30 de abril de 2012

Brasil tenta "blindar" Petrobras de estatização na Argentina


Ministros dos países e Graça Foster discutem investimentos para assegurar blocos de petróleo da estatal brasileira no vizinho.

Os governos brasileiro e argentino debateram no dia 20 de abril um novo plano de investimentos da Petrobras no parceiro do Mercosul, após a decisão da presidenta Cristina Kirchner de expropriar 51% da Repsol-YPF, recusando-se a pagar US$ 9 bilhões em indenização à espanhola Repsol, dona de 56% da YPF. 

O ministro Edison Lobão (Minas e Energia) e a presidenta da Petrobras, Maria das Graças Foster, se reúnem agora em Brasília com o ministro argentino do Planejamento, Julio De Vido. O governo brasileiro deve apresentar um novo programa de aportes para assegurar os 17 poços de petróleo detidos no país vizinho. Com isso, o Brasil espera blindar a Petrobras de estatização na Argentina. 

No país desde 1993, a estatal brasileira detém 6% da exploração e 14% do refino de petróleo na Argentina. A Petrobras controla também 300 postos de gasolina no país vizinho. Em 2011, a estatal brasileira investiu US$ 344 milhões no vizinho sul-americano. 

A expectativa dos argentino é de a Petrobras amplie investimentos principalmente no refino do petróleo, um dos gargalos que o governo Kirchner quer resolver com a ajuda da estatal brasileira, cujo modelo Cristina aponto como ideal para agora estatal YPF. A entrada da Petrobras na YPF também é tema em pauta do encontro entre Brasil e Argentina. 

Petrobras tem encolhido 

Nos últimos três anos, a estatal brasileira tem diminuído a operação e os investimentos no país vizinho. Segundo reportagem do Valor Econômico desta sexta-feira, de 2009 para cá a Petrobras vendeu sua área de fertilizantes para a Bunge e se desfez também da refinaria San Lorenzo. A produção de óleo e gás caiu de 140 mil barris por dia para 98 mil, entre 2006 e 2011. 

Além disso, a empresa brasileira vendeu 363 postos de serviços para o grupo Oil M&S, do empresário Cristóbal López, informa o jornal. 

A falta de investimentos foi o principal argumento usado pela presidente Cristina Kirchner para justificar, no dia 16 de abril, a expropriação de 51% da YPF.

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