30 de junho de 2012

Moody's rebaixa 15 grandes bancos

Expectativa do anúncio influenciou queda das principais bolsas no dia 21 de junho.

A agência de qualificação de risco Moody's rebaixou no dia 21 de junho sua nota para 15 bancos, incluindo cinco dos principais de Wall Street: Bank of America, Citigroup, Goldman Sachs, JPMorgan e Morgan Stanley, em razão de sua elevada exposição à volatilidade dos mercados.

O rebaixamento, de um a dois degraus na maioria dos casos, afeta também nove bancos europeus, entre eles o alemão Deutsche Bank, o francês BNP Paribas, o suíço Credit Suisse e o Royal Bank of Canada.

A agência disse nesta quinta-feira que os bancos foram rebaixados porque suas perspectivas de rentabilidade e de crescimento no longo prazo estão diminuindo.

O rebaixamento significa que fica mais caro para os bancos arrecadarem dinheiro com a emissão de títulos de dívida.

Veja abaixo a lista de bancos atingidos e as novas classificações:


Corte de um nível:

HSBC rebaixado para Aa3 de Aa2

Lloyds TSB rebaixado para A2 de A1

RBS rebaixado para Baa1 de A3


Corte de dois níveis:

Bank of America rebaixado para Baa2 de Baa1

BNP Paribas rebaixado para A2 de Aa3

Barclays rebaixado para A3 de A1

Citigroup rebaixado para Baa2 de A3

Credit Agricole rebaixado para A2 de Aa3

Goldman Sachs rebaixado para A3 de A1

JP Morgan Chase rebaixado para A2 de Aa3

Morgan Stanley rebaixado para Baa1 de A2

RBC rebaixado para Aa3 de Aa1

UBS rebaixado para A2 de Aa3


Corte de três níveis:

Credit Suisse rebaixado para (P)A2 de (P)Aa2

29 de junho de 2012

Taxa de desemprego em maio é de 5,8%, diz IBGE

Resultado teve leve queda em relação a abril, foi o menor para maio desde 2002 e veio abaixo do piso do intervalo das estimativas dos analistas.

A taxa de desemprego apurada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nas seis principais regiões metropolitanas do País ficou em 5,8% no mês de maio, ante 6,0% em abril. Trata-se da menor taxa para meses de maio desde 2002, quando iniciou a série histórica.

O resultado veio abaixo do piso do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo AE Projeções, que iam de 5,9% a 6,2%, com mediana de 6,0%, e também foi inferior ao previsto pelos analistas consultados pela Reuters, cujas estimativas variaram entre 5,9% e 6,2%.

Apesar da redução do desemprego, o rendimento médio real dos trabalhadores apresentou variação negativa de 0,1% em maio ante abril, para R$ 1.725,60, mas aumento de 4,9% na comparação com maio de 2011.

O IBGE informou ainda que a população ocupada cresceu 1,2% em maio na comparação com abril e cresceu 2,5% ante o mesmo período do ano anterior, totalizando 22,984 milhões de pessoas nas seis regiões metropolitanas avaliadas.

Já a população desocupada recuou 3,3% em maio quando comparado com abril e registrou queda de 7,1% sobre um ano antes, chegando a 1,414 milhão de pessoas. Os desocupados incluem tanto os empregados temporários dispensados quanto desempregados em busca de uma chance no mercado de trabalho.

O fortalecimento da renda e do emprego tem sido uma das principais armas do governo para evitar uma desaceleração ainda maior da economia brasileira, afetada pela crise internacional.

Diante do ritmo lento da atividade no Brasil, a equipe econômica da presidente Dilma Rousseff já abandonou a previsão inicial de crescimento de 4,5% do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano e já fala em algo em torno de 3%. O mercado, por sua vez, prevê expansão de apenas 2,30%.

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou nesta semana que a economia brasileira crescerá com ritmo de 4% no quarto trimestre e acima de 4,5% no primeiro semestre de 2013.

Para ele, esse cenário é sustentado justamente pela continuidade na geração de emprego e renda, além dos impulsos já dados pelo governo na economia.

O último foi na semana passada, quando foi anunciada uma linha de crédito de R$ 20 bilhões para que os Estados possam realizar investimentos em infraestrutura.

Segundo o IBGE, seis segmentos registraram alta nas contratações em maio sobre abril, com destaque para o de Educação, Saúde e Administração Pública, com alta de 2,7%. Na ponto oposta, o segmento de Construção Civil apresentou queda de 2,9% no período.

28 de junho de 2012

Venda de veículos sobe 18,54% na 1ª quinzena junho

Na comparação com mesmo período de 2011, alta é de 20,72%, segundo a Fenabrave.
Consumidora observa automóvel modelo Punto a venda na concessionária Fiat na capital paulista.

O total de veículos emplacados na primeira quinzena de junho aumentou 18,54%, para 182.392 unidades, em relação a igual período de maio, informou nesta terça-feira a Federação Nacional de Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).

Na comparação com igual base de comparação com o ano anterior, o número de emplacamentos subiu 20,72%.

Os dados referem-se à venda de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus.

Incluindo-se motos, implementos rodoviários e outros, as vendas aumentaram 9,06% ante a primeira metade de maio, para um total de 257.726 unidades.

Na comparação com a primeira quinzena de junho de 2011, a alta foi de 5,83%.

27 de junho de 2012

Vasp e Wagner Canhedo Filho lideram a primeira lista suja da Justiça do Trabalho

Outras grandes empresas públicas também estão encabeçam ranking do Banco Nacional de Devedores Trabalhistas, como Caixa Econômica Federal, em quarto lugar, e Petrobras (13º).

A Justiça do Trabalho divulgou no dia 19 de junho a lista das 100 empresas e 100 pessoas físicas com maior número de processos com débitos trabalhistas. É a primeira lista feita com base na Lei 12.440/2011, que entrou em vigor em janeiro. De acordo com a lei, todo os tribunais regionais do Trabalho passaram a alimentar o Banco Nacional de Devedores Trabalhistas (BNDT), criado este ano. 

No topo da lista suja está a falida companhia aérea Vasp, seguida pelo Banco do Brasil. Outras grandes empresas públicas também estão na parte de cima da lista suja da Justiça do Trabalho, como Caixa Econômica Federal, em quarto lugar, e Petrobras (13º). Entre as pessoas físicas, o ex-dono da Vasp, Wagner Canhedo Azevedo, lidera o rol de devedores, seguido de três pessoas da família dele, todas ligadas à companhia aérea.

