Risco social'

No front externo, a recente sinalização do banco central americano (FED) de que pretende limitar sua política de estímulos financeiros e voltar a aumentar os juros também está tendo um impacto negativo sobre o Brasil e outros emergentes. A expectativa, agora, é que um grande volume de capitais deixe esses mercados para “voltar para casa”.

Para Colmerauer, com os protestos “o risco social passará a ter de ser colocado na equação dos investidores”, ainda que no médio e longo prazo eles possam até ter um efeito benéfico se estimularem melhores políticas e práticas de governança. Já Neil Shearing, da Consultoria Capital Economics, acredita que perto desses dois outros focos de preocupação dos mercados com o Brasil o efeito das manifestações é pequeno.

“Ao que tudo indica, não há um risco político sério para o governo Dilma. Temos protestos em diversas partes do mundo e muitos não afetam a economia e cenários para os negócios.”, afirma Shearing.

Para os que fazem investimentos diretos na economia, segundo Lapper, uma das incógnitas que mais gera apreensão é como tais protestos vão impactar nas eleições do ano que vem.

“Até agora os índices de popularidade de Dilma eram altos e os contornos do cenário eleitoral pareciam estar razoavelmente bem definidos”, diz Lapper. “Ao menos no ponto em que estamos, têm-se a impressão que qualquer resultado pode sair desses protestos em termos políticos. Afinal, há algumas semanas, quem poderia adivinhar que essa onda de manifestações ocorreria?”

Lapper lembra que investimentos diretos vêm se mantendo em patamares relativamente elevados apesar da recente redução do ritmo de expansão do PIB. Isso em função da atratividade do mercado consumidor brasileiro (apesar da recente estagnação dos índices de consumo) e de setores como infraestrutura e gás e petróleo.

Em maio, por exemplo, a 11ª rodada de licitações de petróleo e gás da Agência Nacional de Petróleo (ANP) foi considerada um sucesso com uma arrecadação recorde de R$ 2,7 bilhões. E na sexta-feira, enquanto Dilma se reunia com seu gabinete para discutir as manifestações, o Ministério de Minas e Energia publicou um edital confirmando para outubro o primeiro leilão de exploração do pré-sal sob o “regime de partilha” – no qual a Petrobras integra os consórcios de exploração.

Recursos cruciais

Em 2013, espera-se que o Brasil receba um total de US$60 bilhões em investimentos estrangeiros diretos, menos que em 2012 (US$64 Bilhões) e em 2011 (US$66,6 bilhões), mas ainda uma quantia significativa. E diante do recente aumento das importações, tais recursos serão cruciais para fechar as contas externas do país. Por isso, uma redução poderia ser bastante problemática.

Para Marcos Troyjo, diretor do centro de estudos sobre BRICS da Universidade de Columbia, nos EUA, os protestos “parecem ser essencialmente uma revolta contra o modelo brasileiro de capitalismo de Estado”.

“Os manifestantes pedem mais eficiência nos serviços do Estado. Acham que o que pagam de imposto não está sendo bem utilizado”, diz Troyjo. “Por isso, o modo como o governo tentará responder a essas demandas deve ter um impacto importantes na economia – embora seja cedo para dizer se eles serão positivos ou negativos.”

Lapper ressalta que o governo não tem, no momento, muita folga financeira para atender as reivindicações com promessas de mais investimentos e gastos.

“O governo se comprometeu com uma meta de superávit primário que alguns acreditam que terá dificuldade para alcançar e também tem de manter a inflação sob controle. Há limites no que pode fazer em termos de concessões”, afirma.

25 de junho de 2013

Com protestos, máscaras do Anônimo quase se esgotam na Rua 25 de Março

Máscara utilizada pelo grupo Anonymous à venda na Ladeira Porto Geral, em São Paulo: destaque na entrada.

Com a intensificação dos protestos em todo o Brasil desde o início da semana, comerciantes da Rua 25 de Março, em São Paulo, viram a venda de um item um tanto inusitado crescer: a máscara do Anônimo, utilizada por muitos manifestantes em alusão ao movimento de hackers ativistas que apoio os protestos nas ruas.

A loja Festas e Fantasias, localizada na Ladeira Porto Geral, já vendia a máscara antes das manifestações. Porém, viu uma venda que significava, no máximo, de dez máscaras por dia, saltar para 200 a 300 unidades no mesmo período.

