17 de outubro de 2014

Conheça as instalações do grupo Hyundai na Coreia do Sul

Não falta ambição ao grupo Hyundai, a julgar por sua dimensão. O complexo industrial do conglomerado na Coreia do Sul, bem próximo à potência do Japão, abriga a maior fábrica de automóveis do mundo e tem um porto exclusivo para seus carros, em Ulsan.


Mas é ao sudoeste do país, em Hwaseong, onde fica a cabeça pensante do grupo coreano. Em uma área de 33 mil metros quadrados, o Centro de Pesquisa e Desenvolvimento de Namyang lembra um imenso campus universitário, por onde circulam 10 mil engenheiros entre os vários edifícios.

É de lá que, desde 2007, saem ideias para os futuros modelos de veículos e novas tecnologias. “Inovação é um processo difícil, mas é algo que sempre buscamos”, afirma o vice gerente geral do grupo, Meeyoung Seng. É também onde são feitos os mais diversos testes para verificar a segurança e qualidade dos veículos.

Uma das tecnologias que chamam a atenção no complexo é o túnel de vento, criado em 1999. A instalação serve para testar a resistência de novos veículos pela simulação de condições climáticas extremas, com ventos que chegam a 200 quilômetros por hora. O veículo é colocado sobre um chão giratório para que os engenheiros estudem o impacto de diferentes ângulos.

O bom desempenho no teste pode representar uma economia de combustível de até 20% para o veículo, de acordo com um engenheiro da Hyundai responsável pelo túnel. Modelos de marcas concorrentes também são colocados à prova, somando cerca de 30 unidades testadas por dia. O túnel de vento é o único em operação na Coreia, de modo que há outros três no Japão e um na China.

Há também uma pista inclinada que contorna todo o complexo, usada para testes de alta velocidade com carros da marca e de concorrentes. Devido à inclinação do solo, a velocidade mínima dos automóveis testados deve ser de 180 quilômetros por hora. O solo com relevo e desníveis complementa os testes.

Em um estacionamento ao lado, é possível ver entre 500 e 600 carros de marcas concorrentes como BMW e Volkswagen, à espera de testes que verificam os pontos fortes e fracos. Das marcas Hyundai e Kia – que pertencem ao mesmo grupo na Coreia –, 8 mil carros formam um tapete no pátio do complexo.

Um carro por segundo, 6 mil por dia

Em Ulsan, na costa sudeste do país, fica a maior fábrica de carros do mundo. Nela, um carro é produzido por segundo, ou seis mil unidades por dia. Do início da montagem ao embarque para o exterior, cada carro passa pelas mãos de 300 pessoas. Os operários trabalham em dois turnos, de oito e nove horas, e trocam de posto a cada duas horas, para evitar desgaste físico.
                      Linha de montagem na fábrica de Ulsan, sudeste da Coreia do Sul.

De tão extensa, a fábrica parece uma cidade: tem 34 mil empregados, 24 restaurantes e um hospital. Como se fosse pouco, é integrada a um porto operado pela Hyundai, onde imensos navios esperam os carros recém-fabricados para levá-los em alto mar. Por dia, 3 mil carros entram nos navios, que comportam cerca de 4 mil veículos em seus 10 andares. Por ano, saem do porto em torno de 1 milhão de unidades.

O Brasil recebia, de lá, as unidades do HB20, que passaram a ser fabricadas na planta de Piracicaba (SP) a partir de 2012. Outros modelos, como o i30 e o Ix35, ainda fazem o percurso da Coreia do Sul para o País.

No pátio da fábrica em Ulsan, 10 mil carros esperam para embarcar, cada um com avisos do país para onde serão levados. Cerca de 400 motoristas se encarregam de levar os carros para o interior dos navios. A montadora de Ulsan é a única a ter um porto integrado a suas instalações, o que garante economia no transporte e logística.

Fornecedora de aço para a montadora
                  Siderúrgica da Hyundai fornece aço para a produção de seus veículos.

Para fabricar seus carros, o grupo utiliza seu próprio aço. A siderúrgica Hyundai Steel, em Dangjin, também tem dimensões faraônicas. A antiga estatal do governo sul-coreano foi incorporada pela Hyundai em 2001, importando do Brasil e da Austrália os minérios para a fabricação de seu aço.


Quando pronto, o produto abastece a montadora na Coreia e a fábrica de Piracicaba (SP), para a produção do modelo HB20. No ano passado, as vendas do aço geraram uma receita de R$ 12 bilhões para o grupo, que além do setor automotivo, abastece a indústria de construção naval.

* A repórter viajou a convite da Hyundai para a Coreia do Sul

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