17 de janeiro de 2014

Empresários transformam prato típico inglês em comida de rua em São Paulo

Servido nas ruas de Londres, tradicionalmente em jornais, o petisco de peixe e batatas agora é vendido nas ruas de São Paulo.

Prato típico da Inglaterra e tradicionalmente servido em papel de jornal, o fish and chips (porção de batata e peixe, ambos fritos) agora chegou às ruas de São Paulo. No dia 02 de dezembro, Hermes Ricardo Bernardo Junior e Victor Schimitz Rosse iniciaram as operações da Fichips, empresa que funciona em uma van e que ainda não tem local fixo, mas aposta inicialmente na região da Avenida Engenheiro Luís Carlos Berrini (zona sul de São Paulo).

A ideia de criar o empreendimento surgiu quando Hermes foi para Londres e experimentou o prato. Ao voltar para o Brasil começou, juntamente com Victor, a fazer um planejamento de negócios, financeiro, de marketing e de retorno do investimento, que durou cerca de oito meses.

Com um tapete vermelho, decoração com mimos que trazem uma pequena parte da Inglaterra a terras brasileiras e um guarda real chamado Aquiles, o empreendimento traz, além do fish and chips por R$ 12, porções de anéis de cebola fritos – os famosos onion rings – e porções de batata frita por R$ 8. “A minha ideia foi justamente trazer o sofisticado para as ruas. Nós tratamos os clientes como reis e rainhas, servidos com um tapete vermelho”, conta Hermes.


Na Inglaterra, no entanto, o peixe utilizado é o hadoque ou o bacalhau; mas por ser inviável utilizar a mesma matéria-prima, por conta dos altos preços, os sócios preferiram usar o filé de Saint Peter, que é mais acessível. Para conservar os produtos, Hermes e Victor têm um freezer dentro da van.

Além das porções já oferecidas, os sócios pretendem adicionar mais pratos ao cardápio, como o chicken and chips e a batata doce frita. Para os que gostam de um doce depois das refeições, a Fichips firmou uma parceria com a Sorvetes Londres, que fornece picolés, sorvetes de massa e sundae.

Hermes Bernardo e Victor Rosse têm um projeto de colocar em circulação mais vans do Fichips. Como a empresa é nova e ainda tem muito chão pela frente, não é possível abrir franquias, mas podem surgir outros foodtrucks abertos e administrados pelos próprios sócios. “Nos primeiros dias nós ficamos meio desanimados, mas foi só um começo. Futuramente, nosso objetivo é abrir franquias”, conta Hermes.

Por enquanto, além da venda de petiscos na hora do almoço, os empresários investem na participação em eventos de universidades e na venda de porções durante a noite, com iluminação de led, inicialmente na Parada Inglesa (zona norte da capital paulista).

Regulamentação e os grandes restaurantes

Os empreendedores apoiam a nova lei que regulamenta o comércio de alimento das ruas da capital paulista, sancionada pelo prefeito Fernando Haddad (PT) no fim do ano. “A fiscalização e a regulamentação são válidas, tem que ver como vai ser esse procedimento pra operar na rua”, diz Hermes. “Nós temos um curso de manipulação de alimentos pela prefeitura, temos uma empresa aberta, nós pagamos os impostos direitinho. Eu já venho com a nota fiscal de todos os produtos dentro da van. Nós procuramos agir certo”, completa.

Sobre a guerra travada pelas grandes redes de restaurantes contra a comida de rua, Hermes Junior diz que esse embate sempre existiu, mas que só que agora teve uma maior repercussão por conta da regulamentação. “Os grandes não têm razão para se preocupar. Os lugares que eles ficam são dentro de shoppings, não acredito que haja uma concorrência”, diz.

Mesmo com restaurantes e lanchonetes por perto, nenhuma ameaça foi feita a eles. A não ser a de uma senhora, incomodada com o movimento da van, parada em frente ao prédio em que reside. “Ela pediu que parássemos em outro local porque ia atrapalhar a visão do prédio dela”, conta Hermes.

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