24 de fevereiro de 2013

Warren Buffett e donos da Ambev compram Heinz por US$ 28 bilhões

O brasileiro Jorge Paulo Lemann, controlador da Ambev: "É meu tipo de parceiro", diz Buffett.

A Berkshire Hathaway, conglomerado do bilionário Warren Buffett , e a 3G Capital, dos brasileiros Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Carlos Alberto Sicupira, anunciaram no dia 14 de fevereiro a compra da H.J. Heinz, em uma operação que prevê pagamento de US$ 23,2 bilhões de dólares em dinheiro


Incluindo dívida, o negócio, que combina as ambições dos fundadores da 3G na indústria de alimentos com a busca de Buffett por crescimento, foi avaliado pela Heinz como sendo o maior na história no setor, valendo US$ 28 bilhões de dólares.

Berkshire e 3G pagarão US$ 72,5 dólares por ação, um prêmio de 19% sobre o maior patamar histórico do papel da companhia mais famosa por sua marca de ketchup.


Para Buffett, o negócio representa uma incomum parceria com um grupo de private equity para uma grande aquisição, considerando que historicamente suas compras foram feitas por conta própria. Ele disse à CNBC que Lemann o procurou em dezembro com a ideia de compra da Heinz e acrescentou que este é "o meu tipo de negócio".

O bilionário já estava na busca por uma grande compra no valor de US$ 20 bilhões ou mais e afirmou no dia 14 de fevereiro que sua parte na operação será de US$ 12 bilhões a 13 bilhões, entre ações ordinárias e preferenciais.

A última vez que Buffett fez um negócio similar foi em 2008, quando a Berkshire ajudou a financiar a compra da Wrigley pela Mars por US$ 23 bilhões.

Para a 3G Capital, a aquisição da Heinz é um complemento natural para seu investimento na rede de lanchonetes Burger King, comprada no fim de 2010 e na qual ainda detém uma fatia majoritária. Telles e Sicupira são membros do conselho de administração da rede de fast food e junto com Lemann fazem parte do conselho da maior cervejaria do mundo, a Anheuser-Busch InBev.

No Brasil, a Heinz é dona da marca Quero Alimentos. A companhia norte-americana comprou 80% da fabricante brasileira por cerca de R$ 1 bilhão há cerca de 2 anos .

As ações da Heinz chegaram a disparar 20%, para US$ 72,59, acima do preço oferecido após o anúncio da operação.

A Heinz informou que o acordo será financiado com recursos da Berkshire e da 3G, além de rolagem de dívida e financiamento dos bancos JP Morgan e do Wells Fargo.


Crescimento

A Heinz conhecida por suas icônicas garrafas de ketchup assim como outras marcas, como as batatas congeladas Ore-Ida, também fabrica alimentos para bebês e elevou suas vendas líquidas nos últimos oito anos fiscais seguidos.

A companhia informou que o acordo será financiado com recursos da Berkshire e da 3G, além de rolagem de dívida e financiamento dos bancos JP Morgan e do Wells Fargo.

Após o anúncio da operação, a 3G Capital afirmou que ainda é cedo para dizer se haverá cortes de custos na Heinz e o presidente da companhia, Bill Johnson, disse que não teve discussões com os compradores sobre cortes de empregos.

Buffett disse à CNBC que a Berkshire e a 3G serão parceiras com fatias iguais. A operação da Heinz será tocada pelo grupo dos investidores brasileiros.

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