Ao todo, foram identificados 1,1 milhão de devedores cadastrados, entre empresas e pessoas físicas. Juntos, os integrantes da lista suja respondem por 1,7 milhão de processos transitados em julgado. Ou seja, a Justiça já reconheceu os direitos dos trabalhadores, mas as dívidas ainda não foram pagas.

Com o nome no cadastro de devedores, a empresa ou pessoa física fica impossibilitada de participar de licitações. Mas, se fizer um depósito que garanta o valor da dívida ou penhore um bem, pode conseguir a certidão para fazer negócios com o Poder Público.

O presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho, João Oreste Dalazen, reconhece que a medida poderia ser mais dura, mas diz que o BNDT é um avanço, pois pode garantir o pagamento da dívida ao trabalhador. “No projeto que saiu do TST, estava previsto que o devedor seria 'positivado' [sairia do cadastro negativo]. Mas, no Congresso Nacional, foi atenuado o rigor da lei, permitindo o depósito garantidor. Isso restringe a eficácia coercitiva da lei”.

De acordo com Dalazen, este ano, com a exigência da quitação de dívidas trabalhistas para participar de licitações, 37.135 empresas inscritas no BNDT quitaram os débitos com funcionários e ex-funcionários para sair da lista suja. E 9.633 fizeram depósito garantidor em dinheiro ou ofereceram bens para penhora e, assim, conseguiram a certidão que permite a participação em processos licitatórios.

O ministro explicou que, entre os 100 maiores devedores, incluindo pessoas físicas jurídicas, 61% têm como atividade econômica a prestação de serviços e 20% são da indústria de transformação. Entre as dez primeiras empresas do ranking, cinco são de terceirização de serviço e de mão de obra. “Isso demonstra que a terceirização é um fenômeno que mostra uma das facetas mais cruéis no direito trabalhista, em que não há a quitação do débito”.

O ministro divulgou também o balanço da 2ª Semana Nacional de Execução Trabalhista, que ocorreu de 11 a 16 de junho. De acordo com Dalazen, há no país 2,86 milhões de processo, mas apenas um terço dos trabalhadores recebem os valores determinados pela Justiça. Os processos representam demandas de, em média, R$ 15 mil.

“Muitas vezes, a empresa reconhece o débito mas questiona o valor. Então, o trabalhador ganha, mas não leva. A Semana de Execução é uma forma de a Justiça do Trabalho mostrar que está tomando providências para apertar o cerco aos devedores”.

No multirão, foram feitas 37 mil audiências com a homologação de 16 mil processos. Os acordos fechados representaram o pagamento de R$ 398,9 milhões em indenizações, além do bloqueio de R$ 213 milhões e a arrecadação de R$ 69,5 milhões em leilões de bens penhorados.

A maioria dos débitos trabalhistas é referente a horas extras não pagas, aviso prévio, diferenças salariais, indenização por dano moral e adicionais, como os de insalubridade, periculosidade e trabalho noturno.

26 de junho de 2012

Facebook compra empresa de reconhecimento facial

Detalhes do acordo não são divulgados, mas ações da rede social sobem quase 6%.
 Compra da Face.com é novo passo do Facebook após compra do aplicativo Instagram.

O Facebook anunciou no dia 18 de junho a aquisição da Face.com, cuja tecnologia de reconhecimento facial já é utilizada pela rede social para ajudar usuários a identificar e marcar fotos.

O acordo incrementa uma das características mais populares do Facebook - o compartilhamento e manejo de fotos -, mas o uso da tecnologia levantou preocupações sobre a privacidade dos usuários.

Reagindo a questionamentos de defensores de direitos de privacidade da Europa e dos Estados Unidos, no ano passado o Facebook permitiu que usuários desativem a controversa tecnologia de reconhecimento facial para imagens postadas na rede social, num esforço para lidar com preocupações de que o site tenha violado a privacidade de seus usuários.

Nenhuma das companhias divulgou detalhes do negócio, que deve ser fechado nas próximas semanas. Relatos da mídia nas últimas semanas estimaram a transação em entre US$ 80 milhões e US$ 100 milhões.

O Facebook passará a controlar a tecnologia e os 11 funcionários da empresa israelense.

A Face.com, que já angariou quase US$ 5 milhões de investidores, incluindo o site russo de buscas Yandex, lançou seu primeiro produto em 2009.

A empresa desenvolve aplicativos autônomos para auxiliar usuários a identificar fotos próprias e de amigos no Facebook, além de fornecer tecnologias que foram integradas ao site de rede social.

A ação do Facebook tinha alta de 5,1%, às 16h22 (horário de Brasília).

25 de junho de 2012

Microsoft lança tablet para concorrer com iPad

Família de aparelhos Surface tem teclado embutido e roda Windows 8.
                                       Microsoft Surface é o novo rival do Apple iPad.

Em evento realizado no dia 18 de junho em Los Angeles (EUA), a Microsoft mostrou sua aposta para concorrer com o iPad. O tablet Surface tem uma capa que serve como teclado e duas câmeras, entre outros recursos.

O aparelho roda o Windows 8, tem espessura de 9,3 milímetros e pesa 576 gramas. O vidro da tela é do tipo Gorilla Glass 2, criado pela Corning, mesma empresa que faz o vidro usado no iPad e em alguns celulares de primeira linha.

Um dos diferenciais do aparelho é que ele já vem com um apoio para mesa embutido. A capa do aparelho, também já acoplada ao tablet, vira um teclado quando dobrada.

Além de responder ao toque dos dedos, o aparelho também suporta canetas digitais. Elas podem ser usadas para marcar texto, colorir imagens em aplicativos gráficos ou escrever na tela.

Preço e lançamento

A família de tablets Surface será composta de modelos com Windows RT (versão do Windows 8 para tablets) e Windows 8 Pro, voltada para notebooks e deskops. Os modelos com Windows RT terão versões com 32 GB e 64 GB. A Microsoft não forneceu o preço exato, mas disse que ele estará no nível de outros tablets com Windows 8. Já os modelos com Windows 8 terão versões de 64 GB e 128 GB.

O lançamento dos primeiros tablets Surface será junto com o do sistema Windows 8, que deve chegar até outubro. Os modelos com Windows 8 Pro chegarão três meses após o lançamento.

24 de junho de 2012

Plano de investimento requer reajuste de combustível, diz Petrobras

Companhia prevê aportes de US$ 236,5 bilhões para o período de 2012 a 2016.

Será preciso ter um reajuste no preço dos combustíveis para viabilizar o plano de negócio da Petrobras previsto para o período de 2012 a 2016, disse a presidente da companhia Maria das Graças Foster no dia 15 de junho. 

