31 de julho de 2013

Eike Batista deixa de ser bilionário, segundo Bloomberg

No ranking da Forbes, o empresário continua a ser listado como um dos cinco bilionários brasileiros.

O empresário Eike Batista não é mais bilionário, segundo a Bloomberg, agência de notícias que mede diariamente a variação do patrimônio dos homens mais ricos do mundo.

Segundo a empresa, Eike, que já chegou a possuir uma fortuna de R$ 70,3 bilhões em março de 2012, acumulou pelo menos R$ 4,06 bilhões em dívidas pessoais. Hoje, o empresário tem um patrimônio líquido de cerca de R$ 447,9 milhões.

De acordo com a Bloomberg, Eike agora deve R$ 3,03 bilhões ao fundo Mubadala, de Abu Dhabi, que fez uma restruturação dos R$ 4,06 bilhões de investimentos que tinha no grupo EBX. As informações foram passadas à agência, sob condição de anonimato, por três pessoas com conhecimento das negociações.

O empresário passa por uma crise de credibilidade entre investidores nos últimos meses devido à promessas não concretizadas. Suas seis empresas com capital aberto na bolsa de valores chegaram a perder 92% de valor de mercado.

O caso mais problemático é o da petroleira OGX, que suspendeu produção em poços e tem alto endividamento. A companhia é investigada pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM) por possíveis erros e omissões na comunicação com investidores, o que provocou revolta entre acionistas minoritários.

No ranking da revista 'Forbes', entretanto, o empresário continua a ser listado como um dos cinco bilionários brasileiros, com uma fortuna de US$ 10,6 bilhões.

Apesar do número da Bloomberg, a situação financeira de Eike ainda permitiria certos luxos. Com os R$ 447,9 milhões que sobraram no bolso, o empresário poderia comprar 21.990 veículos do modelo Uno Mille, o mais barato hoje no País. Se decidisse manter o padrão dos tempos de bilionário, teria dinheiro suficiente para levar para casa 320 Ferraris California. Ou poderia ter uma frota de 213 Mercedes-Benz SLR McLaren – o mesmo modelo estacionado na sala de sua mansão de 3.500 metros quadrados no bairro carioca do Jardim Botânico.

Mais rico do mundo em 2015

Em janeiro de 2012, Eike prometera em entrevista a uma rede de TV se tornar o homem mais rico do mundo até 2015 ou, no máximo, 2016. Questionado se o prazo era demasiado curto, respondeu:

“Você acha rápido? É muito tempo".

O declínio logo depois da promessa de passar para trás bilionários como o mexicano Carlos Slim e o americano Bil Gates. A OGX, um dos principais patrimônios do império X, tornou-se cada vez mais um peso morto. Em junho de 2012, as ações da petroleira chegaram a cair 25%; resultado de uma produção abaixo do esperado pelo mercado.

Em 1º de julho de 2013, a OGX anunciou que quatro campos de exploração arrematados pela empresa (Tubarão Azul, Tubarão Tigre, Tubarão Gato e Tubarão Areia) não eram economicamente viáveis. A informação fez os papéis da empresa perderem praticamente todo o seu valor em questão de dias. 

A desvalorização da petroleira afetou as outras empresas do império X. Algumas delas, como o estaleiro OSX, tinham seu sucesso diretamente atrelado à OGX. Outras, como a MMX, foram contaminadas pela perda de confiança do mercado na capacidade empreendedora de Eike.

No último dia 19, o empresário quebrou o silêncio em um artigo publicado nos jornais 'Valor Econômico' e 'O Globo'. Nele, afirma ter sido o principal prejudicado com o esfarelamento do império, e diz estar arrependido de ter aberto o capital das empresas.

"Hoje, se pudesse voltar no tempo, não teria recorrido ao mercado de ações. Eu teria estruturado um private equity que me permitisse criar do zero e desenvolver ao longo de pelo menos dez anos cada companhia. E todas permaneceriam fechadas até que eu estivesse seguro de que havia chegado o momento de abrir o capital", escreveu Eike. "Quem mais perdeu com a derrocada no valor da OGX foi um acionista: Eike Batista. Ninguém perdeu tanto quanto eu, e é justo que assim seja"

Mas se o dia foi difícil para o prestígio do empresário, o mesmo não se pode dizer sobre o desempenho de duas das suas principais empresas listadas na Bolsa. No pregão do dia 25 de julho, as ações da MMX tiveram a maior alta, de 11,25%. Já a OGX subiu 3,70%.

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