24 de janeiro de 2012

Graças Foster trará gestão mais rígida à Petrobras, dizem especialistas

Pesquisadores ouvidos pelo iG destacam caráter técnico da diretora indicada para a presidência da estatal. 

A chegada de Maria das Graças Foster à presidência da Petrobras, que deve ser confirmada em 9 de fevereiro, durante a reunião do conselho de administração da estatal, não deve trazer mudanças profundas, mas vai alterar o dia-a-dia dentro da companhia. Especialistas ouvidos pelo iG destacaram que Foster um perfil mais firme e mais técnico do que o atual presidente, José Sérgio Gabrielli. 

“Ela é extremamente determinada, competente e exigente”, disse Sérgio Braga, professor da PUC-Rio, que já trabalhou com Graça Foster. 

Para ele, a atual diretora de Gás e Energia vai dar diretrizes mais rígidas à companhia e ter mais controle sobre as diretorias. Ele também acredita que em breve Graça Foster deve promover mudanças no quadro de diretores da empresa. “Ela deve nomear diretores mais técnicos, assim como ela é uma diretora técnica”, avalia. 

Luiz Pinguelli Rosa, diretor da Coppe, não acredita em mudanças substanciais. "É o mesmo governo. O que mudam são detalhes", afirma. 

O presidente do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Adriano Pires, vê com bons olhos a escolha de uma executiva de perfil mais técnico para o comando da Petrobras. “Espero que ela mude o foco excessivamente político da companhia”, afirma. Ele destaca o fato de Graça Foster ser funcionária de carreira da empresa. “Há muitos anos a Petrobras não tem um presidente saído do quadro de funcionários.” 

Para ele, a nova presidente da companhia deve também ter mais firmeza sobre as diretorias. “A autonomia das diretorias hoje é muito grande, o que dá espaço para mais influência política”, diz. Pires avalia que o desafio de Graça Foster é ser firme sem ser autoritária. “O mercado não gosta de autoritarismo”, afirma. 

Os especialistas também apontam uma mudança no sentido de aproximar mais a Petrobras do governo, já que Graça Foster é próxima da presidenta Dilma Rousseff. “Ela é da cota pessoal de Dilma”, diz Pires. 

Eles também avaliam como natural a troca no comando da Petrobras. Para Luiz Pinguelli Rosa, diretor da Coppe, a troca é positiva. "A mudança é saudável de tempos em tempos", diz. Para ele, não houve surpresa na indicação, já que o nome de Graça Foster já havia sido cotado para o cargo. 

“Gabrielli ficou muitos anos no cargo. A troca é normal”, diz o professor Sérgio Braga. Pires vai além: diz que o momento também é adequado, já que o ano está no início. E faz seus votos para a nova gestão: “Espero que ela olhe mais para o acionista. Ela tem condições para isso”, afirma Pires.

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