"Este ano tivemos uma suave queda do Brent e uma relevante subida do dólar. Continuamos com a defasagem de preços que tínhamos quando o Brent estava a US$ 125 (o barril) e o dólar a R$ 1,65/1,70. A defasagem (ante preço internacional) continua próxima", disse Graça Foster.

Questionada sobre quando seria aplicado esse reajuste no preço dos combustíveis, a presidente da Petrobras disse que ainda não tem a data.

"Eu não posso dar uma data porque não tenho uma data", afirmou ela na abertura do Fórum de Sustentabilidade Corporativa da Rio+20, a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável.

Segundo a presidente da Petrobras, o plano de negócios será detalhado em 25 de junho quando está agendada uma reunião com analistas e a imprensa.

Na quinta-feira, a Petrobras divulgou o plano que prevê um aumento de 5,25% nos investimentos no período, mas um corte de 18% na produção de petróleo em 2016.

Analistas ouvidos pela Reuters consideram que sem a contrapartida de um aumento nos preços dos combustíveis ou de aumento de fluxo de caixa a estatal encontrará dificuldades para manter suas contas equilibradas.

23 de junho de 2012

Receita depositou no dia 15 de junho maior lote de restituição da história

Foram depositados R$ 2,5 bilhões a mais de 1,8 milhão de contribuintes. Verifique se sua declaração foi liberada.

A Receita Federal depositou no dia 15 de junho, as restituições para os contribuintes que entraram no primeiro lote de restituição do imposto de renda deste ano. No total, serão pagos R$ 2,5 bilhões, o maior lote da história, a 1,885 milhão de pessoas. 

A maior parte do valor é referente às restituições para o exercício de 2012, que somam R$ 2,4 bilhões e serão pagas para 1,844 milhão de contribuintes. Para os lotes residuais de 2008, 2009, 2010 e 2011 serão restituídos R$ 98,8 milhões.

Para saber se teve a declaração liberada, o contribuinte pode acessar o site da Receita Federal ou ligar para o Receitafone (146).

A restituição pode ser sacada no banco em até um ano. Após este prazo, o contribuinte deverá fazer um pedido pela internet. Se o dinheiro não for creditado, é preciso contatar pessoalmente qualquer agência do Banco do Brasil (BB) ou ligar para a Central de Atendimento (0800-729-0001).

22 de junho de 2012

Petrobras precisa captar até US$ 18 bilhões por ano para projetos

De acordo com a estatal, recursos adicionais necessários serão captados exclusivamente por meio da contratação de dívidas, e não pela emissão de ações.

A Petrobras espera uma necessidade média de captação total entre US$ 16 bilhões e US$ 18 bilhões ao ano para o financiamento dos projetos em implantação pela companhia (US$ 208,7 bilhões). De acordo com a estatal, os recursos adicionais necessários para o financiamento do Plano de Negócios 2012-2016, aprovado e anunciado no dia 14 de junho, serão captados exclusivamente por meio da contratação de dívidas e não contempla emissão de ações. 

Para fins de análise do financiamento, a empresa considerou o preço do barril tipo Brent convergindo para a faixa entre US$ 90 e US$ 100 para o período do plano. A geração operacional de caixa se mantém como a principal fonte de financiamento dos investimentos. A expectativa é de que em 2016 a companhia esteja com uma geração operacional de caixa entre US$ 38 bilhões e US$ 44 bilhões, a depender do cenário do preço do Brent. 

"Em todos os cenários o indicador de alavancagem financeira não ultrapassa 30%, se mantendo no intervalo da meta de 25-35%", informa a empresa. O indicador dívida líquida/Ebitda, com limite definido em até 2,5x, também é respeitado ao longo do período do plano. O montante de desinvestimentos e reestruturação de ativos foi ampliado no Plano de Negócios da estatal para o período acima, alcançando US$ 14,8 bilhões, com foco em ativos no exterior.

21 de junho de 2012

Eike Batista planeja vender 49% da AUX por US$ 2 bilhões

Holding EBX desistiu de abrir o capital da companhia e contratou um banco para intermediar a venda da parcela da AUX para um sócio estratégico, segundo empresário.

O empresário Eike Batista afirmou na noite desta quarta-feira que planeja vender 49% de sua empresa de ouro AUX em setembro, um negócio avaliado por ele em US$ 2 bilhões.

A holding EBX desistiu de abrir o capital da companhia e contratou um banco para intermediar a venda da parcela da AUX para um sócio estratégico, disse o homem mais rico do Brasil.

"Existe uma distorção louca no mercado. Como explica que as pessoas estão investindo em bonds com renda negativa, se computar a inflação, e as empresas da bolsa têm taxa de retorno de 15% a 20%, estão distorcendo o mundo hoje, não adianta acessar o mercado de capitais", afirmou o empresário após participar de um evento sobre sustentabilidade na sede da EBX.

As negociações para a entrada do sócio estratégico, disse Eike, já contam com cinco interessados estrangeiros, entre os quais quatro empresas e um agente financeiro.

Asiáticos na EBX

Eike reiterou que vai vender mais uma fatia de sua holding EBX para um fundo soberano asiático. Ele adiantou que o negócio deve acontecer até meados de julho, envolvendo uma cifra de US$ 500 milhões.

O grupo EBX vem aumentando volume de reservas minerais, a exemplo do que ocorre com a AUX. A empresa mais do que dobrou as reservas desde quando adquiriu a mina na Colômbia, para 10 milhões de onças de ouro.

20 de junho de 2012

Economistas criam índice para medir o bem-estar dos brasileiros

Indicador criado pela equipe do Itaú Unibanco nem sempre anda junto com o PIB e mostra que é possível melhorar a qualidade de vida da população mesmo sem crescimento.
Índice mede aspectos econômicos, humanos e sociais, mas não capta os subjetivos, como a influência do ambiente físico no bem-estar.

As medidas de crescimento e consumo mostram bem como o País tem se desenvolvido economicamente, no entanto, não mostram a evolução do bem-estar social. Para medir a melhora da qualidade de vida da população, economistas do Itaú Unibanco, com a ajuda do economista Samuel Pessoa, da Tendências Consultoria, criaram um índice de bem-estar para os brasileiros, chamado Índice Itaú de Bem-Estar Social. 

O conceito de bem-estar do índice está relacionado com aspectos humanos, como segurança, saneamento, educação e saúde; aspectos econômicos, como consumo e emprego; e desigualdade social. No entanto, não consegue captar dimensões mais subjetivas, como a influência do ambiente físico sobre o humor ou a relação entre dinheiro e felicidade. 