O sucesso impulsionou a loja a aumentar as encomendas, colocar a máscara entre os manequins da entrada e encomendar também bandeiras do Brasil, que antes não eram vendidas no local.

"As máscaras chegaram a esgotar e tivemos de repor. Agora só temos estas aqui", mostra a vendedora, apontando para cerca de dez máscaras no balcão perto da entrada. As bandeiras chegaram no dia 20 de junho na loja por R$ 4,50. Foram vendidas cerca de 30,

A máscara do Anônimo sai por R$ 7, mesmo preço cobrado pela Porto das Festas, também localizada na Ladeira, e que exibia apenas três produtos. "Foi o que sobrou. Vai e vem", diz uma das vendedoras. "Quem compra geralmente pega cinco, 15 e até 50 de uma vez. Não são apenas jovens. Tem engravatados, tudo", explica.
Loja coloca máscara pregada na porta da galeria e pregada a uma placa segurada por um vendedor.

A loja estima que as vendas das máscaras girem em torno de 50 por dia, e já aceitou encomenda de 300 produtos. Também vende bandeiras do Brasil, mas, para o produto, a procura se mantém estável. "Não sabemos se por causa das manifestações ou pela Copa das Confederações", conta a vendedora.

A K.R.A Fantasia fica escondida dentro de uma das muitas galerias da região. Para chamar a atenção, coloca um vendedor com a placa da loja para anunciar os produtos na rua. Agora, o funcionário exibe a placa e duas máscaras símbolo dos protestos: uma amarelada e outra cor de pele. "Está chamando a atenção", diz o vendedor.

Os vendedores asseguram que não houve reajustes de preços. Na Lojas Millor, o preço das máscaras caiu de R$ 15 para R$ 12, mas ainda é quase o dobro do praticado pelas outras lojas. Isso porque o estabelecimento vende a máscara na cor branca, com material diferenciado.

Mas o dono, o libanês Melhem Feghali, não está preocupado com as vendas, mas, sim, com a queda de 50% do movimento em plena época de festas juninas. "O pessoal está com medo", diz.

24 de junho de 2013

Diretores de Finanças e de Operações da Oi deixam empresa

Diretores Alex Zornig (Finanças) e James Meaney (Operações) deixaram a Oi no dia 20 de junho.

A Oi informou no dia 20 de junho a saída de seu diretor de Finanças e de Relações com Investidores, Alex Zornig, e do diretor de Operações, James Meaney, em fato relevante.


O diretor de Tesouraria, Bayard Gontijo, assumirá interinamente o cargo antes ocupado por Zornig, acrescentou a companhia de telecomunicações.

23 de junho de 2013

Obra de US$ 3,2 bilhões da Braskem no México entra em nova fase

                       Cilindros de armazenamento de 550 toneladas vieram da Coreia.

O projeto bilionário da Braskem no México, desenvolvido em parceria com o Grupo Idesa, chegou a 30% das obras concluídas e entra em uma fase mais delicada. O Complexo Petroquímico Etileno XXI, na região de Coatzacoalcos/Nanchital, no Estado de Veracruz, que vai abastecer a Pemex (Petróleos Mexicanos), começou a ter dificuldades para encontrar mão de obra especializada na região e terá de buscar trabalhadores em outras partes do país.

Agora o projeto está na fase de contratação de profissionais de áreas como solda e caldeiras. "Vimos a necessidade de busca gente em outros lugares", conta Roberto Bischoff, vice-presidente da Braskem para a América Latina. Uma das formas de minimizar o problema foi por meio da assinatura de uma parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), que desde o mês passado tem treinado trabalhadores. Além disso, o Senai fechou um acordo com a Universidad Tecnológica Del Sureste de Veracruz (UTSV) para repassar o treinamento.

O Complexo Petroquímico Etileno XXI é um dos maiores projetos do setor em execução no mundo e marca, conforme explica Bischoff, o renascimento da petroquímica no continente americano. "Este é o maior projeto da indústria privada no México. Ele equivale à soma de três dos maiores pólos do Brasil: Sul, Camaçari e PQU", diz o executivo. A empresa brasileira é dona de 75% do consórcio.

Os primeiros tanques de armazenamento da Braskem Idesa começaram a chegar no porto de Pajaritos na semana passada – com um mês de antecedência. São cilindros de 550 toneladas, vindos da Coreia do Sul, que serão transportados até Nachital no início de julho. 

