28 de fevereiro de 2014

Petrobras entrega plataformas incompletas, diz sindicato

Plataformas inacabadas geram mais custos e menor segurança para trabalhadores da Petrobras.

Última plataforma da Petrobras a ser entregue em cerimônia em dezembro com a presença da presidente Dilma Rousseff, a P-62 saiu do estaleiro incompleta. Não foi a primeira, segundo sindicalistas. Por pressão política, para melhorar o saldo da balança comercial e para dar satisfação ao mercado, as plataformas são inauguradas inacabadas e depois finalizadas em mar - o que é mais caro e lento para a empresa, além de menos seguro para trabalhadores.

"Precisam justificar ao mercado que a empresa vai ter capacidade de produção nos próximos meses, tem muita pressão", diz o representante dos trabalhadores no conselho de administração da Petrobras, José Maria Rangel, que levou o assunto a discussão na reunião do órgão no dia 25 de fevereiro.

O diretor de segurança e saúde do Sindipetro-NF, Norton Almeida, credita o lançamento ao mar de plataformas ainda não operacionais à pressão política. No início do mês, ele embarcou na P-62 e conferiu pessoalmente os problemas. O sindicato diz que o sistema náutico saiu do estaleiro sem um cabo de ré, sem uma das amarras do sistema de ancoragem de bombordo (lado esquerdo) e sem o sistema elétrico pronto, entre outros itens.

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Incêndio — O cabeamento de energia incompleto forçou, por exemplo, a instalação de um gerador de energia que pegou fogo em janeiro, quando a plataforma navegava em direção ao campo de Roncador, na Bacia de Campos. Foram quarenta minutos para controlar o incêndio, ao lado de um tanque de diesel, segundo Almeida. A unidade chegou à locação com duas semanas de atraso.

O sindicato diz que se a plataforma ficasse mais alguns dias no Estaleiro Atlântico Sul (EAS, Pernambuco) muitos dos problemas poderiam ter sido resolvidos, já que em terra milhares de operários podem trabalhar simultaneamente, enquanto em mar a legislação internacional limita a tripulação. A P-62 está com 160 homens embarcados e vinte em barco de apoio. Além disso, a instabilidade marítima traz riscos para manipulação de itens pesados e a distância torna toda a logística mais cara e lenta. Hoje, qualquer parafuso precisa viajar 125 km da costa para chegar ao destino final

"Não é um cálculo nada matemático, mas um serviço em mar pode levar dez vezes mais tempo do que em terra, e custar dez, quinze vezes mais. Tudo fica mais difícil", disse Almeida. O lançamento ao mar no Estaleiro Atlântico Sul (EAS), em 30 de dezembro, fez cumprir, em calendário, o compromisso da Petrobras de pôr na água nove plataformas em 2013.

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Outros casos — Em 31 de dezembro, foi lançada ao mar também a P-61, que saiu do estaleiro BrasFels, na baía de Angra dos Reis (RJ), para o campo de Papa-Terra, na Bacia de Campos. Também no último dia do ano a P-55 entrou em produção, às 22h30m, depois de ter sofrido reparos em mar.

Depois de concluída, a plataforma se enquadra num benefício tributário (Repetro). As embarcações passam ao guarda-chuva de uma subsidiária da Petrobras na Europa e podem ser contabilizadas pelo país como exportação, mesmo sem sair do Brasil. Só no quarto trimestre, quatro plataformas tiveram impacto de 5,3 bilhões de dólares na balança comercial, maior valor já contabilizado num trimestre.

As nove plataformas têm potencial para adicionar capacidade de até 1 milhão de barris/dia e são apresentadas pela Petrobras como a promessa da empresa para tirar a produção de petróleo da estagnação. Há quatro anos a produção não descola dos 2 milhões de barris/dia.

O Sindipetro lembra que o problema não acontece com plataformas construídas por terceiros e afretadas (alugadas) pela Petrobras. Estas só vão ao mar prontas, mesmo quando construídas em estaleiros brasileiros.

"Em maior ou menor grau, isso (ir ao mar inacabada) aconteceu com as últimas doze plataformas próprias da Petrobras", disse Almeida, citando a P-43, P-48, P-50, P-51, P-52, P-53, P-54, P-55, P-56, P-57, P-58 e P-63. Procurada, a Petrobras não se manifestou até o fechamento da matéria.

27 de fevereiro de 2014

Na Finlândia, ex-funcionários da Nokia criam novo rival para o Android

HELSINQUE – Marc Dillon ainda se lembra da angústia que sentiu quando a Nokia divulgou o cancelamento de um projeto de software que ele e centenas de outros desenvolvedores levaram anos para criar.

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                  Marc Dillon e Stefano Mosconi nos escritórios da Joola, em Helsinque.

Foi no começo de 2011, e a Nokia, a gigante finlandesa dos telefones celulares, estava lutando para competir com a ascensão repentina da Apple e da Samsung no mercado mundial dos smartphones. Em resposta, o diretor executivo da Nokia, Stephen Elop, encerrou os projetos da empresa para o seu próprio sistema operacional e se juntou à Microsoft para se concentrar na construção de telefones com sistema Windows.

"Eu quase vomitei quando ouvi a notícia", disse Dillon, um engenheiro americano que mora na Finlândia, que foi demitido depois da mudança de estratégia da empresa. "A Nokia fez um tantas coisas grandiosas e por tanto tempo. Não queríamos ver essa parte da história morrer".

Assim, Dillon e três outros ex-executivos da Nokia assumiram a responsabilidade de provar que seus antigos chefes estavam equivocados.

Durante os últimos três anos, com a ajuda de cerca de 20 milhões de dólares de investimento externo, eles criaram a Jolla, uma empresa de 100 funcionários, a maioria sendo ex-engenheiros da Nokia, a fim de desenvolver o sistema operacional que a Nokia havia descartado. A meta deles é competir com o Android, o software do Google que domina a telefonia móvel. No final do ano passado, eles terminaram a primeira parte do projeto, lançando um smartphone pelo sistema operacional de plataforma aberta, o Sailfish.

Sailfish poderá ser licenciado

As ambições da Jolla – pequeno barco em finlandês – são duas.