Medir a felicidade, dizem os economistas, é mais complicado, pois são necessárias pesquisas com entrevistas que questionem a população. “O índice mede a dimensão mais objetiva, possível de ser captada. Ainda falta apurar a subjetiva, que é como as pessoas se sentem com a vida que têm,” afirmou o economista Eduardo Giannetti, que participou do lançamento do índice, em São Paulo.

O resultado obtido pelos economistas, que coletaram dados de 1992 a 2010, reflete um avanço importante da qualidade de vida dos brasileiros nas últimas duas décadas. Além disso, eles observaram que o bem-estar nem sempre acompanhou o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB).

Em alguns momentos, como de 1992 a 1997, o bem-estar evoluiu mais rapidamente do que o PIB. Nos três anos seguintes a qualidade de vida ficou estagnada. A partir daí, os dois indicadores caminharam praticamente juntos, até 2006, quando a economia começou a avançar com mais velocidade do que a qualidade de vida, e foi assim até 2010, último ano de apuração do índice do Itaú.

Dinheiro x Felicidade
               Brasileiros se dizem felizes nas pesquisas, mas o País tem um baixo IDH.

Sobre a dificuldade de estabelecer uma relaçãoentre dinheiro e felicidade, os economistas comentam que ainda não existe uma forma de mensurar esses aspectos e suas influências. Ainda que seja possível fazer pesquisas, não se pode ter garantia de que as pessoas estão falando a verdade.

“Cerca de 75% dos brasileiros se dizem felizes, mas apenas 25% dizem que acreditam que as pessoas ao seu redor são felizes. Isso deve conter uma inverdade,” comenta Caio Megale, economista do Itaú Unibanco que também participou da elaboração do índice. "Também não há indícios de que a partir de um nível específico ou determinado de renda as pessoas são mais felizes," acrescentou Eduardo Giannetti.


Os economistas lembram que os brasileiros sempre aparecem como os mais felizes do mundo em pesquisas que buscaram mensurar esse tipo de sentimento, entretanto, indicadores de bem-estar, como o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), sempre trazem o Brasil mal posicionado na comparação com outras nações. “Por outro lado, o Canadá sempre aparece como o melhor país para se viver, com mais qualidade de vida e bem-estar. Entretanto, é o país que mais faz esforços para trazer cidadãos para viverem lá. Se fosse tão bom, teria fila para entrar,” diz Megale.

Além disso, eles comentam que muitos outros fatores influenciam a felicidade, o que dificulta ainda mais a verificação de sua relação com o dinheiro. Segundo Giannetti, uma pesquisa feita nos Estados Unidos mostrou que pessoas que podiam nomear cinco amigos com quem tinham conversado sobrequestões pessoais nos últimos seis meses tinham 60% mais chance de se declararam felizes do que os que não podiam nomear amigos com quem tinham conversado. “Isso mostra como relações interpessoais podem ter impacto relevante na vida que levamos,” diz.

Bem-estar x Crescimento

Para os economistas, a economia brasileira vai crescer menos a partir de agora, mas como mostra a relação entre o Índice Itaú de Bem-Estar Social e o PIB, isso não significa que a qualidade de vida dos brasileiros não possa melhorar. "O Brasil está entrando em baixo crescimento, mas muito pode ser feito. Isso não significa que a vida não pode continuar melhorando,” afirmou Giannetti.

Na opinião dele, o governo não deve seguir apenas a busca pelo PIB maior, mas deve olhar mais para o bem-estar. Entre as áreas que podem melhorar sem crescimento, ele cita saúde, saneamento e educação. “Se os encargos trabalhistas forem reduzidos, e a carga tributária também, o PIB se reduziria, mas o bem-estar melhoraria,” acrescenta.

Segundo ele, sem essas mudanças, fica mais difícil do que antes para o Brasil conseguir um grande salto de bem-estar. Em momentos em que a qualidade de vida avançou muito, como é o caso dos dois governos do presidente Lula, de 2006 a 2010, o consumo cresceu muito acima do PIB. “No entanto, naquele momento o Brasil se beneficiou muito do que veio de fora, e agora o crescimento baseado no consumo já se saturou,” diz Giannetti.

Segundo ele, o País exportou mais e teve uma virada em sua conta corrente, passando a ter superávit. “Isso significa que o mundo passou a nos financiar, o que trouxe um acréscimo de renda disponível que foi reciclado para consumo, principalmente das camadas de menor renda e da nova classe média,” disse.

Naqueles anos, acrescentou o economista, o País teve melhora da previdência, do salário mínimo e programas assistencialistas do governo. “Mas isso não está garantido que possa continuar daqui para frente, pois o Brasil se beneficiou do que veio de fora,” diz.

Já a solução para o crescimento, segundo Giannetti, é a capitalização. “Se o Brasil quer crescer, vai ter que aprender a investir mais e se capitalizar. Vai ter que desviar recursos de consumo para se criar capital que aumente a produtividade e permita o crescimento mais pra frente,” diz.

19 de junho de 2012

Com janela inesperada, Banco do Brasil e Embraer captam US$ 1,25 bi no exterior

BB tem demanda de US$ 2 bilhões por seus bônus e aumenta oferta; segundo diretor, grandes investidores institucionais estrangeiros estão sem opção de ativos de qualidade.

A abertura de uma janela surpreendente, em meio à turbulência dos mercados, levou Banco do Brasil e Embraer a levantar mais de US$ 1,2 bilhão em títulos de 10 anos no exterior.

O banco estatal captou US$ 750 milhões em bônus de Tier 2, pagando taxa de 6% ao investidor. A forte demanda, que chegou perto dos US$ 2 bilhões, fez a instituição revisar seu plano inicial, de levantar US 500 milhões.

"Nós vimos uma combinação que achamos que poderíamos aproveitar e estávamos preparados para isso", disse a jornalistas o diretor de Finanças do BB, José Maurício Pereira Coelho.

A conjunção positiva, segundo ele, incluiu a falta de ativos considerados de boa qualidade para os investidores instituiconais, que precisam alocar recursos.

Segundo ele, 48% do montante foi alocado a fundos de investimentos, 24% para private banking, 17% para tesourarias, enquanto outros 5,6% ficaram com seguradoras e fundos de pensão.

Por regiões, investidores da América do Norte tomaram metade dos papéis, enquanto o bloco formado por Europa, Oriente Médio e África absorveu 36% da tranche.

Já a Embraer precificou US$ 500 milhões a 5,15%, informou a companhia na noite do dia 12 de junho.

