24 de julho de 2013

Site vai vender consórcios nas favelas

A startup Avante.com, site que vende cerca de mil produtos, entre consórcios e seguros, pertencentes a oito instituições financeiras e que reúne executivos com experiência em grandes bancos e corretoras, completa seis meses de operação com o fechamento de uma parceria com a Favela Holding, do empresário Celso Athayde.

O consórcio é uma compra parcelada e programada em que não há incidência de juros mas, sim, um processo de espera para que a cota de cada membro do grupo seja contemplada em sorteios.
                     Bernardo Bonjean, CEO da startup, mira mercado de R$ 56 bilhões.

O projeto piloto consiste em comercializar os produtos financeiros em até dez comunidades por meio de vendedores locais, que utilizarão tablets para iniciar as vendas no ambiente real e concluí-las no ambiente virtual.


Esses vendedores trabalharão para líderes em cada localidade. O projeto deve entrar em operação até o final deste ano e os Estados que devem recebê-los ainda não estão definidos.

Com a proposta de ampliar seu alcance, o site pretende avançar sobre 412 comunidades de todo o País, que consomem em média R$ 56 bilhões por ano.

A inspiração também vem de histórias de sucessos. "Sabemos de empresas que resolveram vender seus produtos nestes locais e triplicaram o faturamento", diz o CEO do Avante.com, Bernardo Bonjean, que já passou por bancos como o Pactual e pela corretora XP.

Para Bonjean, o produto atende à necessidade deste público, que foge de compras com juros. "Ele não quer comprar uma moto e pagar o preço de duas", explica.

A ideia não é apenas focar nas categorias mais conhecidas, mas também outras que crescem no mercado e atendem à necessidades destes consumidores, como consórcios de viagens e para a reforma de imóveis, além de educação.

Para atingir um público menos acostumado com a compra de produtos financeiros, o site prepara o lançamento de uma comunidade que reúne instituições financeiras, professores e formadores de opinião, a Aprenda Mais.

O objetivo não é reunir apenas uma grande quantidade de informações mas, sim, oferecer a cada usuário um programa de pergunta e resposta objetivo.

Expansão

Com uma média de crescimento mensal de 66%, o Avante.com atingiu a marca de R$ 26,7 milhões em volume de pedidos fechados.

O negócio está conseguindo atingir regiões do interior do País como Exu, em Pernambuco."São locais onde o banco não chega, e não porque haja uma limitação física, mas talvez porque a venda do produto não seja uma prioridade. Este é o poder da internet", diz Bonjean.

No 1º semestre, 46% das vendas foram realizadas no Sudeste, 26% no Nordeste, 11% na região Sul, 8% na Centro-Oeste e 8% no Norte. Quase a metade dos usuários têm até 30 anos de idade. A categoria mais buscada é a de imóveis (45%), seguida por automóveis (35%), motos (10%) e serviços (10%).

Com oito parceiros, entre eles o Bradesco, Banco do Brasil, Itaú, Fiat e Honda, Bonjean diz que o site está fechado para novos contratos. "A ideia é trabalhá-los agora".

O site, que começou com recursos dos próprios sócios e também de investidores anjos, se prepara para um segundo round de aportes nos próximos meses. A meta é gerar R$ 1 bilhão de empréstimos em três anos.

O cenário de venda de consórcios no País continua aquecido. O volume de negócios chegou aos R$ 26,3 bilhões, no acumulado de janeiro a abril, superior aos R$ 23,6 bilhões, no mesmo período do ano passado.

Tecnologia

A Avante.com aposta em tecnologia. O negócio inclui um sistema de ranqueamento que permite verificar quais são os usuários mais dispostos a efetuar a compra, que Bonjean chama de "quentes". A ferramenta permite saber quem visitou o site mais de uma vez e coleta informações durante o cadastro no site.

O site importou de Israel uma tecnologia que permitirá iniciar a venda de financiamentos com crédito consignado. "Estas vendas necessitam de maior segurança para assegurar a veracidade dos contratos, que é uma demanda dos bancos".

A Avante.com declara que está em conversa avançada com duas instituições financeiras para viabilizar a operação em grandes empresas, por meio de sistemas internos.

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