12 de agosto de 2012

PIB da Itália contrai 0,7% no 2º trimestre

Comparação é com os três primeiros meses do ano; contração amplia dificuldades para o governo tecnocrata de Mario Monti diante de uma crise que ameaça toda a zona do euro.

A economia italiana prolongou sua recessão no segundo trimestre do ano, com uma contração de 0,7% de
seu Produto Interno Bruto (PIB) em relação ao trimestre anterior, segundo a primeira estimativa divulgada nesta terça-feira pelo instituto de estatísticas Istat. O dado coincide com a previsão média dos analistas feita pela agência Dow Jones Newswires. A contração amplia as dificuldades para o governo tecnocrata de Mario Monti diante de uma crise de dívida que ameaça toda a zona do euro.

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Em comparação com o mesmo período de 2011, o PIB da Itália contraiu 1,9%. A terceira maior economia da zona do euro, atingida pela crise da dívida e por uma série de planos de austeridade destinados a tranquilizar os mercados, entrou em recessão no quarto trimestre de 2011, quando seu PIB já havia caído 0,7%. O resultado do segundo trimestre (-0,7%) é um décimo melhor em relação ao do primeiro (-0,8%).

O banco da Itália revisou no mês passado em baixa suas projeções e prevê agora um retrocesso de 2% do PIB em 2012 (contra -1,5% em sua projeção anterior). Também piorou sua estimativa
para 2013, quando prevê uma queda do PIB de 0,2% (contra +0,8% em sua estimativa anterior). A Comissão Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) esperam, por sua vez, uma queda do PIB italiano de 1,9% neste ano e de 2% em 2013.

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A queda de 0,7% no Produto Interno Bruto foi a quarta consecutiva para uma economia atolada em recessão desde meados do ano passado, após declínio de 0,8% no primeiro trimestre.

Os dados foram ligeiramente piores do que as expectativas. A mediana das estimativas em uma pesquisa da Reuters com analistas indicava uma queda de 0,6%.

A agência oficial de estatísticas Istat reportou que o PIB recuou 2,5% na comparação com o mesmo período do ano passado, após uma queda de 1,4% no primeiro trimestre, apresentando o recuo mais forte desde o fim de 2009.

A Itália tem sido a economia mais lenta da zona do euro há mais de uma década, alimentando as preocupações dos investidores sobre a capacidade do país de reduzir a dívida pública, de cerca de 123% da produção.

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A recessão enfraquece as receitas tributárias e afeta os empregos e o consumo em um círculo vicioso que atrapalha Monti, que busca reduzir o déficit orçamentário para 0,1% do PIB em 2014.

Com os rendimentos dos títulos italianos ainda perto de 6%, Monti vem alertando aos parceiros europeus que, a menos que mostrem flexibilidade em relação às finanças públicas da Itália, o país pode em breve ser comandado por um governo cético em relação ao euro e pouco comprometido com a consolidação fiscal.

Monti prometeu renunciar na próxima primavera (do Hemisfério Norte), quando devem acontecer
novas eleições.

A Istat disse que a atividade teve contração em agricultura, indústria e serviços, mas não deu detalhes numéricos dos componentes do PIB.

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