5 de julho de 2012

Santander nega interesse em vender operações no Brasil

Emilio Botín, presidente mundial do grupo, ressalta ainda que banco quer crescer na América Latina e em outros países emergentes, apesar da venda de subsidiárias na Colômbia.

Emilio Botín ressalta ainda que banco quer crescer na América Latina e em outros emergentes, apesar da venda de subsidiárias na Colômbia

O Santander não vai comprar o Bradesco. Foi com essa frase que o presidente do banco espanhol, Emilio Botín, descartou os rumores que dão conta exatamente da operação contrária, ou seja, da venda do Santander para o Bradesco. “O Brasil tem muitas coisas boas, entre elas um sistema único no mundo, em que há três grandes bancos públicos e três grandes privados entre os maiores do país”, afirmou o executivo em evento em Madri.

Há cerca de um mês circulam informações de uma possível venda de parte dos ativos do banco espanhol no Brasil. Os interessados seriam Banco do Brasil e Bradesco. No entanto, segundo Botín, o banco não pensa em nada nesse sentido.As operações no Brasil representam 29% do lucro do banco espanhol, lembrou o empresário. “Estamos consolidando o banco no Brasil. A integração (com o Real) levou 18 meses mais que o previsto, mas hoje já foi concluída. Somos o terceiro maior banco brasileiro”, disse o executivo.

Para Botín, “não há nenhum banco do mundo como o Santander, equilibrado entre emergentes e desenvolvidos. Nós apostamos na diversificação, equilibrando os tipos de economia. Agora, por exemplo, não estamos lucrando tanto nos desenvolvidos”, ressalta o presidente do Santander, em referência à crise econômica que afeta os países mais ricos.

Segundo o executivo, 53% do lucro do banco vem da América Latina. “Estamos encantados por termos contribuído nos países da América Latina e outros para o desenvolvimento do sistema financeiro. Queremos continuar crescendo na região”, destacou Botín. “(A América Latina) Foi um dos motores do crescimento do Santander até agora e vai continuar sendo nos próximos anos”, complementa o empresário.

As declarações do executivo ocorrem no mesmo dia em que o banco concluiu a venda de suas operações na Colômbia, nas quais tinha participação pequena. O negócio totalizou quase US$ 1,3 bilhão. Botín negou ainda que haja transferência de recursos entre a matriz e as filiais, algo que muitas vezes é colocado em questão por conta do fato de o desempenho do banco estar melhor nos mercados emergentes do que na Espanha. “Nossas filiais são independentes em capital e liquidez. São submetidas à regulação e supervisão de cada país onde estão. Elas têm autonomia financeira”, ressalta.

IPO no México e na Argentina

Todas as filiais, no entanto, têm algo em comum: em algum momento precisam abrir capital e cotar em bolsa. As próximas que passarão por essa “tradição” são os braços do banco no México e na Argentina. “Vamos abrir capital no México este ano, exceto se os mercados piorarem muito”, afirma Botín. De acordo com ele, há bancos internacionais querendo participar do IPO no país latino-americano. “O México tem futuro. Nos últimos anos foi bem e tem anos bons nos próximos anos”, diz.

Na Argentina, porém, há a vontade de fazer o IPO, mas sem data definida ainda. “É importante cotar nos países, dá mais flexibilidade às equipes, além de permitir uma relação mais estreita com os investidores”, defende o executivo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário