24 de maio de 2013

Giraffas acerta na receita nos EUA e prevê faturamento de US$ 18 milhões

  Ricardo Guerra, diretor de marketing da rede de franquias que conquistou americanos.

A rede de franquias de alimentação rápida Giraffas espera faturar US$ 18 milhões este ano com a operação de cinco restaurantes na Flórida, nos Estados Unidos. Com isso, vai adiantar em um ano a previsão inicial. A última unidade foi aberta na semana passada, em Orlando. O restante fica em Miami.

“Metade dos nossos clientes são americanos sem ascendência latina. Eles foram atraídos pelo atendimento atencioso, característico do Brasil, e os quatro acompanhamentos que compõem o prato. Eles estavam acostumados com apenas uma opção”, conta Ricardo Guerra, diretor de marketing da rede e um dos filhos do fundador Carlos Alexandre, que deixou no ano passado o comando da operação. 

Para atingir a meta de 50 unidades no Estados Unidos nos próximos cinco anos, o grupo constituiu um fundo com aportes de franqueados brasileiros que soma US$ 50 milhões. O capital do fundo será responsável pelos investimentos na operação internacional a partir de agora.

Ao aplicar no fundo, os franqueados recebem os dividendos da operação, proporcionais ao montante aplicado. Ainda não há previsão de novas rodadas e, caso um novo investidor queira participar dos resultados, deve comprar as cotas dos franqueados atuais.

A lição dos Estados Unidos, onde as lojas têm o conceito de "rápido e casual", está sendo replicada, com algumas adaptações, no Brasil. 

Diante do aumento da concorrência, e da exigência de investidores, cujo número aumentou entre os franqueados, uma nova equipe, que inclui profissionais com experiência em franquias como Spoletto e em redes como McDonald´s, tem como missão reposicionar a marca ao introduzir o conceito no país por meio de unidades de rua.
                     Um dos restaurantes da rede em Miami: design e serviço de mesa.

As principais características dos novos restaurantes é a disponibilização de refil de refrigerante aos clientes, música ambiente, rede Wi-Fi, serviço de mesa, espaço infantil e ambientes mais reservados, similares ao modelo de restaurantes da rede em Miami.

A rede de franquias já tem duas novas unidades com o conceito, localizadas em Valparaíso, Goiás, e no bairro de Guará, em Brasília. A próxima será aberta em Teresina, em junho, e o número deve chegar a 20 no final do ano.

Posteriormente, unidades com o conceito devem chegar à Paraíba e nas cidades de Maceió, Manaus, Rio de Janeiro e Brasília, tanto por meio de lojas que devem passar por reformas quanto abertura de novas unidades. 

“Aprendemos nos Estados Unidos a criar um ambiente e serviço mais adequado. Queremos servir tanto o consumidor que quer uma comida rápida durante a semana quanto aquele que vem com a família no final de semana e quer um prato diferenciado”, conclui Guerra.

Novos grupos

Outra missão da rede é se profissionalizar, o que inclui um cuidado maior na escolha de pontos, a introdução de oito fases no processo de seleção de franqueados e treinamento dos franqueados atuais. Isso é importante para permitir que eles possam adquirir mais lojas.
       Novo conceito de loja no Brasil já está em operação na cidade de Valparaíso, Goiás.

Hoje, além de um grupo de investidores, que detém 75 das 400 lojas da rede no País, alguns franqueados já são donos, em média, cinco lojas. “Eles estão mais capitalizados”, diz Guerra. “É um caminho natural. Nos Estados Unidos, grandes redes de franquias são dominadas por grupos com, no mínimo, 50 lojas”, completa.

Atualmente, a nova equipe faz um tour por diversas cidades do País para explicar as mudanças para os franqueados, principalmente os mais antigos. A rede já tem 30 anos de existência.

Caminho do crescimento

No Brasil, a Giraffas planeja inaugurar 70 unidades este ano, mais que o dobro das aberturas registradas no ano passado.

A expansão agora deve caminhar para as cidades do interior do Brasil. Palmas, em Tocantins; Vitória, no Espírito Santo; Itabuna, Feira de Santana e Juazeiro, na Bahia; bem como Petrolina, em Pernambuco, são algumas que chamam a atenção da rede.

“São cidades com setores econômicos fortes, como mineração, pecuária e até call center. Estes trabalhadores, com maior renda, não têm hoje onde gastar dinheiro”, diz Guerra. A região Norte responde pela maior média de faturamento do grupo no País.

Apesar de ter introduzido no cardápio opções mais caras, de até R$ 22, a rede mantém a linha de pratos por R$ 10,90. Guerra aponta que a rede promoveu reajustes de preços ‘abaixo da inflação’ nos últimos anos. “O salário mínimo cresceu mais do que os preços praticados nos restaurantes”, diz Guerra.

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