4 de outubro de 2013

Taxistas ganham até 20% mais com uso de aplicativos

A 99Taxis já conta com 500 mil usuários e 15 mil taxistas, sendo 12 mil apenas em São Paulo.

Com o aumento da oferta de aplicativos para encontrar táxi sem muita preocupação e de maneira rápida, o benefício para clientes e taxistas tem crescido. Na entrevista, consultamos alguns profissionais da área para saber qual tem sido o impacto nas finanças.Alguns profissionais contam que o faturamento aumentou em até 20% por conta da nova tecnologia.

É o caso do taxista Ranael Oliveira Bastos, que tem um ponto na Rua Pamplona, no bairro Jardim Paulista, e utiliza os aplicativos há aproximadamente cinco meses. Com as plataformas 99Taxis e Easy Táxi, de acordo com ele, seu ganho aumentou 20%. Autônomo, sem vínculo com cooperativas, Bastos adquiriu recentemente uma máquina para cartões de débito e crédito devido à alta demanda pelo serviço.


Com o aumento das corridas por meio de aplicativos, ter uma vaga em um ponto de táxi passou a não ser tão vantajoso. Isso porque o taxista que atende prioritariamente as corridas pedidas por aplicativos não precisam ficar parados em um ponto. Em grandes cidades, onde as autorizações para taxistas concedidas pelas prefeituras são escassas, existe um mercado paralelo de venda de licença, principalmente em pontos com muito movimento, como o de aeroportos. Quem acompanha essa atividade de perto acredita que a tendência seja de queda de preço, já que as corridas vindas de aplicativos beneficiam o taxista que está mais perto do cliente, seja ele de um ponto ou avulso. 

Há quatro meses, Erci Rodrigues dos Santos utiliza os mesmos aplicativos que Costa, mas, ao contrário do colega de profissão, faz parte de uma cooperativa. Para a associação, Erci paga R$ 680 mensais. Com as plataformas digitais, a situação é mais tranquila: a Easy Táxi cobra uma taxa de R$ 2 por corrida – valor que ele não repassa para os clientes – e a 99Taxis funciona de forma gratuita.

Segundo o profissional, a lucratividade aumentou bastante, com muitos chamados aos finais de semana e nos horários de pico, mas a atenção especial fica com as solicitações feitas pela cooperativa, que, de acordo com Santos, geralmente são mais longas. Com o aumento da demanda, o taxista decidiu adquirir uma máquina para cartões de crédito e débito. “Eu tive de pegar porque, não só por meio dos aplicativos, mas na própria rua e no ponto as pessoas perguntam se aceitamos pagamento com cartões”, conta Santos.
O taxista Edson Manuel da Silva entrou há cinco meses para o time de profissionais que utilizam aplicativos para smartphones.

Edson Manuel da Silva e Onofre Alves da Silva trabalham em uma cooperativa no bairro do Brooklin (zona sul de São Paulo). Ambos utilizam aplicativos há aproximadamente cinco meses. De acordo com os taxistas, o rendimento aumentou em 15% até agora. Eles contam que conheceram a ferramenta graças a alguns amigos que também trabalham na mesma área.


Os dois taxistas já trabalhavam com máquina de cartões, mas viram um aumento desse tipo de pagamento com depois da adesão aos aplicativos. “Eu acho que eu nunca peguei em dinheiro com chamados dos aplicativos”, diz Onofre da Silva.

Jurandir Ribeiro da Silva é taxista no ponto da Universidade de São Paulo (USP)/Praça da Reitoria, no Butantã (zona oeste de São Paulo). Ele usa o aplicativo durante a semana somente no período da manhã e nos finais de semana. A prioridade, segundo Silva, é o ponto de táxi. Mesmo assim, os aplicativos ajudaram a aumentar os ganhos.

Algumas das plataformas

A 99Taxis surgiu em agosto de 2012, inspirada em serviços encontrados no exterior, e já conta com 500 mil usuários e com 15 mil taxistas – 12 mil apenas em São Paulo. Segundo o CEO da empresa, Paulo Veras, a previsão é que em 2014 o aplicativo atinja a marca de 1 milhão de clientes.

Os motoristas já regularizados na prefeitura e que desejam se cadastrar baixam a plataforma em seu smartphone e enviam os documentos requeridos – pessoais e do carro. Se tudo estiver em dia, a adesão é aprovada e o taxista tem acesso liberado para começar os serviços sem ter de pagar nenhuma taxa.
A Easy Taxi já tem 60 mil taxistas cadastrados no mundo inteiro e mais de 1,5 milhão de usuários.

Outra empresa que investe no setor é a Easy Taxi, que já tem 60 mil taxistas cadastrados no mundo inteiro e cerca de 1,5 milhão de usuários. Para usar os serviços, o motorista tem de mandar toda a documentação necessária, tanto pessoal quanto do carro, para se cadastrar. Depois que o departamento de segurança do empreendimento faz a checagem dos papéis e verifica se ele está apto a ser um “easytaxista”, é enviado um código individual e rastreável. Após todo esse processo, o taxista pode atender os chamados, com o pagamento de uma taxa de R$ 2 por corrida feita.

Disputa com cooperativas

Ameaçadas pelo crescimento da concorrência, as cooperativas decidiram recorrer à Prefeitura de São Paulo na tentativa de impor restrições aos aplicativos. Essas associações alegam que pagam impostos e garantem os direitos trabalhistas, ao contrários das plataformas que apareceram no mercado há pouco tempo.


Decidida a garantir seus direitos, Associação Brasileira das Cooperativas e Associações de Táxis (Abracomtaxi), por meio da Artasp (Associação de Rádio-Táxis de São Paulo) e do Sinditaxisp (Sindicato dos Taxistas Autônomos de São Paulo), entraram em junho com um pedido junto ao Departamento de Transporte Público, ligado à Secretaria Municipal de Transportes, para a regulamentação desses sistemas de tecnologia.

De acordo com a Secretaria Municipal de Transportes, a solicitação ainda está em estudo no Departamento de Transportes Públicos.

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