6 de março de 2014

Rival da Havaianas, Ipanema aposta em Nordeste e exterior para liderar

Francisco Schmitt, diretor financeiro e de relações com investidores da Grendene: confiança na ampliação do mercado.

A marca Ipanema completa 14 anos em 2014 e já responde por 22% da receita da Grendene. São cerca de 100 milhões de pares da sandália produzidos por ano.

Apesar de um crescimento que oscilou ao longo dos anos, a grife ganhou mercado nos últimos três e hoje sua fatia na categoria sandálias e chinelos dedo no Brasil corresponde a 25%, segundo o Instituto Kantar. Mas ainda está no segundo lugar – bem atrás da líder Havaianas, com 45%. 


Ampliar as vendas da Ipanema é, portanto, um desafio para a fabricante de calçados. Hoje, a Grendene detém marcas líderes em todos os segmentos em que atua. Porém, a Ipanema é exceção.

É difícil disputar participação de mercado no Brasil, aponta o diretor financeiro e de relações com investidores da Grendene, Francisco Schmitt. A concorrente Havaianas – da fabricante Alpargatas – foi lançada em 1960, e dominou o mercado. Juntas, Ipanema e sua maior rival detêm 70% do mercado na categoria de sandálias e chinelos.


"Optaremos por ampliar esse mercado, e não simplesmente ganhar o já existente. Isso deve acontecer no médio prazo, com o aumento da renda da população no País". Uma eventual piora nas condições da economia e do consumo no País pode, contudo, postergar estes planos.

Para fortalecer e preparar a marca para a disputa, foi inaugurada a primeira loja da marca no bairro carioca que inspirou seu nome, Ipanema, que ainda tem espaço para venda dos calçados, exposições e eventos. O investimento na unidade foi de R$ 5 milhões.

Brasil consome menos que EUA e América Latina

Na visão de Schmitt, a categoria de sandálias e chinelos da Ipanema ainda tem potencial para crescer, principalmente nas regiões Norte, Centro Oeste e Nordeste. Estima-se que, de 800 milhões de pares de todos os tipos de calcados consumidos no País, a categoria represente de 350 a 400 milhões, e seja a maior do segmento.

Porém, o consumo de calçados no Brasil se situa em torno de quatro pares por ano por pessoa, enquanto nos Estados Unidos, fica entre sete e oito pares. Na América Latina, são cinco. "Sentimos a demanda da classe média por produtos com design mais arrojado", diz o executivo.

A estratégia também é aumentar as vendas da marca no exterior, em um momento em que a China, hoje o maior exportador no segmento, encara preços mais altos.

A Ipanema, ao menos, já lidera em número de pares exportados do Brasil. Do total produzido, 24% são enviados ao exterior.

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