O projeto tem previsão de conclusão para 2015. Serão duas linhas de produção de polietileno de alta densidade e uma de baixa densidade. O complexo terá capacidade instalada para produzir 1 milhão de toneladas de polietileno por ano. O México consome atualmente cerca de 2 milhões de toneladas de polietileno por ano, mas só produz 700 mil toneladas/ano. O restante é importado dos Estados. A previsão é que o projeto leve o país a ser autossuficiente neste tipo de resina.

22 de junho de 2013

Futuro tranquilo: conheça 5 opções para complementar sua aposentadoria

O teto da aposentadoria pelo INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) caiu em torno de 70% em 40 anos: equivalia a 20 salários mínimos na década de 1970, e hoje é de apenas 6,1 (R$ 4.157,05). Com o envelhecimento da população, a expectativa é que o teto caia ainda mais nos próximos anos.
Para ter um futuro tranquilo, é preciso começar a investir o quanto antes. Alternativas vão além dos planos de previdência privada.

Ainda assim, apenas 5% dos brasileiros se preocupam em complementar os ganhos da previdência social com um plano de previdência privada, apontou um estudo da Serasa Experian, divulgado no início do mês. Quase metade da população (48%) simplesmente não faz qualquer reserva para o futuro, enquanto 42% colocam todos os ovos na mesma cesta: aplicam apenas no INSS, revelou o estudo.

Para o consultor financeiro Mauro Calil, é importante ter um plano de previdência privada para complementar o INSS, mas não se deve descarregar todas as esperanças nele. “Sozinho, ele não vai garantir o futuro. Por isso é chamado de aposentadoria complementar, e não completa”, adverte.

Quanto mais cedo for planejada, mais fácil será a construção de um patrimônio para o futuro. O ideal é que o prazo para o resgate do capital seja maior do que 20 anos. Abaixo disto, será preciso entrar com um aporte bem maior, para compensar o tempo perdido. “Em menos de dez anos é impossível formar um patrimônio considerável para o futuro”, alerta Calil.

O investimento pode ser diversificado, para aumentar a segurança, apontam analistas. É possível montar uma carteira de longo prazo investindo em vários ativos. Se o investidor for disciplinado, ele pode formar seu patrimônio por conta própria, sem a ajuda de um intermediário. Já os mais descontrolados financeiramente podem recorrer a um profissional para orientá-los sobre as melhores formas de investir.

A seguir, uma relação das opções mais recomendadas pelos especialistas para complementar sua aposentadoria do INSS, além das alternativas que exigem cuidados antes de entrar de cabeça.

SINAL VERDE

1 – Previdência privada aberta

Divididos entre planos individuais VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre) e PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre), estes planos são ideais para quem tem menos de 30 anos, observa Roberto Mohamed, especialista em previdência e fundos de pensão. “Nesta faixa etária é possível fazer aportes menores e construir uma boa reserva”, afirma. Já a partir dos 30 anos, em sua visão, estes planos passam a ser menos vantajosos, a menos que a pessoa tenha uma boa quantia em dinheiro guardada para compensar o tempo perdido.

O maior cuidado ao contratar um plano de previdência privada, segundo Mohamed, é observar se as taxas cobradas (de carregamento e administração) não consomem boa parte dos rendimentos. Se assim for, o investimento pode ficar inviável. Um estudo da consultoria Keyassociados, feito no ano passado, mostrou que as taxas cobradas pelos bancos nestes planos podem consumir em torno de 30% dos rendimentos acumulados num prazo de 30 anos. Isto sem contar a cobrança do Imposto de Renda, que varia de 27,5% a 7,5%, de acordo com o tempo do investimento e a quantia acumulada.

Apesar do alto custo de alguns produtos no mercado, dados apontam um crescimento de 31,5% na receita destes planos em 2012 ante 2011. Segundo dados da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida), a arrecadação foi de R$ 70,461 bilhões no ano passado, contra R$ 53.565 bilhões no ano anterior.

2 – Fundos de pensão coletivos

Conhecidos como previdência complementar fechada, estes fundos patrocinados por empresas que oferecem o benefício para atrair e reter talentos são a alternativa mais rentável para complementar a aposentadoria, na opinião de Mohamed. “Não existe qualquer plano de previdência complementar que se equipare a eles quanto à remuneração”, diz.

O consultor financeiro Calil explica que as empresas costumam aplicar parte dos recursos neste fundos, o que aumenta o aporte do investidor. Mas antes de abraçar estes fundos, deve-se conhecer todas as regras do contrato, para saber o que acontece em caso de desligamento do funcionário da empresa.

Outra recomendação é saber se o fundo é bem fiscalizado, para evitar casos desastrosos como o do fundo de pensão dos portuários da Petrobras, que chegou a ter um rombo de R$ 13,3 bilhões em 2005. “Sempre que há pessoas administrando o capital alheio, é preciso fiscalizar”, alerta o especialista em previdência Mohamed.

Um exemplo de sucesso, segundo o advogado, é o fundo de pensão dos funcionários do Banco Brasil, que possui mais de 100 mil participantes. O fato de ser formado em grande parte por bancários, que sabem fiscalizar produtos financeiros, contribui para o bom desempenho do fundo, na visão de Mohamed.

3 – Renda variável (ações e fundos imobiliários)

Investir em renda variável no longo prazo pode garantir rendimentos mais robustos no futuro, apesar dos riscos implicados. Nesta categoria, dois mercados são indicados: ações de empresas e fundos imobiliários (FIIs). No primeiro caso, o advogado Mohamed recomenda comprar ações mais conservadoras, de empresas mais sólidas e que tenham tradição de pagar dividendos todos os anos aos acionistas.

“Quem não tem familiaridade com o mercado de capitais pode apostar em empresas que costumam oscilar menos na Bolsa (máximo de 10% ao ano), como Usiminas e Vale”, destaca o especialista. Quando se trata de criar um patrimônio, é preciso levar em conta, também, o pagamento dos dividendos – parte do lucro da empresa distribuída entre os acionistas –, e não apenas a valorização dos papéis, de modo que um balanço financeiro positivo da companhia é um componente essencial no investimento.

4 – Carteira de investimentos

Uma estratégia recomendada por Calil é formar patrimônio por meio de uma carteira com um mix de três tipos de investimento: renda fixa, renda variável e imóveis. No primeiro caso, ele recomenda investimentos com baixa taxa de administração e dispensa a caderneta de poupança.

“Ela tem perdido para a inflação nos últimos meses e não é boa alternativa para o longo prazo”, argumenta. Por outro lado, ele acredita que o momento de baixa da Bolsa é o melhor para destinar parte do capital em ações, para quem vai investir por mais de uma década.

Outra parte dos recursos pode ser destinada para algum fundo imobiliário, que garante uma renda de aluguel sem necessitar um investimento pesado no valor total do imóvel. Segundo o especialista, este é um caminho de renda variável sem a oscilação diária do mercado de capitais. A estratégia também deve mirar o longo prazo para gerar bons rendimentos.

5 – Papéis de longo prazo do Tesouro Nacional

Papéis do Tesouro Direto atrelados ao IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) são apontados como alternativa de investimento com bons rendimentos para o longo prazo. É o caso das NTN-B (Notas do Tesouro Nacional, série B), com títulos que vencem até 2045. Eles remuneram a variação da inflação no período, mais uma taxa de juros fixa, combinada no momento da compra dos papéis. A liquidez também é alta, significando que o capital pode ser resgatado a qualquer momento. Mas o rendimento combinado só será pago se o investidor permanecer com a aplicação até o prazo estabelecido. A maior vantagem destes títulos é que eles não cobram taxa de administração, apesar da incidência do Imposto de Renda sobre os rendimentos (a cobrança é regressiva de acordo com o tempo do investimento).

SINAL AMARELO

Consórcios

Segundo o especialista em previdência, Mohamed, há pessoas que programam a aposentadoria comprando diferentes planos de consórcios, pedindo para não serem sorteadas no meio do caminho, a fim de acumular um patrimônio e resgatar o dinheiro posteriormente. “É preciso tomar cuidado com taxas de administração abusivas praticadas por alguns bancos. Se assim for, a cobrança pode abocanhar todo o rendimento. Algumas chegam a 15%”, alerta o advogado. Nestes casos, segundo ele, é melhor aplicar na caderneta de poupança. Prestar atenção nas taxas estabelecidas nos contratos é um cuidado para não tornar o investimento impraticável.

Imóveis

O consultor Mauro Calil dá sinal amarelo para quem pretende garantir a aposentadoria investindo apenas em imóveis. A renda do aluguel pode não ser o melhor rendimento, segundo ele. “O Brasil está longe de ser um país seguro quanto a investimentos imobiliários”, diz. Ele aponta a necessidade de reformas para evitar depreciação, a baixa liquidez em alguns casos e a rentabilidade do aluguel nem sempre compatível com o valor do imóvel como algumas das possíveis dificuldades do empreendimento. Uma alternativa de longo prazo e que não necessita de um investimento inicial tão alto são os fundos imobiliários, segundo o especialista.

21 de junho de 2013

Saiba como recuperar o botão "Iniciar" no Windows 8

Ao abandonar completamente o visual clássico do Windows, a nova interface do Windows 8 dividiu opiniões. Alguns usuários aprovaram a modernização do visual, enquanto outros acharam a nova interface confusa.

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Um das maiores queixas desse grupo é a ausência do botão Iniciar, um recurso clássico do Windows. Nos dispositivos com tela sensível ao toque, este recurso pode até ser dispensável. Já em computadores que dependem de mouse, o bom e velho menu "Iniciar" faz uma enorme falta. A Microsoft deve devolver o botão Iniciar ao Windows na próxima atualização, mas ela só deve chegar daqui a alguns meses.

Quem não quer esperar pode conferir essa lista com cinco aplicativos que trazem de volta o botão "Iniciar" ao Windows 8. Confira:

StartMenu8

Para quem busca refinamento visual, o StartMenu8 talvez não seja a opção ideal. Sua interface lembra uma mistura dos antigos Linux com Windows XP. Porém, o aplicativo traz de volta de forma satisfatória a função do menu "Iniciar".

Existem seis opções de ícones de botão "Iniciar" para o usuário escolher. O StartMenu8 permite que a área de trabalho seja carregada logo após a inicialização do Windows 8. Os comandos de canto (hot corners) também podem ser desabilitados.

No canto direito do menu "Iniciar" é possível inserir ou remover atalhos de aplicativos. No entanto, aplicativos específicos para o Windows 8 não podem ser acessados.


Pokki

Para quem deseja ir um pouco além do tradicional menu "Iniciar", o Pokki surge como uma ótima opção. O aplicativo combina o melhor da interface antiga do Windows com a da nova versão.

Existe uma área em que os aplicativos mais utilizados podem ser fixados facilmente. Basta clicar no ícone de um estrela que surge ao lado do ícone do aplicativo escolhido. Neste mesmo local, podem ser adicionados widgets do Gmail ou Facebook.

A caixa de procura funciona perfeitamente na hora de encontrar um aplicativo, pasta ou arquivo. Todas as opções de desligar estão presentes. Existe uma opção que desabilita os cantos com comandos (hot corners). E, por padrão, o Pokki carrega o Windows 8 diretamente para a área de trabalho.


Power8

Uma característica interessante do Power8 é a de não agrupar as opções de encerramento do Windows (ex.: reiniciar, desligar, suspender, etc...). A vantagem disto fica clara no rápido acesso a qualquer uma das opções. Porém, isto ocupa muito espaço da interface do aplicativo que poderia ser usado para exibir outros recursos.

Infelizmente, a opção "Todos os programas" para a exibição dos programas instalados não existe. O campo de procura é a única forma de encontrar um aplicativo instalado. Os resultados das buscas podem ser fixados conforme desejado. Para isto, basta clicar no ícone de alfinete ao lado dos resultados exibidos.


Start8

Apesar de ser pago, o Start8 vale cada centavo para quem busca algo mais bem acabado. As pessoas podem testá-lo por 30 dias, antes de ter que comprá-lo.

As funções são parecidas com alguns de seus concorrentes, mas este aplicativo funciona de forma mais harmônica. Sem contar, que visualmente é o mais agradável de todos.

Um recurso curioso é que a interface Metro pode virar um menu, em vez de ser exibida em tela cheia. Mas, para quem instala este tipo de aplicativo, a última coisa que a pessoa quer ver é a nova interface do Windows 8.

O nível de personalização do Start8 é incrível. Os cantos com comandos podem ser desabilitados e a inicialização pode ser definida para ir direto para a área de trabalho. E para os que buscam por funcionalidades bem específicas, o botão "Iniciar" pode ser configurado com diferentes formas de interação com a área de trabalho.


Classic Shell

Originalmente, o Classic Shell foi desenvolvido para enriquecer o Windows Vista. A versão mais atual se tornou um aplicativo para adicionar o menu "Iniciar" no Windows 8.

A aparência do menu pode ser escolhida conforme o gosto de cada pessoa. As opções visuais são as do Windows 98, XP ou Vista/7. A disposição dos botões de itens recentes, campo de busca e executar são bem familiares aos usuários.

