29 de novembro de 2013

Mondelez se une a startups para criar projetos de tecnologia móvel

A Mondelez decidiu replicar no Brasil um programa criado nos Estados Unidos com o objetivo de desenvolver novas maneiras de a empresa se comunicar com o consumidor por meio das tecnologias móveis. Por meio do Mobile Futures, foram selecionadas cinco startups que nos próximos meses vão desenvolver em parceria com a companhia projetos com foco em SMS, varejo mobilie, social e aplicativos. Cerca de 100 startups se inscreveram no processo de seleção, lançado em junho. Do total de investimentos em marketing feitos pela Mondelez Brasil, cerca de 15% são em mídias digitais. 

        Natacha Volpini, da Modelez: novas maneiras de se conectar com o consumidor.

Nas últimas semanas, a multinacional começou a detalhar os projetos com as startups vencedoras. Todo o processo vai durar 90 dias e o prêmio para cada selecionada é de R$ 50 mil. Segundo Natacha Volpini, gerente de Mídia Digital da Mondelez Brasil, além de criar uma cultura de empreendedorismo interno, o projeto é uma oportunidade de ter "uma ideia inovadora dentro de casa, trabalhar no universo mobile e investir no empreendedorismo".

As startups vencedoras passaram recentemente por uma semana de imersão e agora, com a ajuda de gerentes da Mondelez, estão desenvolvendo projetos para cinco marcas da companhia: Trident, Bis, Halls, Club Social e Tang. "As ideias têm de ser pautadas nos meios com os quais o consumidor se conecta", explica Natacha.

Foram selecionadas pelo projeto da Mondelez (que funciona como uma espécie de investidor anjo) as seguinte startups: TYSDO (marca Halls), IPostal (Bis), Guile 3D (Tang), Eyllo (Club Social) e Collact (Trident). Um dos desafios para a Mondelez, explica Natacha, é "conectar essas ideias ao plano de comunicação da empresa e com o universo dos nossos produtos. É um processo de aprendizado".

Processo mais ágil

A linha de snacks da Kraft passou para as mãos da Mondelez em outubro de 2012 depois de uma cisão da operação americana de alimentos. Naquele momento, segundo o vice-presidente Global de Mídia e Engajamento do Consumidor da Mondelez International, Bonin Bough, era preciso pensar em novas maneiras de se a companhia se concectar com o consumidor. Foi aí que a multinacional lançou nos EUA o Mobile Futures. Depois da experiência americana e no Brasil, países da América Latina, além da China, estudam a possibilidade de repetir a experiência.

A receita anual da companhia é de cerca de US$ 35 bilhões e suas operações estão espalhadas por aproximadamente 80 países.

No Brasil, a Mondelez tem seis fábricas e emprega por volta de 13 mil pessoas. Além das marcas envolvidas no projeto Mobile Futures, a companhia é dona dos chocolates da Lacta, biscoitos Trakinas, cream cheese Philadelphia, fermento em pós Royal e refrescos Clight e Fresh

Muito ensaio

Uma das escolhidas pela Mondelez no Mobile Futures foi a Collact, startup atualmente sediada no Jardim Paulista, na zona sul de São Paulo. Comandada pelo brasiliense Bernardo Brugnara, de 25 anos, a Collact faz parte da geração de empresas que encontraram na tecnologia o principal suporte para grandes ideias de negócios.


À frente da Collact, Brugnara atua diretamente com fidelização de clientes. Sua plataforma transforma em digitais aqueles típicos cartõezinhos fidelidade de restaurantes e estabelecimentos comerciais.
  Daniel Silber, da Mondelez; Bernardo Brugnara e Vladimir Figueiredo, sócios na Collact.

O projeto para a Mondelez ainda não está pronto e o que já foi desenhado ainda é segredo, mas a campanha deverá aproveitar o conhecimento dos jovens empreendedores em fidelização de clientes na ativação no ponto de venda.

A Collact tem apenas dois anos de idade e já contou com dois aportes de investidores anjo. Brugnara conta que sempre quis ter o próprio negócio, mas tinha muito receio. “Eu venho de uma família de executivos, sem essa cultura empreendedora, tinha medo mesmo”, diz.

Brugnara conta ter ensaiado bastante antes da apresentação para a Mondelez. “Até o Steve Jobs ensaiava antes de suas apresentações. Às vezes falta essa humildade de ensaiar e preparar tudo o que vai falar em tão pouco tempo”, diz. Eles tinham apenas sete minutos para mostrar a que vieram. “Fiquei duas horas ensaiando antes da apresentação e fui. Tem de ter a hora certa de fazer piada e não pode se perder na apresentação”, conta.

Daniel Silber, gerente de submarcas do Trident, vai acompanhar de perto o trabalho da startup. “Vamos desenvolver soluções mais ousadas e mais tradicionais para levarmos as opções para os executivos”, diz. “Já imergimos na Collact, a Collact já imergiu na Mondelez, agora é hora de consolidar a proposta.”

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