25 de novembro de 2013

Preço dos imóveis cai em 3 dos 10 bairros mais caros do Brasil em outubro

        Leblon: símbolo da alta expressiva de preços do mercado imobiliário sofre queda.

Os imóveis de três dos dez bairros mais valorizados do Brasil estão – ligeiramente – mais baratos. Símbolos da disparada do preços no mercado de imóveis brasileiro, que levantou especulações sobre a existência de uma bolha imobiliária, Leblon e Jardim Botânico (no Rio) e Jardim Europa (em São Paulo), tiveram queda no valor do metro quadrado em outubro em relação a setembro, segundo o índice Fipezap, que apura o valor pedido por quem quer vender a propriedade.

O m² mais caro do Brasil continua a ser o do Leblon: R$ 21.886. Esse valor, entretanto, caiu 0,9% em outubro, e é o menor desde maio de 2013. No Jardim Botânico, o m² recuou 0,5%, para R$ 15.172. Em São Paulo, o preço no Jardim Europa caiu pela primeira vez desde abril, para R$ 10.768 – 1% do que o valor de maio.

“Nesses dois bairros [ Leblon e Jardim Botânico ], que vinham sofrendo uma valorização expressiva, há um ajuste de preço”, diz Leonardo Schneider, vice-presidente do Secovi Rio, para quem a queda de preços na Zona Sul do Rio é pontual. “Acho que o preço vai se manter e crescer ao nível da inflação. Houve um ajuste nesse mês [ outubro ]”.

Pequenos, mas simbólicos 

Pequenos e pontuais, os recuos indicam menos uma situação alarmante do que um cenário mais complexo para o mercado imobiliário, avalia Eduardo Zylbestajn, coordenador do indicador.

“Apesar de não serem quedas expressivas, mostram uma mudança de situação. O momento não é mais o mesmo que a gente viveu em que subia em todos os lugares”, afirma.

Nessa nova situação, ressalta o economista, os preços vão variar de forma mais diversificada, respeitando as características de cada local. No caso carioca, ao mesmo tempo em que caíram no Leblon e no Jardim Botânico – e, segundo o Secovi Rio, em Copacabana (-1,07%) –, os preços do m² subiram na Gávea (0,4%), na Lagoa (1,3%) e em Ipanema (0,9%), na mesma Zona Sul.


“Vai haver cada vez mais dinâmicas localizadas ditando o ritmo dos preços. E isso vale também para as cidades. E isso é o normal”, diz Zylberstajn, da Fipe. O atípico, diz ele, é um aumento indiscriminado.

Mais próximo da inflação 

Os desempenhos municipais também ilustram essa diversidade. No acumulado de 12 meses encerrados em outubro, o m² em Curitiba valorizou 38,4%, quase o triplo da média do composto de 16 cidades avaliadas pelo Fipezap, de 13,4%. Já em Brasília, a alta foi de 4,7% – aproximadamente um terço da média.

O Rio teve um aumento acumulado mais próximo da média – 14,7% –, mas vem em trajetória de queda nos últimos três meses, enquanto a tendência nacional é de valorização. Em São Paulo, a valorização dos imóveis voltou a acelerar ligeiramente, para 13,4% em outubro ante 13,3% em setembro.

Embora distante dos recordes atingidos nos últimos anos – no Rio, a valorização chegou a 44% ao ano em junho de 2011 e em São Paulo, a 29% em julho do mesmo ano – esses indicadores ainda estão bastante acima da inflação acumulada no período. 

O Índice Nacional da Construção Civil (INCC), medido pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), estava em 8,08% em outubro – ante os 13,4% do Fipezap. A inflação oficial do País, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), ficou em 5,69% em setembro.

Para Zylberstajn, da Fipe, quem pensa em comprar imóvel para investir não deve contar com intervalos tão expressivos no futuro.

“Não recomendo que as pessoas contem com uma valorização acima da inflação para sempre.”

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