Como a maioria dos outros aplicativos, existe a opção para o Windows 8 iniciar diretamente na área de trabalho e ocultar o Metro. O Classic Shell fornece barras de ferramentas e de status aprimoradas para Internet Explorer e o Windows Explorer. Praticamente, todas as funções podem ser habilitadas ou desabilitadas conforme a vontade do usuário.

20 de junho de 2013

China é acusada de espionagem industrial

Um instituto de pesquisa financiado pelo governo no delta do Rio das Pérolas, em Shenzhen, China, trabalha com uma impressionante variedade de áreas, de robótica a nanomedicina, passando por imagens de ressonância magnética.
Os autores do livro Espionagem Industrial Chinesa dizem que a transferência de tecnologia é política oficial do estado chinês.

Mas nem todas as pesquisas de ponta produzidas no local podem ser resultado de inovações próprias, segundo procuradores americanos. No mês passado, três cientistas chineses da Escola de Medicina da New York University (NYU) foram acusados de aceitar suborno para dividir os resultados de seus estudos com o instituto de Shenzhen e com uma companhia de tecnologia médica de Shangai.

Apesar de se dar muita atenção aos esforços chineses na ciber-espionagem, o instituto é um dos líderes de um esforço para aumentar a competitividade do país por meio da compra de tecnologias desenvolvidas nos EUA e outras nações desenvolvidas, passadas diretamente por cientistas chineses no exterior, dizem analistas americanos.

Segundo documentos de um caso na Justiça e um livro lançado no mês passado, esses cientistas são recrutados para voltar à China ou, em alguns casos, para dividir o conhecimento enquanto permanecem no exterior.

Os autores do livro Chinese Industrial Espionage (Espionagem Industrial Chinesa, numa tradução livre) dizem que a transferência de tecnologia é um política oficial do estado chinês. Eles alertam que os EUA e outros países precisam reconhecer a extensão da campanha de Pequim, pois ela estaria afetando a competitividade dessas nações.

“A China excede a norma internacional não apenas em escala, mas em variedade de transferências de conhecimento, no comportamento amoral de quem patrocina a prática e no grau de apoio dado pelo governo”, escreveram, William C. Hannas, James Mulvenon e Anna B. Puglisi, os autores do livro.

Um porta-voz do centro de Shenzhen disse que foi aberta uma investigação interna sobre as acusações do caso da NYU. O advogado de Yudong Zhu, um dos acusados, afirmou que as autoridades americanas tiraram “conclusões erradas” das evidências que observaram. O governo chinês não quis falar à reportagem.

Roubo de tecnologia

A Comissão contra Roubo de Propriedade Intelectual dos EUA informou em maio que o roubo de tecnologia representa uma perda de mais de US$ 300 bilhões (R$ 643 bilhões) por ano, o equivalente a tudo que os Estados Unidos exportam anualmente para a Ásia. “Praticamente todos os setores e tecnologias são atacados”, diz a comissão.

“As metas da indústria nacional na China encorajam o roubo de propriedade intelectual, e um extraordinário número de chineses em empresas privadas e entidades do governo estão envolvidos com a prática”, diz o relatório da comissão, que é liderada por Dennis C. Blair, um ex-diretor de inteligência nacional, e Jon M. Huntsman Jr., um ex-embaixador para China.

Casos como os da NYU são considerados raros, especialmente se levado em conta que o número de chineses estudando no exterior chegou a 400 mil no ano passado. Mas a crescente preocupação dos EUA com o roubo de tecnologia por parte da China faz alguns desses estudantes ficaram com medo de perseguições injustas. Eles citam o fiasco do caso de Wen Ho Lee, um cientista sino-americano erroneamente acusado de roubar documentos secretos sobre pesquisas nucleares.

Alguns economistas dizem, porém, que as instituições chinesas não são capazes de capitalizar totalmente os conhecimentos adquiridos de chineses no exterior. Um caso notável foi o fracasso financeiro da Suntech Power, uma das maiores fabricantes de painéis solares do mundo, cuja principal subsidiária abriu falência em março. O fundador da empresa, Shi Zhengrong, era um cientista que conseguiu cidadania australiana de diversas patentes em seu nome antes de voltar à China e abrir o negócio. A cidade de Wuxi o atraiu com a oferta de R$ 6 milhões (R$ 12,7 milhões) de investimento inicial na empresa.