De acordo com Coelho, a janela também foi facilitada após a divulgação de uma série de indicadores econômicos da China, no final de semana, que mostraram que a economia do país pode estar moderando a desaceleração. Além disso, o país cortou em 0,25 ponto porcentual a taxa básica de juros do mercado no dia 07 de junho, numa decisão inesperada.

Para o executivo do BB, a expectativa do mercado em relação à Grécia, que tem no domingo uma eleição cujo resultado pode selar a saída do país da zona do euro e precipitar o bloco numa crise ainda maior, pode ter levado alguns investidores a se antecipar, mas negou que o BB tenha antecipado os planos da captação por causa disso.

18 de junho de 2012

Avenida Brasil deve receber R$ 1,4 bi em investimentos até 2016

Aportes incluem projeto de BRT, que fará ligação de Deodoro, na zona oeste da capital fluminense, ao aeroporto Santos Dumont.
                                        Avenida Brasil: mais de 250 mil carros por dia.

Estudo realizado pela Rio Negócios nos 24 quilômetros iniciais da Avenida Brasil, mostrou que existem em seus 58 km 1,5 milhão de metros quadrados de áreas com potencial para novos empreendimentos, além de mais 30% de áreas industriais com potencial para gerar 7500 novosempregos.


Visando a estas áreas ociosas, a prefeitura do Rio criou recentemente o Plano de Estruturação Urbana (PEU) da Avenida Brasil. O objetivo é criar condições legais para que se reverta o processo de esvaziamento econômico de zonas degradadas que abrangem 55 bairros no entorno imediato da Avenida Brasil, com incentivo de reutilização de imóveis em estado de abandono.

Entre as medidas a serem adotadas, estão: a isenção de IPTU, isenção de ISS para os serviços vinculados à execução de construção e reforma de imóveis, isenção de ITBI para as transmissões de propriedades e remissão dos créditos tributários do IPTU vencidos até 31 de dezembro de 2011, inscritos ou não em Dívida Ativa.

Obras em andamento

Atualmente estão em andamento três obras de infraestrutura na avenida. O alargamento da via sob o Viaduto de Manguinhos, com investimento de R$ 15 milhões, tem previsão de conclusão para o segundo semestre desse ano.

Há ainda a recuperação da via, com melhorias de sinalização, canteiros e calçadas, que vão da altura do km 17 ao Caju. O investimento é de R$ 21,8 milhões e a conclusão prevista é para o final de junho. A ampliação do viaduto de Manguinhos em ambos os sentidos, visando a aumentar a capacidade viária do viaduto em 33% e desafogar os acessos da Avenida Brasil e Linha Vermelha, custará R$ 63 milhões e deve ser concluída ainda no final deste semestre.

Além disso, está em estudo de elaboração a implantação de um BRT TransBrasil. O investimento previsto é de R$ 1,3 bilhão. A obra é parceria com o Estado com financiamento do governo federal. Terá 31 quilômetros de extensão e 29 estações, ligando Deodoro ao aeroporto Santos Dumont, no centro.

Haverá ainda a Integração com os outros dois BRT’s (TransCarioca, saída da Ilha do Governador, e TransOlímpica, vinda da Barra da Tijuca). A demanda estimada para janeiro de 2016, quando se pretende inaugurá-la, é de 900 mil passageiros por dia.
                                                    Raio X da Avenida Brasil, no Rio.

17 de junho de 2012

Tombini diz que economia do País irá acelerar ao longo de 2012

Durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado, o presidente do Banco Central afirmou que a estrutura macroeconomia do Brasil vem sendo testada e está respondendo bem aos desafios.

O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirmou no dia 12 de junho, durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, que o Brasil apresenta sólidos fundamentos macroeconômicos, com robustos colchões de liquidez em moeda estrangeira e no sistema financeiro nacional, e que a estrutura macroeconomia vem sendo testada e respondendo bem aos desafios. 

Tombini disse também que o cenário internacional continua sendo de volatilidade nos mercados e que a perspectiva é de baixo crescimento para os próximos anos. "Ao longo dos próximos dois anos, teremos um cenário de volatilidade nos mercados internacionais. Também teremos crescimento baixo, em ritmo mais baixo que o esperado nos próximos trimestres." 

Para Tombini, o ritmo da atividade econômica no Brasil irá se acelerar ao longo de 2012, sustentado pela demanda interna e pela flexibilização das condições monetárias e financeiras. "Teremos um crescimento mais forte no segundo semestre de 2012, pois há uma série de impulsos que a economia já recebeu", afirmou.

O presidente do BC afirmou ainda que a inflação segue em trajetória de convergência para a meta. "Temos progressos importantes na inflação no Brasil."

16 de junho de 2012

1ª Promoção do Portal Administração em Foco

O Portal Administração em Foco convida você a participar da 1ª Promoção que está acontecendo na fan page do Portal no Facebook.

Siga as instruções abaixo e concorra a um livro.

1º Sorteio da fan page do Portal Administração em Foco

Prêmio: Livro “Desperte o Milionário que há em Você – Como gerar prosperidade mudando suas atitudes e postura mental”.

O sorteio será realizado dia 08/07/2012, às 17hs (horário de Brasília).

Para participar:

CURTIR a página do Portal Administração em Foco (http://migre.me/9rTod);

COMPARTILHAR a imagem da promoção;

Clicar em QUERO PARTICIPAR nesta promoção (http://migre.me/9rTh0).

Imagem que você irá encontrar na fan page do Portal Administração em Foco

Entenda o empréstimo para salvar os bancos da Espanha

Ainda não se sabe qual é a quantidade exata que a Espanha receberá; montante será decidido após os resultados de várias auditorias especializadas.

Os países da zona do euro ajudarão a Espanha com um empréstimo de até 100 bilhões de euros (cerca de R$ 251,5 bilhões) para a recapitalização do setor bancário do país. Mas o governo do país faz questão de dizer que não se trata de um pacote de resgate, como os que receberam Grécia, Irlanda e Portugal, mas um empréstimo.

Diante da cifra milionária, muitos se perdem na discussão semântica, mas será que importa como a ajuda é chamada?



Após idas e vindas nas últimas semanas, o ministro da Economia da Espanha, Luis de Guindos, confirmou no final da tarde de sábado o que já se comentava há tempos nos bastidores.

A Espanha pediu ajuda financeira para sanear seu sistema bancário. Os países da zona do euro (que têm o euro como moeda comum) aceitam colocar à disposição do governo espanhol uma quantidade de até 100 bilhões de euros, sem impôr condições macroeconômicas nem fiscais à Espanha.