Ao lançar o seu aparelho de telefone personalizado, a empresa quer ilustrar a demanda pelo dispositivo ao vendê-lo para os consumidores, principalmente, dos mercados ocidentais, ávidos por experimentar a mais recente engenhoca.

Embora a empresa ainda seja pequena no mercado mundial de smartphones, as esperanças de longo prazo da Jolla estão fixadas na promoção do seu software Sailfish a outros fabricantes de celulares, com quem a empresa finlandesa espera produzir acordos de licenciamento.
                             Sistema Sailfish poderá ser usado por vários fabricantes.

"O telefone mostra ao mundo que conseguimos fabricar um produto", disse Sami Pienimaki, outro cofundador da Jolla, no escritório de desenvolvimento da empresa em Tampere, que fica duas horas de trem ao norte de Helsínquia, a capital da Finlândia. "Contudo, o sistema operacional é a joia do projeto".

Para os outros fabricantes de telefones, particularmente os que vendem telefones em mercados de rápido crescimento como a China, o papo de venda é simples: iremos lhe ajudar a se destacar na multidão.

"Todos estão procurando alternativas já que poucos fabricantes estão ganhando dinheiro com o Android", disse Stefano Mosconi, o cofundador italiano da Jolla e o principal funcionário de tecnologia, nos escritórios da empresa na Helsínquia central, que anteriormente abrigavam um laboratório de pesquisa da Nokia. "Sabemos que não podemos entregar 200 milhões de aparelhos da noite por dia, mas os fabricantes de telefone precisam de novidade, e isso podemos oferecer".

Mercado dominado por gigantes

Apesar dos planos ambiciosos da Jolla, ela enfrenta um desafio. O mercado mundial de smartphones tornou-se um duopólio do Android do Google e do iOS da Apple, que representaram quase 95 por cento dos 1 bilhão de aparelhos vendidos no ano passado, segundo a empresa de pesquisa, Strategy Analytics. E a Microsoft, outra gigante da tecnologia, está duplicando os smartphones, fazendo os toques finais em um acordo de 7,4 bilhões de dólares para comprar a divisão de celulares da Nokia.

Vários outros fabricantes de software também estão tentando competir por uma fatia das vendas mundiais de smartphones.

Confrontados com a concorrência dura, a Jolla está enfrentando esses desafios de cabeça erguida. A empresa abriu a sua loja de aplicativos para desenvolvedores, porém, o software também precisa permitir que os clientes rodem os programas populares no Android tais como o WhatsApp e o Twitter.

O acordo inclui uma parceria com a gigante da Web russa, a Yandex, que dá aos usuários do Jolla acesso a sua loja de aplicativos com mais de 80.000 mil programas em Android. A Jolla, contudo, ainda tem de conseguir um acordo semelhante com a Play store do Google, que é maior.

"Se não tivéssemos acesso ao Android, ninguém teria comprado o nosso aparelho", disse Mosconi da Jolla. "Agora podemos mostrar as pessoas que elas podem utilizar os mesmos aplicativos disponíveis em outros telefones".

Foco em emergentes

Bem parecido com os seus rivais mais estabelecidos, a Jolla está direcionando o seu software aos consumidores das economias em desenvolvimento que estão atualmente trocando os seus aparelhos baratos por aparelhos mais sofisticados.

A expectativa é de que os mercados como a China e a Índia divulguem um crescimento de dois dígitos na venda de smartphones este ano, a maioria de aparelhos Android de baixo custo.

Todavia, os analistas afirmam que as operadoras locais como a China Mobile estão procurando maneiras de diferenciar seus aparelhos e serviços dos seus concorrentes. A utilização de novos sistemas operacionais pode ajudar a atrair clientes que ainda precisam se acostumar com o Android ou o iOS.

Experiência de uso é diferencial

A experiência em software da Jolla é acentuadamente distinta em relação aos seus rivais maiores.

O aparelho da Jolla é projetado para deslizar pela tela para alternar entre os aplicativos; o sistema operacional não utiliza um botão home para a navegação. Menus suspensos em cada programa oferecem atalhos para as funções populares como enviar uma mensagem de texto ou verificar o e-mail.

E programas abertos – exibidos como mini-ícones na tela home – se atualizam automaticamente. Isso permite que os usuários mudem as músicas no player do aparelho ou encontre o número de um contato sem abrir o aplicativo em si. Os telefones também têm tecnologia embutidas em capas traseiras intercambiáveis que alteram atributos do software.

Embora a iniciante de celulares tenha vendido menos de 100.000 aparelhos mundialmente desde que o modelo foi lançado no ano passado, muitos na comunidade de tecnologia de Helsínquia afirmam que o sistema operacional e o aparelho da Jolla, que custa no varejo cerca de 550 dólares, mostra que a indústria de telecomunicação da Finlândia ainda pode concorrer em escala mundial.

Quando a Jolla começou a vender seus telefones em novembro, por exemplo, uma fila de clientes esperando fazia curvas ao redor da Pop Up store da empresa na Helsínquia central apesar das temperaturas congeladas.

E Peter Vesterbacka, integrante da equipe de gerenciamento da criadora de jogos finlandesa, Rovio, orgulhosamente exibiu o seu aparelho da Jolla completo, com uma capa encomendada do Angry Birds. O Angry Birds é um jogo da Rovio.

"Muitas pessoas querem que eles se deem bem", disse Pekka Koponen, ex-executivo da Nokia que atualmente administra uma empresa de consultoria em tecnologia em Helsínquia. "Quero crer que ainda resta inovação na Finlândia".

26 de fevereiro de 2014

Óleo e Gás, ex-OGX de Eike, devolve blocos de exploração à ANP

A Óleo e Gás (ex-OGX) devolveu à Agência Nacional do Petróleo (ANP) os complexos de Itacoatiara, Viedma, Tulum e Vesúvio, localizados na Bacia de Campos, e os complexos de Natal e Belém, localizados na Bacia de Santos, segundo comunicado divulgado no dia 14 de fevereiro pela petroleira fundada por Eike Batista.
                            Devolução não afetam plano de negócios, diz a companhia.

A petroleira teve que desistir dos projetos após a agência reguladora negar o pedido de prorrogação de prazo para apresentação dos planos de avaliação de descobertas nestas áreas de exploração.


