1 de junho de 2012

Autoridades devem investigar IPO do Facebook

Bancos que coordenaram lançamento de ações são acusados de manipular informações.
Zuckerberg, CEO do Facebook, no dia do IPO: ações "FB" despencaram nos primeiros pregões.

Autoridades do mercado financeiro americano deverão investigar o lançamento de ações (IPO, na sigla em inglês) do Facebook, realizado na última sexta-feira (18). Investidores reclamam que o JP Morgan, banco que coordenou a abertura de capital da empresa, informou apenas alguns clientes, às vesperas da oferta, que o lucro do Facebook seria menor que o esperado em 2012. 

A Finra, autoridade reguladora do mercado financeiro, divulgou que vai analisar os argumentos desses investidores, segundo o jornal inglês The Guardian. Os três bancos envolvidos no IPO – Morgan Stanley, JP Morgan e Goldman Sachs – serão investigados, disse à agência Reuters o presidente da Finra, Richard Ketchum.

A presidenta da SEC, órgão que controla as bolsas dos EUA (equivalente à CVM no Brasil), também mostrou preocupação com o assunto. "Acho que existem muitos motivos para termos confiança em nossos mercados e na forma como operam, mas existem tópicos relacionados ao Facebook que precisamos olhar mais especificamente", afirmou Mary Schapiro.

Nesta terça-feira, a imprensa dos EUA trouxe notícias sobre um eventual favorecimento a alguns clientes do JP Morgan. O banco teria compartilhado informações negativas – uma revisão para baixo na previsão de lucros para este ano – apenas com os grandes investidores, chamados institucionais, mas não com os menores, conforme mandam as regras de mercado.

A notícia de que o IPO seria investigado ajudou a derrubar as ações do Facebook nesta terça-feira. Os papéis, listados na Nasdaq como "FB", fecharam em baixa de 9%, acumulando perdas de 18,6% nos primeiros três dias de pregão. Mas o caso do JP Morgan não é o único a lançar dúvidas sobre o processo de IPO.

Um investidor que afirma ter comprado mais de US$ 100 milhões em papéis da empresa diz que irá processar a Nasdaq por um erro no sistema, ocorrido no momento do lançamento das ações. A falha causou atraso de 30 minutos no início das operações. Neste período, afirmou o investidor ao Business Insider, os operadores ficaram sem saber se tinham ou não conseguido executar ordens de venda, o que teria se transformado em prejuízo para os fundos.

Alguns gestores de ativos também reclamam da governaça corporativa da empresa. Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, que irritou investidores ao ir de moletom a reuniões em Wall Street, gerou rumores negativos após criar uma classe especial de ações (detidas por ele) que dão dez vezes mais direito a voto que aqueles negociados no mercado.

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