Essa diferença de conceito entre o que ocorreu neste sábado e o que passou anteriormente com Grécia, Irlanda e Portugal é o que faz com que o governo do primeiro-ministro conservador Mariano Rajoy diga que isso é um empréstimo, ajuda ou apoio financeiro, enquanto a oposição afirma que se trata claramente de um resgate.

Cenário previsto

Uma equipe formada por representantes da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu (BCE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI) viajará a Madri para avaliar as necessidades do setor bancário espanhol, segundo confirmou um porta-voz da zona do euro à BBC.



Ainda não se sabe qual é a quantidade exata que a Espanha receberá. Isso será decidido após serem conhecidos os resultados de várias análises especializadas.

As primeiras cifras serão divulgadas no dia 21 de junho, quando serão publicadas as conclusões do relatório das consultorias independentes Roland Berger e Oliver Wyman, contratadas para levantar os dados sobre as necessidades de capitalização do sistema bancário espanhol. Cada uma das consultorias emitirá um relatório.

Ambas as empresas usarão dois cenários para seus cálculos - o primeiro com base na situação "mais provável" e o segundo, uma previsão com um cenário mais "pressionado", em que se assume uma conjuntura econômica pior e uma queda mais significativa dos preços dos ativos imobiliários.

Além disso, quatro empresas auditoras, PwC, Deloitte, Ernst & Young e KPMG, estão avaliando as carteiras de crédito dos bancos espanhóis, não somente as imobiliárias, mas também as de crédito ao consumo, às empresas e às famílias, para avaliar os ajustes necessários.

A previsão é que essas empresas terminem seu trabalho no dia 31 de julho. Esse será o momento em que o governo espanhol terá que decidir sobre o volume de recursos que pedirá à Europa.

Como os bancos de debilitaram

O dinheiro servirá para dar um impulso às finanças dos bancos espanhóis com mais dificuldades, que sofreram perdas de bilhões de euros com os chamados "créditos podres" resultantes do estouro da bolha imobiliária e à recessão que se seguiu.


Alguns desses bancos pediram emprestadas grandes quantidades de dinheiro aos mercados internacionais para, por sua vez, poder conceder créditos a construtores e compradores de imóveis, uma estratégia que era mais arriscada do que financiar os empréstimos com depósitos de poupanças.

Quando chegou a crise de crédito, o setor financeiro espanhol se viu envolvido no que o FMI descreveu como "uma crise sem precedentes".

Os bancos precisavam se desfazer de cerca de 200 mil propriedades hipotecadas em um momento em que os preços dos imóveis haviam caído, em média, 25%.

O governo já injetou mais de 33 bilhões de euros no sistema bancário para tentar reforçá-lo, segundo o FMI. Além disso, nacionalizou o Bankia, o quarto maior banco do país, que no mês passado solicitou uma ajuda de mais de 18 bilhões de euros.

De onde vem o dinheiro

O governo espanhol vem se esforçando para assegurar que qualquer ajuda externa seja direcionada aos bancos, e não ao governo central.

Como resultado, os empréstimos serão feitos à agência de reestruturação bancária, o chamado Fundo de Reestruturação Ordenada Bancária (FROB), que funciona como agente intermediário do governo. Ainda assim, o crédito será considerado de todas as formas como dívida pública, segundo afirmou o ministro Luis de Guindos.

Em seu comunicado, o grupo de países da zona do euro declarou: "O FROB, que atua como agente do governo espanhol, poderia receber os fundos e repassá-los às instituições financeiras envolvidas. O governo espanhol manterá a total responsabilidade pela ajuda financeira".

O dinheiro virá de dois fundos criados para ajudar os membros da zona do euro que se encontram em dificuldades financeiras: o Fundo Europeu de Estabilidade Financeira (FEEF), já em funcionamento, e o Mecanismo de Estabilidade Europeu (MEE), que entra em vigor no mês que vem.

O ministro da Economia espanhol não soube afirmar que proporção será coberta por cada um desses fundos, já que alguns parlamentos de países da zona do euro ainda não ratificaram a criação do MEE.

O fato de que o empréstimo será repassado através do FROB faz com que as taxas de juros e os prazos de devolução do dinheiro sejam extremamente favoráveis, segundo o ministro.

Resgate?

Segundo observa o correspondente da BBC em Madri Tom Burridge, a maior parte dos analistas e especialistas qualificariam o anunciado neste sábado como um resgate financeiro.

Burridge reconhece, porém, que é um resgate diferente do que receberam Grécia, Portugal e Irlanda, já que a Espanha não será submetida a condições tão duras e o dinheiro será gerenciado pelo FROB.

Mas, considerando que o FROB é uma instituição pública, a dívida contraída por esse empréstimo acabará contabilizada nas contas do governo espanhol.

As autoridades espanholas recusavam comentar a possibilidade do empréstimo até o último momento. Alguns ministros, inclusive, negaram no próprio sábado que a Espanha fosse pedir ajuda.

"A impressão que temos é que a Espanha é conduzida por uma mão externa para acelerar o processo de pedido de ajuda internacional", conclui Burridge.

15 de junho de 2012

Brasil importa até feijão-preto da China

Até abril deste ano, 44% das 78,2 mil toneladas de feijão-preto importado pelo País vieram do país asiático.

A tradicional feijoada brasileira também é meio chinesa. O avanço do gigante asiático no mercado mundial vai além dos tablets, eletrônicos e das bugigangas que invadiram camelôs e lojas. Até abril deste ano, 44% das 78,2 mil toneladas de feijão-preto importado pelo País vieram da China, fatia quase equivalente à da Argentina (48%), velho fornecedor do grão.

A China nem aparecia nas compras externas brasileiras de feijão-preto seis anos atrás. Já em 2011, o feijão chinês era 33% das importações. E, só em abril deste ano, a participação atingiu 72,9%, apontam os dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, elaborados pela Federação da Agricultura do Estado de Paraná (Faep).



A China estreou para valer no mercado brasileiro de feijão-preto em 2008, quando houve quebra na safra nacional e na produção argentina. De lá para cá, os volumes cresceram, impulsionados pelo câmbio favorável às importações e preços competitivos. "Com condições climáticas favoráveis à produção, a China identificou também uma boa oportunidade de mercado para se transformar em fornecedor de países como Brasil, México e Estados Unidos", observa a economista da Faep, Tania Moreira.

Tanto é que, em 2008, a China se tornou o principal exportador mundial de feijão com vendas externas de 960 mil toneladas, posição confirmada no ano seguinte com 1,046 milhão de toneladas, segundo os últimos dados disponíveis da FAO, órgão das Nações Unidas para agricultura e alimentação.


A importância que o produto chinês ganhou no mercado brasileiro já apareceu nos números dos grandes processadores do grão. Mais de 90% do feijão-preto beneficiado hoje pela Broto Legal Alimentos vêm da China. Na Camil Alimentos, a totalidade de 1 mil toneladas mensais de feijão-preto empacotado é importada. Metade vem da China e a outra metade, da Argentina.

"Nossa preferência sempre foi pelo feijão-preto produzido aqui, onde tivemos ótimas safras", afirma o diretor da Broto Legal Alimentos, Hugo Fujisawa. Ele conta que cinco anos atrás a Argentina dominava as exportações para o Brasil. Aproveitando a quebra de safra nacional e a falta de competitividade do feijão argentino, o grão chinês começou a ser testado pelos empacotadores. O baixo custo, o dólar favorável à importação e a qualidade aperfeiçoada transformaram o grão chinês em rival imbatível diante do feijão-preto brasileiro e do argentino, explica.

O diretor de suprimentos da Camil, José Rubens, também diz que a preferência da sua empresa é pelo feijão nacional, observando a qualidade do produto e os preços compatíveis com o mercado. "No entanto, há alguns anos a produção nacional tem ficado abaixo da demanda, o que nos obrigou a recorrer à importação."

Rubens destaca que os chineses, mestres na comercialização de produtos em geral, detectaram a oportunidade de abastecimento nos países consumidores de feijão, e trataram de melhorar a qualidade. "Hoje o feijão-preto chinês é tão bom quanto o produto argentino. A China conseguiu desenvolver variedades de feijão-preto consumidas nos principais mundiais (Brasil, México e Estados Unidos) com boa produtividade e baixo custo ", observa Fujisawa, da Broto Legal.

Mesmo sujeito ao Imposto de Importação de 10%, o preço no atacado da saca de 60 quilos de feijão-preto vindo da China é cerca de 20% menor do que o produto brasileiro e perto de 15% abaixo do valor do grão argentino, diz Nilson Pietrobom, gerente do atacadista Pietrobom Cereais, que fica em Prudentópolis (PR), a capital brasileira do feijão-preto.

Na semana passada, por exemplo, a saca do produto nacional no Paraná estava cotada a R$ 110, o argentino custava R$ 95 e o chinês saía por R$ 90. Pietrobom diz que a mão de obra barata na China faz diferença no preço. "Lá não tem máquina, tudo é escolhido à mão." Além disso, o custo do frete é bem menor.

14 de junho de 2012

Espanha é rebaixada para nível do Brasil em avaliação da Fitch

Com piora da crise na zona do euro, a nota do governo espanhol foi reduzida no dia 07 de junho para "BBB", mesma classificação atribuída à dívida brasileira.

A agência de classificação de risco FitchRatings cortou sua avaliação para a dívida do governo espanhol em três níveis, para "BBB", e sinalizou que poderia rebaixá-la ainda mais ao colocar o país em perspectiva negativa. Com o rebaixamento, a Espanha caiu para o mesmo nível do Brasil, que teve sua nota elevada de "BBB-" para "BBB" em abril de 2011. 

A nota espanhola foi rebaixada de "A" para "BBB" para a dívida de longo prazo em moeda estrangeira e em moeda local. O novo rating atribuído pela agência norte-americana é o mais baixo para a Espanha entre as três principais agências de classificação de risco (Standard&Poor´s, Moody´s e Fitch).

Segundo a Fitch, a Espanha tem sido particularmente vulnerável a uma piora da crise europeia, por causa de seu alto grau de endividamento externo (cerca de 90% do PIB) e da confiança frágil em sua capacidade de implementar a consolidação fiscal e a reestruturação bancária no ritmo necessário.

A agência escreveu em comunicado que "a erosão dramática" do perfil de crédito soberano e dos ratings da Espanha ao longo do último ano reflete, em parte, erros de políticas em nível europeu que, na opinião da Fitch, agravaram os desafios econômicos e financeiros diante da Espanha, à medida que o país tenta reequilibrar e reestruturar sua economia.

Já o rating espanhol de emissor de curto prazo foi rebaixado de "F1" para "F2".

13 de junho de 2012

ONU prevê que economia mundial crescerá 2,5% em 2012 e 3,1% em 2013

Projeções mostram leve revisão em baixa em relação às apresentadas no início deste ano. Para economistas da organização, situação global é "preocupante".

O Produto Interno Bruto (PIB) mundial crescerá 2,5% em 2012 e 3,1% em 2013, segundo projeção divulgada nesta quinta-feira por especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU), que também apontaram que a crise da dívida na zona do euro é a "mais grave ameaça" para a economia global. 

Essas projeções constituem "uma leve revisão em baixa" em relação às apresentadas no início deste ano, diz o relatório sobre a situação e as perspectivas da economia mundial em 2012 divulgado hoje pelo Departamento de Estudos Econômicos e Sociais da ONU.

Após lembrar que em 2011 o PIB global cresceu 2,7%, os analistas da ONU, que classificaram de "preocupante" a situação econômica mundial, previram "um crescimento econômico fraco em 2012, com a maior parte das regiões avançando num ritmo inferior ao seu potencial".

O documento prevê que o crescimento do comércio mundial também diminuirá em 2012 até ficar em 4,1%, frente ao aumento de 13,1% de 2010 e de 6,6% em 2011. Para os países em desenvolvimento a ONU prevê um crescimento econômico global de 5,3% em 2012.

A expansão na América Latina ficará em 3,7% neste ano e em 4,2% em 2013. De todas as regiões, a zona do euro é a que mais preocupa os analistas, que consideram que a "crise da dívida é a ameaça mais grave que enfrenta a economia mundial".

12 de junho de 2012

Corte de juros na China pode ter impacto positivo para o Brasil

Na avaliação de economistas, estímulo monetário chinês permitirá um avanço nas exportações brasileiras, reforçará investimentos estrangeiros e animará empresários.

A surpreendente decisão da China de cortar os juros em 0,25 ponto porcentual para 6,31% ao ano terá um impacto positivo na economia brasileira, estagnada desde o início do segundo semestre de 2011. Na avaliação de economistas ouvidos pela reportagem em Nova York, o estímulo monetário na China permitirá um avanço nas exportações brasileiras, com a melhora dos termos de troca, além de reforçar investimentos estrangeiros diretos (IED) e reanimar as expectativas de empresários. 