A companhia decidiu devolver à ANP o complexo de Curitiba, na Bacia de Santos, após a realização de testes que indicaram baixo índice de produtividade na área.

Além disso, a Óleo e Gás anunciou o encerramento da avaliação de descobertas em Tubarão Tigre, Tubarão Areia e Tubarão Gato, pois não encontrou soluções para viabilizar a exploração dos campos.

Segundo a companhia, o encerramento dos projetos não afeta o seu plano de negócios, pois não considerou o valor dos projetos em suas projeções em negociações com credores ou no Plano de Recuperação Judicial, que apresentou à Justiça do Rio no dia 14 de fevereiro.

25 de fevereiro de 2014

Ronaldo Iabrudi é eleito para presidir conselho da Via Varejo

             Ronaldo Iabrudi detém poder de decisão no Brasil do grupo francês Casino.

O conselho de administração da Via Varejo, empresa de móveis e eletroeletrônicos do Grupo Pão de Açúcar (GPA), elegeu Ronaldo Iabrudi como novo presidente do conselho no lugar de Michael Klein, conforme ata de reunião publicada no dia 14 de fevereiro.

Iabrudi irá acumular o posto de chairman da Via Varejo com a presidência-executiva do GPA, cargo assumido por ele em janeiro em substituição a Enéas Pestana.


O executivo detém poder de decisão no Brasil do grupo francês Casino, controlador do GPA. Com mestrado e doutorado na França, o psicólogo assumiu a presidência do GPA menos de um ano após ser contratado como representante do Casino no País.

Sua nomeação para a presidência do Conselho da Via Varejo — dona das bandeiras Casas Bahia e Ponto Frio — marca mais um capítulo do aumento da influência dos franceses.

Em dezembro, a Via Varejo realizou uma oferta pública secundária de units de R$ 2,845 bilhões na bolsa. Na operação, a família Klein, ex-dona da Casas Bahia, reduziu sua participação na empresa de 47% para 27,3% do capital. O GPA é o acionista majoritário com fatia de 43,3%.

24 de fevereiro de 2014

Prévia do PIB encerra 2013 com alta de 2,57%

O indicador, calculado pelo BC, é considerado uma espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB).

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), considerado uma espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), encerrou 2013 com alta de 2,57%, informou o BC no dia 14 de fevereiro.

Em dezembro, houve um recuo de 1,35% ante novembro, o maior desde maio, que teve o mesmo resultado. Apesar de o indicador ter registrado dado positivo no conjunto do ano, economistas apontam para uma recessão técnica, já que o IBC-Br completou dois trimestres negativos seguidos. Na comparação do quarto trimestre com o terceiro, o IBC-Br mostrou contração de 0,17%, depois de ter se contraído 0,21% no terceiro trimestre sobre o segundo.

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Analistas consultados pela Reuters esperavam queda de 1,00% na comparação mensal em dezembro, de acordo com a média de vinte projeções. As contas variaram de queda de 1,40% a alta de 0,80%. O IBC-Br incorpora estimativas para a produção nos três setores básicos da economia: serviços, indústria e agropecuária.

O BC divulgou também nesta sexta a revisão do dado de novembro: o IBC-Br passou de queda de 0,31% (dado preliminar) para recuo de 0,64% sobre outubro, reforçando ainda mais a fraqueza econômica no final de 2013.

Cenário — A economia brasileira passou por 2013 sem conseguir mostrar recuperação forte. Um dos principais pesos foi a indústria, que encerrou o ano com alta de apenas 1,2%, após recuar 3,5% em dezembro, no pior resultado mensal em cinco anos.

O varejo também não conseguiu estimular a atividade em dezembro, quando as vendas interromperam nove meses seguidos de alta para recuarem 0,2%.

No terceiro trimestre de 2013, o PIB encolheu 0,5% e a pesquisa Focus do BC mostra que a expectativa do mercado é de que, em 2013, a expansão tenha sido de 2,24%. Para este ano a projeção é ainda pior, de crescimento de 1,90%. O IBGE divulga os dados do quarto trimestre e de 2013 fechado no dia 27 de fevereiro.

23 de fevereiro de 2014

Com 1,3 milhão de Havaianas vendidas em 2013, Cuba já é o 3º mercado da marca

A marca brasileira que já caiu no gosto de pedreiros e celebridades de Hollywood agora desfila em pés cubanos. As vendas das legítimas Havaianas no ano passado alcançaram 1,3 milhão de pares em Cuba – um país que mal sonhava importar calçados duas décadas atrás.

Hoje, a ilha estende o tapete vermelho para o setor calçadista brasileiro. O alcance das Havaianas no país foi o terceiro maior do mundo no ano passado, levando-se em conta que as vendas totalizaram 12% da população do país, que possui 11 milhões de habitantes.
Havaianas, das Alpargatas, controladas pelo grupo Camargo Corrêa: expansão no período militar.

De acordo com a Alpargatas, fabricante da marca, não há nenhuma publicidade das sandálias, já que ações de marketing são proibidas pelo regime cubano. A vitrine dos calçados brasileiros na ilha se restringe a lojas de departamento do próprio governo e a algumas butiques de hotéis.

Desde 2005 na terra de Fidel Castro, a marca Havaianas disputa a preferência dos cubanos com outra gigante brasileira. A gaúcha Piccadilly foi uma das primeiras do setor a ingressar no país, em 2002. Depois vieram nomes como Vizzano, Divietto, Via Uno, Azaleia, Carolina Castro e Mariner.


"Há 11 anos, quase não se conhecia os calçados brasileiros em Cuba, mas hoje há um reconhecimento da qualidade e conforto destes produtos", explica o cubano Andres Denis, analista da World Shoes Co, que exporta várias marcas nacionais para a ilha.

Em 2011, o Brasil exportou US$ 18,629 milhões para Cuba nos setores de moda e cuidados pessoais – e 63% deste montante esteve ligado ao setor calçadista.
                       Calçados brasileiros vendidos em loja oficial do governo cubano.

Para a diretora de exportação da Piccadilly, Micheline Grings, Cuba é um exemplo de negócio bem sucedido para a marca. "Já chegamos a representar mais de 40% de todos sapatos exportados pra o país", conta.