19 de junho de 2013

Google leva balões com Internet a áreas remotas do mundo

O Google está prestes a conquistar a estratosfera. A empresa anunciou o lançamento de 30 balões de alta tecnologia para levar o acesso à Internet para lugares remotos, em que as pessoas ainda não estão conectadas.

Os balões são projetados para ter 60 metros de altura e voar a uma altitude de 66 mil pés. Os primeiros estão sendo enviados para a Ilha Sul, na Nova Zelândia, este mês, por meio de sistema pioneiro chamado Projeto Loon.

A empresa norte-americana afirmou que os balões foram projetados para "conectar pessoas em áreas rurais e remotas, ajudar a preencher lacunas de cobertura e fazer com elas possam ficar online mesmo após desastres."

18 de junho de 2013

Usinas nucleares fecham por problemas econômicos, não por protestos

Este ano, quatro reatores nucleares foram desativados nos EUA por motivos econômicos.

Quando uma usina nuclear se torna velha demais? Esta indústria faz um grande esforço para entender se os atuais problemas com seus reatores, projetados nos anos 1960 e 1970, são apenas males da meia idade ou uma crise do fim da vida.

Este ano, empresas anunciaram a aposentadoria de quatro reatores nos Estados Unidos, restando outros 100 no país. Três deles apresentavam problemas mecânicos de alto custo, mas um, o Kewaunee, em Wisconsin, funcionava bem. Seu proprietário, a Dominion, havia recebido permissão para mantê-lo ativo por mais 20 anos. Mas o reator estava dando prejuízo, devido ao baixo preço da energia distribuída na região.

“Este é o problema mais ameaçador para esta indústria”, afirmou Peter A. Bradford, ex-membro da Nuclear Regulatory Commission e ex-chefe da agência regulatória New York Public Service Commission.

Enquanto as outras três usinas – San Onofre 2 e 3, perto de San Diego, e Crystal River 3, na Flórida – passavam por custosos projetos de manutenção, a Kewaunee não apenas dispensou grandes reparos, como parecia não precisar de um grande investimento financeiro, segundo Bradford.

Envelhecimento

É uma reviravolta, já que, até recentemente, a expectativa de vida dos reatores nucleares só crescia. Quando a Nuclear Regulatory Commission começou a autorizar os reatores a operarem por mais 20 anos além dos 40 permitidos, pessoas ligadas ao setor de energia começaram a pensar que os antigos 40 eram os novos 60.
                     Reator nuclear em construção na cidade de Waynesboro, Geórgia.

Nas últimas semanas, contudo, os reatores "quarentões" voltaram a parecer mais velhos, com implicações para as usinas de energia ainda em funcionamento, e para várias outras em construção. “Elas deveriam durar até onde fosse possível comercialmente”, afirmou Robert E. Curry Jr, que foi membro da New York Public Service Commission, entre 2006 e 2012.

Mas com os preços baixos da energia, além dos custos adicionais impostos com o desastre nuclear na usina de Fukushima em 2011, no Japão, e a “descrença geral na energia nuclear por parte de qualquer um que tenha presenciado a ‘síndrome chinesa’”, sua viabilidade comercial agora é evidentemente menor, acredita Curry Jr.

Exelon abandona projeto

Mesmo que as usinas não sejam desativadas, elas já significam um revés. A Exelon, maior operadora nuclear dos EUA, planejou há alguns anos investir US$ 2,3 bilhões nos reatores já existentes e aumentar sua capacidade energética em até 1.300 megawatts, pouco mais do que um novo reator pode gerar. Após realizar um quarto do projeto, porém, a empresa abandonou seus planos e anunciou que pagaria aos fornecedores US$ 100 milhões em multas para compensar o cancelamento, porque a economia não estaria mais favorável.

Christopher M. Crane, chefe-executivo da empresa, disse que a Exelon não tem planos de desativar seus reatores, mas a companhia pode continuar a revisar algumas condições, como os baixos preços da energia no atacado, a fim de verificar se o fechamento prematuro de alguma unidade seria necessário.

Oyster Creek deve fechar em 2019

Aberto em 1969, o reator da Exelon Oyster Creek, em Forked River (Nova Jersey), é o mais antigo do país. Ele teve sua licença estendida em 20 anos em 2010, mas a Exolon prometeu fechá-lo até o fim de 2019, em troca de uma permissão para deixar de seguir algumas regras quanto ao descarte de água quente da usina. Mas este prazo pode não ser respeitado.