"Esta ação inesperada vai ajudar o Brasil na venda de seus produtos para aquele país asiático, no ingresso de dólares via IED", disse Tony Volpon, diretor de pesquisa para mercados emergentes na América Latina da corretora Nomura Securities. "Além disso, vai incrementar a percepção de que este parceiro comercial extremamente importante não vai apresentar um pouso forçado neste ano".

Os economistas da corretora japonesa Nomura estimam que o Produto Interno Bruto (PIB) da China crescerá 8,4%, acima do piso de 7,5% para o crescimento econômico estabelecido pelo governo chinês para 2012. Para os especialistas, a decisão do banco central chinês (PBoC, na sigla em inglês) atenua o pessimismo que tomou conta dos mercados globais nas últimas semanas devido à paralisia política na Zona do Euro, que está em recessão.

Segundo Volpon, a "China salvou o mundo" em 2008 e 2009 quando adotou um robusto programa de investimentos próximo a US$ 500 bilhões com o objetivo de sustentar seu patamar de crescimento num momento em que a economia global ingressava na pior recessão desde a Grande Depressão de 1929. "Muito da expansão de 7,5% do PIB registrada pelo Brasil em 2010 foi motivada pela reação vigorosa da China com aquele pacote fiscal", disse. Ele ressaltou que a vinculação da economia brasileira em relação à chinesa é tão forte que uma parcela da avaliação negativa de investidores em relação ao País surgida recentemente vinha da avaliação generalizada de que as autoridades em Pequim não agiriam com rapidez para sustentar seu padrão de expansão como fez há três anos.

Na opinião de Alberto Ramos, co-diretor de pesquisas para a América Latina da Goldman Sachs, a redução dos juros na China "reduz as chances de revisar para baixo" sua previsão de crescimento de 2,9% para o Brasil neste ano. A sua projeção se tornou otimista em relação a uma série de revisões de estimativas do PIB nacional em 2012, ocorrida nesta semana depois da economia ter registrado um fraco incremento de 0,2% no primeiro trimestre ante o anterior. A Nomura e a consultoria Tendências esperam que a economia brasileira terá uma expansão de 1,9% neste ano, enquanto os economistas do Itaú Unibanco projetam 2%. Para as consultorias MCM e LCA, essa taxa será de 2,2%. Na pesquisa Focus do Banco Central, divulgada na segunda-feira passada, a mediana das previsões para o PIB deste ano caiu de 2,99% para 2,72%.

11 de junho de 2012

Banco de André Esteves compra 40% da rede de lojas de departamento Leader

Negócio foi anunciado no dia 29 de maio e envolveu o pagamento de R$ 665 milhões em dinheiro pela participação na rede de lojas.
                    Banco de André Esteves pagou R$ 665 milhões por 40% da Leader.

O BTG, do banqueiro André Esteves,comprou 40% da rede de lojas de departamento Leader por R$ 665 milhões. A companhia, com forte presença nos Estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, ainda poderá vender entre 20% e 30% de seu capital ao BTG dentro de 90 dias. De acordo com comunicado enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM) pelo BTG, o negócio será fechado oficialmente no dia 20 de junho.


Com mais de 5 mil funcionários e cerca de 60 lojas espalhadas por oito estados das regiões Sudeste e Nordeste, a Leader é a quinta maior rede de lojas de departamento do país. De acordo com a companhia, até 2013 a rede deve duplicar de tamanho, chegando a 120 unidades.

Capitalizado após uma bem sucedida abertura de capital na Bolsa de Valores de São Paulo, o BTG está indo às compras. Essa, no entanto, é a primeira aquisição do banco no segmento de varejo.

10 de junho de 2012

Vícios de consumo do dia a dia representam até 30% do orçamento familiar

Todo dia ela faz tudo sempre igual: bebe uma lata de refrigerante no almoço e mais alguns copos à noite.

Nem um problema gástrico impede a farmacêutica Danielle Moreira, de 35 anos, de tomar sua Coca-Cola diariamente. Mas uma queimação no bolso a despertou: na semana passada, ela colocou as despesas com a bebida na ponta do lápis e se deu conta de que gasta muito dinheiro, mais de mil reais por ano.

Tomar refrigerante com frequência é um dos hábitos que prejudicam a saúde financeira de seu bolso. Às vezes, são costumes gostosos e irresistíveis, mas que, se tiverem seus gastos somados, chegarão a valores impressionantes. O saquinho de pipoca comprado depois do trabalho por R$ 2, três vezes por semana, por exemplo, representa R$ 288 no fim de um ano. E duas apostas de seis números na Mega-Sena somam R$192 por ano.

— Não digo para as pessoas deixarem de fazer ou consumir. Elas precisam ter noção de quanto esses hábitos custam e ver se o custo-benefício compensa. O interessante é calcular quanto é preciso trabalhar para pagar esses gastos — explica Nelson de Souza, professor de Finanças da Ibmec.

Susto como aliado

Para o educador financeiro Reinaldo Domingos, o susto com o somatório das contas é o principal aliado. Segundo ele, de 20% a 30% das despesas do mês são de excessos que podem ser controlados:

— Não estou falando para a pessoa parar de tomar o refrigerante ou a cerveja, mas ela pode diminuir. Não adianta ela falar que acha que gasta. Só pode fazer um corte se souber realmente quanto gasta. O importante é fazer uma troca para ter motivo para controlar gastos.

Danielle já sabe o que fará com o dinheiro do refrigerante: usará numa viagem.

Anotar faz a diferença

Os maiores aliados na contenção de despesas são dois simples objetos: lápis e papel. Com eles, a família deve anotar todos os seus gastos, separando-os por categorias, como alimentação, transporte, lazer e outros (aqui entram os maus hábitos).

— A família tem que tirar uma fotografia dos gastos durante 30 dias. Primeiro, precisa registrar, caso contrário, não vai acreditar. E esse diagnóstico só deve ser feito uma vez por ano, para que não perca o impacto. É esse susto o responsável pelas mudanças de hábito — ensina Reinaldo Domingos.

O cartão de crédito, se bem utilizado e com as contas pagas em dia, ajuda as famílias. Mas, se não for usado corretamente, com pagamentos mínimos e rotativos, pode ser transformar numa perigosa arma. Cálculos do professor de Finanças do Ibmec Marcos Heringer mostram que uma dívida de R$ 500 no cartão, ao fim de um ano, pode virar R$ 240,60 só de juros, mesmo com o cliente pagando R$ 75 por mês, por causa das altas taxas.

— Após dez anos, o saldo devedor ainda seria de um real, e o cidadão já teria pago um total de R$ 1.267,44 — explica o professor.

Fonte: Jornal Extra.