A executiva reconhece que, apesar de os cubanos desejarem os calçados brasileiros, o baixo poder aquisitivo da população, aliado à alta do dólar, ainda é um desafio para ampliar as vendas no país. O salário de um médico cubano, por exemplo, gira em torno de US$ 50 (o custo de vida também é muito mais baixo).

O livre comércio de Cuba com outros países é feito pelo peso conversível, que é indexado à moeda norte-americana. Isso complica a situação dos exportadores brasileiros quando o dólar sobe.

Já a moeda em poder da população – para salários e consumo – é o peso não conversível, que vale 24 vezes menos. Em outubro, o regime anunciou que vai unificar os dois pesos.

Nos hotéis cubanos, as Havaianas para turistas custam em torno de US$ 12, enquanto nos Estados Unidos os modelos mais simples saem por US$ 18.

Preço é acessível, mas não para todos

Assim como no Brasil, o poder aquisitivo para arcar com os calçados importados na ilha não é para todos, segundo o cubano Denis, da World Shoes. Quem não pode pagar acaba optando pelos produtos chineses, que são mais baratos.

A China detinha 63,5% do mercado calçadista de Cuba em 2009, segundo o estudo mais recente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex) no país. O Brasil vinha em segundo lugar, com 10,7% do mercado.

"Os calçados chineses têm fama de desconfortáveis e ruins, enquanto os brasileiros são conhecidos pela qualidade", afirma Micheline, da Piccadilly.

Na Feira de Havana, que reúne produtos importados, três marcas de calçados brasileiros (Piccadilly, Havaianas e Mariner) receberam medalha de ouro pela qualidade, entre 2008 e 2013, concorrendo com produtos de vários setores e países.

O último estudo da Apex sobre tendências de consumo em Cuba, de 2011, identificou uma tendência de formação de um mercado de consumo, ainda incipiente, voltado para produtos com maior valor agregado.

As oportunidades de negócios para empresas brasileiras crescem na velocidade com que o mercado cubano abre as portas para o mundo. Desde 2002, as relações comerciais entre Brasil e Cuba seguem uma curva ascendente.

As exportações brasileiras saltaram de US$ 88 milhões para US$ 488 milhões nos últimos 11 anos, segundo a Apex. Na América Latina, o Brasil é o segundo maior parceiro comercial de Cuba, depois da Venezuela.

O passo mais recente da abertura comercial foi o anúncio, em dezembro do ano passado, de que os cubanos poderão comprar carros novos e usados do Estado sem precisar pedir permissão, pela primeira vez desde 1959.

22 de fevereiro de 2014

Maioria dos quartos de hotéis está vaga para a Copa

                                         A Copa no Brasil começa no dia 12 de junho.

A maioria dos quartos de hotéis ainda está disponível para o mês da Copa do Mundo, de acordo com levantamento do Fórum de Operadores Hoteleiros do Brasil (FOHB), faltando apenas quatro meses para o evento. O estudo se refere a 15 redes hoteleiras associadas à entidade.

As redes associadas à entidade somam 600 hotéis e representam 18% da oferta oferecida pelos hotéis nacionais. Entre elas, estão Accor, IHG, Pestana e Transamérica. As redes representam 30% dos hotéis reservados pela Match, agência oficial de viagens da Fifa, organizadora do evento no País. 


Até agora, cerca de 185 mil diárias já foram comercializadas nestas redes nas 12 cidades-sedes em dias de jogo e na véspera dos eventos, o que representa apenas 40% do total. Ainda restam 20% de diárias bloqueadas pela Match e clientes, que podem não ser compradas, e mais 40% que estão disponíveis.

Diante da demanda abaixo da expectativa, a Match já devolveu até 50% da reservas feitas em algumas praças, como Natal, no Rio Grande do Norte, no dia 31 de janeiro. A ação decepcionou empresários do setor, que diminuíram expectativas com relação ao evento esportivo.


Para Roberto Rotter, presidente do FOHB, o panorama é desafiador para o setor. As manifestações, na sua visão, podem ter contribuído para a baixa procura, bem como indefinição sobre a malha aérea. 

Além disso, o volume de hóspedes no período não depende da oferta, mas sim do grau de atratividade de cada jogo da Copa, somado à acessibilidade de transporte e atratividade da cidade, diz o FOHB.

"Curitiba e Cuiabá são cidades que sediarão jogos que não atraem pessoas, como Nigéria e Bósnia; Irã e Nigéria, enquanto o Nordeste terá partidas mais interessantes – e duas cidades sediarão quartas de final: Fortaleza e Salvador. Das semifinais em diante, os jogos se concentram em Belo Horizonte, Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo", explica o FOHB.

Situação é variada nas cidades-sedes

Recife é a praça que tem mais diárias comercializadas: 77%. Enquanto Porto Alegre ainda tem uma quantidade relevante de diárias bloqueadas (31%). São Paulo, por outro lado, é o que tem mais diárias disponíveis: 53%. 

Em Belo Horizonte, 40% das diárias que ainda podem ser compradas em dias de jogos. Em Curitiba, a média é menor: 30%. Em Cuiabá, apenas 20% estão disponíveis em dias de jogos, em média, mesma média de Fortaleza, onde, em determinados jogos, restam apenas 10% das diárias.

Em Salvador, o total de diárias disponíveis varia entre 30% e 40% conforme o jogo, enquanto em Manaus oscila entre 20% a 40%. Em Porto Alegre, oscila entre 20% a 30%. Em Recife, apenas de 10% a 20% das diárias ainda estão disponíveis no dia dos eventos. No Rio de Janeiro, cerca de 20% das diárias estão ainda disponíveis para os dias de jogos.

Preço das tarifas aumentou no ano passado

As tarifas das diárias dos hotéis das 25 redes associadas ao FOHB subiram, em média, 6,1% no ano passado, de R$ 229 para R$ 243, pouco acima da inflação geral, de 5,91%, e abaixo da relacionada à serviços, que atingiu 8,75% no período.

Porém, em algumas cidades-sedes as tarifas subiram mais do que a inflação do setor de serviços. As que ficaram mais caras foram as tarifas dos hotéis de Brasília: 11,8%. Em seguida, aparecem as redes do Rio de Janeiro, que tiveram reajustes de 11,5%, seguido por Recife (10,6%), e Fortaleza (9,5%). 

Rotter, presidente do FOHB, espera que as tarifas aumentem 5% no ano da Copa. "A hotelaria não é irresponsável e não irá cobrar tarifas caras. Isso será pontual, e não uma prática comum", anuncia. Ele estima que, em dias de jogos, o aumento será maior, enquanto em jogos menos atrativos serão menor. O período entre os jogos deverão apresentar reajuste ainda menor.

21 de fevereiro de 2014

Indústria de alimentos Maratá é condenada por impor metas abusivas

Segundo o MPT, a empresa foi processada por submeter os funcionários a metas abusivas.

Sentença da 11ª Vara do Trabalho de Natal (RS) condenou a Indústria Alimentícia Maratá em R$ 500 mil por dano moral coletivo.

Segundo nota publicada no site do Ministério Público do Trabalho (MPT), a empresa foi processada por submeter os funcionários a metas abusivas, “enganando-os com processas de vantagens não cumpridas”.


De acordo com o MPT, um ex-empregado revelou, em depoimento, ter deixado um emprego anterior em que recebia R$ 6 mil mensais, atraído pela promessa de que ganharia entre R$ 11 mil e R$ 12 mil. No entanto, os valores pagos mensalmente pela Maratá foram de R$ 1,3 mil até R$ 6,7 mil.

“Outros depoimentos colhidos no processo confirmaram que os vendedores não tinham como saber sobre as vendas realizadas, nem sobre quanto lhes era devido em comissões”, informa a nota.

Além do dano moral coletivo, a Justiça determinou que a Maratá deixe de contratar trabalhadores oferecendo vantagens que não serão cumpridas e acabe com as metas abusivas.

A empresa também fica obrigada a disponibilizar aos empregados sujeitos à remuneração variável o detalhamento dos valores que recebem mensalmente. Em caso de descumprimento, a companhia está sujeita ao pagamento de multa diária de R$ 1 mil até o limite de R$ 500 mil.

20 de fevereiro de 2014

BB prorroga validade de concurso

                                        Participaram do concurso 339 mil candidatos.

O Banco do Brasil divulgou nota informando que a seleção 2012/003, realizada para formação de cadastro de reserva para os estados do Acre, Amapá, Amazonas, Ceará, Maranhão, Mato Grosso, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rondônia, Roraima, Santa Catarina e Sergipe, será válida até 16 de abril de 2015.

Segundo o banco, esse concurso apresentou novidades a 339 mil candidatos, como prova de redação, raciocínio lógico, técnicas de vendas e cultura organizacional. As provas foram aplicadas em janeiro de 2013.

A prorrogação da validade tem como objetivo, segundo o BB, manter um cadastro de reserva vigente em todas as regiões do Brasil, permitindo ao banco prover as vagas de escriturário de acordo com o seu planejamento estratégico e orçamentário.

19 de fevereiro de 2014

Terapeuta ganha indenização por ter carteira assinada por funerária

"Que experiência teria uma massoterapeuta atuando em sua profissão em uma funerária?", argumentou na ação.

Uma terapeuta do Paraná conseguiu na Justiça a condenação da clínica de estética onde trabalhava. A indenização por danos morais foi de R$ 2 mil. O mais inusitado na história é que massoterapeuta, que foi contratada por uma clínica de estética, tinha na sua carteira de trabalho o registro feito por uma funerária. Com isso, não conseguia comprovar a experiência profissional.

A terapeuta tentou aumentar o valor da indenização, fixado pela 8ª Vara do Trabalho de Curitiba, e entrou na Justiça com vários recursos, mas a sentença tem sido mantida, inclusive no Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Para o desembargador convocado João Pedro Silvestrin, relator, a instância ordinária, ao fixar o valor da indenização em R$ 2 mil, "pautou-se pelo princípio da razoabilidade, obedecendo aos critérios de justiça e equidade", não se justificando a intervenção excepcional do TST.

Vítima de má-fé 

Segundo informação do site do Tribunal Superior do Trabalho, a terapeuta foi contratada para prestar serviços de auxiliar de estética na Clínica de Estética Prevenir em dois períodos distintos. O último deles foi entre outubro de 2010 e fevereiro de 2011. Ela fazia massoterapia e auxiliava na aplicação de tratamentos estéticos como laser e carboxiterapia.

Após entregar carteira de trabalho para registro do contrato, a terapeuta relatou que por diversas vezes solicitou sua devolução, o que a clínica negava. Cansada daquela situação, ela pediu a seu pai para acompanhá-la até a empresa para exigir a devolução do documento. Depois de uma grande discussão, pediu demissão.
Carteira de trabalho: marido de dona de clínica usou sua funerária para registrar terapeuta.

Ao receber a carteira de trabalho, ela percebeu que, apesar de ter sempre trabalhado para o Grupo Prevenir Consulting Ltda., uma microempresa de Curitiba, a carteira profissional foi assinada por uma funerária localizada em Pinhais (PR), cujo proprietário era marido da dona da clínica de estética.

A massoterapeuta alegou má-fé das empresas envolvidas, por ter a clínica de estética se "utilizado de outra empresa, em outro município, para mascarar a situação de seus empregados e fraudar a lei". Além de pedir a retificação do nome do empregador na CTPS, também pediu indenização por danos morais.

"Que experiência teria uma massoterapeuta atuando em sua profissão em uma funerária?", argumentou na ação.

18 de fevereiro de 2014

Calor esgota estoques de água mineral e ventilador, que já tem fila de espera

O calor atípico deste verão está forçando segmentos do comércio a disputar uma maratona para atender a clientela ávida por se refrescar. Sem estoque, distribuidores de água mineral reclamam que mal conseguem dar conta do que sobra para entregar, ao passo que redes de varejo já fazem lista de espera para vender ventilador, esgotado das prateleiras.

Para não deixar os clientes na mão, o comerciante José Genival dos Santos, dono da Adega Vita, na região central de São Paulo, conta que precisou rebolar. O empresário comprou galões por R$ 11,50 no atacado e vendeu por R$ 9, preço normal de venda para o consumidor, para conseguir atender aos pedidos.
    Faturamento quadruplica para distribuidores de água engarrafada em verões atípicos.

