31 de agosto de 2013

Presidente do BNDES nega privilégio a Eike Batista em empréstimos

              Luciano Coutinho, presidente do BNDES, em audiência pública no Senado.

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, negou no dia 24 de agosto que as empresas de Eike Batista tenham obtido privilégios em operações de crédito. A instituição também não tem tido perdas em razão do colapso do império X, argumentou durante audiência no Senado Federal.

Coutinho esclareceu que o volume de empréstimos do BNDES aprovados para a EBX chega a R$ 10 bilhões, dos quais R$ 6 bilhões foram efetivamente contratados.

Senadores têm sugerido que Eike recebeu condições mais favoráveis nas operações. Um dos questionamentos diz respeito à aceitação, como garantia, de cartas de fiança e ações das próprias empresas.

"Contratos entre BNDES e EBX foram alterados e uma nota do BNDES [ em resposta a reportagem do jornal O Estado de São Paulo ] alega que a estruturação de garantias foi feita com rigor usual adotado pelo BNDES. Eu indago: é usual receber como garantias em operações ações e cartas de finanças do próprio devedor? Essas práticas são usuais também em bancos privados?", questionou a senadora Ana Amélia (PP-RS), no dia 24 de agosto.


Coutinho negou qualquer irregularidade.

"No caso de todos os empreendimentos e processos [ relacionados ao EBX ] , a concessão de crédito do BNDES tramitou de forma absolutamente rigorosa, segundo critérios normais de avaliação de garantia", disse. "Eu posso afirmar que temos posição extremamente confortável em relação às garantias. Estamos muito bem garantidos em todas essa operações", disse.

Sem prejuízo 

O presidente do BNDES também afirmou que o banco não teve prejuízo com o colapso do império X. O BNDESPar – holding do banco – teve perdas de menos de 0,06% da carteira, segundo ele. 

Coutinho lembrou que os empréstimos do banco ao grupo EBX restringem-se aos negócios de energia e logística – não houve empréstimos à OGX, cujo valor de mercado caiu mais de 90% desde o início do ano. Por isso, a venda da MPX (energia) à alemã E.ON e a possível venda da LLX (logística) devem ajudar no equacionamento das dívidas do grupo com a instituição.

"Tem outro grande empreendimento, da MMX, que está em processo de reestruturação e existem várias empresas interessadas na aquisição", afirmou o presidente do BNDES. "A conclusão desses processos pode resolver a totalidade das dívidas com o BNDES."

Coutinho também refutou a possibilidade de o banco intervir no processo de restruturação do império X.

"O BNDES não é sócio relevante de nenhuma empresa do grupo. A única empresa [ em ] que o BNDES tinha participação já foi alienada", afirmou. "Devo esclarecer que os empréstimos efetuados pelo banco ao grupo se concentraram nas empresas de energia e de logística", disse.

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