Em San Onofre, seus proprietários tiveram que fazer um grande investimento com manutenção. Calcularam não apenas o preço, mas também o número de anos restantes de vida útil do reator para compensar o investimento. O mesmo pode acontecer com o Oyster Creek.

Este é destino de todas as usinas nucleares antigas. Como apontou o Instituto de Energia Nuclear – maior associação comercial desta indústria –, quando a San Onofre foi fechada em 2010, 41% da usina destinavam-se ao carvão e 33% ao gás natural. Apenas 10% consistiam em energia nuclear. Usinas antigas podem não sobreviver a novas regras ambientais ou outras circunstâncias que requerem altos custos.

A diferença é que usinas de gás natural continuam a ser construídas, e também algumas de carvão. Houve um lapso de 30 anos na construção de novas usinas, que terminou este ano, mas apenas quatro unidades abriram novos caminhos.

Um quinto delas está sendo revitalizado. Enquanto empresas nos últimos anos anunciaram projetos para a construção de mais de uma dúzia de novos reatores, além dos cinco em construção atualmente, apenas quatro reatores antigos parecem viáveis para os próximos anos. E todos os outros continuam envelhecendo.

17 de junho de 2013

Halliburton planeja dobrar de tamanho no Brasil

                          Prédio da Halliburton, em perspectiva, no parque tecnológico.

A Halliburton, uma das principais multinacionais de serviços especializados para exploração de petróleo, quer chegar à liderança no mercado de apoio à indústria de petróleo e gás no País na virada de 2014 para 2015. A empresa planeja manter o ritmo de crescimento acima de 100%, como o registrado nos três últimos anos, o que inclui a instalação de um centro de tecnologia, inaugurado nesta semana no Rio. Com isso, a operação brasileira se tornaria a maior da América Latina para a empresa, superando o México.

"O Brasil é muito importante. Talvez seja o maior mercado de águas profundas do mundo. E tecnologia é chave nisso", disse o presidente de estratégia e desenvolvimento corporativo da multinacional americana, Tim Probert.

O centro de tecnologia inaugurado no dia 14 de junho é o 15º da Halliburton no mundo, incluindo unidades nos Estados Unidos. "De vez em quando, gosto de pensar numa mudança no centro de gravidade para o Brasil, quando pensamos no investimento em pesquisa e desenvolvimento em águas profundas", disse o vice-presidente executivo e chefe de operações da Halliburton, Jeffrey Miller. "Elementos-chave para isso estão aqui: unidades de pesquisa, cientistas brilhantes e um mercado de exploração em águas profundas".

A previsão da Halliburton é dobrar sua operação de tamanho no Brasil este ano, em relação a 2010, tanto em receita quanto em investimentos, mas os executivos não revelam cifras. No primeiro trimestre, o balanço mundial da companhia registrou prejuízo de US$ 18 milhões e vendas de US$ 6,97 bilhões.


Atualmente, a Halliburton tem 2,7 mil funcionários no Brasil, segundo Probert. São sete bases de apoio País afora, em cidades como Manaus (AM) e Mossoró (RN). Em Macaé, principal base de apoio da Bacia de Campos, no litoral norte do Rio, a companhia constrói duas bases de grande porte, uma de 100 mil metros quadrados e a outra de 120 mil metros quadrados.

Apesar da capacidade das bases, a Halliburton mantém conversas para uma eventual planta no Porto do Açu, em construção pelo Grupo EBX, de Eike Batista. "Podemos ter uma linha de serviços lá, mas estamos avaliando", disse, sem entrar em detalhes.

Nos Estados Unidos, a Halliburton tornou-se a maior prestadora de serviços de fraturamento hidráulico, a técnica de extração de gás natural de reservas naturais que poderá revolucionar o setor global de energia. Apesar disso, os executivos da companhia não veem nessa mudança um desestímulo a investimentos fora dos EUA ou na exploração em águas profundas.

A Halliburton não esteve envolvida em acidentes graves no Brasil, mas era uma das prestadoras de serviços do poço da BP, afetado pela explosão da plataforma Deepwater Horizon no Golfo do México, ocasionando um dos maiores vazamentos de petróleo da história.

No balanço do primeiro trimestre, o prejuízo foi marcado principalmente por causa de um custo de US$ 637 milhões, reservado para bancar disputas judiciais do caso. "A indústria trabalha duro para garantir que tudo o que fazemos tenha um alto grau de integridade", declarou Probert.