Mesmo assim, teve de tirar o telefone do gancho a partir das 14 horas nas últimas semanas, porque não tinha mais estoque. Sorte dele é que os outros seis concorrentes da região estão com o mesmo problema. Apesar de ter de se desdobrar, o distribuidor diz não ter prejuízo.


“A demanda por água aumentou 500% nesse verão e o faturamento deve quadruplicar”, conta Santos. O cliente que tiver sorte e paciência de esperar consegue receber a água mineral quatro horas após o pedido. Em outras épocas do ano, o tempo de entrega não ultrapassa 30 minutos, segundo o dono da Adega Vita.

O problema não está só na entrega ao consumidor final. Comerciantes culpam os fornecedores e fabricantes de água engarrafada pelo atraso na entrega dos produtos.

Na distribuidora Pirâmides Água Azul, no Ipiranga, zona sul de São Paulo, alguns fornecedores atrasaram a distribuição em mais de uma semana. Nestlé e Bonafont são as marcas com maior escassez de estoque, segundo a atendente da loja. “Os pedidos aumentaram em torno de 50% nessa época do ano”, calcula.

A Bonafont informou, por meio de seu serviço de atendimento ao consumidor, que alguns pontos de venda não foram abastecidos no País devido a um período de manutenção de sua estrutura, mas seriam problemas pontuais em algumas regiões.

Já a assessoria de imprensa da Nestlé informou, em nota, que a distribuição de água transcorre normalmente e garantiu que a marca está preparada para atender aos clientes. “Todo o planejamento anual já considera o aumento de demanda que ocorre nesta época no ano”.

Mas os comerciantes relatam que este verão tem sido muito diferente dos anteriores. “Só tive problema parecido em 2007 e 2004. Nos anos passado e retrasado não fez tanto calor e as vendas foram mais fracas”, conta Santos.

A restrição nos horários dos caminhões em São Paulo, proibidos de descarregar mercadorias das 5h às 21h, é outro agravante na distribuição, comenta o comerciante da Adega Vita. “Eles não têm tempo de terminar o serviço em todos os pontos e são obrigados a voltar no dia seguinte. Isso afeta a nossa entrega”.

Mesmo que os caminhões conseguissem entregar todos os pedidos no prazo combinado, outro problema seria a falta de espaço para estocar a quantidade de água que os consumidores estão exigindo, completa o empresário.

Os galões de 10 e 20 litros, e as garrafas de 1,5 litro são os que mais estão em falta, de acordo com os distribuidores consultados. Os preços do 1,5 litro das marcas populares variam entre R$ 1,70 a R$ 3. Já marcas importadas como a francesa Perrier chegam a custar R$ 8 a garrafa de 750 ml.

Com 400 marcas, o mercado de água engarrafada produziu 11 bilhões de litros no ano passado, segundo a Abinam (Associação Brasileira da Indústria de Água Mineral ). Em 2014, a entidade espera um crescimento de 35% nas vendas.

Precisa de ventilador? Entre na fila de espera

O estoque de ventiladores e de aaparelhos de ar condicionado também estava crítico em conhecidos pontos de venda físicos no dia 09 de fevereiro. Mostrado em janeiro que estava difícil encontrar os aparelhos nos centros comerciais.
  Temperaturas bateram recorde neste verão; praia é opção para quem tenta se refrescar.

Comerciantes responsabilizam os fabricantes de não conseguirem repor os produtos na velocidade com que somem das prateleiras.

Em uma unidade da Fast Shop, na zona sul de São Paulo, não havia opção de ventilador nem ar condicionado. As 200 peças da Arno no modelo de torre, vendidas a R$ 379, se esgotaram duas horas depois de chegarem à loja, informou o vendedor. "Você pode fazer uma reserva para ver se chega na próxima semana. Já tem fila de espera", disse.

Na Telhanorte, só sobraram as etiquetas com os preços na sessão de circuladores de ar. Em um canto, poucas unidades do ventilador Ventisol, ofertado por R$ 86,90, única marca disponível, e ventiladores de teto. Não havia nenhum vestígio de ar condicionado. "Acabou tudo e não tem previsão de quando vai chegar mais", informou o vendedor. 

A marca Ventisol também foi a opção nas Lojas Americanas do shopping Morumbi. Mas nada de ar condicionado. No Ponto Frio do mesmo centro de compras, a atendente informou que o estoque acabou há vários dias e também não havia previsão de quando chegariam novas unidades.

17 de fevereiro de 2014

Misterioso dono da Dumb Starbuck's é descoberto e fiscais fecham loja

Após uma série de especulações nas redes sociais, o misterioso criador da loja Dumb Starbuck's (Starbucks Idiota, na tradução literal), inaugurada em Los Angeles, Estados Unidos, no dia 07 de fevereiro, mostrou sua identidade ao público no dia 10 de fevererio. Trata-se do comediante canadense Nathan Fielder.


O apresentador do humorístico Nathan for You, exibido na TV do Canadá, afirmou em uma coletiva de imprensa que não precisava da permissão da rede Starbuck's para funcionar. Ele disse que estava perseguindo o sonho americano – antes de reconhecer que planejava divulgar a ideia inusitada em seu programa.
     Starbuck's 'idiota' foi inaugurada esta semana em Los Angeles, nos Estados Unidos.

Logo após fazer a declaração, fiscais da saúde de Los Angeles fecharam o estabelecimento de Fielder por operar sem permissão de funcionamento.

Recém-inaugurada, a loja havia chamado atenção nas redes sociais ao começar a vender bebidas de graça em um shopping pouco conhecido na Califórnia.

A marca divulgou fotos nas redes sociais bem parecidas às da cadeia americana Starbuck's, com o familiar logo de uma sereia – mas com a palavra dumb (idiota) antes do nome.


A verdadeira rede de fast food, de Seattle, afirmou ontem que procurava descobrir quem era o dono da loja que plagiou a marca. "Apesar de apreciarmos o senso de humor, eles não podem usar nosso nome, que é uma marca protegida", afirmou a porta-voz da empresa, Laurel Harper.
Café Starbuck's 'idiota': menu é idêntico ao da rede original. A única diferença é que todos os itens incluem a palavra 'idiota'.

Laurel complementou que a maioria das disputas que envolvem a marca "são solucionadas informalmente", sugerindo que a empresa não precisará tomar medidas legais contra a loja.

