27 de outubro de 2014

Marcas não são transparentes, aponta pesquisa

Relações mais significativas, respostas rápidas e comunicação aberta e transparente. Segundo a pesquisa Brandshare, realizada pela agência de comunicação Edelman Significa, essas são algumas das expectativas dos brasileiros em relação às marcas. Os consumidores, no entanto, afirmam que não são correspondidos pela maioria delas.

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“O consumidor brasileiro tem um alto nível de exigência. As marcas desempenham um papel importante na vida dele: não é só a questão do poder aquisitivo, mas toda a projeção de vida feita em torno delas. A pesquisa mostra que é preciso ver as pessoas mais como cidadãs e menos como apenas consumidoras”, explica Rodolfo Araújo, diretor de Conhecimento e Pesquisa da agência.
     Consumidores querem que marcas usem recursos em prol da sociedade, diz pesquisa.

O estudo ouviu 15 mil pessoas no mundo todo – 1.027 no Brasil.

Os resultados do estudo mostram que, enquanto 73% dos brasileiros esperam por relacionamentos mais significativos com as marcas, apenas 21% dizem que elas entregam isso. Em relação às respostas rápidas sobre dúvidas dos consumidores, por exemplo, enquanto 87% dos consumidores dizem que isso é importante, somente 20% enxergam essa preocupação.

“As marcas devem entender que, ao tomarem atitudes consideradas racionais, como abrir canais para interação dos consumidores, e ao fazerem isso bem, estão criando vínculos emocionais com as pessoas”, diz Araújo.

Consumidor quer empresa com responsabilidade social

De acordo com a pesquisa, 71% dos consumidores esperam que as marcas usem seus recursos em prol da melhoria da sociedade, mas apenas 18% acham que elas, de fato, o fazem.

A transparência sobre a origem e fabricação dos produtos é cobrada por 84% dos consumidores brasileiros. Essa preocupação cresceu em relação ao ano passado, quando 73% disseram achar isso importante.

“Ser transparente não é mais uma opção. A exigência é que de as marcas sejam cada vez mais éticas, desde o início até a pós-venda. As pessoas querem saber de onde vem a matéria prima daquele produto, por exemplo”, diz Araújo.

Segundo o executivo, a preocupação não se restringe à sustentabilidade ou responsabilidade social. “A marca passa a ser um agente social. O consumidor quer participar do desenvolvimento do produto, quer que a marca socialize com ele”.

O diretor acredita que a exigência do consumidor não deve diminuir no próximo ano. “Em relação ao ano passado, a expectativa permanece alta. A tendência é que continue e o desafio das marcas é responder isso. Não há limite pra expectativa. É claro que é impensável atender a tudo, mas talvez a gente consiga ver uma redução da diferença entre a expectativa e a entrega.”

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