26 de janeiro de 2014

Dilma busca receita para vencer desconfiança de investidores

A presidente Dilma Rousseff embarca para Davos, na Suíça, no dia 23 de janeiro, tentando aliviar na bagagem o peso de más notícias na área econômica. Será a primeira vez da presidente na cidade dos Alpes suíços, onde participa do Fórum Econômico Mundial. Dilma elabora um discurso com uma carga redobrada de política econômica nacional no dia 24 de janeiro, quando fala à elite financeira global. Estão confirmados 85 grandes empresários e, segundo assessores próximos à presidente, a sala de conferência onde Dilma discursará está “lotada” sem mais “nenhum lugar vago”.
                                                            Dilma Rousseff em NY.

A presidente se concentra em elaborar mensagem de solidez jurídica, apontando o Brasil como um porto-seguro a investidores estrangeiros. A própria Dilma está editando seu escrito com auxílio do assessor de assuntos internacionais Marco Aurélio Garcia.

Dilma pretende apresentar os números dos leilões de concessão de rodovias e aeroporto, juntamente com o resultado do certamente do Campo de Libra, como marcas do comprometimento com contratos assinados no Brasil.

O incentivo a entrada do capital privado em áreas vitais como a de infraestrutura será o ponto vital do discurso da presidente. Isto porque, ela se dirige a Davos com a meta falar bem do Brasil para atrair investimentos estrangeiros diretos (IED), depois que houve queda 4% na entrada de aporte externo entre janeiro e novembro de 2013, quando o país recebeu US$ 57,5 bilhões. O governo tem como meta chegar ao patamar de US$ 70 bilhões em 2014.

Economia em recuperação

A percepção do Palácio do Planalto é de que a retração de 0,31% no PIB em novembro divulgada pelo Banco Central na sexta-feira pode ter encorpado o molho da desconfiança dos investidores.
Fórum Econômico de Davos: oportunidade para reforçar positivamente a imagem do Brasil.

Por isso, a presidente deve destacar números positivos para reverter imagens negativas apontadas por publicações de peso – como a revista britânica The Economist, que recentemente destacou como preocupante a inflação em 5,91% verificada em 2013, por meio do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) elaborado pelo IBGE.

A presidente pode reconhecer que em seu governo a inflação insiste em permanecer acima da meta inflacionária de 4,5% anuais, argumentando que isso se deve à lenta recuperação das economias desenvolvidas. Em 2011, primeiro ano da gestão Dilma, a inflação medida pelo IPCA bateu no teto com 6,5% e, no ano seguinte, oscilou para 5,84%.

Comitiva e reforma ministerial

A montagem da comitiva que acompanhará Dilma é vigiada pela presidente. Ela quer pouco barulho e bastante eficiência. Até agora, o grupo é formado pelos ministros Alexandre Tombini (Banco Central), Guido Mantega (Fazenda), Helena Chagas (Comunicação), Fernando Pimentel (Indústria e Comércio), e Luiz Alberto Figueiredo (Relações Exteriores) – além do presidente do BNDES, Luciano Coutinho.

A área internacional do diálogo econômico que o Brasil apresentará no Fórum Econômico Mundial ficará a cargo de conversas do ministro Mantega com seus pares. Ele deve se concentrar em traçar paralelos entre o Brasil e os demais integrantes dos Brics (bloco de emergentes integrado ao lado de Rússia, Índia, China e África do Sul). Ele contará com apoio de Tombini.

A comitiva deve ficar desfalcada do ministro Aloizio Mercadante (Educação), auxiliar tarimbado das fotografias oficiais das viagens de Dilma. A presidente ordenou ao ministro para se concentrar na negociação da reforma ministerial com PROS, PTB e PMDB.

As conversas caminham para deixar o PTB à frente do Ministério Turismo, o PROS com Integração Nacional, Já o PMDB pode ser acomodado na Secretaria Especial de Portos, como parte de um acordo para deixar Turismo sob o comando de Benito Gama, presidente do PTB.

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