1 de dezembro de 2013

Lemann, o homem mais rico do Brasil, atribui sucesso à mãe

No caso de Jorge Paulo Lemann, aquele papo de "atrás de um grande homem há sempre uma grande mulher" não é só mais um clichê. Com fortuna avaliada em US$ 17,8 bilhões — o que o coloca como homem mais rico do Brasil e 33º mais abastado do mundo, segundo a revista americana "Forbes" —, o empresário atribui boa parte de seu sucesso profissional à ambição de sua mãe.
         Jorge Paulo Lemann: de corretora para uma constelação global de companhias.

Em bate-papo virtual promovido na noite de terça-feira (26) pelo programa "Na Prática", da Fundação Educar (que tem próprio Lemann como um dos idealizadores), o empresário dividiu histórias da sua trajetória profissional. Lemann garante que foi criado com "muito amor" e liberdade para ousar.

"Meu pai era um boa praça, todo mundo gostava muito dele, mas não era bem sucedido nos negócios e isso irritava minha mãe", conta o executivo, que perdeu o pai aos 13 anos. "Então ela transmitia suas grandes ambições para mim. Eu tinha de fazer melhor que ele."

A estratégia parece ter dado certo. Hoje, Lemann comanda a 3G Capital, empresa de private equity brasileira. Entre as aquisições mais recentes do grupo, estão negócios como acompra da Heinz em parceria com o bilionário Warren Buffett, que comanda a Berkshire Hathaway, em uma operação estimada em US$ 23 bilhões. O grupo também está à frente da AB InBev, de cervejas, e da B2W que engloba negócios como o Submarino e as Lojas Americanas.

A chave da influência de uma mãe tão exigente está na autoestima que isso gerava no pequeno Jorge Paulo. "Ela sempre me achava o máximo. Ter uma mãe assim ajuda muito, por isso ela foi tão influente na minha juventude", explica.

Exatamente por isso, Lemann diz ter tido sempre pouco medo de ousar — mesmo após seu maior fracasso, aos 25 anos, quando ficou "sem dinheiro nenhum". "Eu fiquei chocado, era muito seguro de mim e naquela época fracassar não era como é hoje na Califórnia, onde quem não tem um fracasso no currículo é mal visto", conta.

Mais uma vez apostou na própria ousadia. "As pessoas próximas queriam que eu escolhesse um grande banco com um bom salário, mas eu mão gostava da ideia", diz. "Não gosto de me sentir preso sem poder fazer o que eu gostaria."

Não gosta mesmo. O empresário conta que em uma das suas experiências, como sócio da corretora Libra, chegou a abandonar o barco porque não teria a autonomia que desejava para reger os negócios.

Tênis

Jogador contumaz de tênis, Lemann chegou a abandonar os negócios por um ano inteiro para se dedicar exclusivamente ao esporte. Competiu em torneios clássicos como Wimbledon e Roland Garros. A carreira no esporte, no entanto, não decolou. "Eu jogava bem, mas não tinha condições de ser um dos grandes astros do tênis, então decidi voltar a trabalhar", conta.

Esse lado supercompetitivo, ele carrega para os negócios. Assim como o eterno exercício dos treinos. "No tênis aprendi isso, minha atitude nos negócios sempre foi de fazer força, de treinar, de ter foco e agarrar oportunidades", diz. "Hoje aos 74 anos ainda não sou um grande sacador no tênis, continuo tentando."

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