"No último bimestre de 2012, sentimos que 2013 será melhor", diz representante das empresas.
As companhias aéreas brasileiras esperam reequilibrar os balanços em 2013, após "um ano bastante duro para o setor", nas palavras de Eduardo Sanovicz, presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), que representa as cinco maiores empresas – TAM, Gol, Avianca, Azul e Trip, responsáveis por cerca de 99% do mercado no País.
Em 2012, as principais companhias tiveram prejuízos bilionários. As perdas da Gol, somente nos primeiros nove meses, passaram de R$ 1 bilhão . A TAM, segundo o último balanço divulgado, teve prejuízo líquido de R$ 928 milhões no segundo trimestre. Juntas, elas respondem por 78,5% do mercado nacional.
Para aliviar as contas em 2013, o setor aposta principalmente numa renegociação do preço do combustível. O querosene de aviação, que representa cerca de 40% das despesas das companhias, subiu 50% entre 2010 e 2012, segundo a Abear.
Como o principal fornecedor é a Petrobras, essa negociação é feita entre as empresas e o Governo, principalmente no Ministério da Fazenda. "Combustível será nosso principal debate neste ano. Vamos discutir a fórmula de precificação, a tributação e a periodicidade dos aumentos", diz Sanovicz.
"A aviação brasileira triplicou o número de passageiros transportados nos últimos dez anos, e agora serve mais de 90 milhões de pessoas por ano. Se outros modais de transporte têm políticas públicas, nas quais o Governo entende que um aumento de combustível impacta milhões de pessoas, a aviação também precisa ter", afirma Sanovicz.
Além disso, as empresas calculam que os incentivos tributários concedidos nos últimos meses devam ajudar os balanços de 2013. O setor foi incluído no Plano Brasil Maior, que permite desoneração da folha de pagamento. O Governo também zerou taxas que seriam reajustadas em 80% nessa virada de ano – a EAT e a TAN, espécie de "pedágios" que os aviões pagam para voar. Somente com essa medida, a Abear estima que as empresas vão economizar R$ 320 milhões em 2013.
Para se recuperar, o setor também aposta que os aviões continuarão voando cada vez mais cheios no País. A ocupação média foi de 72,96% em 2012, um aumento aproximado de três pontos percentuais em relação ao ano anterior, quando a ocupação foi de 70,18%.
A maior ocupação no ano passado ocorreu porque a procura dos passageiros cresceu 7,14%, enquanto a expansão da oferta de assentos foi menor, de 3,12%. Em números absolutos, as companhias filiadas à Abear transportaram mais de 75 milhões de pessoas em 2012.
A associação espera que a demanda por voos cresca de forma ainda mais intensa em 2013. "Esse número está sempre vinculado ao crescimento da economia. Se o PIB crescer 3%, nós calculamos que a procura por voos cresceria cerca de 9%", diz Sanovicz.
Mas, enquanto a procura por assentos deve aumentar, a oferta de voos terá comportamento diferente entre as companhias. Gol e TAM, que estavam em processo de contração de malha, devem permanecer nessa tendência, afirma Sanovicz. Por outro lado, Trip e Azul e Avianca continuariam expandindo as rotas.
"Será um jogo de soma zero, ou seja, no final a malha brasileira deverá permanecer com o mesmo tamanho. Mas alguns destinos terão ampliação de ofertas e outros enfrentarão uma redução", afirma Sanovicz.
O representante não afirma que as empresas aéreas voltarão a ter balanços no azul em 2013, mas acredita numa "retomada das margens". "No último bimestre de 2012, começamos a sentir que os números de 2013 serão melhores. A perspectiva é de um primeiro semestre estável e um segundo semestre de crescimento", conclui o executivo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário