29 de janeiro de 2013

Após ano de prejuízos, companhias aéreas preveem recuperação em 2013

"No último bimestre de 2012, sentimos que 2013 será melhor", diz representante das empresas.

As companhias aéreas brasileiras esperam reequilibrar os balanços em 2013, após "um ano bastante duro para o setor", nas palavras de Eduardo Sanovicz, presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), que representa as cinco maiores empresas – TAM, Gol, Avianca, Azul e Trip, responsáveis por cerca de 99% do mercado no País.

Em 2012, as principais companhias tiveram prejuízos bilionários. As perdas da Gol, somente nos primeiros nove meses, passaram de R$ 1 bilhão . A TAM, segundo o último balanço divulgado, teve prejuízo líquido de R$ 928 milhões no segundo trimestre. Juntas, elas respondem por 78,5% do mercado nacional.

Para aliviar as contas em 2013, o setor aposta principalmente numa renegociação do preço do combustível. O querosene de aviação, que representa cerca de 40% das despesas das companhias, subiu 50% entre 2010 e 2012, segundo a Abear. 

Como o principal fornecedor é a Petrobras, essa negociação é feita entre as empresas e o Governo, principalmente no Ministério da Fazenda. "Combustível será nosso principal debate neste ano. Vamos discutir a fórmula de precificação, a tributação e a periodicidade dos aumentos", diz Sanovicz.

"A aviação brasileira triplicou o número de passageiros transportados nos últimos dez anos, e agora serve mais de 90 milhões de pessoas por ano. Se outros modais de transporte têm políticas públicas, nas quais o Governo entende que um aumento de combustível impacta milhões de pessoas, a aviação também precisa ter", afirma Sanovicz.


Além disso, as empresas calculam que os incentivos tributários concedidos nos últimos meses devam ajudar os balanços de 2013. O setor foi incluído no Plano Brasil Maior, que permite desoneração da folha de pagamento. O Governo também zerou taxas que seriam reajustadas em 80% nessa virada de ano – a EAT e a TAN, espécie de "pedágios" que os aviões pagam para voar. Somente com essa medida, a Abear estima que as empresas vão economizar R$ 320 milhões em 2013.

Para se recuperar, o setor também aposta que os aviões continuarão voando cada vez mais cheios no País. A ocupação média foi de 72,96% em 2012, um aumento aproximado de três pontos percentuais em relação ao ano anterior, quando a ocupação foi de 70,18%.


A maior ocupação no ano passado ocorreu porque a procura dos passageiros cresceu 7,14%, enquanto a expansão da oferta de assentos foi menor, de 3,12%. Em números absolutos, as companhias filiadas à Abear transportaram mais de 75 milhões de pessoas em 2012.

A associação espera que a demanda por voos cresca de forma ainda mais intensa em 2013. "Esse número está sempre vinculado ao crescimento da economia. Se o PIB crescer 3%, nós calculamos que a procura por voos cresceria cerca de 9%", diz Sanovicz.


Mas, enquanto a procura por assentos deve aumentar, a oferta de voos terá comportamento diferente entre as companhias. Gol e TAM, que estavam em processo de contração de malha, devem permanecer nessa tendência, afirma Sanovicz. Por outro lado, Trip e Azul e Avianca continuariam expandindo as rotas.

"Será um jogo de soma zero, ou seja, no final a malha brasileira deverá permanecer com o mesmo tamanho. Mas alguns destinos terão ampliação de ofertas e outros enfrentarão uma redução", afirma Sanovicz.

O representante não afirma que as empresas aéreas voltarão a ter balanços no azul em 2013, mas acredita numa "retomada das margens". "No último bimestre de 2012, começamos a sentir que os números de 2013 serão melhores. A perspectiva é de um primeiro semestre estável e um segundo semestre de crescimento", conclui o executivo.

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