23 de julho de 2012

Indústria brasileira somente reagirá a estímulos em 2013, avalia CNI

Para o economista Flávio Castelo Branco, os fundamentos da atividade industrial no país vão bem. O que vai mal, segundo ele, é a competitividade.
"Os efeitos de uma mudança no câmbio, nas exportações, por exemplo, só são sentidos com defasagem de um ano", diz Flávio Castelo Branco.

Mesmo com a melhora no cenário macroeconômico do país, com a desvalorização do real em relação ao dólar e os juros em queda, o gerente-executivo de política econômica da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, avalia que a indústria brasileira somente vai reagir no ano que vem. A atividade deverá melhorar nos próximos meses, mas não a ponto de produzir números robustos em 2012. "O segundo semestre será melhor que o primeiro, por conta dessa melhor combinação de câmbio e juros, e das medidas tomadas pelo governo recentemente, como a desoneração da folha de pagamento", disse Castelo Branco nesta quarta-feira.

A CNI revisou para baixo a previsão de avanço do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, de 3% para 2,1%, por conta da redução do Produto Interno Bruto (PIB) industrial de 2% para 1,6%, e dos investimentos, que, segundo a CNI, crescerão apenas 2,5% entre 2011 e 2012 – a previsão anterior era de 5,6%.

"Os fundamentos vão bem, o que vai mal [na indústria] é a competitividade", disse Castelo Branco, para quem o impacto da taxa de um real mais desvalorizado somente terá efeito pleno em 2013. "Os efeitos de uma mudança no câmbio, nas exportações, por exemplo, só são sentidos com defasagem de um ano", explicou o economista.

Para o gerente executivo da CNI, as condições para a indústria somente vão efetivamente melhorar quando houver um "choque de competitividade", que poderia vir em função do aumento dos investimentos em infraestrutura. Castelo Branco ressaltou ainda que diante do pessimismo instaurado entre os produtores industriais, por conta do agravamento da crise econômica mundial, "a manutenção do emprego no país é surpreendente".

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