No balcão do estabelecimento, um papel informava que a loja estava protegida por "leis de paródia".

"Ao adicionar a palavra 'idiota', estamos tecnicamente zombando da rede Starbuck's, que nos permite usar sua marca sob uma norma conhecida como uso justo (fair use)", dizia o informe.

A mensagem prosseguiu: "Pelos olhos da lei, nosso coffee shop é na verdade uma galeria de arte e o café que você está comprando é considerado arte. Mas isso é uma questão para nossos advogados se preocuparem".

Segundo o professor de direito Mark McKenna, da Universidade de Notre Dame, a lei mencionada protege conteúdos autorais, mas o logo de uma marca tem diferentes proteções que a Dumb Starbuck's pode estar violando".

16 de fevereiro de 2014

HSBC é condenado em R$ 67,5 milhões por espionar empregados doentes

O banco HSBC foi condenado em R$ 67,5 milhões por espionar funcionários doentes. A sentença foi dada pela 8ª Vara do Trabalho de Curitiba (PR), em ação civil pública do Ministério Público do Trabalho (MPT).


Segundo nota do MPT, documentos comprovam que, entre 1999 e 2003, a instituição financeira contratou o Centro de Inteligência Empresarial (CIE) para realizar investigações privadas, “supostamente justificadas pelo alto número de trabalhadores afastados por motivos de saúde”.

Para o procurador do Trabalho Humberto Mussi de Albuquerque, responsável pela ação, a decisão tem efeito pedagógico e servirá como parâmetro para a atuação de outros empregadores no Brasil.
Em nota, o HSBC afirma que não comenta o caso porque a decisão foi em primeira instância.

“Por suspeita de fraude, 152 trabalhadores tiveram suas vidas devassadas e seus direitos fundamentais à intimidade e à vida privada brutalmente violados”, afirma.

Para espionar os trabalhadores, segundo nota do MPT, o CIE abordava os empregados usando disfarces como de entregador de flores e de pesquisador. Os espiões também seguiam os profissionais pela cidade, filmavam e fotografavam as residências dos funcionários afastados e mexiam em seus lixos.

Dossiês

Nos dossiês constavam informações como horários de saída e volta à casa do profissional, local de destino, meio de transporte e trajes usados quando saíam, hábitos de consumo, informações sobre cônjuges e filhos, antecedentes criminais, participação em sociedade comercial e posse de bens como carros.

O MPT começou a investigar o banco após denúncia da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Créditos do Estado do Paraná (Fetec-CUT-PR) e do Sindicato dos Empregados em Estabelecimentos Bancários de Curitiba e Região.

De acordo com o MPT, 12 testemunhas confirmaram dados sobre suas rotinas expostos nos dossiês, mas informaram não saber da existência da investigação contratada pelo banco.

Além do pagamento da indenização, o HSBC foi condenado a não realizar novas investigações particulares, sob pena de multa de R$ 1 milhão por empregado investigado. Os trabalhadores prejudicados ainda podem entrar com ação na Justiça do Trabalho para obter indenização por dano moral individual.

Em nota, o HSBC afirma que não comenta o caso porque a decisão foi em primeira instância.

15 de fevereiro de 2014

"Proibir crédito para quem tem nome sujo pode fortalecer ação de agiotas"

Emprestar dinheiro para quem está com o nome sujo pode virar prática ilegal. É o que propõe o texto do novo Código de Defesa do Consumidor (CDC), que tem recebido o apoio da Secretaria de Defesa do Consumidor, do ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Herman Benjamin, do Ministério Público e de entidades como a Febraban, federação que representa os bancos.

Se o banco ou varejista fornecer crédito para quem está inadimplente, sem avaliar sua condição financeira, pode perder o direito de cobrar a dívida e ser obrigado a indenizar o cliente por danos morais e patrimoniais.
                 Crédito compartilhado responsabiliza credor pela liberação do dinheiro.

A punição é uma das medidas contra o superendividamento, com a criação do conceito de crédito compartilhado, explica o relator da proposta e senador Ricardo Ferraço (PMDB/ES).


“A responsabilidade pelo crédito deixará de ser apenas do devedor, para ser também de quem faz a oferta do dinheiro [o credor], a fim de inibir a farra de empréstimos fáceis e sem critérios", diz o parlamentar. 

Na visão da Abcred (Associação Brasileira de Entidades Operadoras de Microcrédito e Microfinanças), ainda é cedo para tomar medidas restritivas ao crédito, que estaria em expansão recente no País. O problema poderia até piorar, acredita o presidente da entidade, Almir Pereira.

"A proibição vai estimular a procura por agiotas. O devedor também tem família e contas a pagar, e será forçado a buscar a informalidade em uma situação limite”, afirma o representante das financeiras.

O Banco do Povo, que concede microcrédito para empreendedores no ABC Paulista, já teve cerca de 25% da carteira formada por quem tem o nome sujo. Mas a inadimplência da instituição está abaixo de 2% há quatro anos, segundo Pereira.

Inadimplência caiu em 2013

Os atrasos nos pagamentos de dívidas com mais de 90 dias eram de 4,4% entre pessoas físicas em dezembro de 2013, de acordo com o Banco Central (BC). Houve uma queda expressiva de 1,2 pontos percentuais em comparação ao mesmo mês de 2012.

Quando se leva em conta a inadimplência nos empréstimos bancários com recursos livres (que o banco escolhe como emprestar), o número ficou um pouco maior em dezembro: 6,7%. Ainda assim, representa uma redução de 1,3 ponto percentual ante igual período do ano anterior.

Segundo o BC informou, se o contrato entre credor e devedor estiver claro e houver concordância mútua, cabe ao consumidor analisar sua situação de crédito e avaliar o próprio risco de deixar de honrar o pagamento da dívida.

A responsabilidade só é do banco ou financeira se houver denúncias e comprovação de que houve abusos no contrato. O novo CDC pretende impôr maior rigor do credor antes de fornecer o crédito.

Grande parte dos bancos e financeiras consultam os bancos de dados de Serasa e SPC antes de liberar o dinheiro, mas a prática de conceder crédito para negativados ainda é bem disseminada. Crefisa e Agiplan são as mais conhecidas pela prática.

