21 de novembro de 2013

IPI de automóveis subirá em janeiro, mas não integralmente

O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) dos automóveis vai subir em 1º de janeiro, mas não integralmente. A alíquota a ser aplicada será definida até o fim do ano. A decisão foi anunciada no dia 1º de novembro, em São Paulo, pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao presidente da Associação Nacional do Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan.

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"Ficou claro que a alíquota não voltará integralmente e pedimos que seja a menor possível", disse Moan, após o encontro. "Para nós, o melhor mesmo seria manter como está hoje."
Volta do IPI no início de 2014 deve aquecer vendas do segmento automotivo no final do ano.

Após passarem por duas mudanças em maio de 2012 e março, as alíquotas estão em 2% para carros 1.0, em 7% para carros até 2.0 flex e em 8% para a gasolina. As taxas antes do corte promovido no ano passado eram, respectivamente, de 7%, 11% e 13%. Recentemente, o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, havia citado estudos para uma prorrogação do corte até o fim do primeiro trimestre.

A decisão de Mantega foi anunciada no mesmo dia em que saíram os resultados das vendas em outubro. Houve crescimento de 6,6% em relação a setembro, mas queda de 3,3% na comparação com o mesmo mês do ano passado. Foi o segundo melhor outubro da história, com 330,2 mil unidades, incluindo caminhões e ônibus. O recorde para o mês foi em 2012, com 341,7 mil veículos.

No ano, contudo, a soma de 3,110 milhões de veículos vendidos é 0,65% inferior ao resultado do mesmo período de 2012. Para atingir a nova meta da Anfavea, de crescimento de 1% a 2% em relação a 2012, o setor terá de vender, no mínimo, 364 mil veículos este mês e em dezembro, número alcançado somente uma vez, em julho do ano passado.

Só o segmento de automóveis e comerciais leves, beneficiado pelo IPI menor, vendeu 313,8 mil unidades em outubro, alta de 6,6% ante setembro, mas redução de 4% em relação a outubro de 2012. No ano, as vendas somam 2,641 milhões de unidades, 1,3% a menos que no mesmo período do ano passado.

O sócio-diretor da consultoria Go Associados, Fábio Silveira, não vê para os próximos meses "um ambiente econômico que favoreça o fortalecimento da indústria automobilística". Para ele, câmbio mais elevado, desaceleração da massa salarial e crédito mais caro são fatores que inibirão as vendas.

O presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Flavio Meneghetti, informou que o resultado de outubro é consequência, em parte, de o mês ter um dia útil a mais que em setembro.

Meneghetti aposta que a perspectiva de volta do IPI, ainda que parcialmente, deve provocar aquecimento nas vendas nos dois últimos meses do ano, "equilibrando o resultado final de 2013".

Segundo analistas do mercado, mesmo com todas as promoções realizadas em outubro, com a maior oferta de financiamentos sem juros e prazos de até 60 meses, o estoque de fábricas e lojas continua alto, próximo a 40 dias de vendas, mesmo nível do fim de setembro.

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