Promessas de crédito imediato, em até 24 horas, também serão coibidas pelo novo CDC. O projeto busca abolir a liberação do dinheiro no ato, mesmo para quem tem o nome limpo. "A ideia é evitar facilidades que possam levar à inadimplência", analisa a coordenadora da associação Proteste, Maria Inês Dolci.

Por outro lado, o novo código impõe deveres ao consumidor. Ele pode ser obrigado a apresentar todas informações solicitadas sobre sua situação financeira. Se houver alguma incorreção, o o consumidor pode perder o direito à proteção estabelecida por lei.

Nem todo inadimplente é mau pagador

Na opinião do diretor de inovação e sustentabilidade da Boa Vista Serviços, Fernando Cosenza, nem sempre uma pessoa inadimplente representa risco de não pagar uma nova dívida. Para o executivo, a instituição financeira deve avaliar caso a caso.

“Muitas vezes, a pessoa que foi negativada tem um bom histórico de pagamentos. Talvez nem tenha tido conhecimento da dívida e não representa um risco considerável de crédito”, explica o executivo.

Cosenza não vê empecilhos para fazer empréstimos para alguém nesta situação, desde que seja de forma planejada e consciente, e que o devedor esteja trocando uma dívida cara por outra mais barata – ou seja, com juros menores.

Como mostramos na última semana, financeiras que aceitam negativados em suas carteiras costumam comprometer a renda do cliente acima dos 30% recomendados, e praticam taxas de juros em torno de 20% ao mês no crédito pessoal não consignado, bem acima da média de mercado.

Outra prática destas instituições é condicionar o empréstimo a um número mínimo de parcelas. Na Agiplan, por exemplo, só há crédito a partir de quatro prestações. Na Crefisa, são oito.

“Mesmo que a taxa seja boa, um empréstimo extensivo demais representa risco, fazendo com que o credor ganhe sobre o prazo, não sobre os juros”, explica a advogada de direito do consumidor, Denise Santos.

A especialista defende penalidades mais severas para bancos e financeiras que cometam abusos. “Se fossem impostas altas multas, seria uma forma educativa para não praticar essas condutas”.

Procuradas, a Crefisa e a Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento) afirmaram que não comentam o assunto.

14 de fevereiro de 2014

Poupança tem captação líquida de R$ 1,743 bi em janeiro

 Mesmo assim, o número representa queda de 24% em relação a igual período de 2012.

A caderneta de poupança registrou em janeiro captação líquida positiva pelo 23º mês consecutivo. Os depósitos feitos no mês passado superaram os saques em 1,743 bilhão de reais, anunciou o Banco Central (BC). Os depósitos no mês passado somaram 127,6 bilhões de reais, enquanto os saques totalizaram 125,9 bilhões de reais.

Mesmo assim, o número representa queda de 24% em relação a igual período de 2012. 

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Com o resultado do mês passado, que inclui ainda 3,107 bilhões de reais de rendimentos creditados, o saldo total da poupança chegou a 602,794 bilhões de reais, ante 597,943 bilhões de reais no fim de 2013.

13 de fevereiro de 2014

Estatal chinesa e Eletrobras vencem leilão de Belo Monte por R$ 434 mi

        Vista aérea da construção da barragem de Belo Monte, próximo de Altamira, Pará.

O Consórcio IE Belo Monte, formado pela estatal chinesa State Grid e pela Eletrobras, venceu o primeiro leilão de transmissão da usina de Belo Monte, realizado nesta sexta-feira, com uma oferta de 434 milhões de reais. O critério para escolha do vencedor era o que apresentasse a menor receita anual permitida (RAP), ou seja, o ofertante que realizasse a construção e a operação pelo menor valor. Como a receita teto proposta pela Aneel era de 701 milhões de reais, o valor oferecido pelo IE Belo Monte ficou 38% menor do que esse teto (diferença conhecida como deságio).

O certame foi realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) na manhã desta sexta-feira na sede da BM&FBovespa, em São Paulo. As empresas vencedoras serão responsáveis pela construção e operação de uma linha de transmissão de 2.092 quilômetros e duas estações conversoras de energia, que escoarão energia do Pará ao centros de carga no Sudeste do país, num investimento estimado em 5 bilhões de reais.

O Consórcio vencedor é formado por uma participação de 51% da estatal chinesa e por outros 49% da Eletrobras (divididos entre 24,5% de Furnas e 24,5% pela Eletronorte). O leilão recebeu ainda outras duas propostas: uma no valor de 666 milhões de reais e deságio de 4,93%, do consórcio BMTE (com 50% de participação da Taesa e 50% da Alupar Investimentos); e outra oferta no valor de 620 milhões de reais e deságio de 11,49%, da Abengoa Construção do Brasil. 

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Este é o primeiro leilão em que é empregada no Brasil a tecnologia de ultra-alta tensão em corrente contínua, que tem como principal benefício o baixo nível de perdas técnicas. A nova linha terá 800 kV de tensão, superior aos 765 kV do sistema de transmissão de Itaipu.

Leilão — Foram leiloados, em uma única rodada, dois lotes. O lote A é formado por duas subestações conversoras instaladas no Pará e em Minas Gerais. Já o lote B é composto pela linha de transmissão que passará por Pará, Goiás, Tocantins e Minas Gerais, partindo de Xingu (PA) até o município mineiro de Estreito. A Aneel previa ainda a possibilidade de ofertar os lotes separadamente, caso não houvesse interessados para levar os dois juntos. 

A expectativa da agência reguladora é de que o sistema entre em operação no prazo de 46 meses a partir da assinatura dos contratos, ou seja, no início de 2018, e resulte na criação de 15.476 empregos diretos. Estima-se que serão necessárias 4.500 torres para viabilizar a operação da linha que ligará o Sudeste e a hidrelétrica de Belo Monte, localizada no rio Xingu.

O linhão licitado nesta sexta é fundamental para o escoamento de energia da usina Belo Monte, a maior hidrelétrica em construção no Brasil, com capacidade para gerar até 11.233 MW no pico. A primeira máquina da unidade deverá operar a partir de 2016, porém o pleno funcionamento da usina deve ocorrer apenas em 2019, quando a última das 24 turbinas do sistema entrará em operação.